CAPÍTULO 2 - BENNY O'REILY

BENJAMIN ESTAVA BEIJANDO sua namorada Laís em seu quarto enquanto a festa anual de confraternização das famílias estava rolando no andar de baixo.

Todos sabiam que era de desejo mútuo desde sempre que os dois se tornassem um casal e quando os dois anunciaram foi um motivo a mais para fazerem outra festa.

— Você acha que devemos? – Disse ela nitidamente envolvida pelo momento e pelo que estava sentindo há tempos pelo belo rapaz, mas também precavida devido as duas famílias estarem ali presentes tão perto deles, mas eles também sabiam que por serem adolescentes eram movidos a hormônios, era a mistura inebriante de desejo e perigo que os rondava que fazia com que desejassem cada vez mais um ao outro.

— Nunca saberemos se não tentarmos... e outra, se você engravidasse, a família faria outra festa, você sabe que eles nos querem ver juntos a todo custo e não é de hoje.

— E é isso que você quer?

— Estou aqui com você, não estou?

— Quero saber se me deseja de verdade.

Ele pegou carinhosamente a sua mão e passou por sobre a virilha.

— Preciso provar mais do que isso?

Ela só deu um sorrisinho e eles fizeram amor pela primeira vez de muitas.

— AÍ ESTÃO OS POMBINHOS – disse a mãe de Laís quando eles entraram na sala de mãos dadas.

Os dois sorriram sem jeito.

— Temos que comemorar, afinal, ano que vem eles estarão na faculdade e começarão suas vidas de adultos.

— E nós começaremos as nossas vidas de velhos.

Todos eles riram.

O pai de Benny levantou a taça vendo nitidamente que seu filho estava cumprindo com o prometido, recebendo de volta uma piscadinha.

— NÃO PRECISO TE FALAR o quanto é importante você engravidar logo essa garota, principalmente antes da faculdade, não é mesmo, Benny?

— Acha que ela é tão fácil assim, pai?

— Fácil não está a nossa situação financeira, filho, nós estamos segurando as pontas aqui, mas você tem que fazer a sua parte também.

— Vocês são sócios, não precisam da gente para manterem o negócio firme.

— Não é assim que as coisas funcionam, já deveria estar careca de saber do que aconteceu.

Benny sabia que seu pai havia desviado dinheiro da empresa para fazer alguns investimentos de risco e o retorno não foi o esperado, ele colocou dinheiro do próprio bolso para Joseph Thilton, pai de Laís, não perceber a sua jogada, mas ele estava no vermelho há mais de dois anos.

— Pode deixar que vou fazer isso.

— Vai fazer o que? – Disse a mãe ao entrar no escritório – atrapalho?

— Você jamais atrapalha, amor – disse ao abraçar a esposa e por sobre o ombro uma face dura com o filho por ter deixado a porta destrancada.

— Estava falando que vou fazer a faculdade de Direito em Harvard conforme o papai tinha me recomendado.

— Que maravilha querido, estamos muito orgulhosos de você, sabia? Você será um excelente advogado.

John O’Reily mostrou a carta de aceitação de Harvard para a esposa, Vanea, que voltou a abraçar e dar dezenas de beijos no filho.

— Tá bom, mãe, já deu...

— Claro que não deu... não é todo dia que seu único filho passa em Harvard, não é mesmo?

— Entrar em Harvard não é tããããão difícil assim, também né, entrar é a parte fácil, difícil é sair dali.

— Não para um O’Reily, que chegou aqui nos Estados Unidos com uma mão na frente e outra atrás da Irlanda e hoje temos um império.

— Isso mesmo, amor... você é capaz, querido, sabemos do seu potencial e que tem pago um preço alto pela família.

— Eu sei o preço que tenho que pagar – disse olhando para o pai que sorriu de volta vendo uma luz no fim do túnel em seu filho.

BENNY ESTAVA ABRAÇADO à Laís quando ela disse:

— Acabei esquecendo de te falar, meu pai queria que você fosse ao escritório dele sem falta hoje, será possível?

— Sério? O que será que ele quer comigo, não é muito comum ele me chamar assim.

— Às vezes ele só quer bater papo mesmo, afinal, agora você é da família, ambos passaram em Harvard, têm bastante coisas em comum.

— Você falou para ele?

— Não... claro que não... esse tipo de notícia tem que ser dado pelo que passou, não acha?

— Claro... você tem razão...

— Mas meu pai é uma pessoa bem informada, não seria difícil descobrir algo desse tipo, até mesmo porque Boston não é uma cidade tão grande assim.

Ele a beijou.

— Te amo, sabia?

— Eu sei... só me prometa nunca se esquecerá disso...

— Eu prometo...

— Espero nunca ser obrigada a lembrá-lo de me amar.

BENJAMIN FOI ATÉ O ESCRITÓRIO da empresa e pediu para falar com seu sogro, Joseph Thilton.

— Benny... – disse ao abrir a porta para seu genro entrar – você é sempre mais do que bem-vindo em meu escritório... Clarice, se alguém me procurar estou em uma reunião importante, ok?

— Sim senhor – disse a secretária com um sorriso maldoso ao perceber os olhares dele para ela.

Ao fechar a porta Joseph disse:

— Não caia na tentação, Benny...

— Mas... senhor...

Joe... já falei que somos da família agora, nada de senhor em ambiente familiar.

— Claro... me desculpe...

— E para de pedir desculpar... você está em Harvard agora, está no mesmo patamar que o meu, somos irmãos da mesma casa.

— Como sabe que fui aceito?

— Esquece isso, Benny... o segredo do sucesso no mundo dos negócios é a informação, quem tem a informação tem o controle absoluto de tudo.

Benny sentiu um arrepio na espinha.

— Vou me lembrar disso, Joe...

— Ótimo, porque quero que saiba que você foi aceito com uma única e exclusiva condição.

— Como assim?

Bateram na porta de seu escritório e Clarice disse um pouco conturbada.

— Senhor Thilton, é a polícia, precisam falar urgentemente com o senhor O’Reily.

— Mas não sei onde está meu pai? – Disse Benny.

— Não – interviu o policial – o senhor O’Reily que precisamos falar é com você.

— Mas... eu não fiz nada...

— Espera eles falarem primeiro, Benny – disse Joe de forma tranquilizadora.

O policial assentiu em agradecimento.

— Senhor O’Reily, sinto muito trazer más notícias, mas seus pais estão mortos.

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