Prólogo - Vista para a morte

Todo mundo tem um passado sombrio do qual deveria se envergonhar, mas devo dizer que, foi graças ao meu passado obscuro que hoje sou uma Agente Especial. Para mim, tudo não passou de uma questão de escolha, já que nós podemos escolher cometer, ou não, os nossos erros, e eu tinha consciência disso, só que depois de um tempo, você acaba percebendo que algumas coisas que pareciam ser indispensáveis, não passam de simples superestimações. A vida e a morte são superestimadas, e quando você passar a entender como as coisas realmente funcionam por aqui, tudo muda, inclusive a sua concepção de mundo.

Certos caminhos podem, e, sem dúvida nenhuma, vão moldar quem é você. Eles vão esfriar seu coração e te transformar em um ser mais racional e pragmático, ou então, em um dos maiores pesadelos da sociedade.

No ramo em que eu trabalho, é essencial que você mantenha seu lado racional funcionando a todo vapor. É fundamental que se tenha sangue frio para fazer o que for necessário sem se dar ao luxo de questionar os seus instintos. É como jogar xadrez, planejar e prever o que pode ou não acontecer, só que aqui, o preço pode ser sua vida. Não é exagero, mas é o risco da profissão. É preciso identificar cada gesto, cada ponta solta; qualquer mero detalhe é extremamente importante. Tem que ser inteligente, rápido e muito preciso, porque não há espaço para vacilo na hora da ação.

A Missão. Na teoria era bem simples. Tínhamos de fingir estar dentro do sistema de contrabando de armas e nos infiltrar na Organização Criminosa de Michael Tonkin. Uma vez lá, deveríamos trabalhar para conseguir provas, que quebrassem as pernas da empresa de fachada que ele havia construído para camuflar o tráfico de drogas e o contrabando de armas. Contudo, fomos pegos de surpresa, quando descobrimos que o crápula, na verdade, não era só mais um criminoso de Nova York. O bastardo era Brandon Pellignton — um criminoso internacional que conseguiu misteriosamente escapar da CIA — e estava vivendo como um rato imundo às escuras, mas nós tínhamos conseguido provas o suficiente para desbancar e prender o cretino. Faltava apenas limpar o rastro que deixamos para trás quando invadimos os registros de contabilidade, fornecedores e clientes e estava naquele momento esperando o meu parceiro, Ryan.

Nunca nos disseram que seria fácil, e eu não esperava que fosse. Muito pelo contrário, sempre gostei de sentir a adrenalina percorrendo as minhas veias; quanto mais difícil, mais intrigante e esse sentimento de poder consertar alguma coisa me fazia sentir viva e importante. Eu gostava do meu trabalho; os riscos não passavam de um efeito colateral da profissão.

Estava orgulhosa em saber que não era mais uma dessas pessoas sentadas em frente à TV, assistindo ao noticiário e reclamando de todas as porcarias que vinham acontecendo pelo mundo. Eu estava tentando fazer algo importante para mudar as coisas.

A risada escandalosa de uma mulher jogando pôquer me fez virar o rosto e remexer o líquido dourado e espumante na taça, observando a ondulação que se formava com o movimento lento da minha mão. Meus sentidos aguçaram, analisando a movimentação de pessoas ao redor. O Big Deal Cassino era ambientado no mais alto nível para que alguns ricaços imbecis gastassem um pouco dos seus milhões aqui com bebidas, jogatinas e mulheres.

O meu celular já tinha sido desbloqueado e bloqueado uma dezena de vezes, e a inquietude me atormentava a cada instante de atraso. Passaram-se meia hora do horário marcado e Ryan ainda não tinha dado um sinal sequer de vida.

Algum tempo depois, o toque do celular sobre o balcão notificou a chegada de um sms, e franzi o cenho ao ler: "Encontre-me no subsolo." Ryan. Insisti em analisar aquelas palavras por mais algum tempo, girando o celular entre os dedos polegar e indicador ao sentir uma injeção de adrenalina percorrer a minha corrente sanguínea. Algo poderia ter dado errado, porque Ryan mudou o local de encontro. De todas as possibilidades que me vinham à mente, nenhuma delas dizia que isso seria uma coisa boa.

Pressentindo alguma merda, dispersei os meus pensamentos num chacoalhar de cabeça e suspirei decididamente, virando o restante do champanhe que havia em minha taça e a devolvi vazia para a bandeja do garçom, que passava próximo a mim.

Caminhei em direção à escada, que dava acesso para o subsolo, e ignorei a placa que advertia: somente ao pessoal autorizado. Assenti com a cabeça para um funcionário do local, que passava próximo à entrada, e comecei a descer os degraus de madeira, fazendo uma última checagem no salão ao olhar para trás por cima do ombro. Em seguida, o som do movimentar de pessoas e das maquinas caça-níqueis foi abafado pelo cômodo fechado e o barulho das solas dos meus sapatos contra o piso de madeira preencheu o ambiente num eco inquietante. As minhas pupilas se dilataram, trabalhando à luz fraca.

A ficha caiu e eu percebi que se tratava de uma espécie de pátio; um estacionamento gigante e vazio. O teto maciço era rebaixado e quatro fileiras sem fim de robustas colunas sustentavam a estrutura enorme do Cassino sobre minha cabeça. Continuei a caminhar, até que me deparei com uma silhueta à meia luz. Levei a mão às costas para alcançar a pistola, uma Glock semiautomática, e a peguei, levando-a diante de mim.

Foram necessários cinco míseros segundos para que o meu cérebro recebesse e processasse a informação.

Que merda. Que merda. Que merda!

Uma porrada forte e inesperada atingiu em cheio a boca do meu estômago. Porque, o que o bastardo do Pellignton está fazendo aqui?

Quais eram as chances de isso ter acontecido?

Nós tínhamos sido tão cautelosos.

— Ora, ora, ora... — cantarolou Brandon, quebrando o silêncio. Sua voz ecoou pelo ar com um tom desagradavelmente vitorioso. — Devo te dar os parabéns, Sarah? — ele ergueu a sobrancelha com ironia — ou deveria dizer... Amy Murray. Agente da CIA... — reformulou com os lábios franzidos, acenando com a cabeça e aplaudindo. — Estou realmente impressionado!

Era a droga de uma emboscada, e eu tinha caído direitinho.

— Eu me esforcei bastante para conseguir as respostas com o seu amigo, mas ele se recusa a cooperar. — Brandon articulou, e depois, deu um passo para o lado, permitindo que eu pudesse ver a condição desastrosa em que o meu parceiro se encontrava. O fôlego me faltou ao ver a cabeça dele pender fracamente para o lado. O rosto jovem e bonito agora estava deformado por cortes, inchaços e hematomas. As mãos atadas e amarradas por trás do espaldar da cadeira, e em sua boca havia um pedaço de pano amarelado e sujo, amarrado bruscamente como uma mordaça. Seu peito subindo e descendo num ritmo fraco me fez questionar se estes não seriam seus últimos minutos.

Ryan tentou dizer alguma coisa, mas a mordaça o impediu e ele acabou desistindo. Brandon entrou novamente na frente dele.

— Como? — A pergunta irrompeu fraca pela minha boca.

Brandon sorriu sarcasticamente com o ego inflado, e embora o seu caráter fosse deplorável e condenatório, ele conseguia ser excepcionalmente charmoso e bonito. O poder fazia parte da sua personalidade e porte astuto. Ele era alto e privilegiado por uma beleza obscura. Os cabelos e olhos negros afloravam seu olhar incisivo e arrogante.

— Você acha mesmo que para construir um império como o meu, você não precisa de proteção? Um suborno ali, uma chantagem aqui. É assim que empreendedores como eu conseguem se manter firmes no negócio. — Ele ousou dar um passo à frente, tentando se aproximar de mim, mas desistiu quando ergui firmemente a pistola, mirando em sua direção.

— Se você se aproximar, eu meto uma bala na sua cabeça! — ralhei com os olhos ardendo em raiva. Eu conseguia sentir o asco se espalhando e contaminando todo o meu sistema.

Brandon gesticulou discretamente com a cabeça, o mesmo gesto que ele fazia quando dispensava os seus capangas.

— Solte a arma, Sarah! — não foi necessário me virar para confirmar que havia uma arma apontada para mim.

     — Então... como vai ser? Você pode entregar a arma e me contar o que a CIA já sabe sobre mim e a minha Organização, ou… — barganhou, arqueando a sobrancelha grossa e escura.

Ele não se deu ao trabalho de dizer, porque o estalido da arma sendo engatilhada soou bastante esclarecedor em meio a tamanho silêncio e então, forcei um sorriso por ele me achar tão tola a ponto de propor tal coisa. Eu não lhe diria absolutamente nada.

A CIA não realiza negociações com criminosos. Se ele quisesse se entregar, nós poderíamos tornar as coisas mais fáceis para ele, mas Brandon nunca faria isso.

— Não perca seu tempo. Pellignton. Você não vai tirar nada de mim. — Retorqui.

Brandon arqueou as sobrancelhas e quebrou a distância em dois passos. Minha postura se tornou tensa e eu ergui mais a pistola, mas isso não pareceu intimidá-lo.

— Sabe, Amy... eu fui com a sua cara — comentou, enfiando as mãos nos bolsos da frente da calça — bonita, gostosa, corajosa, mas muito, muito burra e vai ser uma pena ter que me livrar de você. Facilite as coisas para mim e eu garanto uma morte piedosa para você e ele.

Os meus dentes rangeram com a ideia, e eu mantive a postura incisiva.

— Não seja tola, garota — insistiu, depois de um tempo. — Você cavou uma cova funda demais para tentar escapar agora. É o melhor que você pode fazer.

Não me movi por alguns instantes, encarando com desprezo o cretino que deveria estar mofando, trancafiado em um presídio de segurança máxima.

Movimentando-me sutilmente, ergui as mãos e exibi a arma ao me inclinar para o lado, soltando a pistola no chão, e impulsionando-a, em seguida, com o pé para longe, mas não para tão longe.

Quanto tempo a mente humana leva para raciocinar em situações extremas?

Sinceramente, eu não faço ideia, mas a minha precisou entrar em ação rápido. Foi o tudo ou nada quando girei repentinamente o meu corpo para trás, sobre a ponta do pé, preparando um chute poderoso que acertasse a arma que o homem empunhava, arremessando-a para o mais longe possível.

O capanga de Brandon avançou em mim como um animal selvagem e tentou me acertar um soco na altura do estômago. Consegui desviar e não hesitei em me defender, golpeando precisamente o nariz dele. O homem urrou dolorosamente quando o segurei pelo pulso, rodando-o no ar contra seus ossos e o empurrei em direção a Brandon, e esbocei o mesmo sorriso orgulhoso de um chefe culinário que serve seu melhor prato. Como uma águia traiçoeira, apressei-me em pegar a pistola do chão, empunhando-a e mirando no ombro esquerdo do capanga.

Mordi o lábio interno antes de apertar o gatilho, e foram precisos dois disparos para que o homem desfalecesse no chão. Eu tinha perdido as contas de quantas vezes já havia atirado em alguém em um confronto e isso não me deixava muito feliz. Não era uma coisa que gostava de fazer, mas cada um de nós recebe a oportunidade de escolher em qual lado quer lutar. Em minha cabeça, estava fazendo o certo ao tentar livrar o meu país de pessoas sujas e repugnantes como Brandon e todos que estavam envolvidos nessa lama podre que ele chama de “empreendimento”.

Brandon ergueu os braços, levando a mão para alcançar a arma que estava no coldre de peito e veio em minha direção com os olhos tomados por uma ira febril.

— Sua rata de merda! Acha que pode invadir a minha organização, matar meus homens e cair fora tão fácil quanto entrou? Você está muito enganada! — Urrou furiosamente, enquanto quebrava a passos pesados a distância segura que havia entre nós.

O meu coração batia freneticamente no compasso dos passos dele. Eu precisava entrega-lo vivo. Fazia parte da missão, mas quando ele quebrou o limite de proximidade, empunhei a pistola outra vez em sua direção e apontei-a. Ele tinha o tronco largo e não dava para errar.

Um... Dois... Três disparos e então, ele caiu de joelhos no chão a menos de um metro de mim. O sangue começou a esvair, ensopando a camisa social branca do smoking sob medida e ele resfolegou.

Brandon abaixou o olhar para as perfurações em seu tórax e arfou, tossindo. O sangue jorrou por sua boca e escorreu por seu maxilar.

A minha vida pela sua. O meu subconsciente trabalhou para amenizar o estrago feito, mas antes de assumir qualquer culpa, precipitei-me em correr em direção a Ryan e desci sua mordaça para o pescoço.

Ele precisou tomar fôlego antes de falar:

— Você... precisa cair fora daqui! — Orientou com urgência, e Brandon chamou nossa atenção quando soltou uma risada esganiçada e debochada.

Eu havia terminado de desamarrar os pulsos de Ryan quando passei o braço dele sobre os meus ombros, dando-lhe apoio para que conseguisse manter seu corpo de pé.

Sairíamos dali juntos do mesmo modo que havíamos entrado.

Enquanto atravessávamos o pátio subterrâneo, um barulho constante de passos começou a ecoar pesadamente, indicando que teríamos companhia. Mais pessoas estavam descendo as escadas.

— Droga! — resmungou Ryan, frustrado. — Você avisou para alguém?

Não!

Era uma operação fantasma. Ninguém na agencia sabia, e o meu silêncio foi esclarecedor para ele.

— Merda, Murray. — Ele reclamou enquanto eu vasculhei os cantos com mais cautela até que me desse por vencida, pois estávamos em uma verdadeira maré de azar. A porta de entrada estava distante demais e possivelmente trancada.

Brandon estava estirado no chão, morto ou perto disso. Quando os capangas vissem, eles acabariam conosco.

Tentei pensar em algo, mas eles foram mais rápidos e logo estavam ao nosso redor como urubus cercando carniça. Suas armas apontadas em nossa direção.

Soltei Ryan, e ele recostou em uma coluna próxima dali, arfando com seus olhos azuis atentos. Precisávamos lutar e tentar sair dessa emboscada.

— Fique com isso — disse, estendendo a arma para ele.

Ele negou veemente com a cabeça, empurrando-a sutilmente de volta para mim.

— Essa é a única oportunidade que você tem de sair daqui — argumentou.

Franzi o cenho, recriminando o gesto.

— Nós vamos sair dessa, mas preciso que me dê cobertura — articulei e ele assentiu com um brilho determinado nos olhos.

— Não atirem! — Eu não consegui ver emissor da ordem, pois um dos seguranças avançou em minha direção, acertando-me um soco na bochecha, ataquei-o em resposta, derrubando-o com alguns golpes certeiros.

Eu não era uma mulher de grande porte físico. Na verdade, minha estatura era mediana, um metro e setenta e três, e boa parte do meu peso era composto por carne magra. Não possuía forças extraordinárias, mas era inteligente e estudara anatomia e artes maciais por tempo suficiente para saber onde acertar um golpe perspicaz.

Estava bastante ocupada, travando uma luta braçal com os homens de Brandon, mas pude ver quando Ryan disparou algumas vezes, o que nos livrou de três dos capangas.

Restava um.

O primo de Brandon. Patrick, o chefe da segurança. Lutador de vale-tudo. O homem dedicara bons anos de sua vida treinando jui-jitsu, o que rendeu um aspecto grotesco ao seu rosto e um corpo gigante.

— Se eu fosse você... não tentaria fazer isso! — Alertou, mas eu tive quase certeza de que se ele fosse eu, ele também tentaria. Foi então que percebi que ele era o homem a dar a ordem para que não fossem feitos os disparos.

Ele queria brincar comigo.

— Você não vai me deixar ir embora sem lutar, vai? — rebati, mesmo sabendo da resposta.

O homem acenou negativamente com a cabeça, e eu aproveitei para desferir um soco e lhe acertar um chute nas costelas. O olhar do homem alternou entre meu rosto e o meu pé.

— Isso foi muito bom — avaliou antes de avançar com a mão, capturando traiçoeiramente o meu calcanhar. O meu rosto distorceu numa careta, e eu gritei ao sentir a dor excruciante dos meus ossos sendo esmagados e torcido sem piedade.

O homem parecia uma montanha gigante feita de puro músculo.

Desvencilhei-me dele, recuando, mas o desgraçado veio como um touro raivoso para cima de mim, agarrando com seus braços a minha cintura, suspendendo meu corpo no ar e arremessando-me com tudo contra o chão, socando, em seguida, copiosamente a minha cabeça. Senti o gosto ferroso do sangue se aglomerando dentro da boca.

Um zumbido constante e repentino começou a ecoar pela minha cabeça, até que os meus ouvidos captaram o ruído do gatilho da arma de Ryan sendo acionado, mas de lá só saiu o estalido das engrenagens se encaixando, e naquele momento quis xingar o universo que conspirava contra nós.

Patrick ergueu-se sobre mim como um imponente arranha-céu, grande e largo, abrindo um sorriso amarelo de escárnio e vitória. Movimentei o braço e levei a mão ao bolso da jaqueta, puxando furtivamente o carregador que havia ali, enquanto mantinha o olhar erguido, assistindo ao movimento articulado dele de sacar a pistola do coldre preso em sua cintura e apontá-la em minha direção. Pisquei duas vezes seguidas, incrédula, fazendo uma careta ao sentir uma dor grosseira tomar conta do meu corpo, mas a dor não incomodava tanto quanto a impotência de se estar naquele estado.

Afundei a mão no bolso e puxei o carregador para fora, e sem que Patrick pudesse notar a tempo, empurrei-o pelo chão na direção que presumi estar Ryan.

O olhar de Petrick desviou-se de mim para acompanhar o objeto se arrastar no chão num chiado que foi diminuindo à medida que perdia a velocidade e deixou que um sorriso satisfeito fosse se formando aos poucos. Ergui a cabeça para ver e o músculo da minha garganta se contraiu ao me dar conta da burrice que tinha feito. Não tinha dado impulso suficiente para que o pente chegasse até Ryan.

Minhas esperanças morreram e eu pisquei duas vezes seguidas, incrédula, fazendo careta ao sentir uma dor grosseira tomar conta do meu corpo, mas a dor não incomodava tanto quanto a impotência de se estar naquele estado.

Sentia-me fraca, moída. Pequena e completamente destruída, mas mesmo assim queria me reerguer e revidar. Esforcei-me para tentar ficar de pé, embora os meus ossos fraturados e a minha carne machucada me transformavam num grande peso morto, incapaz de sair do lugar.

A quem nós queríamos enganar? Eu não conseguiria me reerguer do chão sozinha. Estava toda arrebentada e incapacitada de lutar. Ryan havia sido espancado e sua única defesa, nossa única arma, estava descarregada. Não sairíamos dessa lutando.

— Últimas palavras, vadia...

Dizem que quando você está prestes a morrer, um filme da sua vida passa diante dos seus olhos. Comigo isso não aconteceu, só conseguia sentir nos ossos que dessa não escaparia. Cerrei os dentes e enviesei o olhar. Reuni com muito esforço todas as forças que ainda restava dentro de meu corpo quebrado e formulei a única frase que me vinha à cabeça.

— Vai pro inferno!

Naquele momento, um riso amargo quase escapou de minha garganta. Patrick assentiu de lado com a cabeça esboçando uma expressão orgulhosa.

— Tudo bem, eu te encontro lá! — rosnou ele e um sorriso diabólico e vitorioso abriu-se em seu rosto.

Três.

Dois.

Bang!

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