Proposta

–Se não há provas Sr Avellar, não temos como processá-la – o advogado de  Henrique disse sério ao guardar alguns documentos em sua pasta – aconselho a conversar com a Srta Stuart e a partir daí entrarem em um consenso.

–Entrar em um acordo com aquela mulher? Jamais – disse firme ao andar pelo escritório de seu advogado de confiança – Não há nada que eu possa fazer?

–Apenas se tiver provas, mas como não existem. É inútil.

–Mas ela anda espalhando que estamos casados. Isso é difamação. – falou alterado – como uma pessoa pode espalhar que esta casada com outra e não ser um crime? Isso tem alguma lógica?

–Eu imagino o quanto seja frustrante, mas não posso fazer nada. Não nessas circunstancias – sorriu levemente – converse com ela. Tenho certeza que entrarão em um acordo.

–Pela primeira vez em anos estou com vontade de lhe demitir, sabia?

–Eu imagino – falou tranquilo – mas não fará isso porque tem consideração por mim.  Henrique... Tenha paciência. Nem sempre as coisas são como planejamos, mas isso não quer dizer que não será uma coisa boa.

–Está dizendo que eu devo aguardar? Simples assim?

–Sim – assentiu suspirando.

–Perda de tempo –  Henrique sussurrou ao ir em direção a porta, saindo sem se despedir de seu advogado. Ele caminhou inquieto por toda a empresa de advocacia e não demorou para sair, entrando em seu carro.

***

Isabella saiu do provador da loja vestindo um conjunto sóbrio preto quando avistou Nicole acenando para ela. Ela tentou se esconder, mas ao tentar voltar para o provador esbarrou-se em uma vendedora que carregava algumas caixas fazendo-a derrubar tudo.

–Desculpe – Isabella disse com vergonha ao ajudar a atendente a pegar as caixas do chão.

–Você não mudou nada – Nicole disse atrás de Isabella fazendo-a parar o que estava fazendo e ela pode jurar que seu coração havia parado de bater. – Onde está seu marido?

–Oh, Olá Nicole – Isabella disse falsamente ao erguer-se do chão e olhar para a sua, velha, amiga – Ele... Esta trabalhando, você sabe. Ele precisa cuidar dos negócios e Jackson?

–Meu querido está trabalhando também. Como sabe ele é um advogado muito promissor – sorriu convencida – mas não é estranho você ter se casado em segredo? Nem os amigos mais próximos sabem desse casamento.

–É? Somos muito reservados, você sabe – sorriu sem graça. – Não queríamos que a nossa vida privada circulasse por ai – “Droga, estou piorando tudo” pensou angustiada.

–Sei e quando será a festa de inauguração?

–Como?

–A festa de inauguração da casa. Todo recém-casado faz uma, não é? Irei esperar ansiosa pelo convite, querida. Tenho que ir, mas manteremos contato – despediu-se saindo rapidamente.

–Mantermos contato? Nem que minha vida dependa disso – disse alto esquecendo-se onde estava – idiota. Só porque roubou meu primeiro amor acha que pode ficar se vangloriando? Aposto que se mordendo por dentro. Perua – ao virar-se para entrar no provador percebeu que algumas mulheres olhavam para ela sorrindo e conversando entre si – Droga...Tenho que parar de falar sozinha – falou envergonhada ao entrar no provador. – “Como poderei fazer uma festa se não falo com meu marido e ainda por cima ele quer me processar? Será que se eu fosse ate a casa dele e implorasse, ele me ajudaria? Não. Não ajudaria” percebeu ao lembrar-se dele. Trocou-se rapidamente, comprou o conjunto e logo seguiu para casa onde Alice estava sentada no sofá lendo uma revista.

–Chegou cedo hoje – Alice disse ao voltar a sua atenção para Isabella. – E ai... Como está? Muitos falaram sobre a foto na revista?

–Na verdade não... mas.... Ele foi atrás de mim.

–Ele?

– Henrique. Não sei como, mas ele descobriu onde eu trabalhava.

–O que houve? – perguntou interessada.

–Aquele egocêntrico quer me processar, acredita nisso? Está dizendo que ando espalhando que somos casados por ai. Afirmou de tal forma como se fosse verdade.

–Mas é verdade.

–Não é verdade – disse categórica – apenas disse a Nicole, agora se ela anda espalhando... Não tenho nada com isso, não é mesmo?

–Não vejo dessa forma – Alice disse pensativa – falando nisso o que fará se ele te processar? É bom procurar um advogado.

–Ele não vai fazer isso. Não há provas – sorriu vitoriosa – mas... Me encontrei com Nicole hoje.

–Quantas pessoas você encontrou hoje? Mas que lugar anda frequentando para se bater com todos com quem não pode encontrar?

–Meu dia que esta amaldiçoado Lice – disse manhosa – mas ela quer que eu faça uma festa de inauguração. Acredita nisso? Como posso fazer isso?

–Essa mentira esta saindo do controle.

–Eu sei – caiu derrotada no sofá – mas o que posso fazer? Não posso simplesmente chegar para ela e dizer: Oh Nicole, eu estava mentindo, sabe como é, você roubou meu amor então imaginei que mentindo poderia lhe dar uma lição. Isso não lhe soa patético?

–Na verdade soa pior. Não tem outro jeito.

–Eu sei, mas... Se eu falar com ele?

–Não pode estar falando sério.

–O que de mal pode acontecer? – perguntou exibindo um sorriso genuíno.

–Algo me diz que isso irá piorar – Alice voltou a sua atenção para a revista, sem conseguir evitar um sorriso – parece que dias turbulentos estão vindo – murmurou ao olhar de soslaio para Bela, a qual caminhava para o quarto.

***

Isabella respirou fundo pela milésima vez ao entrar pelo saguão do hotel onde  Henrique trabalhava. Ela havia lido em uma matéria onde ele costumava ficar e não foi difícil passar pelos seguranças do andar onde funcionava o escritório dele, tudo que precisou foi alegar uma reunião. Ao parar em frente a secretaria sorriu.

–Vim ver Henrique Avellar.

–E a Srta é..

–Isabella Stuart – sorriu, mas logo o sorriso desapareceu do rosto dela ao ver o olhar perplexo que a secretaria lhe lançava.

–Um momento senhora – a secretaria disse atordoada ao pegar o telefone – Sr Avellar. A Sra Avellar está aqui e deseja ver o senhor.

–Senhora Avellar? –  Henrique repetiu confuso – minha tia está aqui?

–A sua esposa... Quero dizer...

–Esposa? Está Louca? – gritou alterado.

–Posso falar com ele? – Isabella pediu para a secretaria, a qual lhe passou o telefone temerosa –  Henrique? Digo.. Sr Avellar? Sou eu, Isabella Stuart. Precisamos conversar.

 Henrique largou o telefone em cima de sua mesa saindo rapidamente de sua sala, ao ver a mulher em sua frente sentiu o sangue subir.

–Veio pedir desculpas e acabar com essa mentira?

–Na verdade vim fazer uma proposta – disse decidida virar-se em direção a voz dele, olhando em seus olhos sorriu.

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