Nessa mesma noite, José Luis contactou o seu advogado, mas este disse-lhe que não se encontrava no país. José Luis explicou-lhe porque precisava dele numa emergência e o advogado recomendou-lhe que redigisse ele próprio a certidão de divórcio e lha enviasse por correio eletrónico para que ele a assinasse digitalmente e lha devolvesse.Com as mãos a tremer, o milionário começou a redigir a certidão do seu próprio divórcio, cada palavra que escreve parece que um punhal lhe trespassa a alma, cada parágrafo que forma, sente que a sua vida acabou, a sua família foi destruída, o seu casamento está perdido, mas, por muito que ame a sua mulher, está disposto a libertá-la para que ela possa ser feliz.Não se oporá ao facto de ela ficar com os filhos, pois sabe que, estando com ela, eles não sofrerão porque ele depositará muito dinheiro todos os meses ou todas as semanas, se possível, para que eles o desfrutem como quiserem, incluindo ela também. Além disso, tem a certeza de que não lhes faltar

-O que é que isto quer dizer, advogado? -perguntou a rapariga, levantando o olhar e agitando as folhas de papel onde está escrito o pedido ou desejo de José Luis.-Bem, é o acordo de divórcio que a senhora e o seu marido, o senhor Villanueva, acordaram. -O advogado responde com ironia.-Eu já sei isso, o que eu quero saber é porque é que aqui diz que o José Luis passa todos os seus bens para mim, absolutamente tudo. Olhe advogado, eu não estudei direito, mas entendo que no meu caso eu ficaria com cinquenta por cento dos bens que ele tem, mas eu não quero nada dele, quero divorciar-me sem nenhum dos seus bens, a não ser que sejam para os filhos, mas isso é demais para eles.-Foi isso que ele decidiu, minha querida, ele saberá porque o fez, eu não tenho nada a ver com os assuntos ou decisões do meu cliente. -esclareceu o advogado.José Luís enlouqueceu, eu pedi-lhe o divórcio, mas não lhe exigi dinheiro nem bens materiais que só lhe custam a ele. -Não o aceito, advogado. Ordeno-lhe que

Narra José Luis...Pensei que a minha namorada se arrependeria à última hora, mas não o fez, assinou o maldito divórcio, transformando-me num homem desgraçado e abandonado.Eu sei que ela não o fez pela fortuna que lhe dei, fê-lo porque já não quer sofrer ao meu lado e isso magoa-me muito, mas eu compreendo-a e tenho consciência de que ela merece estar longe de mim e... talvez mereça também encontrar um homem que a trate como uma princesa desde o início, coisa que eu, devido ao meu ódio por ela, não consegui fazer. E quando me apercebi do meu erro, tentei emendar-me, mas era demasiado tarde, ela já tinha tomado a decisão de se separar de mim.Dói tanto estar separado dela, e sei que vai doer ainda mais quando for visitar os meus filhos e ela já se tornou dona de outro homem, um homem que não será um idiota como eu, um homem a quem talvez os meus filhos chamem papá um dia e que se sentirá afortunado por tê-los consigo, mesmo que não tenham o seu sangue.Mas não, não me vou preocupar co

Um mês depois...José Luis...Chegou a hora de regressar a casa, um mês pareceu-me uma eternidade sem ter a oportunidade de ver o meu filho, um mês foi suficiente para que a minha vida desse uma volta de cento e sessenta e cinco graus, fiquei a meio desta maldita viagem que talvez nunca devesse ter feito.Estou a caminho do aeroporto internacional de Tocotín, só o meu amigo Alberto sabe da minha chegada e é ele que me vai esperar para me levar no seu carro até minha casa. A mulher de Alberto não sabe onde estive, não sabe onde me vim refugiar para fugir ao amor que sinto pela sua amiga Clara Isabel.Quando cheguei à cidade de Tegucigalpa chamei o meu amigo para me ir ajudar com as malas, trouxe uma que estava cheia de brinquedos para o meu filho, o melhor que podia haver no mundo, ele é o príncipe que está a tomar conta da mulher que amo e, por isso, merece o melhor do melhor.-Está tudo bem, irmão? -pergunta Alberto quando nos encontramos. Abraçámo-nos e beijámo-nos na face, o que é

Clara Isabel pegou no filho e levou-o para casa para o interrogar, não o queria fazer para não reviver as palavras que a rapariga lhe tinha dito, mas a sua curiosidade era tanta que não conseguiu aguentar a vontade nem por mais um minuto.-Quem são os cavalheiros que estavam a cuidar de ti, meu amor? -Perguntou ela, fazendo com que a sua voz soasse muito normal.Não sei o nome da rapariga, mas o marido dela é tenente das Forças Armadas e têm um bebé mais ou menos da minha idade, e eu brinquei com ele durante muito tempo até tu vires buscar-me. -O rapazinho mentiu.-É verdade, querida? Pensei que era o teu pai que estava lá.-Não mamã, é outro homem e estava vestido com um fato de tenente, se visses como esse homem é bonito, apaixonavas-te por ele. -brincou o rapazinho.-Oh, filho, não me digas essas coisas, esse homem é casado e temos de respeitar a sua condição. Além disso, não tenho olhos para mais nenhum homem neste mundo a não ser o teu pai.-Tens saudades do meu papá, mamã?-Com