Revelação
Não sei o que pensaria Sir Joseph se me visse em seu “castelo”. Sua casa era grande e antiga, parecia dos anos 30, mas a arquitetura tinha influência inglesa.
O muro de pedra com mais ou menos 1,5 m de altura tinha grades grossas de ferro esverdeado e um portão pequeno em forma de arco, no lado esquerdo da entrada. No direito, um portão grande, também em forma de arco. Em todos eles, lanças pontiagudas tentavam desanimar o alheio...
Na entrada dos carros havia um pavimento de pedra que servia de caminho para os veículos e ia dar na garagem ao fund
Turno da noiteMeus pensamentos e devaneios se acabaram quando Kelly chegou. Tinha um semblante de satisfação, pois sabia que a mãe de sua amiga logo estaria em casa. Aliviada, a ruiva chegou até mim e disse:— Ela está bem e logo vai sair. A Li te contou né?Respondi que sim e indiquei a saída para que pudéssemos voltar ao “castelo inglês”. No caminho para o estacionamento eu não dissera nada, porém, quem iniciou a conversa fora ela.— Reginaldo, queria te dizer algumas coisas...Olhei-a e balancei a cabeça, concordando.— Antes de tud
“Naquele lugar especial”Acordei cedo, como de costume. Olhei pela janela e o tempo continuava tão feio quanto no dia anterior. Antes de começar o dia, refiz meu pensamento e disse a mim mesmo: “tenha calma, será um dia sem ela”.Lembrei-me da camisola e achei-a debaixo do meu edredom. Ainda sentia o perfume de jasmim e o doce cheiro de Elizabeth. Apesar de sua ausência momentânea, eu estava alegre. Tomei um bom banho, me agasalhei bem e fui para o ponto de ônibus. Ao sair, olhei para meu Fusca com ar saudoso...— Ah! Quantas aventuras, não é mesmo, meu companheiro?Disse isso para eu mesmo
Coincidência não existe mesmo!Arrumei-me todo para ela, aliás, para eles. Passava pouco das 18 horas e o anel de Elizabeth estava devidamente oculto dentro do blazer. Pronto para sair, reparei naquele CD que eu pretendia dar a ela e o embrulho para presente estava intacto.Queria muito presenteá-la, mas meus pensamentos foram parar no despachante de veículos. E agora, Reginaldo, leva ou não? Que mal havia naquele CD? Nenhum, eu imaginei. Não havia sido violado, como dissera antes, então, decidi fechá-lo e levar.Porém, precisava de um cartão. Onde? Como? Em cima da hora? Não havia jeito de escrever nada sem um cartão. Daria mesmo sem isso, afin
Para sempre?Ao entrar em casa, meus pensamentos se mantiveram em Elizabeth. Eu já não me via mais vivendo sem ela. Não havia possibilidade de não estar junto dela, no entanto, enquanto me cegava totalmente sobre o que me circundava, eu deixei espaço para o mal se estabelecer em meu caminho.Confesso que, se eu tivesse tido um pouco mais de percepção, não teria me arriscado tanto. Pensei que a força que nos unia era poderosa o suficiente para nos proteger de tudo e de todos. Ledo engano, porém...Era por volta das 10h quando o telefone tocou, não poderia ser ningu&eacut
Um vislumbre do futuroSeus olhos como que diziam: me salva! Sim, a voz familiar naquele sonho, não era de Elizabeth, era Amanda! Mas, salvar do quê? Comecei a me perguntar do que seria, quando rememorei aquele sonho estranho e lembrei-me de algo que realmente me gelou a espinha!Quem estava de cinza e tinha os cabelos negros como breu? Sofia? Seria ela? Ela estava de vestido cinza no domingo. Àquela altura, eu eliminara a coincidência de meu vocabulário. A garota de olhos negros tinha tudo a ver e busquei na memória o ocorrido. Quando aconteceu? Domingo, 15 de junho!Não pude acreditar. Era uma premonição! Tudo isso v
FamíliaAquele domingo foi maravilhoso. Ver Beth e Kátia juntas novamente, me deixou completamente feliz. O dia estava lindo e a casa cheia, com a vida correndo seu curso. O amor estava vencendo e eu desejei muito que tudo corresse bem como naquele dia. Sem problemas, sem tristezas.É aquela utopia que perseguimos a vida inteira, mas sabia que nem tudo estava certo ainda. Eu estaria disposto a muita coisa para que o nosso amor fosse mais importante. Imerso em meus pensamentos, enquanto descíamos das terras altas de Santos, Beth falou animada:— “Rê”, sua família é l
ConsultaAcordei por volta das 7h da manhã. Ainda estava absorto em minha tentativa de focar aquele quarto salmão, mas logo, minha memória me trouxe o acontecido da noite anterior.Eu ficara muito mal, mas, refletindo sobre o ocorrido, outro “incidente” veio de um arquivo guardado em minha cabeça. Sim, não fora o primeiro beijo “não-Elizabetano” que eu levara recentemente. Sofia já tinha tido sua chance e lograra sucesso na empreitada.Aquele era outro segredo que me atormentava, mas era diferente por algum motivo. Talvez porque aquela garota aparecia esporadicament
Nuvens negrasFomos para o centro e deixei-a no trabalho. De posse de meu atestado, decidi esquecer aquele episódio, fazendo o que fazia todos os dias, trabalhar. Havia reparado que, no céu, nuvens negras prometiam uma chuva pesada, mas anunciavam algo mais...Decidi não compartilhar aquele estranho encontro no hospital, nem com Natália e muito menos com Samir. Eles não acreditariam na história, especialmente meu colega libanês. Com isso, evitaria ser confrontado pelos dois o dia inteiro.Lembrei-me do alerta de Gregório sobre a tal garota e decidi ficar na minha, pois ele novamente me apontaria co