Scarlett POVA noite continuou tranquilamente. O jantar tinha sido simples, mas agradável. A comida estava boa, e a conversa foi descontraída. Jude tinha um jeito de me fazer rir, e algo em sua companhia parecia me fazer bem."Meu Deus, este vinho é maravilhoso!" exclamei após tomar um gole do vinho que ele trouxe para mim."É bom, não é?" Ele ria de forma agradável enquanto me olhava. "Esta garrafa é uma edição limitada da Carter's Wine, o melhor vinho do país, por sinal." Ele parecia orgulhoso de ter conseguido aquilo."Nossa, então, já que você me trouxe uma bebida tão especial, eu devo me sentir realmente especial," eu disse, rindo."Sim, deve, porque você é especial, senhorita Gilmore," ele respondeu, sorrindo para mim de uma maneira íntima que significava muito.Eu também sorri e levei o copo aos lábios novamente, saboreando o vinho bom e agradável. Eu não sabia exatamente o que ele esperava de mim, mas uma parte de mim não queria afastá-lo.Havia algo nele que me fazia sentir c

ScarlettEu não sabia se ria ou suspirava com a situação em que me encontrava. Jude, sempre com aquele sorriso convencido e olhos brilhantes, parecia se divertir me observando organizar os papéis no escritório do estúdio de filmagem. O jeito que ele falava, suas insinuações e sua maneira descontraída eram inegavelmente charmosos, mas, ao mesmo tempo, profundamente irritantes. Era como se ele soubesse exatamente como me desconcertar."Parece que alguém leva o trabalho muito a sério," ele comentou, encostado na porta, braços cruzados e um sorriso travesso nos lábios. "Será que algum dia você vai me ensinar esse truque de organização impecável? Ou é algo que só você sabe fazer?"Levantei o olhar de onde estava empilhando relatórios e tentei parecer desinteressada. Ele sempre tinha uma piada pronta, e eu sabia que, se eu entrasse no jogo, ele ficaria ali o dia todo. "Talvez seja um talento natural," respondi, ajustando um dos papéis para me distrair. "Não sei se conseguiria ensinar."Ele

Nick POVA porta finalmente se abriu, mas quem apareceu diante de mim me deixou paralisado. Três crianças surgiram, com expressões curiosas, me encarando com uma intensidade que eu não esperava. Por um momento, fiquei sem ar, incapaz de entender o que estava acontecendo. Eram trigêmeos, e não havia dúvida de que eram meus filhos. As semelhanças eram assustadoras. O tom do cabelo, o tom dos olhos... cada detalhe deles gritava Scarlett e, ao mesmo tempo, uma parte de mim."Quem é você?" perguntou um deles, com uma voz firme e inquisitiva, soando mais como um adulto do que uma criança tão pequena. Fiquei sem palavras por um instante. Olhei para ele e para os outros dois ao seu lado. Uma das crianças, com uma expressão doce, mas curiosa, arregalou os olhos, me observando com uma intensidade que me fez sentir como se estivesse sendo analisado.Queria dizer algo, explicar que eu era o pai deles, mas as palavras não vinham. Era como se o simples ato de dizer isso, de finalmente me aceitar co

Scarlett POVAinda não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Nick estava ali, parado na minha frente, furioso como uma tempestade, enquanto Jude, com o lábio sangrando, me olhava com uma expressão de desafio e confusão. Tudo ao meu redor parecia estar em câmera lenta. As luzes do bar piscavam, a música ainda estava alta, mas minha mente estava em completo caos."Nick, você precisa parar com isso agora!" gritei, tentando empurrá-lo para longe de Jude. Ele se virou para me encarar, os olhos ardendo de raiva e... algo mais. Algo que eu não conseguia decifrar."Não vou a lugar nenhum até resolver isso, Scarlett.""Resolver o quê? Não há nada para resolver!" Minha voz tremia, metade por frustração, metade por constrangimento. Eu sentia os olhares das pessoas ao meu redor, mas não me importava. O constrangimento era o menor dos meus problemas naquele momento.Jude se levantou completamente e deu um passo à frente. "Olha, cara, você precisa se acalmar. Scarlett e eu estávamos apenas

Scarlett POVEu sabia que Nick estava certo. Era como se todas as justificativas que acumulei ao longo dos anos desmoronassem em um único instante. Ele tinha o direito de saber sobre as crianças e o direito de fazer parte de suas vidas. O jeito que ele me olhava, com dor e determinação, tornava impossível continuar negando isso. Entrei em seu carro sem trocar mais uma palavra. O silêncio entre nós era tão denso que parecia preencher o espaço do veículo, comprimindo o ar ao redor. Cruzei os braços, tentando me proteger de algo que eu nem tinha certeza do que era.Nick dirigia com o maxilar tenso, os dedos apertando o volante como se estivesse segurando as rédeas de um cavalo prestes a disparar. Olhei para seu perfil sob a fraca iluminação das ruas. Ele não me encarava, mas eu podia sentir sua energia, como uma tempestade silenciosa prestes a explodir. A luz dos postes passava por nós, dançando no painel, e cada vez que ele apertava o volante, parecia que algo dentro dele estava à beira