CAMILLE ASHFORDSaí do quarto com os olhos vermelhos, mas sem lágrimas, enquanto meu coração batia desesperadamente e minha mente girava a mil por hora. O que Andy me disse ficou gravado no centro do meu cérebro e eu não conseguia parar de ouvir. Eu tinha cometido um erro e agora sabia qual era a urgência de Lucien em se casar comigo. Ele queria tudo o que eu tinha conquistado, era mais do que óbvio, mas... por quê?Desci as escadas lentamente, Andy ficou no corrimão, observando tudo como mais uma espectadora. Pronta para correr para Damián ou para as crianças, tudo dependia do que acontecesse.Não havia mais medo dentro de mim, apenas determinação, e parecia que Lucien percebeu isso assim que se virou para mim e notou que minhas mãos não tremiam mais.— Não vou deixar você sair desta casa... — suss

CAMILLE ASHFORD— Levante-se! Levante-se! — exclamou uma voz feminina um pouco rouca, enquanto a cama parecia estar no meio de um terremoto.Mal abri os olhos e alguém já tinha me agarrado pelo braço e me puxado para fora dos lençóis. Tive que me apoiar na mesinha de cabeceira para não cair. Então percebi quem me havia acordado com tanta energia.— Já são seis da manhã e não consigo entender como você continua preguiçando! — gritou a mulher na minha cara, já idosa, bastante corpulenta, aproveitando-se do fato de que meu cérebro ainda não havia começado a funcionar. — Que vergonha de mulher!Mais uma vez, ela me agarrou pelo braço e me arrastou para o banheiro, jogando-me na banheira, com roupa e tudo. A água gelada foi o que eu precisava para acordar de vez. Embora eu tentasse sa

CAMILLE ASHFORDAston Smith, quem diabos é Aston Smith?, eu me perguntava enquanto esfregava o chão, quase que automaticamente. Quanto mais eu descobria, mais ficava confusa e mais queria estar em casa, com meus gêmeos pequenos, meu irmão cabeça-oca e a maternal Andy.De repente, ouvi algo cair ao meu lado. Quando me virei, não só vi um vaso de plantas tombado e quebrado, com terra espalhada por toda parte, mas também uma mulher bastante bonita e arrogante, com um sorriso bem desenhado e um olhar tão penetrante que me atravessou o peito.— O que você está esperando, empregada? Recolha! — gritou ela, chutando a terra com a ponta do sapato, espalhando-a.Minhas mãos apertaram o cabo do meu esfregão e eu me esforcei para sorrir. Eu reconhecia sua voz. Era a mulher com quem Lucien havia falado no hangar. Sem dizer nada, aproximei-

CAMILLE ASHFORDCom ambas as mãos sobre o peito, afastei Lucien, cheia de raiva.— É isso que você quer? Tudo bem! — respondi enquanto tirava o uniforme, mostrando cada marca, cada hematoma e cada inflamação, não apenas resultado do trabalho árduo, mas também da crueldade dele. — Gosta do que vê, bonitão? Veja o que conseguiu em tão pouco tempo! É todo seu! Aproveite sua boneca quebrada o quanto quiser e depois me deixe em paz!Desta vez não foi tão fácil. Lágrimas escorriam pelo meu rosto e meus lábios tremiam enquanto eu mostrava meu corpo, deixando apenas a lingerie e exibindo meus ferimentos. Suas mãos diminuíram a velocidade, mal desabotoou a camisa quando seus olhos se moviam na minha pele, em cada hematoma.— Desagradável... não é? — soltou com um suspi

LUCIEN BLACKWELLNaquela noite, eu os vi discutindo discretamente. Não gostava da maneira como Aston olhava para minha irmã, mas mesmo assim fiquei à margem por causa dela.— Eu posso cuidar de tudo — disse entre dentes, olhando fixamente para Aston, pronto para pular em cima dele assim que Anna me desse a ordem, mas ela segurou meu rosto entre as mãos e sorriu para mim.— Escute-me bem... — Embora seus olhos estivessem vermelhos, ela tentava parecer a mulher feliz e forte de sempre — ... isso é algo entre Aston e eu. Eu não gosto que você use sua força bruta para resolver qualquer detalhe. Deixar você cuidar disso seria como querer matar uma mosca com um lança-mísseis.Sorri junto com ela, ela sempre teve a habilidade de me deixar bem, mesmo nos momentos mais complicados.— Só me diga que você não vai