Alice olha Aurora dormindo. Rafael está sentado ao lado dela. Um filme passa em sua cabeça. “Catarina, quando ainda criança, chega em casa com a amiguinha. Aurora era uma garota tímida e quietinha. Ela demorou a se abrir. Aurora acompanhava Catarina por todo canto. Madalena, com seu jeito maternal, foi conquistando sua confiança devagar. Com o tempo, ela se mostrou uma garotinha que só precisava de carinho e atenção. As duas meninas eram inseparáveis. Durante as férias, Catarina e Aurora, estavam sempre juntas. Foi quando ela perdeu a família. Mesmo sendo criança, a pessoa que ela procurou, foi Catarina. Madalena já tinha se apegado a ela. Alice, percebendo o apego das duas, não permitiu que Aurora fosse levada para um orfanato. Foi em conversa, que perguntou se ela gostaria de morar com elas. Catarina foi a que mais ficou ansiosa. Ela sempre foi muito imperativa. Aurora era a mais tranquila. Alice procurou saber o que precisava para adotar Aurora. Por ela já ter uma certa

Rafael, beija Aurora dizendo que não demora. Valdo e ele saem rápidos do quarto. Aurora olha para Leonardo. “Eu imagino como está, então peça um café reforçado e vá tomar um banho. Quando Rafael chegar, você troca de roupa.” Leonardo olha Aurora.“Obrigado por me lembrar, eu estou acabado, com tudo. Se me permite, vou usar o banheiro do seu quarto.” Leonardo liga e faz um pedido de entrega no quarto do café da manhã e depois vai tomar um banho. Aurora fica sozinha com Alice, Plínio e Madalena.“Eu não sei, se foi melhor assim, pois não estava junto. Mas vejo, que todos devem ter passado por momentos difíceis. Como peguei a parte em que ela está bem e logo vem para o quarto, consigo pensar melhor. Acho que só eu estou descansada. Todos ficaram a noite acordados. Por isso, tomem um bom café e se arrumem, Catarina, precisa de todos. Ficarem com a aparência acabada, vai deixar ela mal.” Alice sorri.“É incrível como vocês são.” Disse dando um beijo em Aurora. O café chega e Madalen

Leonardo, fica sem saber o que fazer. Ele abaixa dando um suave beijo nos lábios dela. “Não me peça isso. Agora, eu não consigo.” Catarina olha nos olhos dele. Ela vê dor e sofrimento. “Vida, eu te amo muito. Quando eu senti que ia cair, eu acho que te chamei.”“E eu ouvi, eu estava pensando em você.” Catarina sente os olhos lacrimejando. “Eu senti medo. Foi a primeira vez, que fiquei com muito medo.” Leonardo encosta a testa na dela.“Shiiuuu, procure descansar, prometo não sair daqui. Amo você e vou estar sempre aqui.” Catarina afasta o corpo e diz a ele. “Me abraça, para ter certeza que não estou sozinha.” Ele senta na cama e deita de uma forma que possa abraçá-la, sem a machucar. Catarina encosta o rosto no peito dele e chora. Alice, um pouco afastada, chora ao ver a cena à sua frente. Ela não se sente excluída, mas sente que um depende do outro. Alice sai sem fazer barulho, deixando os dois sozinhos. Ela encosta na parede e chora. Plínio e Valdo, chegam e a encontra

Catarina, olha assustada para ela.“Eu estou doente? É por isso que estava no soro?”“Não, querida, você tem arranhões da queda que teve, mas te coloquei no soro para te dar vitaminas, para acelerar o processo de absorver. Não percebeu nada diferente nesse tempo?” Catarina pensa e balança a cabeça. “Não, só cansada mesmo. Também era muita correria. Tudo tinha que estar bem organizado.” A médica olha para ela. “Bem, eu não sei os seus planos, mas você Catarina, pelo exame que fizemos, encontramos alterações no seu sangue. Eu mandei fazer vários testes, e quero lhe informar que você vai ser mãe.” Catarina, arregala os olhos.“Impossível, está errado isso.”“Por que impossível? Afinal é casada, tem uma vida ativa, e na correria que passou, aconteceu.” Catarina, fica olhando a médica com os olhos arregalados. “Mas, eu estava tomando remédio, como foi acontecer?”“Isso, eu não sei. Mas, que está grávida, é um fato. Agora precisamos saber como está aí dentro, pois rolou de uma boa a

Leonardo, a abraça e a conforta. Enquanto ouvia, ele imaginava a cena. Catarina deve ter ficado apavorada, e ele não podia ajudar. Leonardo enche os olhos de lágrimas. “Já passou! Agora está em casa. Eu estou aqui.”“Mas, será que nosso filho realmente vai ficar bem até o final da gravidez?” Leonardo percebe o medo na voz dela. Ele a vira devagar. Ao olhar nos olhos dela, ele diz.“Vai, ele sabe que a mãe dele, é uma guerreira, e vamos amar muito nosso filho. Ainda é uma sementinha, mas é forte como você.” Catarina sorri entre as lágrimas. “Tem certeza?” “Tenho. Então não sinta medo mais, estamos juntos e nada vai nos separar. Este filho será a continuação de nosso destino. Será o primeiro de outros que virão Vamos dar a ele os irmãos que não tivemos. E vão ter os de Aurora e Rafael para estarem ao lado dele.” Catarina se aconchega nos braços dele e adormece. Leonardo, suspira e com o calor do corpo dela e o cansaço, acaba dormindo com ela. Na casa de Alice, eles estão conver