Capítulo 4

O som estava mais alto do que o normal. A comunidade extremamente movimentada naquele dia. Malu e Bella conversavam com as pessoas que permitiam que elas se aproximassem. Alguns meninos só demonstravam interesse para tentar seduzir as jovens. Não disfarçavam os olhares sem pudor.

Isabella observa Roger; o rapaz que parecia ter uma boa condição. Ele estava com o semblante abatido, sem falar nos olhos arroxeados.

- Eu já volto. – Deixou Malu conversando com uma senhora e se aproximou do rapaz. - Roger ? – Se assenta ao lado dele.

- Em carne e osso. – Dá de ombros.

- Tentei falar com você essa semana. – Diz cautelosa.

- Eu sei... - Coça os olhos - Não me leve a mal, essa é a vida que eu tenho escolhido todos os dias e não me vejo preparado pra largar, eu não consigo. - Parece ser sincero.

- Eu entendo. - Coloca a mão em seu ombro - Mas isso não o impede de aceitar meu convite de ir ao culto.

- Tudo bem, eu vou pensar nisso. - Se levanta - Agora tenho que ir.

Bella retorna para onde Malu se encontra com uma expressão temerosa.

- O que foi? – Estranhou. – Está ficando pálida!

- Estou com medo - Cochicha no ouvido da amiga.

- Medo? Porquê? – Pergunta confusa. – Aconteceu alguma coisa?

- Tem um cara armado que não tira os olhos de você. – Bela faz menção em virar-se, no entanto a amiga impede. – Disfarça, por favor! - Repreende.

Disfarçadamente, a jovem escrutina o local onde ela disse que o rapaz estava observando.

- Não tem ninguém ali. - A puxa. - Deve ter sido impressão, vamos !

Fazia exatamente uma hora que evangelizavam debaixo do sol escaldante.

- Sinto que estou derretendo. – Malu reclama se abanando com uma folha.

- Eu também. – Bella prende os cabelos em um coque frouxo. - Vamos fazer uma parada? Tomar um suco.

- Ótima ideia.

As jovens entram no pequeno bar que estava lotado por sinal.

- O que vão querer? - Uma senhora simpática pergunta.

- Um suco de laranja. - Malu responde prontamente.

Bella, como uma boa libriana torceu o lábio indecisa.

- Pode me dizer se aqui tem algum banheiro? - Malu pergunta a senhora.

- Tem sim, ali do lado. - Aponta a esquerda.

- Obrigada! - Sorri - Já volto Bella! - Se retira.

- Eu vou querer um guaraná. – Bateu a ponta do dedo levemente no balcão.

A atendente rapidamente colocou a latinha e um canudo no balcão.

Bela começou a beber o refrigerante gelado que descia rasgando pela sua garganta, quando alguém segurou fortemente seu braço, fazendo-a derrubar o líquido em sua camiseta branca. Não conseguiu ver o rosto, porque foi arrastada no meio das pessoas para fora do lugar.

Fora do montinho que havia no bar, ergueu a cabeça e encarou Allan. Enraivecida passou a mão pela blusa novinha com uma mancha enorme.

- Só podia ser o tosco do "Dono do morro". – Fez aspas ao dizer sem pensar.

- Fica sussa mina. – Sorriu achando graça.

Ela ficava linda braba.

- Olha o que você fez? - Aponta irritada para a blusa molhada.

- Assim dá pra ter uma visão responsa. - Morde o lábio inferior.

Ela respirava fundo tentando encontrar um pingo de paciência que fosse. O rapaz parecia roubar sua sanidade.

- O que quer? - Trincou a mandíbula, fuzilando-o com os olhos.

- Sobe na moto! - Diz sério apontando para o veículo.

- E porque eu faria isso? - Arqueia a sobrancelha.

- Porque... - Se aproxima dela, ficando perto demais. Ela podia sentir o hálito quente dele contra sua pele - Eu estou mandando. - Completa.

- Sinto dizer, mas você... - Ele pega Isabella no colo e sem permissão a coloca sentada na moto. Faz com que ela agarre sua cintura e parte para o alto do morro com velocidade.

[..]

- Vai continuar com essa tromba? – Lhe guia até uma bela vista. O lugar é alto demais. Assustada, fecha os olhos. - Que foi ? - Passa a mão em seu pescoço e chega nos cabelos, soltando os fios presos. - Você é linda!

O coração dela parece querer sair pela boca. Permanece imóvel com os olhos fechados, enquanto ele se aproxima mais e mais...e cheira o cabelo dela. Todo corpo da jovem se estremece. Seu impulso foi de se afastar.

- Eu tenho que voltar, minha amiga deve estar preocupada. - Se atrapalha um pouco com as palavras.

- Não é isso que tu quer. – Allan torna a segurar o rosto da jovem, olhando diretamente os lábios carnudos e rosados que ansiava tomar para si.

- Você não pode saber o que eu quero. – Bella diz firme.

- Não precisa admitir. Seus olhos denunciam. - Diz rouco. – É notável que uma grande conexão existe entre nós.

O rosto deles ficam próximos.

A menina trêmula sem pensar acabou dando uma joelhada no meio das pernas de Allan. Ele se afastou no mesmo segundo com uma expressão de dor e fúria.

- Desculpa, mas não vi outro jeito de...

- Fuleragem... - Trinca os dentes - Se liga na fita ruivinha, tu me paga.

Sem pensar duas vezes a jovem sai do alto do morro correndo.

[..]

Na entrada da comunidade encontrou Malu e Cris com expressões preocupadas. Ela corre até eles de forma ofegante e desajeitada.

- Bella. - O irmão a abraça - Onde estava?

- Fiquei preocupada amiga. - Malu a encara seria.

- Eu me distraí. – Dá de ombros.

- Vem com a gente Malu? – Cris pergunta a amiga da irmã.

- Vou sim Cris. – Sorriu.

Bella foi diretamente para o quarto assim que chegou em casa.

- Porque meu Deus? Porque ele não sai da minha mente. – Se pergunta repetidas vezes.

Eles eram de mundos e convicções diferentes. Depois do banho, ela vagarosamente desceu as escadas. Reparou o clima agradável que pairava na sala. Observou o irmão e a melhor amiga; como gostaria que Cris tivesse sentimentos recíprocos ao de Malu.

A jovem se junta a eles no sofá e juntos assistem filme.

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