Meses depois...NuriaAcordei com a sensação de que alguém tinha colocado um bloco de pedra em cima da minha lombar.Na verdade, era só a minha barriga. Imensa. Redonda. Impossível.Tentei me mexer, mas os travesseiros... que antes eram um conforto,  agora pareciam armadilhas de um campo de guerra. Um sob as pernas, outro nas costas, dois me impedindo de virar de lado. Até o lençol parecia cúmplice da minha prisão."Stefanos...", murmurei, com a voz arrastada pela madrugada.Nenhuma resposta.Claro

StefanosO quarto estava mergulhado num silêncio sagrado, interrompido apenas pelos sons suaves da respiração dela… e os pequenos ruídos de Kiara mamando com uma concentração feroz.Nuria estava recostada na cama, os cabelos presos num coque malfeito, os olhos pesados, mas cheios de brilho. Havia algo nela agora… diferente. Uma luz nova. A luz da maternidade.E Kiara…Minha filha.Minha herdeira.Meu mundo inteiro encolhido em pouco mais de três quilos e meio de pura intensidade.Apoiei os braços no encosto da poltrona ao lado da cama e fiquei ali. Apenas... olhando."Você está me encarando como se ti

KiaraO portão da mansão se fechou atrás de nós como um aviso: a liberdade acabou.Juliana ao meu lado parecia menor. Os olhos inquietos, a boca crispada num silêncio nervoso. Ela sabia o que vinha e que eu seria a linha de frente.Subimos os degraus da entrada com o passo de quem volta para o campo de batalha.A porta foi aberta com violência antes mesmo que tocássemos na maçaneta.Stefanos Varkas estava ali.Na penumbra do hall, com os olhos prateados faiscando como prata derretida.Braços cruzados.Mand&iacu

KiaraEntrei no quarto como um furacão."A porta bateu com força demais e, sinceramente? Não me importei.Meu peito ainda arfava. De raiva. De frustração. De tudo o que meu pai disse.Mas, principalmente… do que eu não disse. Do que ficou entalado entre o orgulho e o medo.Joguei a jaqueta na cadeira, tirei as botas com pressa, como se cada peça me libertasse um pouco mais daquela discussão. Andei em círculos pelo quarto, os punhos fechados, o coração em disparada, só que não era só pela briga.Era&n