A luz do sol adentrava: iluminando o quarto. Bella levantou preguiçosamente e iniciou sua higiene matinal.
O céu estava límpido. Fazia uma bela manhã de domingo.
- Bom dia. – Entrou na cozinha.
- Diego ligou, a evangelização começa mais cedo e termina quase umas cinco horas. - Cris avisa assim que vê sua irmã apontar.
- Ok. – Encolheu os ombros desanimada.
- Aconteceu alguma coisa? – O pai perguntou analisando-a.
- Não, só estou com sono ainda. – Omitiu. Sentou-se na mesa, puxando a caixa de cereal.
- Por um segundo pensei que você tivesse encontrado... – Não completa a frase. O pai se referia ao criminoso.
- Não encontrei ninguém. – Pôs uma colher cheia da refeição na boca.
- Querida, come devagar. – A mãe repreendeu.
O resto da manhã passou em silêncio. Cada um em seus afazeres.
Bella se arrumava para mais um dia de evangelização. Sentia-se vagamente desconfortável.
Alguns minutos depois se encontrou com o irmão no estacionamento.
- Você está estranha, tem certeza que não aconteceu nada? – A encara.
- Tenho Cris, só estou cansada hoje. – Forçou um fraco sorriso.
O trajeto até a comunidade foi rápido. Os jovens cumprimentavam uns aos outros.
- Seu irmão está lindo hoje! - Malu sorria abobada.
- Ele sempre está. – Afirmou divertida.
Malu puxou a amiga para o canto.
- Enquanto você tomava banho ontem, conversamos um pouco. - Encolhe os ombros. - Ele me vê como uma irmã mais nova. – Sua expressão continha desapontamento.
- Amiga, pede a Deus uma direção para que você não alimente um sentimento e depois se machuque. – Isabella aconselha.
- Eu farei isso sim. - Abraçou-a de lado. - O Ryan não vem hoje. – Troca o assunto.
- Por quê?
- Problemas em casa. – Umedeceu os lábios. – O mesmo problema de sempre.
- O pai dele aprontou de novo?
Ryan passava situações complicadas em casa. O pai era alcoólatra além de viver agredindo a esposa.
- Vamos começar então, as mesmas duplas de ontem: pode ser? – Diego chama a atenção de todos.
Bella e Malu encaravam a rua com preguiça.
- Esse barulho vai furar meus tímpanos. – A ruiva reclamou do som diverso e exagerado.
- Hoje está demais mesmo. - Malu concordou.
A jovem se sentiu melhor aos poucos, a medida em que falava do amor de Deus, pôde alcançar a paz interior.
Naquele momento, Allan estava com o pensamento longe. A raiva corroía o seu ser. Não se conformava como a tal patricinha teve a petulância de rejeita-lo.
Isabella, aquela petulante me paga, como teve coragem de me rejeitar daquela forma?!
- No mundo da lua. – Joana dá um leve tapa no ombro do filho.
- Estou indo pra boca, qualquer coisa me liga. - Dá um beijo na bochecha da mãe e retira-se apressado com a metralhadora em mãos.
No portão, Hulk esperava o rapaz.
- Fala brother!! - Apertou a mão do amigo.
Juntos sobem na moto e em poucos minutos chegam na boca.
No escritório, Allan fiscalizava as remessas.
- Qual foi? – Gritou ao ser interrompido.
Hulk entrou na sala tropeçando nas próprias pernas.
- O jumento da facção rival fez merda e veio parar aqui no morro... – Disse rapidamente.
- E o que mais? – Perguntou sem paciência.
- Eles estão invadindo o morro. – Responde como se fosse óbvio. – Juntaram o útil ao agradável. Quer desculpa melhor para afrontar nosso comando?
- Passa o rádio para repolho e Erick. – O comandante da comunidade levantou e saiu correndo.
No exato momento que saiu da boca: contemplou a dona dos cabelos de fogo. A jovem que atormentava seus sonhos. Ela estava sorrindo, e ele parou admirando.
- Bora cara!! - Hulk despertou o amigo do grande transe que havia entrado.
Allan virou-se para o amigo. Com a respiração ofegante pediu algo inesperado.
- Hulk leva ela para o esconderijo.
- Sério? – Arregalou os olhos desacreditado. – Quer me colocar de babá de uma patricinha mimada?
- Não questione uma ordem minha. – Se altera.
Sua voz firme e em tom alto fez com que Bella prendesse o seu olhar no dele por meros segundos antes que o dono do morro saísse em disparada.
Incomodado, Hulk foi na direção da jovem.
- Vem comigo mina. - Hulk segura seus braços.
- Não vou a lugar algum. – Rebate confusa.
- Ordens do chefe, o morro está sendo invadido. – Disse sem humor, puxando-a morro acima.
Ele a leva ao esconderijo. Um lugar pequeno e escuro.
- Aonde você vai? – Perguntou ao vê-lo abrindo a porta, no entanto não obteve respostas.
Sozinha naquele lugar, sentou-se no chão frio. Trêmula de medo, ao ouvir o som de tiros se aproximando. Juntou as mãos em forma de prece. – Deus. Proteja meu irmão, os jovens e todos moradores daqui... – Engoliu a seco. – E o Allan, proteja-o.
Não sabia quanto tempo havia se passado. Mas parecia ter sido longas e duradouras horas.
Se encolheu ao ouvir passos. Suspirou de alívio ao ver a figura de Allan.
- Você está bem? - Se aproxima estendendo-lhe a mão, fazendo com que se levante.
- Já... Acabou? - Pergunta alarmada.
- Sim. Fica sussa, seus amigos estão bem. – A tranquiliza.
Os olhos dela pairaram no braço do rapaz envolto em um pano ensanguentado.
- Você se machucou? - Tocou-lhe e uma eletricidade estranha passou entre eles com um simples toque.
- Um tiro, mas foi de raspão. - Disse um pouco rouco e com os olhos fixos nela.
- Dói? - Sua voz sai falha.
Era recíproco.
Enxergava nitidamente que ele causava sensações intensas dentro dela.
- Não. - Aproximou-se enquanto ela tentava em vão se afastar.
- Obrigada por...
Não a deixou terminar de falar. Com rapidez segurou a cintura dela e enroscou as mãos nos cabelos ruivos sedosos. Tomou a boca de Bella com desejo. A respiração dela pesa tentando se debater, porém aos poucos cede deixando que a língua dele ultrapassasse. Seus lábios são quentes e macios com um delicioso gosto de morango.
Aproveitou o beijo fugaz antes que a razão dela pesasse na balança.
Tinha certeza de uma coisa: A filha do pastor seria sua perdição.
A razão e o coração da jovem diziam coisas distintas. Encontrava-se em uma batalha interna. Recebia o beijo cheio de intensidade e paixão. Mesmo não sendo experiente permitiu-se saborear aquele momento. Rodeou o pescoço de Allan com os braços, e sentiu apertar de modo possessivo sua cintura. O rapaz apressadinho escorregou a mão propositalmente. Tal ato fez Bella reagir de maneira impulsiva: empurrou-o bruscamente. - Isso não podia acontecer... - Um nó se formava em sua garganta. - Foi um erro desastroso. Aquele fora seu primeiro beijo. Apesar de ter gostado, seus princípios cristãos a fazia se sentir errada.- Está me dizendo que meu beijo é um desastre? – A fita desacreditado."Não... É maravilhoso!” – Ela pensou, no entanto emitiu o contrário. – Sim. – Deu de ombros. – Esqueça... faça de conta que esse beijo nunca aconteceu. – Suas palavras saíam com firmeza. - Ok. Já tive beijos melhores. – N
O clima agradável; o sol morno aquecia de leve. Daquela forma uma nova semana iniciava-se. Bella e Cris faziam o trajeto de rotina. - Vamos no cinema hoje? – A ruiva com os cabelos estonteantes o encara. – Por favor!!!- Não resisto a seus pedidos malinha. – Balançou a cabeça positivamente. Ela beija a bochecha do irmão e retira-se do veículo. Se encaminha para a sala. O grupinho de sua algoz já se encontrava no local. A jovem assenta-se e fica rabiscando algo sem importância na mesa. - Santinha!! - A voz enjoada de Paty soou. Bella não faz questão de se virar. Ignorou a menina evitando discussão naquele momento. O professor de artes entrou na sala. Passou uma atividade com tema livre. A jovem encarou a folha ofício sem saber por onde começar. Allan não deixava de habitar seus pensamentos. Desde que o conheceu, algo dentro d
" O amor NÃO escolhe hora ou lugar. Não escolhe cor, profissão ou religião. Ele escolhe corações.”Bella tirava o pouco juízo que o marginal possuía. Os lábios aveludados dela não saíam de seus pensamentos.Minutos antes de estar no bairro de alto escalão, se encontrava na comunidade.- Tá ligado mano? - Repolho abanou as mãos.- Em que? - O olhava entediado.- No bagulho pô, o Ratazana não tá pagando. – Explicava ao amigo que parecia estar no mundo das nuvens.- Tá de brincadeira né mano? Tô me lixando pra esse mané. - Deu um gole na cerveja.- Se liga chefe, ele tá de fuleram com a gente. - Repolho insiste.- Dá um tempo pra ele, se nã
O trânsito na segunda-feira de outono estava caótico. Tal demora no trajeto fez com que Bella chegasse ao colégio um tanto quanto atrasada.A jovem caminhou em direção a sala, emitiu leves batidas na porta: que logo foi aberta.- Licença. – Emitiu um sorriso simpático em direção ao professor de artes.- Entra Isabella. - Abriu espaço.Durante a aula, o professor elogia o trabalho dos alunos. Destaca o desenho de Bella que pareceu tão realista, como se tivesse feito olhos reais pela intensidade concentrada nas linhas.No intervalo passou um tempo conhecendo mais Luana. Percebeu que a jovem não era tão tímida quanto aparentava.- A santinha fez amiga. - Paty fica na frente de Bella com a mão pousada na cintura.- O que quer? – A ruiva pergunta exasperada
Algumas horas depois, Bella retorna a sua casa. Na sala de estar, a família Lira espera sua chegada de modo sério: Insatisfeitos com a desfeita que a jovem havia feito.- Onde estava? – O pai encarou a filha com desagrado estampado no semblante carrancudo.- Esfriando a cabeça. – Ameaçou ir para o quarto, porém foi interrompida.- Como sai sem avisar? – Indaga sem paciência. - A namorada do seu irmão vai achar que não é bem vinda nesta casa.- Não me importa nenhum pouco. – Rebateu. – Da minha parte ela não é, e nunca será bem vinda.- Vá para o seu quarto Isabella, e pense bem nas suas atitudes. – A mãe se manifestou.A jovem meneia a cabeça levemente. Vira-se e sobe o lance de escadas em direção ao
Algumas horas depois, Bella retorna a sua casa. Na sala de estar, a família Lira espera sua chegada de modo sério: Insatisfeitos com a desfeita que a jovem havia feito.- Onde estava? – O pai encarou a filha com desagrado estampado no semblante carrancudo.- Esfriando a cabeça. – Ameaçou ir para o quarto, porém foi interrompida.- Como sai sem avisar? – Indaga sem paciência. - A namorada do seu irmão vai achar que não é bem vinda nesta casa.- Não me importa nenhum pouco. – Rebateu. – Da minha parte ela não é, e nunca será bem vinda.- Vá para o seu quarto Isabella, e pense bem nas suas atitudes. – A mãe se manifestou.A jovem meneia a cabeça levemente. Vira-se e sobe o lance de escadas em direção ao
Allan, percebendo ser encarado por Bella, beija Lorena como se quisesse engoli-la de tanta voracidade. A mão dele passa por toda extensão do corpo da morena, que arfa de desejo. Tal cena embrulha o estômago de Bella. - Vamos sair daqui ... - Malu puxa a amiga para longe dali. - Você está prendendo choro? - Ryan encara a ruiva confuso. - Eu... – Suspira. - É uma longa história. – Se sentia uma grande e completa idiota. Ela não sabia explicar bem o que se passava dentro dela. Ciúmes? Visível. No entanto, vivia a se repreender repetindo diversas vezes a mesma frase: “ eu não posso gostar dele”.Os jovens continuavam o trajeto. - Oi. – Bella cumprimenta a senhora que lhe ofereceu água há umas semanas atrás. - Olá. - Sorri. – Aceitam um suco? – Pergunta gentil. Era costumeiro Dona Joana oferecer algo para quem se deslocava até a comunidade para fazer o bem. <
- Tô indo pra boca. – Allan pega sua HK21 e põe em seu ombro.- Me acompanha hoje? – A mãe aparece na sala com os cabelos desgrenhados e uma vassoura em mãos. - Não sei, vou pedir ao Repolho. Joana encara o filho de modo insistente.- Eu quero que você me acompanhe. - Aonde? – Allan pergunta impaciente. - Esteja aqui ás 18 horas. - Dá as costas para o filho.O rapaz balança a cabeça e sai em direção a moto. Em questão de poucos minutos chega até a boca. - Fala chefe. - Zelão e os demais cumprimentam o dono do morro. Ele se limita a fazer um beleza com as mãos, e entra na sala onde Hulk e Repolho estão a sua espera. - Hoje tem descarregamento do bagulho, fiquem atentos! - Se senta na cadeira e coloca os pés na mesa.- Não vai com a gente? - Repolho pergunta.- Hoje não rola. – Allan puxa um cigarro.