Boa noite, Atlanta
Boa noite, Atlanta
Por: Lorenna Liwz
The Rolling Stones

Página 1 :

Os Delanos eram uma família não muito normal. O pai tinha sido um grande cantor dos anos 80 e a mãe ainda era uma jornalista muito bem paga do canal 7, capa de várias revistas como a mulher do ano ou a mulher mais sexy do Estados Unidos.

Juntos os dois tiveram três filhos muito especiais: Kyle, Bianca, e a mais nova celebridade e solicitada escritora com mais de quinze Best-Sellers publicados, Atlanta, que na opinião de seus queridos pais era a filha perfeita, o orgulho da família Delano.

Um metro e setenta, olhos azuis, corpo escultural, dentes completamente brancos e bochechas rosadas. Uma simetria de dar inveja a qualquer garota.

Mas na opinião de Dexter, ela era uma pedra em seu sapato: "Muito mimada e extremamente arrogante", dizia Dexter para quem quer que perguntasse.

Claro que Atlanta ainda era muito nova para o sucesso que ela estava fazendo, tinha apenas 19 anos e já estava sendo chamada para ser roteirista de vários filmes e por vários diretores famosos de Hollywood.

Ela não fazia a ideia da responsabilidade que tinha em suas próprias mãos e foi por isso que Dexter, seu empresário e assessor, contratou Ruby Ashburg, uma recém-formada de Yale com os seus 24 anos e seu diploma tirado com honras, para ser secretária e sua quase segunda mãe. Ruby, ao contrário de Dexter, achava Atlanta uma moça linda e muito educada, mas na opinião dele Ruby dizia isso simplesmente porque tinha uma pequena atração por Atlanta. Dexter era cético e um homem pragmático.

Era uma segunda-feira de manhã e esse é o ponto onde a verdadeira história começa a acontecer. O celular tocava freneticamente e Atlanta atendia um atrás do outro com a maior paciência do mundo enquanto os outros trabalhavam para fazer de sua carreira a melhor.

- Dexter, eu tenho uma coletiva de imprensa daqui meia hora para a apresentação de A Deusa - disse ela tomando um café expresso.

- Eu sei Atlanta, Ruby já deixou sua roupa pronta no camarim do Hotel Palace. - respondeu Dexter.

- Não é outro daqueles vestidos horrorosos não, é? - Perguntou Atlanta, desconfiada.

- Eu só sei que é preto, não entendo o porquê você usa tanto preto assim.

- Dexter, meu caro, você é meu empresário! Não tem que entender os meus gostos.

- Alguém já disse que você é muito mal-educada? - perguntou ele.

- Você diz isso todos os dias. - respondeu Atlanta encarando Dexter e depois mostrando a língua para ele.

Dexter ignorou o contrafeito e voltou aos seus afazeres. Ele ligou para um restaurante e pediu o almoço de Atlanta, e exigiu que o frango fosse sem pele e que o refrigerante fosse light. Ele além de tudo, ainda cuidava da alimentação da jovem estrela.

Não demorou muito para que o almoço chegasse, no máximo uns vinte minutos, e é óbvio que Atlanta reclamou do gosto da comida para Dexter, mas ele nem ligou. Quando ela terminou de comer os dois foram para a garagem onde uma limusine estava à espera deles.

Dexter e Atlanta iriam pegar um jato para chegar em Los Angeles onde Ruby os encontraria para preparar Atlanta para a coletiva de seu último Best-Seller. A viajem foi bem rápida, ainda mais porque Atlanta havia dormido e não ficou zoando com Dexter pelo trajeto - A Paciência Agradece -

Ao chegar em Los Angeles tinha uma enorme fila de pessoas gritando o nome de Atlanta, várias garotas eufóricas com a chegada dela se jogavam em cima dos seguranças que cuidavam do aeroporto onde o jato tinha pousado.

Dexter acordou Atlanta e ela percebeu toda aquela movimentação. Imediatamente ela saiu do jato abanando as mãos e jogando beijos para todos, com as garotas mais bonitas ela fazia um pouco mais de esforço para dar a atenção devida, dava autógrafos e tirava fotos com elas, quando menos de esperava Atlanta acabava com mais de quinze números de garotas loucas por ela

- Guarda isso pra mim, Dexter! - disse ela dando os números para ele ao entrarem na limusine. Ele torceu o nariz amassando os papéis em uma pequena bolinha e colocando dentro do bolso de sua calça jeans escura.

A limusine partiu se deslocando com cuidado para não atropelar os fãs que estavam loucos batendo nos vidros e tentando tirar uma foto de Atlanta através da janela do carro. Ela se sentia muito importante, até chegou a se comparar com alguns pioneiros da literatura, em uma entrevista que ela deu para Ellen D. . Seu talento era notável nos quatro cantos do mundo e suas coletivas eram capazes de encher um estádio de futebol em uma quarta-feira de cinzas. Ela realmente tinha orgulho daquilo.

Ao chegarem no Hotel, Dexter fez cara de insatisfação ao notar que a entrada estava cheia de fãs, mais ainda do que tinha no aeroporto. Ou seja: mais números de celular para ele guardar.

Eles entraram e Dexter conduziu Atlanta para dentro do saguão o mais rápido que ele conseguiu. Os dois então subiram para o décimo terceiro andar, onde Ruby estava esperando no corredor.

- Por que aqui em cima não tem ninguém, Ruby? - perguntou Dexter ao sair do elevador e olhar para os dois lados do corredor.

- Fiz questão de pedir para que isolassem o andar para não acontecer igual da última vez e uma louca ficar batendo aqui na porta a cada cinco segundos. - ela respondeu enquanto conduzia Dexter e Atlanta para o quarto de luxo.

- Você sabe que se isso cair na mídia, vamos ser tachados de arrogantes, né?! - perguntou Dexter mal-humorado.

- Prefiro me passar por arrogante do que ter que ficar batendo a porta na cara de... como suas fãs são chamadas mesmo, Atlanta?

- Os fãs de "A deusa" são chamadas de Olimpianos. - Respondeu Atlanta enquanto Tuitava alguma coisa idiota.

- É... Isso mesmo! - disse Ruby - Bom, chegamos. Atlanta sua roupa está no seu quarto e não demore muito para se arrumar, pois a cabeleireira estará aqui daqui a cinco minutos para dar um jeito nessa sua cabeleira loira.

- Qual é a cor do vestido? - perguntou Atlanta.

- Preto! Renda preta, aliás.

- Eu disse pra você que era preto, não confia em mim?- perguntou Dexter.

- Não! - respondeu Atlanta seca.

- Desde quando? - retrucou ele.

- Desde o dia que eu pedi um Iphone e você me trouxe um Xperia.

- Estava na promoção, Atlanta.

- Então quer dizer que eu sou milionária e não sou capaz de comprar algo que não esteja na promoção?

- E só por isso você não confia em mim? - perguntou Dexter.

- Eu confio em você, mas uns 2 mil dólares à menos. Enfim, estou indo me trocar. - disse Atlanta indo para o quarto dela, enquanto Dexter ficou parado com cara de quem não entendeu nada sobre a revolta do celular.

- Qual é a diferença? - perguntou Dexter olhando para Ruby.

- Um é da Sony e o outro é da Apple.

- E dai?

- E dai que a Apple tá na moda, Dexter.

Ruby logo se sentou ao um poltrona de couro da cor vinho em frente a lareira do quarto enquanto fazia algumas anotações em seu caderno, Dexter foi para o quarto se arrumar e colocar um dos finíssimos ternos da cor cinza escuro que ele gostava tanto.

Seu corpo tinha um porte atlético, alto e moreno e Dexter era dito pelas revistas norte americanas como um homem de sucesso e muito sexy para a idade que tinha, aos 35 anos de idade ele aparentava ainda ter apenas 20, já que ele era um metrossexual assumido e cuidava muito bem de sua aparência.

Ao sair de seu quarto todo arrumado, Ruby olhou para ele debochando de sua roupa.

- Tá parecendo o Cristian Grey.

- HAHAHA como você é engraçada, Ruby Ashburg. Olha, estou descendo até o salão para ver se está tudo certo, você leva a Atlanta quando tudo estiver pronto.

- Sim senhor! - Respondeu ela fazendo uma reverência igual os soldados.

Ao abrir a porta, Dexter deu de cara com uma moça de cabelos cacheados que se apresentou como Britanny, a cabeleireira. Ela entrou, Ruby mostrou a onde era o quarto de Atlanta e Dexter fechou a porta descendo para o salão aonde seria a coletiva. O lugar já estava cheio de gente e logo que Dexter apareceu vários fotógrafos começaram a tirar fotos dele e várias jornalistas vieram perguntar sobre Atlanta.

- Dexter, Dexter, soube que Atlanta irá escrever uma continuação de A Deusa, é verdade? - perguntou uma das jornalistas enfiando o microfone na cara dele.

- É... Com certeza Atlanta Delano ainda tem muito à oferecer para a literatura. - respondeu ele com calma.

- Dexter, é verdade que Atlanta foi convidada para ser roteirista de um filme dirigido por Columbus ? - perguntou outro jornalista, mas esse um pouco afobado.

- Sim! Ela recebeu a oferta, mas ainda não decidiu se irá aceitar ou não.

- Dexter qual é a posição de Atlanta sobre o comportamento dela em festas? - perguntou outro jornalista.

- Ela é uma moça jovem que ainda está aprendendo como se comportar como alguém público. - respondeu Dexter - Sem mais perguntas, por favor.

Dexter olhou para o relógio em seu pulso e mandou uma mensagem para Ruby descer com Atlanta em cinco minutos, e então ele subiu ao palco onde tinha uma mesa com vários microfones em cima dele, cada um pertencente à um jornal ou emissora diferente. Ele chegou próximo à mesa e se pronunciou:

- Boa tarde a todos, é com um enorme prazer que venho dizer que mais uma vez conseguimos alcançar ótimos números na venda de livros, A Deusa com certeza é sucesso em mais de 38 países e é um dos livros mais comentados da atualidade. É com enorme prazer que vos apresento a autora desse sucesso. Senhoras e Senhores, sem mais delongas ela, a mais jovem escritora de sucesso do mundo... (pausa).. Atlanta Delano!

Quando todos se levantaram batendo palmas e gritando, Atlanta subiu ao palco seguida por Ruby que se juntou ao lado de Dexter, que também estava aplaudindo.

Atlanta chegou perto dos microfones ainda agradecendo a recepção calorosa e mandando beijos para os fãs enlouquecidos com a sua presença. Quando todos se acalmaram ela começou a falar:

- Fico muito feliz por vocês estarem aqui comigo nesse dia tão importante. Com certeza eu adorei escrever todos os meus livros, porém A Deusa foi o meu favorito, e eu fico muito feliz com os resultados que tenho recebido sobre ele. Enfim, pessoal a coletiva vai começar e eu só peço que seja uma pergunta de cada vez e apresentando o que vocês representam.

- Jornal The New York Times, Atlanta você pensa em escrever mais livros ou focar só nos que estão fazendo sucesso? - perguntou o primeiro jornalista.

- Sim, eu não pretendo ser conhecida por aquilo que eu já fiz e sim por aquilo que eu ainda posso fazer. - respondeu Atlanta - Próximo, por favor.

- Canal 9, Atlanta é verdade que você pretende sair em uma revista de moda?

- Eu fui convidada pela Vogue para ser capa, e é claro que eu aceitei. Próximo.

- Blog O curioso, é verdade que você assumiu ser lésbica no programa da Oprah? Isso é realmente verdade ou é só marketing?

- Eu me assumi a pouco tempo publicamente, sim. Mas para os meus pais e minha família eu sou assumida desde meus quinze anos de idade. - respondeu Atlanta - Próximo.

- Revista The Rolling Stone, dizem que A Deusa foi um feito de pura sorte. Você conseguiria fazer outro livro com tanta sorte assim?

Atlanta respirou fundo após essa pergunta, e olhou para Dexter, que fazia uma cara de "calma". Aquilo realmente tinha cutucado Atlanta pelo fato de muitos não acreditarem no sucesso dela por ser tão jovem.

- Não creio que tive sorte, mas... Para provar que posso fazer vários outros livros com a mesma qualidade, digo a todos aqui presentes que irei escrever a continuação de A Deusa e irei lança-lo ao final de Agosto, daqui 3 meses.

Após tais palavras, Ruby olhou para Dexter que bufava de raiva. Atlanta se despediu e saiu pelos fundos e os dois saíram logo atrás dela.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >
capítulo anteriorpróximo capítulo

Capítulos relacionados

Último capítulo