O tom direto da sua pergunta me pega de surpresa. Sinto um arrepio involuntário na espinha e meu coração acelera. Apesar do dia maravilhoso e da mudança significativa que Sean mostrou nas últimas duas semanas, ainda não me sinto preparada para contar a ele que estou grávida. Não ainda.— Não é nada de mais, Sean. Só que meu estômago está meio ruim desde Chicago — digo, tentando soar casual enquanto desvio o olhar. — Você mesmo presenciou, lembra? Desde então, tomo uma medicação prescrita pelo médico. Como eu dormi aqui e não tomei o remédio, prefiro não arriscar.— Não seja por isso. — ele diz, deixando a taça em cima do balcão. Ele pega o celular no bolso e me encara. — Podemos pedir o seu remédio, o que acha?— Não precisa, Sean.— Insisto, Zoe. Me deixe cuidar de você pelo menos hoje — ele insiste, balançando o celular. — Pode me dizer qual o nome do remédio?Ciente de que resistir só levantará mais suspeitas, finalmente digo o nome do remédio de enjoo que tomo. Sean digita rapidam

“Por Sean Gallagher”Saio do quarto e sigo para o closet, deixando Zoe refletindo as minhas palavras. Após o dia que passamos, conhecendo um pouco mais sobre sua vida, finalmente consigo compreender o medo que há em seus olhos.Cada um sabe o peso de suas cicatrizes, e para quem teve que aprender a se virar sozinha desde cedo, o receio de criar novos machucados é completamente compreensível. Mas isso não me impede de tentar tê-la para mim.Alguns minutos depois, volto para o quarto e a vejo ainda sentada na beirada da cama, com um olhar perdido, claramente imersa em pensamentos. Tento manter a expressão indiferente, mas a verdade é que estou inquieto. Não estou acostumado a esperar, a deixar as coisas no ar. Gosto de controle, de saber exatamente onde estou pisando. Mas com Zoe, é diferente. Tudo com ela é diferente, ou eu não estaria insistindo tanto nisso.— Podemos ir? — indago, atraindo seu olhar para mim. — Sabe que, por mim, você poderia ficar o tempo que quisesse, certo?— Eu s

Após ter passado o restante do dia conversando com Ellie, consegui me esquecer temporariamente de todos os meus medos em relação a Sean. Mesmo que ainda não tenha conseguido decidir entre a razão e a emoção, me senti aliviada em ver as coisas por um ponto de vista diferente.Pode ser que Ellie tenha razão e que eu deva usar esse tempo a meu favor antes de seguir realmente com essa gravidez sozinha, mas ainda há uma vozinha dentro de mim, bem lá no fundo, pedindo para ir com calma.Com uma nova semana se iniciando, termino de me arrumar e me sento para tomar café. Logo, Ellie surge na cozinha, preocupada por estar atrasada. Trocamos breves palavras e me despeço dela, preferindo deixar o carro com ela para não atrasá-la ainda mais.Alguns minutos depois, ao chegar na empresa, encontro Beatrice esperando o elevador. Seu olhar direto sobre mim diz tudo. No entanto, por mais que eu saiba que não devo explicações a ninguém sobre minha vida pessoal, decido esclarecer as coisas com ela para e

“Por Zoe Adkins”Quando abro a porta, encontro Sean e Stefano em uma conversa animada. Como sempre, o olhar de Sean, carregado de um desejo que parece não ter fim, se mantém fixo em mim, mas é Stefano quem quebra o silêncio primeiro.— Justo a pessoa que eu queria ver! — Stefano diz, encarando Sean brevemente antes de me olhar, abrindo um sorriso. — Foi difícil cuidar do meu primo bêbado? Espero que ele não tenha te dado muito trabalho.— Se foi difícil? — respondo, revirando os olhos enquanto entro na sala. — Cuidar de um bebê teria sido mais fácil, Stefano. Mas já que estamos falando de cuidar de alguém, você levou a sério quando disse que ia se certificar de que Ellie chegaria bem em casa, não é?Com a minha provocação, a expressão de Stefano muda rapidamente e seu sorriso diminui um pouco. Sean solta uma risada diante da reação do primo.— Quem fala o que quer, ouve o que não quer — provoca o CEO, ainda rindo. — Mas você tocou em um ótimo ponto, Zoe. Conte-nos mais sobre isso, car

Após combinar o almoço com Kate, volto a me concentrar no trabalho por alguns minutos. Logo, minha atenção é desviada pela notificação de mensagem da minha mãe e seus cuidados diários. Após responder quase um relatório sobre como está sendo o meu dia, observo a hora e vejo que o horário do almoço se aproxima.Levanto-me da cadeira e ajusto a gravata no reflexo da janela antes de sair da minha sala. Caminho pelo corredor até a sala de Zoe, decidido a informá-la sobre a mudança dos nossos planos.Entretanto, ao me aproximar da porta entreaberta, ouço sua voz ao telefone e, pelo tom, parece uma conversa pessoal. Paro por um momento, hesitando em interromper, mas ao ouvir um nome específico, a curiosidade vence.— … não, Benjamin. Já te disse que isso é assunto meu. — ela resmunga. Termino de abrir a porta e a encontro parada em frente à janela, observando a movimentação lá embaixo com o celular no ouvido. — Obrigada por compreender, ok? Logo, tudo isso chegará ao fim… Sim, juro que estou