Viviane, com um tom de desconfiança, perguntou:— Já que você já tem os dados da Flaviane, por que não os enviou diretamente para mim?Dessa vez, Ricardo ficou em silêncio por um longo tempo antes de responder:— Quando eu recebi os dados, estava do lado de fora do restaurante. E então, eu vi você indo se encontrar com o Samuel.Viviane, surpresa, exclamou:— Você estava do lado de fora do restaurante?Que coincidência, não? Isso significava que ambos, provavelmente, receberam os dados da Flaviane mais ou menos no mesmo horário.Não...Viviane olhou para Ricardo, mas ficou sem palavras.Após um longo silêncio, Viviane desfez o cinto de segurança e saiu do carro. Ricardo, sem entender, observava suas ações. Só quando ela se sentou no banco do passageiro, ele finalmente percebeu o que ela queria dizer.— Então, eu ganhei?Viviane mordeu os lábios e respondeu:— Acabei de calcular o tempo. Você começou a investigar a Flaviane um dia depois do Joaquim, então, no fim das contas, você realm

— Por quê? — Viviane perguntou, confusa.Viviane olhou pela janela de vidro transparente em direção ao restaurante, mas a decoração lá dentro não parecia ter nada de especial. Ela realmente não conseguia entender por que Ricardo insistia tanto para que jantassem ali.Se Ricardo queria comer, ele poderia facilmente fazer isso em um hotel de sete estrelas. O ambiente seria elegante, muito mais do que ali, não apenas dez vezes melhor, mas mil, mil vezes superior.— Este lugar tem uma lenda. — Ricardo finalmente falou.Viviane levantou os olhos e olhou para Ricardo.Ricardo parecia hesitante, demorando um pouco antes de finalmente dizer, lentamente:— Dizem que, mesmo os casais que chegam a um ponto de discussão tão forte que a separação é inevitável, podem se reconciliar depois de comer aqui.Viviane ouviu, e não pôde evitar rir:— Então é por isso que você me trouxe aqui para jantar?Ricardo não confirmou nem negou, apenas olhou para frente, como se não tivesse ouvido nada do que Viviane

Ricardo observava o perfil de Viviane, como se tivesse adivinhado o que ela estava pensando:— Se você quiser ir ao bar, podemos ir ao bar.Viviane se surpreendeu:— Sério? — Ricardo assentiu. Viviane olhou para a tela. — Então vamos esperar terminar o filme e depois vamos ao bar. Após o bar, podemos caminhar pela rua. À noite, quando não há ninguém, é a melhor hora para andar por aí. Você já fez isso?Antes que Ricardo tivesse tempo de responder, Viviane continuou:— Tenho certeza de que você nunca fez algo assim. Olha, é muito divertido. E quando passam alguns carros, aí é que fica ainda mais divertido. Aquele momento em que, no silêncio, alguém quebra a tranquilidade... Ricardo interrompeu ela suavemente:— Qualquer coisa que você queira fazer, eu te acompanho, mesmo que seja para não voltarmos para casa hoje à noite.Viviane hesitou por um momento antes de perguntar:— Não tem problema?Ricardo respondeu, com a voz calma:— Que problema teria?Sob a luz suave, o olhar de Ricardo e

Mas como ninguém ofereceu uma escada, essa pessoa teve que continuar a ficar parada nas nuvens, olhando com medo para o chão abaixo.Se, naquele momento, alguém tivesse estendido uma escada, talvez essa pessoa teria conseguido descer e encontrar seu caminho.Viviane abriu os olhos e olhou para o relógio. Havia se passado meia hora. Ela enxugou os pés e desceu as escadas, parando no topo para observar Ricardo sentado na sala de estar, lidando com alguns assuntos."Se nesse momento Ricardo me oferecesse uma escada, eu desceria e o perdoaria?" Esse pensamento passou rapidamente pela sua mente, deixando seu coração em um turbilhão de confusão. Viviane rapidamente afastou o olhar e desceu até onde ele estava.— Você está resolvendo algo? — Perguntou ela.Ricardo, ao ouvir o som de seus passos, levantou a cabeça e respondeu:— Sim.Viviane se sentou no sofá, a apenas um metro de Ricardo.Ambos ficaram ali, em silêncio, sem a necessidade de forçar uma conversa ou de quebrar o clima com pal

Flaviane, lutando contra o suor em seu rosto, forçou um sorriso:— Eu estou ouvindo, Srta. Viviane. Talvez seus pais tenham algum motivo para agir assim, não acha?Viviane franziu a testa imediatamente e respondeu:— Você acha que eles têm algum motivo? Que tipo de pais entregariam sua filha a um homem que quer pegar o rim dela? — Flaviane ficou em silêncio diante da pergunta de Viviane. A jovem continuou, falando consigo mesma. — Talvez eu nem seja filha dos meus pais, por isso eles me trataram assim.Flaviane sentiu um aperto no peito. O suor em sua testa já escorria até seu peito, e a sensação de umidade se misturava com a dor da roupa grudada em sua pele. Ela estava desconfortável.— Srta. Viviane, como você pode pensar assim? Nesse mundo existem muitos tipos de pais, e cada um tem seus próprios motivos.— Tudo bem. — Viviane olhou para Flaviane, que estava completamente suada, com o rosto avermelhado. Só então, ela esboçou um sorriso, mas rapidamente o diminuiu, deixando uma expre