Capítulo 5

Passaram-se alguns dias e já era sábado novamente. Os dias passaram na mesma rotina e levaram consigo minha mudança de humor, porém, não me livraram das lembranças.

Weben e eu falamos poucas vezes desde a passada segunda-feira, porque seus afazeres mantiveram muito ocupado. Mas, numa destas vezes, marcamos um encontro rápido, no início da noite de sábado, no fim da minha rua. Mas, por motivos pessoais, ele se atrasou.

Nos sábados, os jantares na minha casa eram mais tarde. Este factor me deixava pensativa em relação a qual desculpa inventar para sair tão tarde, porque sair sem ser percebida era um risco que eu não queria correr de jeito nenhum!

Estávamos todos reunidos na sala e super atentos ao único seriado que conseguiu conquistar a todos nós: Prision Break. Olhei para meu pai e ele mordiscava os nós de seus dedos, minha mãe limava suas unhas das mãos enquanto trocava comentários com meu irmão mais novo, deitado no tapete da sala. Eu controlava os minutos que pareciam levar o dobro da eternidade para passar.

Quando senti meu telefone vibrar contra meu queixo, soube que era ele sem nem precisar ver.

- Mãe e Pai, posso ir sentar lá fora um pouco?

- Que horas são? - meu pai perguntou sem tirar os olhos da TV.

- 10 para as 22h. - respondi depois de olhar para a tela do meu telefone.

- Está tarde!

- Pai! - chamei por ele e juntei as mãos próximo à cara em súplica - Só quero sentar lá fora.

- Para quê? - minha mãe questionou com tom de diversão.

- Tem alguns vizinhos a conversarem lá. Não vou ficar por muito tempo, juro.

- Espero que não. E encosta a porta quando sair! - minha mãe disse e olhei para meu pai que continuava atento.

- Tá bem, mãe. - sorri e me levantei puxando a borda do meu vestido para baixo.

Andei em direcção à porta e parei assim que meu pai chamou pelo meu nome.

- Pai? - respondi assim que coloquei a cabeça para dentro do cômodo.

- 30 minutos! - lembrou - E vai vestir uma camisola!

Obedeci e fui imediatamente para meu quarto, mas não para vestir uma camisola, para organizar meu cabelo e hidratar meus lábios. Pensava que estava fresco do lado de fora, por isso fiquei do vestido florido confortável e chinelos. Hidratei meus lábios, levei o doce que estava no bolso do vestido, abri e meti na boca antes de sair do quarto apenas com meu telefone na mão. 

- Já vou! - disse assim que passei da sala e saí que nem vulto.

Alguns minutos depois das 22h, eu caminhava abraçando meu próprio corpo e me arrependia amargamente por não ter seguido o mandamento do meu pai. O ar estava gélido.

Grilos como sempre cantavam em coro enquanto eu me via à poucos passos do local do encontro. Já via de longe aquele carro impossível de confundir e devido a noite, sua figura era um esboço moreno por trás daquele vidro.

Me apressei e entrei no carro. Afundei no banco assim que o ar quente acariciou minha pele e sua voz preencheu o lugar com palavras de saudação.

- Boa noite, tudo bem? 

- Tudo...- tirei o doce da boca -...e aí?

- Melhor agora. Adorei seu vestido. - disse olhando para minhas coxas.

Só então percebi que o vestido estava um pouco acima do normal, ou seja, mais acima do meio das minhas enormes coxas. 

- Seria de se admirar caso não adorasse. - devolvi o doce na boca para deter um sorriso teimoso. 

Aquele moço mal sabia disfarçar sua tara perante o monumento que meu vestido embrulhava. A satisfação me fazia saltitar internamente, porque reconheço que a escolha do vestido teria sido feita para aquele fim.

Um silêncio pairou no ar enquanto eu ouvia a música "Bitch don't kill my vibe" do Kendrick lamar bem no fundo, deixando a perceber que o volume estava baixo.

Dispertei dos meus pensamentos ao perceber que me encarava de forma exorbitante. Sorri para ele diante de meus óculos, que deixavam nítida sua perfeição facial.

- Come here! - falou batendo com suas mãos em seu colo e logo em seguida puxou as mangas de seu moletom preto para cima.

Fiz oque mandou e me movi com um pouco de dificuldade até onde estava. Meu vestido subiu com a maior facilidade e rapidez, expondo mais ainda meu quadril, mas eu não me importei. Ao me sentar em seu colo, depositei minhas mãos em seus ombros e o olhei no fundo dos seus olhos quando minha visão turva me permitia ver os limites de seu rosto cor-de-amêndoa.

- Vai se incomodar se a tua segunda vez for aqui? - sua voz ficou mais rouca e suas mãos enormes premeram meu quadril.

- Nem um pouco. - seria impossível não ceder ao clima infernal que surgia rapidamente.

Beijei seus lábios quentes de forma ébria e suas mãos acariciaram meu quadril como sinal de correspondência. 

Ficamos bons minutos naquilo até que aconteceu tudo denovo. Senti tudo denovo e quanto ele atingiu seu ponto máximo, moveu meu quadril para cima e deixou de me preencher, me fazendo sentir uma dor ligeira. 

- Tudo bem? - perguntou e levantou meu rosto para encará-lo.

- Sim. - assenti e voltei para o banco do passageiro para organizar minha roupa.

Coloquei meus óculos, suspirei e coloquei a alça do meu vestido no lugar antes de dar atenção as palavras que se seguiram.

- Evie! - chamou por mim.

- Oi? - me virei ainda sonolenta.

- Estourou.

Fiquei alguns segundos até entender oque ele dizia, mas o sentido de suas palavras veio à tona quando olhei para suas mãos.

O preservativo tinha estourado.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo