O sol ainda não tinha subido quando Selena abriu os olhos. A luz azulada do amanhecer filtrava pela pequena janela da cabana, e o ar estava frio, cortante, como se a montanha lembrasse a todo instante que ela não era lugar pra fracos.
Ela se sentou devagar no sofá, sentindo o corpo pesar. Tinha dormido pouco e sonhado demais. Sonhos confusos, vozes do passado, toques que já não queria lembrar. Flávio surgia em cada canto da mente. Raivoso, possessivo, sussurrando que ela era dele, só dele, pra sempre.
Mas o cheiro do chá ainda estava no ar. Misturado com madeira, e o cheiro... dele.
Leonardo.
Ela olhou em volta. A cabana estava silenciosa. A lareira ainda ardia um pouco, o que significava que ele tinha acordado antes e alimentado o fogo. Tinha um bilhete em cima da mesinha, escrito com uma caligrafia firme:
“Fui caçar. Tem pão e frutas na cesta. Chá tá na chaleira. Volto antes do sol subir. - L.”
Ela soltou o ar devagar. Caçar. Era claro. Ele era um vampiro, e vampiros precisam se ali