Pagina três

A família Benson descendia de uma linhagem de escritores e professores , mas nenhum deles chegou a ser tão famoso quanto uma "Atlanta da vida". A família era da classe média baixa, não possuíam nenhum bem comercial e muito menos alguma herança familiar. Eram todos simples.

Denise Benson, mãe de Zara, trabalhava em uma escola no subúrbio de Los Angeles, já Austin Benson, o pai, era um renomado bombeiro da cidade . O que garantia um pouco mais de estabilidade em casa.

Naquela noite, Zara tentou ao máximo em não pensar na garota que ela havia conhecido à pouco, mas os seus esforços foram em vão, obviamente.

Após o jantar com seus pais e sua irmã mais nova, ela se pois em sua cama. Deitou a cabeça no travesseiro e não conseguiu dormir tão cedo. Um turbilhão de coisas se passavam em sua mente, um monte de perguntas sem respostas, vários medos, inseguranças e aquela velha sensação de paixonite aguda.

Enquanto ela se afogava em seus devaneios, Atlanta tomava um longo banho de banheira cheia de sais aromáticos. Assim como Zara, ela também estava pensando no que tinha acontecido mais cedo.

Nunca havia se interessado tão depressa por alguma garota que não fosse superficial antes, era algo inédito. Seus namoros eram, na maioria, marketing então ela não sabia muito o que era gostar de alguém.

Após sair da banheira e se trocar em seu quarto, ela saiu para apreciar o céu na sacada do hotel, Ruby se aproximou sem que ela percebesse, pois estava ocupado demais pensando em Zara :

- E aí, a tarde foi boa? - Perguntou Ruby, ao se encostar na sacada.

- Não podia ter sido melhor. - Respondeu Atlanta, sem ao menos desviar os olhos do céu.

- Ahmmm.. Alguém pelo menos esta de bom humor. O que é maravilhoso porque eu não aguento mais ver aquela cara de "Quem comeu e não gostou" do Dexter. - Disse Ruby, rindo do que acabará de falar. - Mas diz aí, o que te deixou assim?

Atlanta não conteve o sorriso e nem um suspiro longo ao lembrar da garota que esbarrou nela :

Ela até tinha pensado em contar à Ruby sobre a garota mas achou melhor deixar tudo na surdina, pois ela sabia os sentimentos de Ruby Ashburg e não queria deixa mal com aquilo :

- Nada demais, eu só gosto de espairecer a mente um pouco. -Respondeu Atlanta, sorrindo gentilmente. - Lembro que quando eu escrevi meu primeiro epílogo, eu tinha acabado de andar 100 quilômetros com o meu skate (risos). Minhas pernas ficaram doloridas por três dias.

- Uau! Você era bem novinha, não era?

- Eu tinha nove anos.

- Nossa, como a vida passa rápido! - Exclamou Ruby, ao olhar para o céu. Naquele mesmo instante, uma estrela cadente passou e então as duas sorriram ao mesmo tempo. - Bom, é melhor nós irmos dormir, antes que o capitão mal humor venha nos xingar.

- É! - Respondeu Atlanta, rindo do novo apelido de Dexter. - Em falar nisso, separa um tempo amanhã na agenda.

- Tudo bem, eu vejo o que dá pra fazer. - Respondeu Ruby, se afastando da sacada. - Boa noite, Atlanta.

- Boa noite, Ruby.

A jovem estrela continuou na sacada ainda por alguns minutos, ela não estava nem um pouco cansada. Pelo o contrário, ela estava extremamente eufórica por lembrar que no dia seguinte ela iria ver Zara outra vez.

Ela nunca tinha acreditado em amor a primeira vista antes, mas já estava considerando a hipótese daquilo ter acontecido com ela.

Em seu colchão king size, Atlanta adormeceu com um leve sorriso no rosto e uma ansiedade terrível na boca do estômago.

O dia fora tão bom, que nem a insônia que Atlanta tinha à vários anos, impediu que ela tivesse ótimos sonhos naquela noite.

O dia mal havia começado e Dexter estava batendo man porta freneticamente - Atlanta, acorda - Ele dizia, repetidamente.

Para a sua surpresa, a jovem estrela saiu do quarto já pronta para os seus compromissos e com um enorme sorriso em seu rosto esbranquiçado.

- Bom dia, Dex!!

- Dex? Você está doente, menina? - perguntou ele, franzindo a testa.

- Não, por que? - Respondeu Atlanta, arrumando o cabelo no espelho que tinha na sala da suite.

- Eu trabalho com você a cinco anos e você nunca me chamou de Dex.

- Digamos que eu estou de bom humor hoje, meu querido.

- E eu devo me preocupar com isso? - Perguntou Dexter, ainda confuso.

- Dexter, pare de amolar a menina. Ela só acordou bem hoje, ué. - Disse Ruby, vindo de encontro com os dois enquanto colocava os brincos em suas orelhas.

- Bom, já que estamos todos aqui.. Ruby, passe o cronograma de hoje.

- Claro! - Respondeu Ruby, pegando a agenda eletrônica que estava na mesa

- As oito e meia tem uma entrevista no Show de Morgan Ao Vivo, e depois tem uma sessão de fotos para a Vogue.

- Depois eu tô livre? - Perguntou Atlanta, curiosa.

- Sim!! Eu reservei o tempo que você pediu para depois das quatro e meia da tarde. -Respondeu Ruby. Já Dexter, sem entender nada olhava de um lado para o outro tentando raciocinar alguma coisa.

- Como assim "Tempo livre"? - ele fazia as aspas com as mãos. - Eu não me recordo que você tenha me pedido isso, Atlanta.

- E eu preciso pedir pra você, agora? - A estrela rebateu na mesma hora - Você é meu empresário, não o meu pai.

- Ei gente, calma né! - Exclamou Ruby, tentando apaziguar a situação. Ela sempre tomava esse tipo de atitude quando Atlanta e Dexter começavam a se estranharem, o que era muito recorrente afinal.

- Tem algum compromisso que eu não esteja sabendo, Atlanta? - Perguntou ele, curioso.

- Nenhum. Só estou com vontade de sair.

- Sair pra onde?

- Não é da sua conta, porque se fosse, você já estaria sabendo. -Respondeu Atlanta, piscando Para Dexter.

- Olha, ela voltou ao normal. Já me sinto até melhor.

- Não aguento vocês dois. - Afirmou Ruby.

- Enfim né, gente. Vamos logo pra essa entrevista. - Disse Atlanta abrindo a porta da suite e saindo por ela.

Dexter olhou para Ruby esperando que ela soubesse o que está acontecendo, mas ela deu de ombros logo que percebeu que não tinha nada a dizer.

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