Capítulo 52O tiroteio começou. No meio da confusão, Ethan puxou Isadora e Richard. Correram até o elevador privativo, as portas se fechando no exato momento em que uma bala acertava a parede atrás deles.Assim que o elevador abriu, entraram no carro e arrancaram em alta velocidade.Lá fora, a polícia chegava. Um dos oficiais viu o carro de Alexander com a porta aberta, lentamente descendo a rua. O policial correu, entrou no veículo e puxou o freio de mão, impedindo que ele causasse algum acidente.Enquanto isso, os policiais entravam no prédio, armados.***Alexander tentou se aproximar da porta, mas o tiroteio era intenso demais. Balas zuniam no ar, ricocheteando nas paredes e atravessando móveis. Ele recuou, protegendo-se atrás da parede do corredor. O coração batia acelerado, e o suor escorria por sua testa.Quando o som dos disparos cessou por alguns segundos, ele se preparou para entrar. Mas, no exato momento em que deu o primeiro passo à frente, os policiais surgiram pelo corre

Capítulo 54Quinze horas depois, o avião finalmente pousou. O cansaço era visível no rosto de todos, mas mal tiveram tempo para respirar. Um carro preto os aguardava na pista, com os vidros escuros e o motorista calado, sem sequer olhar para trás.A viagem pela rodovia durou cerca de duas horas. A paisagem ia mudando aos poucos, dando lugar a vastos campos com árvores altas e colinas.Quando o asfalto terminou, o carro seguiu por uma estrada de terra esburacada, ladeada por mata fechada. O balanço do veículo era constante. Durante mais uma hora, avançaram entre curvas e subidas íngremes até que, enfim, avistaram uma construção isolada no alto de uma montanha.Era uma cabana grande, de madeira escura, com janelas protegidas por grades e uma chaminé soltando fumaça fina no céu nublado. Um lugar, silencioso... e claramente preparado para que ninguém os encontrasse.Quando o carro parou em frente à cabana, o silêncio pareceu ainda mais espesso. Nenhum som de pássaros, nem vento, apenas o

Capítulo 56Alexander ainda tinha a carta de Richard entre os dedos quando um pensamento o atravessou como um raio: se havia uma carta, poderia havia mais. Ethan era arrogante, mas descuidado. Sempre foi.Levantou-se e voltou a vasculhar o apartamento com a frieza de um investigador. Abriu gavetas, desparafusou fundos falsos, revirou pastas de documentos. E então, em uma caixa de sapato enfiada no alto do armário, achou um verdadeiro tesouro de podridão.Fotos. Muitas fotos. Algumas antigas, outras recentes. Ethan em festas, quartos de hotel, eventos escondidos da sociedade.Mas foi um envelope marcado com o nome Andrei que fez Alexander parar. Dentro, havia impressões de e-mails trocados entre Ethan e um homem, mencionando acordos ilegais com empresas fantasmas e movimentação de dinheiro não declarado. Até seu casamento com Isadora fazia parte dessa sujeira.- Então era isso... - Alexander murmurou, os olhos estreitados.Tudo fazia parte de um plano. Um casamento falso, uma aliança s

Capítulo 58O helicóptero havia pousado há algumas horas, mas o plano de aproximação foi minuciosamente discutido entre Alexander, o delegado e a equipe da polícia local.Eles decidiram descer a cerca de dois quilômetros da cabana. E dali seguiram a pé, silenciosos como sombras, calçando botas próprias para a neve espessa e carregando lanternas de luz vermelha, para não chamarem atenção. O frio cortava a pele, mas a adrenalina de Alexander o impedia de sentir qualquer coisa além da raiva e do medo por Isadora.— Estão vendo aquela luz ali? — sussurrou o delegado, apontando entre as árvores.Alexander assentiu. Seus olhos estavam fixos, como os de um predador à espreita. O local era cercado por uma densa floresta, a cabana se escondia atrás de árvores altas e cobertas de gelo. A estratégia era clara: dividir o grupo em dois. Enquanto uma parte dava a volta para surpreender pela lateral, Alexander e o delegado iriam por trás, pela entrada menos visível com outros agentes.Com os sinais

Capítulo 60Alexander deu um passo à frente, engolindo seco, sentindo um nó na garganta.— Porque você... só pode ser o meu filho perdido — respondeu com a voz embargada, os olhos marejados, por finalmente tê-lo encontrado.Isadora levou a mão à boca, emocionada, o peito apertado por um amor que atravessava o tempo.— Você é o nosso primogênito — completou ela, com lágrimas descendo silenciosamente.Os três se encararam por um longo momento.Mas antes que pudessem se aproximar, o cenário começou a se desfazer. Ela despertou com a certeza de que aquilo não havia sido apenas um sonho.— O que será que isso quer dizer? — sussurrou para si mesma, ainda tocada pela intensidade do que vivera em sua mente.Horas mais tarde, o avião aterrissou. No aeroporto, o delegado se despediu de Isadora com um breve aceno e dirigiu-se a Alexander com um aperto de mão firme.— Assim que os presos forem trazidos ao país, iniciaremos a busca pela criança desaparecida — disse em tom sério. — Acredito que não