Apesar dos pesares, tive uma noite tranquila de sono. Eu estava deveras cansada, devido a cavalgada pelo reino, em busca pela minha mãe.
Ao raiar do novo dia, após eu despertar-me, permaneci em meu leito, por mais alguns minuto. Meditando em meus pretendentes. Eu pensei que seria uma escolha óbvia e fácil, porém, com a compreensão e mudança de alguns, a escolha não será tão fácil assim.
Lembrar que em alguns dias estaria casada fazia meu estômago embrulhar. Não que eles sejam pessoas ruins.
Arrumei-me e fui para o desjejum. Ao chegar, deparei-me com a minha tia, bem ao lado do meu pai. No lugar da minha mãe e, a Jovina toda sorridente ao lado do meu pai, no lugar onde eu tinha o hábito de me sentar.
— Bom dia, minha querida! — minha tia saudou-me com um sorriso.
— Bom dia a todos — coloquei o meu melhor sorriso no rosto.
— Princesa, daria a honra de acompanhar-me à uma surpresa
Os convidados assustaram-se sobremaneira! Os guardas com uma agilidade extraordinária desembainharam as suas espadas e, foram ao encontro do homem misterioso.O homem, lentamente retirou o capuz... revelando assim, um rosto conhecido. Isso me fez ficar mais confusa ainda.Ao ver de quem se tratava, meu pai fez sinal para os guardas recuarem. Certamente tinha uma explicação lógica para tudo aquilo.— Príncipe Vitório — meu pai disse em alto e bom som—, poderia explicar-se?!— Certamente, rei Felipo — ele deu um passo para o lado — farei melhor, mostrarei a todos.De traz dele surgiu alguém, com os mesmos trajes que o Vitório.— Felipo... — ela retirou o capuz e um manto que trazia por cima de suas vestes.— Pelos Céus! Eu não creio no que meus olhos contemplam! Só posso e
Eu não sabia como agir, ele estava deixando-me apavorada!— Vitório? Acalme-se, tente falar comigo. Imagino que poderemos resolver, seja lá o que for — tentei a todo custo passar confiança.Ele tentava parar, porém num instante e tudo voltava. Levantei-me, paguei um copo d’água e, entreguei-o. Agradeci mentalmente a Zelda, pelo cuidado de sempre deixar água para mim.Suas mãos estavam trêmulas.A água o ajudou a se controlar, graças ao Altíssimo!— Esmeralda... temo ter começado uma guerra. Como pude ser tão tolo!— O que fizestes? — arregalei os olhos e coloquei as duas mãos na cintura.— Acho que devo contar-lhe toda a verdade. Não tenho dúvidas que me odiará, ainda mais. Andei fazendo algumas coisas, para prejudicar a paz entre os reinos — falou com pesar na voz. — Lembra quando meu irmão veio visitá-los, assim que voltastes de Aldória? Ele foi emboscado e
O Vitório não estava brincando concernente ao horário.Eu encontrava-me tão cansada, que mal encostei minha cabeça no travesseiro e ouvi batidas na porta. Levantei-me e fui atender a porta, já que a Esmeralda ainda não havia chegado.— Bom dia Esmeralda — o Vitório cumprimentou-me com um sorriso enorme.Por um momento, achei que ele nem tinha chegado aos seus aposentos, mas ao ver o Beto, o Edgar, a Guilhermina e a Tábata ao seu lado, eu notei que a noite tinha passado em um piscar de olhos.— Bom dia! — respondi em um tom mais baixo — estão bem animadinhos, olha só esses sorrisos! Ou... podem estar zombando da minha aparência! — passei as mãos nos meus cabelos — pelos Céus! Eu devo estar horrível! — fechei a porta, e fiquei escorada nela, do lado de dentro.— Só estamos felizes por vê-la, princesa. Não estamos zombando — disse Edgar, dando leves batidas na porta.— Precis
Ao terminar de ler o que estava escrito, sentei-me no chão sem alento. Como eu suportaria tamanha dor? Permiti-me sentir aquela imensa dor, chorei o quanto meu coração desejou.Quando a Guilhermina adentrou os meus aposentos, ficou pasma com o estado em que eu me encontrava.— Esmeralda! — ela correu em minha direção — o que houve? Por que estás estirada aí no chão frio? — ela me forçou a levantar.— Estás nervosa pelo casamento?— Não... — respondi em meio aos soluços — só leia isso aqui — estendi o papel.— Certamente que não estás em desespero por Isso, é aprazível!— Leia até o final, quero ver se continuará com a mesma postura.Ela voltou encarar o papel, notei seu semblante mudando compassadamente.— É... — limpou a garganta — tens razão. Eu sinto muito princesa, porém não há nada a ser feito. Sei que parecerei demasiadamente ins
Na hora de me lavar, fiquei com um pontada de arrependimento, pelo trabalho que estava tendo em limpar toda aquela sujeira dos meus cabelos. Porém, ao lembrar-me da satisfação que eu tive ao jogar as frutas em todos, essa pontada de esvaía!Quando voltei me encontrar com os rapazes, senti que eles fitavam-me de uma maneira inexplicável. Confesso que passei a mão pela saia do meu vestido, ajeitando.— Guilhermina — sussurrei—, tem algo de errado com minhas vestes ou com os meus cabelos?— Não princesa — ela respondeu no mesmo tom.— Estão porque eles estão fitando-me, desse jeito?— Não tenho idéia. Seja uma boa atriz, faça de conta que está tudo às mil maravilhas!Ouvi o conselho da minha amiga. Entrei com o queixo erguido! Tentando agir como uma atriz.— Hoje eu gostaria de ver o por do sol — falei com voz gentil — será o meu último, como uma mulher livre.
Os raios solares e o cantar dos pássaros anunciavam um novo dia! Abri a janela que ficava próxima do meu leito.Abri meus braços e levantei-os, dando aquela despreguiçada. Queria sentir a leve brisa acariciar o meu rosto. Fechei os olhos e senti aquela agradável brisa acariciar a minha face e desengrenhar os meus cabelos.Aquela seria a última manhã antes de comprometer-me. Sim, meu coração estava apertado. Eu estava em uma luta constante, tentando não deixar as lágrimas rolarem.— Bom dia princesa! — Guilhermina entrou toda espalhafatosa — Melhor se aprontar rápido! Os príncipes e condes aguardam por ti, lá no Vilarejo da Ilhas?— Oh! Pelo visto ficaram sem forças, para chegarem até o palácio! — gracejei.— Ora, aparentemente alguém amanheceu com a língua deveras afiada! Ah, quer o desjejum aqui, ou irá se juntar á seus pais?— Quero aqui, por gentileza. Não será muito ag
Aquele tinha sido de longe, o dia mais feliz da minha vida! Ainda não conseguia acreditar que o Altíssimo tinha planos tão bons para mim.Agora eu podia gritar ao quatro ventos “ eu amo o Beto”! Eu sinceramente tinha medo de ser apenas um sonho, tinha medo de acordar e tudo acabar. E se for? Já pensou? E se eu estivesse apenas sonhando...Ouvi três batidas de leve, na porta dos meus aposentos.— Meh, estás pronta?Ouvir a voz do Beto fazia-me sentir em outra dimensão!— Certamente que sim — abri a porta. — quanta elegância! — ele não usava mais as vestes habituais, trajava vestes finas e elegantes — Já te disse o quanto és lindo, amado meu?! Esses olhos... sou deveras encantada com eles!— Ora, minha querida, eles apenas refletem a vossa beleza! — ele estendeu-me o braço. Assim fomos em direção aos jardins. Tínhamos um casamento para planejar!— Beto...
Ficamos apenas um mês, longe dos castelos de Myrabel.Eu queria morar em uma casa pequena, só com o meu Beto. Porém, meu pai achou melhor que morássemos no castelo, já que o Beto teria algumas coisas para aprender. Todos os dias ele tinha aulas e mais aulas!Eu estava distraída, regando algumas flores no jardim. Senti meu esposo abraçando me pelas costas.— É claro que iria encontrá-la aqui! — ele falou quase como um sussurro em meus ouvidos — o lugar de uma bela flor é em um jardim!Virei-me e abracei-o!— Que saudade, meu esposo!— Também estou — ele encostou a sua testa na minha — espero voltar, antes que o rei note a minha ausência.— O rei...— O rei, meu pai — deu um sorriso tímido. — será se um dia irei acostumar-me? Fico deveras encantado com o carinho deles. Ah! Ele disse que estou quase pronto!— Para quê?