Capítulo 6

-Mas que homem. -Brenda se abana com uma mão enquanto come o brigadeiro da colher sentada no sofá da sala.

Permanece sentado no chão com o braço apoiada em cima do sofá espiando a foto como posso.

-Não dá para negar que ele é lindo.

-Se você tentasse tamanha afronta eu te levaria a um ocultista neste exato instante. -Me empurra com o pé me fazendo rir.

-Exagerada. -Pego mais uma colherada de brigadeiro.

-André vai roer as unhas quando ver esse homem ao seu lado e aquela piranha da Bruna vai ficar vermelha igual uma pimenta. -Brenda ri alto.

-Para de ser boba, já faz meses que eles estão juntos, devem se amar de alguma forma.

-Helena, para, pelo amor de Cristo. Todos nós sabemos que ele está com ela porque o pai dela tem um bem aqui e ali que ele quer herdar.

-Você não tem piedade. -Comento rindo.

-Fala sério, você é muito mais bonita do que aquela coisa horrorosa.

- Ela é modelo Brenda para de fingir que ela não é bonita porque ela é sim.

-Aí, nossa, bom, ela é bonita, mais sou muito mais você. Quem tem uma rabona gigante dessas? Fala sério. Olha o tamanho dessa raba. -Ela aponta pra minha bunda. -Vou colocar aquele Funk que diz para mexer a raba até o chão.

-Cala a boca que horror, desde quando você gosta de Funk?

-Não é bem uma opção quando se mora no Brasil, qualquer lugar que você vai sempre tem algum tipo de funk tocando. -Dá de ombros.

-Os lugares que eu vou não toca funk.

-Por que você não vai a lugar nenhum Helena, sua vida é socada dentro desta casa e no tribunal, impossível você ver o Juiz Vasconcelo descendo até o chão no meio de uma audiência.

Não consigo conter a gargalhada ao imaginar o Felipe Vasconcelo descendo até o chão. Apesar de que não seria de todo o mal, afinal ele é lindo, mas tinha lá seus quarenta anos.

-Seria uma cena hilária, por favor me diga que estarei preparada para filmar.

-Credo menina nem brinca, seriamos presas por desacato a autoridade. -Brenda ri alto apoiando a mão na barriga.

O ataque de risos dura mais uns minutos enquanto nossa mente insiste em imaginar Vasconcelos requebrando até o chão até Brenda quebrar o clima enquanto lambe a colher.

- Você vai aceitar a proposta do “cremoso tentação” né?

-O que? Cremoso tentação? -O ataque de riso volta junto ao ataque de tosse e chego a ter ânsia de tanto que dou risada daquele apelido horrível.

- Ele é muito branco amiga nem dá para chamar de moreno.

- Você me mata Brenda. -Puxo o ar com força tentando respirar.

-Gente aquela foto, vou sonhar com ela, que homem, amiga. -B**e em meu braço. -Sortuda, vai pagar o pacote com sexo é claro, nem que precisarmos fazer um empréstimo, até ajudo a pagar depois, mais essa você não pode perder.

- Para de ser safada Brenda é claro que não vou fazer sexo com ele e outra não posso me apegar no padrinho de aluguel ou cremoso tentação, seja lá qual apelido você vai dar a ele. -Suspiro.

-Aí que pena amiga olha esse corpo, quem não quer se afogar nesse taque. - Ela apoia a cabeça no sofá após fuçar no meu celular como se fosse dela.

-Dois mil reais amiga, dois. -Enfatizo a palavra. -Acha que é pouco?

- Não amiga, muito dinheiro envolvido, mas ele vive disso né. Aparência e essas coisas.

-E você ainda falando de colocar a parte do sexo sabendo que o preço duplica, vou vender meu carro para pagar quatro mil a um homem para enganar minha família e o otário do meu ex. Prefiro continuar sendo taxada como a solteirona encalhada.

Brenda ri empurrando meu braço com o pé.

-Dramática.

-Sincera.

- Vamos fazer o depósito amiga, garantir sua vaga e marcar o encontro com o bofe de ouro.

-Agora é bofe de ouro? -Pergunto balançando a cabeça em negativo.

-Sabe como é... caro para burro esse homem. -Ela balança os ombros fuçando no meu celular.

-Dá para parar de mexer no meu celular. -Puxo o mesmo de sua mão e ela faz um biquinho.

- Egoísta. -Retruca.

-Amanhã vou realizar o depósito, não é como se eu tivesse uma fila de homens me esperando mesmo, então a única opção é pagar esse mesmo que pelo menos saberá agir quando meus tios forem inconvenientes, porque você sabe que tio, só serve para fazer pergunta idiota.

- Para de tentar disfarçar, sei que vai perguntar a ele sobre o pacote completo. - Ela balança as sobrancelhas na maior cara de safada.

- Vamos dormir Brenda, você está precisando para apagar esse fogo. -Levanto levando o prato de brigadeiro para a cozinha o colocando dentro da geladeira.

Brenda vem logo atrás colocando sua colher na pia e conversamos algumas amenidades sobre a loucura que estava prestes a fazer.

Por fim fazemos nossa higiene antes de deitarmos e realmente agradeço por ela estar ao meu lado.

***

Chegamos na empresa atrasadas porque Brenda me fez passar no banco para realizar o bendito depósito enviando o comprovante para o meu acompanhante.

Acabamos brigando, pois era imprudência demais pagar mil reais a alguém que nunca havia visto em minha vida, mas Brenda insistiu até me convencer.

A verdade era que ela queria que eu vivesse uma aventura e saísse do limbo de auto depressão em que eu vivo depois da morte de Rafael.

E sejamos sinceras que reviravolta intrigante estávamos dando contratando esse homem.

Falando nisso precisava perguntar o seu nome, pois nem isso eu havia feito.

Helena: Segue o comprovante do depósito realizado com o valor de mil reais. 

Gostaria também de me apresentar, me chamo Helena Dias Albuquerque e gostaria de perguntar o seu nome, pois pulamos as apresentações ontem.

Guardo o celular na bolsa e Brenda sustenta um sorrisinho vitorioso no rosto.

-Pare de me olhar assim. -Bufo.

-Marque logo o encontro, estou ansiosa. - Diz animada.

-Deveríamos estar com medo. Se eu for raptada e vendida para o tráfico humano a culpa vai ser sua. -Ameaço.

-Credo Helena b**e nessa boca. - Ela faz o sinal da cruz. - Eu vou com você para garantir, fingimos não nos conhecer e qualquer coisa eu começo a gritar enquanto você corre.

- Acho melhor mesmo você ir comigo. -Me sinto mais calma.

-Combinado. Se ele tentar algo que você não gosta, você ergue a mão direita e acena que eu vou saber que algo está errado.

-Me sinto mais aliviada. -Solto o ar em uma lufada que nem sabia que estava prendendo e parece que um grande peso saiu dos meus ombros.

-Amiga é para essas coisas. - Ela sorri.

-Já cansei de dizer que te amo.

-Também amo você amiga, mas agora preciso ir trabalhar porque daqui a pouco Rogério vem encher nosso saco que só sabemos conversar.

-Errado ele não tá. -Acabo rindo.

- Não mesmo, mas ninguém manda em minha língua. - Ela mostra a língua saindo da sala e por pura curiosidade dou uma olhadinha no celular para ver se ele havia respondido.

Desconhecido: Prazer Helena, seu horário está reservado, 27 de abril será uma honra lhe acompanhar. Quanto ao meu nome descobrirá em breve, assim que nos vermos no restaurante.

Acabo franzido as sobrancelhas com todo aquele mistério.

Helena: Senhor mistério, o senhor gosta desse jogo de segredos não é mesmo?

Brinco um pouco para descontrair mais a mim do que a ele e logo ele responder.

Desconhecido: Sim, é um jogo instigante confesso e adorei o apelido, você é a primeira a me chamar assim.

Acabo rindo e guardo novamente o celular na bolsa para focar minha atenção ao meu trabalho e mesmo que vejo a tela do celular piscar em uma nova mensagem não caio na tentação de olhar.

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