CAPÍTULO 08

Lucian...

__ Essa mulher me tira do sério!

__ Calma filho. - Alma tentava me acalmar, porém suas tentativas eram falhas.

Ao sair daquele lugar, tive que me conter para não matar Isabel. Quando chegamos em casa ela agiu como se nada tivesse acontecido e foi para seus aposentos, pro seu bem, foi o melhor que ela fez.

__ Ela chamar todo mundo de imprestável, foi o auge. - Felipe se joga no sofá rindo, feito uma hiena.

__Ela é muito sem noção. - Lídia revira os olhos, mostrando seu descontentamento com Isabel.

__ O dia hoje foi muito stressante e agora temos um problema muito mais importante para resolver do que ficar falando de Isabel. - Digo.

__ Qual é mesmo? - Perguntou Felipe.

Lídia dá um tapa em sua cabeça.

__ Ai, ruiva. - Ele resmunga.

Alma sorrir dos dois.

__ O problema é a volta do assassino, algo me diz que dessa vez ele tem um alvo em específico. - Ela diz.

__ Acho que ele sempre teve. - Diz Felipe...

Ouço a conversa em silêncio, até sentir falta de uma pessoa.

__ Onde foi que o Romeu se meteu?- Pergunto.

Logo vi, a porta sendo aberta por ele.

__ Estava no hospital ajudando com os feridos. - Ele diz.

__Como estar por lá? - Perguntou Felipe.

__ Estável, parece que a filha do Alfa tem o dom dá cura e está ajudando a amenizar a situação.

__ Aurora? Falou com ela? - Tive a sensação de meus olhos terem crescido, como os de um filhote.

__ A vi. Mas...

__ Por falar nela. Que mulher admirável em, salvou o dia e ainda enfrentou Isabel para salvar aquela loba. - Alma o interrompe.

__ Verdade. - Lídia me lança um olhar discreto, pois até o momento, apenas  ela sabia do meu interesse em saber mais sobre aquela mulher.

__ Ela é muito bonita.  - Disse Felipe.

Segurei um rosnado.

__ Sim. Mas, o que você ia falar Romeu?

__ Eu ia comentar que a vi no hospital, pouco antes de se trancar em uma sala com Santiago. - Ele deu de ombros, como se aquilo não fosse nada.

__ COMO É? - Falei tão alto que todos me olharam com o cenho franzido, exceto Lídia que segurava o riso.

__ O que houve querido? - Alma pergunta.

__ Repete o que disse Romeu.

Ignoro os olhares curiosos e as perguntas de Alma.

__ Eu disse que vi a filha do Alfa pouco antes de se trancar em uma sala com Santiago, por quê?

Respirei o mais fundo que consegui tentando me controlar.

" Que ciúmes"

__ Lucian.

__ O QUÊ?- Gritei.

__ Está rasgando o sofá.  - Romeu aponta para minhas mãos, onde agora estavam minhas garras completamente de fora.

Perdo o resto do controle que ainda me restava. Meu lobo entra em cena.

__ Lucian, a onde você vai?

Não respondo.

Saio de casa com um destino em mente, corro pela a estrada cercada por luminárias. Minha respiração estava  pesada, estava tão rápido, que não sentia o chão embaixo de minhas patas.

...

Já estava em frente ao hospital, não me importava com os olhares curiosos sobre mim.

Volto a minha forma humana e entro sem falar com ninguém, estava cego pela a ira que se  emanava dentro de mim.

__ Supremo! Posso ajuda-lo em algo? - Perguntou uma médica com um misto de surpresa estampado no rosto.

" Pode. Não falando comigo, obrigado"

A Ignorei e continuei a andar pelos corredores cheio de sobrenaturais feridos. Todos me olhavam espantados, mas não dei a mínima. Fui em outra ala do hospital, onde avistei de longe a amiga de Aurora lendo alguma coisa.

Me aproximo rápido dela, assim que ela percebe minha presença,tenta recuar.

__ Pare onde está, garotinha. - rosno - Onde está sua amiga?

__ Por que quer saber dela? - Ela se encolhe.

__ Eu faço as perguntas aqui. - Me mantive sério, mesmo com o peito queimando de ciúmes e de raiva por está dessa forma, por uma mulher que nem ao menos troquei duas palavras direito, eu não queria assustar a garota a minha frente.

" Se ela colaborar" 

__ Na... na...

__ Onde Vanessa? - Me controlava para não gritar com ela.

Ela arregala os olhos, quando me ouve falar seu nome, mas com rapidez engole seco e se esforça, para falar:

__ Na... na... na sala no final do corredor. - Ela se tremia toda.

Passo por ela, e vou em passos largos até a sala indicada.

...

Quando chego em frente a uma grande porta branca, farejo o ar e sinto o cheiro maravilhoso de Aurora.

Entro de uma vez fazendo ela se assustar.

__ Você?

Ela dá um passo para atrás.

Olho para a maca ao lado e vejo os lençóis bagunçados, meu peito se enche mais ainda de ciúmes, e lá no fundo estava magoado, meu lobo uivava triste.

" Eu só queria saber o motivo disso"

" Não faz sentido"

" Mas, eu a quero"

Olho sério pra ela.

__ O que está fazendo aqui? - perguntou ela, sem entender - Está ferido?

Sua voz era calma e suave.

Em um movimento rápido a pego no colo e a encosto na parede, ela grita com o susto.

__ Vou ser bem claro com você Aurora- Me abaixo ficando centímetros próximo ao seu rosto - EU não sei o que está acontecendo comigo, mas eu não quero te ver perto de nenhum homem, se isso que aconteceu naquela maca-  me seguro para não usar força demais e acabar a machucando - voltar acontecer, eu mato o infeliz que tocar em você.

__ Qual o seu problema? - Ela se altera.

__ VOCÊ! ... VOCÊ É O MEU PROBLEMA.

Aperto sua cintura.

__ Você é louco? Por que está fazendo isso?

__ Porque você minha Aurora, MINHA! ouviu bem?

Seus olhos me encaram em confusão, e pela primeira vez em séculos, não via medo no olhar de alguém.

__ Não meu querido, Eu não sou de ninguém! E nem lhe conheço pra você dizer o que eu faço ou deixo de fazer. - Ela me empurra.

A olho incrédulo.

__ Você está me contrariando?

__  O que você acha supremo?

__ Você é muito corajosa. - Me segurava para não acariciar seu rosto, outro em seu lugar, já estaria morto por tamanha ousadia.

__ Digo o mesmo- Ela põe as mãos na cintura- Por acaso você não é comprometido com a mulher que apresentou hoje para o seu povo?

" É o que todos pensam"

Ela estava furiosa, mas parecia nunca perder a elegância em seu modo de falar e agir.

__ Isabel é só mais uma dor de cabeça em minha vida, eu tenho outros interesses. - A olho com admiração de cima abaixo, e ao imaginar aquele lobo sarnento a tocando, fecho as mãos com força.

__ Vá embora supremo, acho que errou o endereço.  - Ela vira de costa.

__ Sei bem onde estou.

Volto a me aproximar abraçando possessivamente sua cintura.

__Ai.

__ Meu aviso está dado, a partir de agora você me pertencerá, esteja ciente disso. - Sussurrei em seu ouvido e encostei o nariz em seu pescoço sentindo seu perfume inebriante.

Não dou espaço pra ela me contrariar outra vez. 

Saio dá sala e encontro a amiga no corredor, ela me olha assustada, não falo nada e vou em direção a saída com o coração cheio de ódio, desejo, ciúme e principalmente, confusão.

" Ah Aurora. Você me deu provas o suficiente de que é a mulher ideal pra mim, doa a quem doer e morra quem tiver que morrer você me pertencerá para todo o sempre"

(...)

Aurora...

__ Isso não voltará a acontecer Santiago, fui clara?

__ Sim, mas poderíamos tentar reatar nosso noivado.

Ele estava tão cabisbaixo.

__ Não seria justo com você, comigo e com os nossos companheiros, já pensou nisso alguma vez?

__ Eu não estou nem aí pra companheiros.

__ Pois deveria. O que faríamos se os encontrássemos estando noivos?

__ Rejeitava? - O lobo a minha frente, falava como se fosse óbvio.

__ Impossível, pois morreríamos. - Digo, não acreditando que de sua boca tivesse saído aquela resposta.

__ Isso é só uma lenda idiota, Aurora.

__ Sendo lenda ou não, nossa história encerra hoje, definitivamente.

__ Aurora, eu te...

Somos interrompidos por alguém batendo na porta.

__ Entre. - Digo, logo uma médica de cabelos ruivos e olhos verdes, entra na sala.

__ Doutora pode...

Ela para de falar para farejar o ar.  Olho para Santiago e ele também fazia a mesma coisa.

__ MEU.

__ MINHA.

"  pelos os deuses, que vergonha"

" Logo agora?"

" Que ironia do destino"

O clima ficou tenso. Santiago não sabia o que fazer, a moça olhava pra ele esperando alguma reação, mas a que veio provavelmente a destruiu.

__ Me dêem licença. - Diz Santiago saindo com pressa dali, deixando todo o constrangimento dá situação, em minhas costas.

Ele se foi irritado. Talvez pela conversa que estávamos tendo pouco antes de sua companheira aparecer  ou pela forma inusitada que ele a encontrou.

__ Eu sinto muito. - Digo.

__ Vocês estavam juntos?

__ Eu...

Não sabia onde enfiar minha cara.

__ Eu ouvir vocês.- Ela diz.

Um nó se formava em minha garganta, por mais embaraçosa que fosse a situação, eu deveria falar alguma coisa, algo útil de preferência.

__ Eu lamento, me desculpe. - A culpa me consumia, tudo que eu poderia fazer naquele momento, era tentar me  desculpar pelo o episódio que ela " presenciou".

__ Também lamento.

Ela sai dá sala chorando.

penso em ir atrás dela, mas isso só pioraria a situação e acredito que agora, eu sou a pessoa menos indicada para falar alguma coisa de consolo, para ela.

" Seria muito atrevimento de minha parte"

" E muito sem noção também"

Coloco as mãos sobre a mesa e abaixo a cabeça refletindo sobre a estupidez que meus instintos me levaram a fazer.

...

Não sei quanto tempo passei na mesma posição, mas eu me sentia péssima pelo o ocorrido.

ouvi passos apressados no corredor, achei que era algum médico ou até mesmo Vanessa, mas quando a porta foi aberta de uma vez, tive certeza que não poderia ser nenhuma das opções que pensei.

Com o susto me virei para ver quem era.

__Você?

Na entrada da sala estava meu supremo com a cara nada amigável, suas mãos estavam fechadas com força. Ele vestia apenas uma calça e seu peitoral bem definido estava de fora, seus olhos estavam em um brilho assustador, o ódio estava estampado em suas pupilas.

__ O que está fazendo aqui? - não entendia o motivo de sua visita - Está ferido?

" Duvido muito que seja isso"

Ele me olha sério depois de visualizar a extensão do lugar, com um rápido movimento ele me pega com a maior facilidade no colo e me encosta na parede.

" Mas, o quê?"

Eu nunca vi alguém tão furioso até esse exato momento. Ele estava aponto de cometer uma atrocidade, mas parecia que seu alvo não era eu exatamente. Por incrível que pareça eu não senti medo, apenas o achei muito atraente daquela forma.

__ Vou ser bem claro com você Aurora...

...

Lucian saiu sem me deixar falar nada. Uma confusão dentro de mim fez minha cabeça dá inúmeras voltas.

" O que foi que aconteceu aqui?"

A porta é aberta uma outra vez, achei que era aquele lobo maluco, mas para o bem está dá minha sanidade era apenas, Vanessa.

" Ufa"

__ Aurora - ela se aproxima - Você está bem? O que o nosso supremo queria com você?

__ Eu estou...

Não sabia o que dizer, não sabia se aquilo era real, mas meu quadril latejando me fez ter a certeza que sim, aquilo foi tudo real.

__ O quê?

__ Vanessa. Aconteceu uma coisa muito estranha, aqui.

Ela ficou atenta a cada palavra minha.

__ O que aconteceu?

Ela estava aflita.

Respirei fundo antes de contar como foi minha noite.

(...)

Depois dá conversa que tive com minha amiga, ela ficou em estado de choque e insistiu para que fôssemos embora o quanto antes. Eu não estava com medo, apenas uma grande confusão se instalou dentro de mim, concordamos que amanhã antes do sol nascer pegaremos a estrada de volta para San Francisco, o lugar de onde eu nunca deveria, ter saído.

Droga de destino.

__ Pegou todas suas coisas? - Questionei enquanto ela me puxava rápido para a saída do hospital. Vanessa estava tremendo mais que vara verde.

__ Sim. - Respondeu ela.

__ Vamos para casa então.

(...)

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