Normalmente é a última chave do chaveiro que abre a porta...

• FRANÇA - HORAS ANTES •

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• ALESSA AMATTO •

Despertei com uma bofetada em meu rosto, daquelas bem dadas. — Essa mulher me odeia!

Desde o dia que cheguei aqui a Madame como gosta de ser chamada tem me batido sempre que pode.

" Não aguento mais isso! "

— Acorda favorita! Anda, hoje você será vendida para algum sádico que vai te bater com tanta força que seu rostinho bonito ficará perfeito com alguns hematomas. — Com sua voz sarcástica comunica em seguida cospe na minha face.

— Por que me trata assim? Não te fiz nada. — um soco golpeou minha barriga me fazendo encolher de dor — Desculpa... — sussurrei.

— O que você está fazendo Constância! Sua filha da p**a desgraçada — um homem que não conheço apareceu do nada me salvando dessa maluca — Esse anjo é nosso pote de ouro velha miserável.

" Vejo que não é um salvador e sim, a mão que b**e o martelo. "

Deu dois t***s na cara dela e nem me preocupei em sentir pena, visto que mereceu e suponho que mais dois ou três seria o ideal somente nesse horário. — Já faz quase um mês que estou aqui e a própria me b**e diariamente! Esses t***s foram pouco!

— Senhor ela é como qualquer outra e se acha a melhor por ser virgem! Essa putinha fica tirando a oportunidade das demais. — Se justifica ficando ereta diante dele que revida dando mais dois bofetes e para finalizar segurou seu pescoço.

— Não seja estúpida sua burra! Sabe quanto você ganhará somente por cuidar dela? Meio milhão de euros! Por isso muito cuidado com nossa joia rara. Vender mulheres sem pureza anda saturado no mercado. Acho bom começar a colocar nessa sua cabeça de porco que a ideia é mais mulheres virgens para manter nossos negócios ativos, essas que você arruma não valem nada! Nem chegam a um milhão — declara fazendo meu estomago revirar —, essa beldade aqui — dita alisando meu cabelo — nos renderá mais de 50 milhões tenho certeza, foram evidentemente confirmadas duas realezas do mundo dos destilados um é príncipe e outro é imperador. — se aproxima tentando me beijar, porém, me afastei — Sei que estão dispostos a pagar uma fortuna, o senhor Ivo foi o primeiro a garantir sua presença por causa dela, cuide muito bem desse anjo estamos entendidos? Se não te mato desgraçada. — Para lavar minha alma outra bofetada forte o suficiente para jogá-la no chão me deixando até feliz, foi à forma de despedida do acéfalo que saiu batendo a porta com toda força.

Assim que ele saiu outros dois vindo dela carimbou a minha face. Não tive como não chorar.

— Te odeio! Desde que chegou aqui você não tem me rendido nenhum dinheiro porque o senhor Franco tem te divulgado há dias e de 28 meninas só vendemos 12 por que você virou a sensação desgraçada. — foi tudo tão rápido que quando dei por mim, estava caída no chão sentindo o chute que levei em minha barriga — Fica triste não só estou amaciando a carne para seu novo dono.

Levei mais dois chutes com a certeza que terei que usar uma força sobre-humana para ficar em pé. — Como queria que meu Domenico viesse me tirar daqui! — Enxuguei as lagrimas e fui forçada a ficar de pé.

Estou em uma casa com muitas mulheres e me mantive afastada com medo de fazerem alguma maldade comigo, já bastava a madame me batendo sem motivo algum e me isolei de todas, como minha mochila veio comigo, aproveitei para desenhar e só assim conseguia fugir desse pesadelo.

Rabisquei eu mesma com um lindo vestido branco e um buquê de flores com dálias negras, minhas favoritas e mais adiante meu noivo de costas para mim.

Sorri com a imaginação do meu casamento arranjado quando tinha apenas dez anos. Me julguem quem quiser, mas o amo mesmo não me recordando do seu rosto e as únicas coisas que tenho em minha cabeça é que mantém uma paixão por vinhos o mesmo confidenciou no nosso noivado e uma pequena cicatriz em seu queixo, essa por invadir o vinhedo da sua família de madrugada ainda na sua infância e suas poucas palavras ficaram eternizadas na minha mente.

" Tem um sonho Lessa?! Vá atrás, estude, aprenda como conquistá-lo, pois só assim você viverá feliz! "

Sua voz imponente vogou em minha cabeça todos esses anos, daí em diante me dediquei aos meus estudos e fiz vários cursos de arte. Mesmo sem dinheiro meu pai para se redimir por ter me vendido me deu os melhores professores da arte da Itália e alguns da França também. Se não fosse por meu noivo eu jamais saberia que fui vendida visto que o próprio fez questão de me dizer isso segundos antes de ir embora. Naquele momento vi que não aceitava essa situação de uma criança ser vendida para manter uma vida regalada, já que foi por esse motivo que fui negociada! Sou a peça chave para a junção das dinastias do vinho de Piemonte. — E mais uma vez serei vendida.

Apenas foquei em terminar meu desenho e quando dei por mim já anoitecera.

— Vai se banhar e use a roupa que está à sua espera. — Diz a madame e logo me deixa sozinha.

Após eu e mais 12 mulheres ficarmos prontas seguimos para um palácio onde me senti violada pela forma como fui exposta que preferi a morte. Abriram sem pudor minhas pernas e registraram em uma foto minha intimidade para comprovar minha pureza. Depois me enfiaram em um vestido tipo ou similar ao de uma noiva, porém bem transparente onde meus seios ficaram parcialmente visíveis, meus cabelos e maquiagens foram feitas para me deixar com cara de anjo, visto que ao contrário das outras, tudo envolvido a mim era claro.

— Domenico... — sussurrei como se fosse o suficiente para me achar.

Todas prontas o homem que bateu na madame entrou em nossa suíte.

— Está divina... — me alisou devassamente me causando repulsa —, você me deixará rico essa noite mulher. Vamos! Você é a próxima.

Nervosa e com dores tive que andar bem devagar, pois o espartilho estava muito apertado. — Mal consigo andar de tanta dor! — Fui aconselhada a não chorar, pois, os homens batem nas mulheres que fazem isso.

— Espere aqui! Você será a próxima. — Me escorei na parede pedindo aos céus para não desmaiar no meio do evento.