Capítulo 7

Eu tento reorganizar meus pensamentos. Repito a mim mesma isto foi só uma coincidência, ninguém sabe do meu passado com o Russo. A noite foi boa, mas agora era hora de tomar novamente o controle. Tomar um café da manhã com ele não me faria mal, mas assim que ele me deixar na cidade, vou virar as costas e partir sem olhar para trás. Esta foi uma noite maravilhosa, mas não pretendo repeti-la. Não quero me envolver, até arriscaria sair com ele novamente, se não fosse pela intensidade que senti em cada respiro dele. Algo me diz que existe muito mistério que o acompanha, e não quero pagar para ver o que posso descobrir.

Muito menos correr risco que ele seja alguém ligado ao meu ex, afinal, Dimitry Koslov morreu deixando muitos inimigos e apesar de eu nunca ter participado de seus negócios, serei sempre sua viúva. Mergulho meu corpo mais uma vez sob o jato quente. Tenho que parar de ser paranoica.

Respiro fundo e me deixo levar, nem sei quanto tempo fiquei ali sentido os jatos levarem consigo minhas inseguranças, eu não podia deixar nada aparecer.

Eu saio do banho, enxugo meus cabelos, me visto e decido não usar maquiagem. Encontro Lucca deitado na cama, vestido com calça e camisa de linho branco. O oposto do preto de ontem, será que ele hoje também seria diferente? Ele está mexendo no celular.

Quando me vê, ele o coloca de lado e com um belo sorriso nos lábios.

_ Se sente melhor, Leona? Nossa comida está pronta. Como te prometi vou te levar de volta eu mesmo.

Eu agradeço. Ele se levanta e me acompanha porta a fora. Engraçado que eu nunca conheci todo este castelo. Todas as festas que aqui estive, eu tinha bebido um pouco além da conta, estava em um período bem difícil. Mas enfim, eu me lembro de ter beijado alguns homens nos jardins, mas entrar só entrei uma vez em um escritório logo na entrada da grande sala principal. Eu não lembro muita coisa daquela noite, mas o sexo com aquele estranho foi bom apesar de ter trocado mais beijos do que palavras visto que a música estava muito alta e eu e o meu amante daquela noite, estávamos muito bêbados. Foi a melhor festa de máscaras com certeza. Pensando nisto enquanto descemos as escadas eu comento:

_ Eu já estive aqui algumas vezes, em algumas festas de máscaras, organizadas pelo pessoal do Déjà vu.

Ele sem me olhar me responde:

_ E você se divertiu?

Gostaria de olhar ele bem nos olhos para perguntar o que penso. Mas ele continua sem me olhar, então resolvo provocar:

_ Quase sempre me diverti conhecendo alguns ângulos do castelo, mas nunca nos fora permitido entrar além do grande salão.

Saímos por uma grande porta lateral em direção ao jardim. A grama verde bem cuidada, muitas flores por todo lado. Embaixo de um pergolado estava preparada uma pequena mesa com algumas frutas, queijo e cornetos amanteigados.

Ele continua calado, afasta a cadeira para mim. E se senta de frente para mim. Antes que eu diga algo, ele me antecipa:

_Interessante. Bom, eu ultimamente não participei delas, passei alguns anos fora da cidade. Mas no passado já me diverti muito nestas festas também. O que deseja beber?

Sério? Ele vai ficar sem reação alguma? Eu esperava um comentário apimentado ou uma instigada da parte dele. Mas nada, ele tem uma cara de poker face e eu decido fazer o mesmo. Talvez realmente não tenha nada com ele este assunto.

Um funcionário se aproxima antes que eu o responda. Eu peço um capuccino e ele um latte macchiato. Quando o funcionário se gira e desaparece castelo adentro, Lucca diz:

_ Você gostaria de jantar comigo algum dia desses?

Ah! não querido, eu não me apego. Paremos por aí. Não vai ter repeteco! Penso mentalmente. Mas respondo de maneira sutil, afinal preciso dele para ir embora.

_ Talvez o fim de semana próximo. Minha semana está cheia!

Ele me responde:

_ Tudo bem.

Nossas bebidas chegam. Degusto meu cappuccino e de repente nossos telefones tocam praticamente no mesmo momento. Eu olho e o nome Lais está piscando no visor.

Faço um sinal de um momento para ele me levanto e caminho em direção ao lago respondendo:

_ Oi Lais!

_ Sua vaca! Passei na sua casa para me contar como foi com Lucca, mas você já tinha saído. Levantou-se cedo, credo! Te vejo daqui cinco minutos na sauna da academia.

Eu dou um suspiro e respondo:

_ Lais não estou na academia! Estou na Ilha de Garda, precisamente no Castelo do Lucca.

_ Puta que o pariu Leona, você dormiu com ele? Amiga todas sabemos que sua regra é sempre não dormir. O que deu em você? O Castelo da ilha é dele?

Me sinto uma infratora das minhas próprias regras pela maneira que ela fala, que ironia. Respiro fundo e respondo:

_ Calma! Eu só adormeci, talvez o vinho não tenha me caído bem, talvez o cansaço do dia de trabalho de ontem me fizeram adormecer...

Lais me interrompe:

_ Ou a transa foi arrebatadora! Admita!

Frustrada respondo:

_ Ele poderia estar me mantendo aqui na ilha à força. Já pensou nisto?

Mais calma ela responde:

_ Sim, claro. E ele permitiria você estar falando no telefone de boa contando cada detalhe...

_ Lais, não estou te contando nada. E não contarei nada!

_ Não ouse Leona! Comece pela parte da ilha...

_ Não sei muito, mas ele disse que a ilha e o Castelo pertencem a família dele faz alguns anos! Achei um pouco estranho.

Lais suspira e diz:

_ Leona, não pira! O Paolo o conhece a muito tempo e disse que ele é um homem correto. Que ele é de família tradicional e muito rica, algo com vinhos. Enfim...

Eu me certifico de estar longe o bastante de Lucca, ele parece bem agitado no telefone enquanto caminha perto da piscina. Eu continuo a falar com Lais:

_ Lais escute, você contou ao Paolo meu passado com o Russo?

_ Claro que não! Por que está me perguntando isto?

Sinto um calafrio, mas tento raciocinar enquanto falo:

_ No quarto do Lucca tem um banheiro enorme, replica do banheiro da suíte Penthouse do George V em Paris...

Lais nervosa me responde:

_ Amiga e daí? Ricos são extravagantes!

_ Lais, não é isto! Quando fomos tomar banho, ao me dar a caixa das essências para o chuveiro, eu fiz uma brincadeira dizendo não saber o que era e ele insinuou que eu sabia exatamente o que era e para que servia o que tinha dentro da caixa.

_ Leona, pode ser só uma coincidência. Você acabou de ter uma noite foda literalmente e está tão paranoica quanto antes? Pode ser que ele saiba que você é uma corretora bem-sucedida e que você decora muitas casas para a venda. Isto o Paolo sabe, sabe que você ama viajar. Ele pode só ter feito uma suposição, não leve tudo a ferro e fogo.

Eu era realmente muito paranoica, tudo que pudesse trazer para o meu futuro ao menos uma fração daquela vida com Dimitry me deixava apreensiva. Eu preciso esquecer, mas depois de tanta violência, agressões ficava difícil olhar o mundo sem desconfiança.

Me viro e vejo que Lucca está na mesa e continua bebendo seu café como se nada fosse. Respiro cansada continuo minha conversa com Lais:

_ Tudo bem, pode ser que você tenha razão. Mas eu não sei nada dele, difícil ter cem por cento de confiança. Eu sei que eu procuro a transgressão, saindo com quem eu bem entender nas noitadas. Mas você sabe que tomo todos os cuidados por trás disto. Fora que meu pai sempre mantém seguranças na minha cola desde então. Eu pedi a ele parar de fazer depois que discutimos, mas ele é teimoso e acredito que de alguma forma estou sendo vigiada. Você tem razão Lais, eu tenho que relaxar. Existe algo nele, Lucca tem algo misterioso...

_ Do que desconfia Leona?

_ Não tenho certeza, mas algo me diz que ele tem muito escondido por trás daqueles olhos intensos. E eu não estou disposta a descobrir, por isto vou te deixar, terminar o café com ele e deixar que ele me leve até a cidade e não pretendo mais repetir a dose.

_ Amiga, se você sente isto tem mais é que seguir seu coração sim! Me ligue quando chegar em casa?

_ Sim! Pode ficar tranquila. Beijos!

Caminho de volta a mesa. Lucca agora está falando com um dos seus seguranças. Quando me aproximo o homem faz um sinal de afirmativo com a cabeça e se afasta. Lucca então me diz:

_ Seu café já deve ter esfriado, pedirei que façam outro...

_ Tudo bem Lucca. Não se incomode.

Ele sério me responde:

_ Não é incomodo. _Antes que ele termine o garçom se aproxima e ele diz para trazer outros dois cafés como antes.

Quando o funcionário se afasta ele me diz:

_ Você parece bem tensa. Quero te dizer algo, jamais pense que tudo o que te disse foi com a intenção de te assustar. Quando brinquei que te sequestraria para puro prazer, não pretendia fazer isto de fato! Não sou este tipo de homem que mantém uma mulher contra sua vontade por perto. Mas não posso mentir que adoraria transar com você em cada canto da ilha, da cidade, do planeta! Mas para cada momento que eu entrar dentro de você, quero ver desejo nos teus olhos, quero você gozando desesperada, me pedindo para possuir cada centímetro teu. Quero que você, durante seu dia, tenha que ir ao banheiro várias vezes porque sua calcinha estará encharcada pensando em mim.

Ele fala tudo isto me olhando nos olhos. E mesmo que eu tenha o dom de parecer fria, isto realmente não estava funcionando com ele. Ao escutar suas palavras, estou bem molhada e querendo ser fodida bem aqui nesta mesa de café e que se foda que os funcionários dele possam ver algo. Engulo em seco. Não desvio meu olhar dele e penso na minha reposta e quando tento falar algo o garçom chega com os cafés, agradeço mentalmente pela interrupção. Ele agradece e continua:

_ Sei que você parece bem determinada em não repetir a dose, pela maneira como respondeu ao meu convite. Mas antes que você tente me enrolar vou te dizer algo. Eu não sou um homem que desiste fácil Leona. Não vou te forçar a nada, não serei invasivo, muito menos controlador. Mas vou tentar me aproximar de você de maneira sútil. Ontem foi maravilhoso e acredite nem eu sabia o quanto seria extraordinário e intenso. Eu tanto quanto você, pretendia apenas uma noite. Mas você é viciante e eu preciso provar ainda mais. Eu esperarei sua resposta para nosso encontro no próximo fim de semana.

Dou um sorriso e tento parecer inabalada ao responder:

_ Você realmente é bem intenso! Isto é uma cantada que usa com todas para se sentirem especiais?

Ele larga a xícara de café na mesa. Se levanta e caminha até mim com um olhar que eu não sei se é de um amante ou de um inimigo. Ele é tão rápido que nem consigo raciocinar, mas me levanto tão rápido quanto ele. Ele fica a centímetros de mim, ele inclina seu corpo sobre o meu, passa os braços rentes a minha cintura, colocando as mãos sobre a mesa. Minha bunda esta encostada na mesa e estou presa em seus braços fortes.

Seus olhos parecem ainda mais intensos e tenho a percepção que a cor agora está azul esverdeado, diferente da cor azul claro que me habituei. Ele aproxima sua boca da minha, sinto o calor da sua pele quando ele sussurra:

_ Negue o quanto quiser Leona! Mas existe uma química muito forte entre nós! Me provoque, me teste cada minuto. Não mudarei em nada o que penso! E não, não perderei o controle da maneira que você teme. Só não brinque comigo!

Eu assumo minha posição ousada, esfrego lentamente minha perna entre suas coxas e respondo:

_ Hum, eu adoro jogos! Nunca tive adversários a altura. Tenho minhas dúvidas sobre você! Existe muito mistério muitas palavras e...

Antes que eu termine ele me puxa contra ele, invade minha boca de maneira indecente, aperta meus seios e meus mamilos descaradamente me denunciam enrijecendo entre seus dedos. Ele derruba algumas coisas de cima da mesa, me levanta me sentando sobre ela. Ele me beija como se não quisesse me soltar tão cedo, e desde que sua língua está na minha boca não resisto e revido cada movimento. Minha calcinha está ensopada e fico pensando que li tanto sobre cenas assim, vi alguns filmes e sempre achava exagerado. Mas ali estava eu sentido tanto tesão em um desconhecido ao qual tive uma noite foda e agora quer continuar me fodendo não apenas o corpo, mas também minha mente. De repente, as roupas pareciam ser barreiras para nossas peles.

Lucca geme entre meus lábios, sua ereção era eminente e sim, eu estava implorando para ele me foder ali mesmo. Abro as pernas puxando-o para mim. Ele abre os olhos se afasta e me encarando diz:

_ Não vou te foder aqui! Eu quero muito mesmo. Mas não quero uma foda rápida, quero estocar fundo te fazendo gritar o dia todo. E infelizmente tenho uma reunião de urgência. Prometo que vou te ver a noite se você me permitir...

Gemo de frustração empurrando-o para longe. Dizendo:

_ Tudo bem! Mas esta noite já tenho compromisso! Você pode me levar agora?

Ele estreita o olhar e parece estar se divertindo com minha reação.

_ Eu já avisei para prepararem o barco. Podemos ir.

Ele estende as mãos para mim aponta com a cabeça para o cais da Ilha. Eu irritada por dentro, mas tentando ser madura o suficiente estendo a mão para ele com um sorriso e o sigo.

O iate era definitivamente outro, tinham mais dois atacados ali na passarela. Este era bem maior e assim que entramos vi que não estávamos sozinhos. Ele me apresentou seu funcionário dizendo que eles nos levariam até o porto. Não pude deixar de notar que cinco dos seus seguranças entraram em outro barco e nos seguia enquanto partíamos. Ele gentilmente me mostrou a embarcação, e como já era de imaginar tinha uma pequena escada que descia para a cozinha, cama e banheiro dentro.

Mesmo sabendo o que poderia acontecer ali embaixo, meu coração acelerava e a adrenalina acompanhava o desejo. Ele desce as escadas e me estende a mão, eu desço e ele faz espaço me mostrando tudo. Quando chegamos perto da cama, ele sussurra no meu ouvido: Temos pouco tempo são apenas 20 minutos até o cais. Não me bastarão para te foder como eu anseio novamente. Mas posso fazer isto...

Ele levanta meu vestido, afasta minha calcinha, se ajoelha na minha frente, levanta minha perna direita colocando no seu ombro. Sua boca sabe exatamente onde estar. Ele me abre toda e sua língua desliza no meu clitóris. Eu puxo seu cabelo, ele enfia um dedo dentro de mim, e eu rebolo. Estou tremendo muito, ele percebe e me segura ainda mais forte. Sinto ele sugar cada gota minha como se houvesse uma sede infinita. Eu estou no limite. Então falo:

_ Me foda agora!

Ele se afasta um pouco a boca e me diz:

_ Eu quero muito, mas preciso de mais tempo que isto Leona...

Eu perco a paciência e puxando ainda mais seus cabelos falo:

_ Foda-se o que você quer. Eu quero você agora...

Ele se levanta, segura meu queixo com força e me beija enquanto me empurra na cama. Eu alcanço seus quadris, liberto sua ereção e chupo fazendo ele puxar meus cabelos. Ignoro o fato que ele alcança uma gaveta na lateral e pega uma camisinha, ele parece estar sempre a foder uma boceta.

Ele me faz afastar e quando vai colocar a camisinha eu pego de suas mãos, coloco na boca e com uma chupada a deslizo por seu pau. Ele geme e novamente me afasta. Eu me viro e fico de quatro, abaixo meu rosto no colchão e levanto bem meus quadris, ele apressadamente me penetra com uma estocada certeira. E os movimentos de vai e vem não demoram muito para nos levar ao ápice. Não durou uma eternidade, mas foi descomunal. Ele cai na cama me puxando para ele. Nossa respiração está ofegante e não consigo pensar em nada a ser dito.

O barco vai diminuindo a velocidade, juntamente com nossos corpos que se acalmam. O barco para, mas nenhum de nós se move. Ficamos assim por não sei quanto tempo. Abraçados e eu agradeço por estar de costas para ele. Estou confusa com toda esta química.

Ele sopra meus cabelos e me diz:

_ Eu gostaria de ficar o dia todo consumando isto que estamos sentindo, mas temo não ser possível. Tenho uma reunião daqui meia hora.

Eu sorrio e retruco:

_ Eu também tenho um dia cheio...

Ele confiante me diz:

_ Nos vemos a noite!

Não respondo nada. Sorrio, pois, ele está afirmando algo que não confirmei. Deixo-o pensar o que quer. Ele me ajuda a sair do iate. Antes que ele se aproximasse para me beijar eu aceno para um táxi ali próximo. Ele parecendo surpreso diz:

_ Eu posso te deixar em casa a caminho da minha reunião...

Eu o interrompo:

_ Tudo bem Lucca. Posso ir de táxi sem problemas. Antes de ir para casa tenho que passar no estacionamento do centro para pegar meu carro. Agradeço a gentileza e a boa companhia até agora.

Ele sorri divertidamente e me diz:

_ Fico feliz em tê-la satisfeito Signorina... *Senhorita*

Antes de entrar no taxi lhe arremesso um beijo e pisco. Ele continua sorrindo e finge ter sido atingido no coração.

O táxi se distancia, mas não ouso olhar para trás. Digo o meu endereço de destino ao motorista e fico pensando que foram poucas horas, mas me mostrou o quão perigoso este envolvimento pode ser. Não posso negar a química avassaladora que houve neste encontro. Não estou a fim de saber o quanto perigoso isto pode se tornar para nós dois. Fecho os olhos e ainda sinto o gosto dele nos meus lábios.

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