Uma variante italiana

Naquela manhã, Olivia entrou no il tuo caffé com um meio sorriso, sentou à sua mesa favorita e pediu o de sempre: cappuccino acompanhado de um croissant com geleia, e num típico italiano questionou para Dante:

— Quem é aquela mulher que está sempre vindo pela manhã? — Dante a olhou como se fosse ela uma estúpida.

— Você sabe que muitas pessoas sempre vêm aqui pela manhã, incluindo você cabeça oca! — Olivia revirou os olhos embora ainda estivesse sorrindo enquanto organizava os papéis na mesa de maneira delicada.

— Eu estou falando daquela negra de olhos cor de mel que deve ter 1,73 de altura, não me diga que não sabe de quem estou falando, ela está vindo todas as manhãs. — Olivia especificou, entretanto, Dante pareceu divertir-se com sua aparente necessidade por informações.

— Eu sei que preciso voltar para detrás do meu balcão, fique aí, quem sabe sua mulher de olhos cor de mel não aparece novamente como tem feito todas as manhãs? — Ele perguntou com um sorriso largo, algumas vezes seu nariz avantajado fazia sombra em sua boca, ele levantou suas sobrancelhas rapidamente como quem supõe com uma expressão sugestiva.

Olivia então olhou para Pietro que ainda bocejava e tentava arrumar o que pudesse em seu cabelo desgrenhado.

— E você Pietro?

— Hm? – Ele a respondeu sem comprometimento.

— Sabe quem é a mulher de quem estou falando? — Olivia indagou estreitando seus olhos enquanto o aguardava responder embora Pietro parecesse estar alheio a tudo que não fosse o sono do qual estava tentando se livrar.

Acho que sei sim. – Disse finalmente a olhando, Olivia segurou a súbita vontade de rir de sua expressão sonolenta.

— E quem é? — Perguntou quase que imediatamente, ela não conseguia deixar de se intrigar com o fato de que estava sempre sentindo o olhar daquela mulher sobre si, mesmo quando dividiram a mesa e ela parecia estar concentrada no que quer que estivessem fazendo em seu notebook.

— É uma turista. — Pietro disse tudo o que sabia e logo começava a se despertar realmente de seu sono, quando ele olhou para a entrada do lugar, Olivia soube: um cliente havia chegado e Pietro estava finalmente pronto para trabalhar.

Com uma informação tão pouca e simplória como “é uma turista”, ela decidiu então começar a se concentrar no que havia feito antes e no que ainda estava por fazer, por isso tratou de pegar suas folhas, lápis, caneta e borracha e repetir o que fazia todas as manhãs ali.

Contudo, daquela vez, Olivia agiu um pouco diferente, levantava sua cabeça vez ou outra olhando a sua volta como se quisesse fotografar rapidamente todos os rostos e os espaços ocupados e não ocupados apenas com seu olhar astuto. No entanto, ela sabia que não era simplesmente isso, na verdade nem mesmo se tratava disso. 

Sabia que estava procurando-a, a tal turista de olhos cor de mel e sorriso com covinhas. Contudo, apesar de o estabelecimento estar parcialmente frequentado naquele momento, ela não estava lá. E assim fora o tempo que Olivia passou em seu Café favorito naquela manhã, alternando entre escrever, corrigir o que havia feito anteriormente e procurar a mulher que segundo ela mesma na manhã anterior, morava no Canadá.  

                                                              […] 

— Robert! — Giulia exclamou levantando-se da cama como se tivessem ateado fogo nela, enrolou-se com o cobertor enroscado em sua perna e caiu da cama no tapete ao lado que, apesar de macio não fora o suficiente para abafar o barulho da queda. 

Robert que correu imediatamente para o quarto, parou na porta e pôs a mão na boca numa falha tentativa de esconder sua risada.

— O que aconteceu aqui? — Ele perguntou tentando soar sério.

— Seu idiota! Eu podia ter machucado o tornozelo! — Giulia respondeu e levantou-se com notável insatisfação. — Por que você não me acordou? — Questionou finalmente, pois era a pergunta que iria fazê-lo antes de cair de forma tão desengonçada.

— Ora, você parecia muito cansada. — Ele justificou-se num tom de voz casual. — Tão cansada que nem levantou para sua tal caminhada cedo da manhã como tem feito ultimamente. — Observou como quem ainda está se defendendo e Giulia sentou na ponta da cama bocejando uma última vez. 

De onde havia ela tirado tanto cansaço? Devia ser o seu grande esforço mental para escrever que por acaso estava dando em absolutamente nada, ela pensou amarga e conformada.

— Eu espero que seu café da manhã esteja o melhor de todos porque eu perdi minha mesa favorita pra moça ruiva de novo, ou melhor, ela ficou com a mesa todinha pra ela. — Giulia resmungou baixo antes de levantar e olhá-lo novamente. — Eu tomarei um banho antes e essas coisas então… — Ela completou convidando-o a se retirar e assim Robert o fez.

Ela ligou o chuveiro e arfou com satisfação pela água escorrendo por seu corpo, o serpenteando, não estava tão quente nem estava gélida, Giulia a gostava quase que numa espécie de meio termo. Deslizou o sabonete líquido por seu corpo sem qualquer pressa, embora seu estômago estivesse rugindo, seu banho era um ritual que nada nem ninguém deveria apressar.

Quando o acabou dentro do que julgava ser seu tempo perfeito, olhou-se no espelho e sentia o cheiro de baunilha do sabonete invadir o local fechado, logo tratou de escovar seus dentes, enquanto o fazia, se pegava pensando se a moça ruiva que sabia falar inglês havia notado sua ausência naquela manhã.

Giulia cuspiu a pasta dental na pia e encarou seu reflexo novamente, sua expressão era desdenhosa em resposta a sua pergunta mental. Aquela moça não olhava para mais nada que não fosse seu pedido, cappuccino e croissant com geleia e o que quer que fosse que ela tanto escrevia. 

Giulia odiava lembrar desse detalhe, lembrar que ela escrevia algo porque sempre se pegava curiosa e se perguntando: O que haveria de ser? Sim. Não era da sua conta, mas esse fato não a tornava menos curiosa. Ao chegar na cozinha, Giulia encontrou um Robert pensativo. 

— O que houve? — Ela questionou sem rodeios.

— Eu estava pensando que à tarde poderíamos ir num café, apenas para relaxar um pouco. Nós temos visto tantas coisas historicamente extraordinárias desde que chegamos que me esqueci que coisas simplórias também são ótimas. — Ele respondeu notavelmente satisfeito com a maneira que se expressou, observou-a levantar suas sobrancelhas em surpresa.

— Oh. Sim! Faz completo sentido, na verdade. — Giulia admitiu.

— Você me parece estranha, tudo bem? — Robert perguntou com preocupação e pôs sua mão em seu ombro e ela o sorriu rapidamente. 

— Eu estou bem. — Respondeu logo, a verdade é que Giulia apenas queria manter o il tuo caffé como seu segredo, e assim o fez sem sentir qualquer remorso, à tarde deixou que Robert escolhesse um Café e sentiu-se aliviada quando percebeu que não era o seu favorito em Veneza.

O Café por ele escolhido era mais moderno, tinha mais mesas do que o il tuo caffé e seu espaço até o balcão podia parecer até mesmo exagerado, mas Giulia sabia que provavelmente aquela implicância com toda a diferença se devia ao fato de que desde que chegou ali frequentava apenas o il tuo caffé, praticamente. 

Enquanto degustava de seu pedido ouvindo Robert, decidiu que não faria comparativos e apenas aproveitaria o passeio e o momento. No entanto, em determinado momento enquanto ele falava sobre uma aventura que teve quando mais jovem e que rendera um belo castigo de sua mãe, Giulia se pegava pensando com perseverança que, na manhã seguinte a mesa favorita seria sua.

Ela então olhou para Robert e deu uma risada amável e apenas o olhou nos olhos como quem presta bastante atenção, mas o fato é que Giulia achava preferível divagar sempre que o assunto envolvia sua sogra.

Caroline jamais aceitou o fato de Robert ter-se casado com Giulia, não compreendia como preferiu uma mulher tão orgulhosa e ardilosa que não colocava as necessidades de seu marido a frente de tudo enquanto existia o anjo pomposo que era Amber Silver.

 Robert tentava acobertar um fato medonho sobre a mãe: Ela queria muito um neto, mas jamais um neto de Giulia, pois não queria correr o risco de que o garoto nascesse negro, não queria que seu filho desperdiçasse seu sangue azul. 

Giulia não tinha berço, ela dizia, era uma alpinista social nascida num canto qualquer da América Latina e rebolada no Canadá para tentar se passar por uma pessoa que nunca seria.

Caroline McCarthy tinha quase noventa anos de vida e Giulia não se importava em torcer para que ela fosse “dessa para melhor” de uma vez apesar de sua aparente saúde de ferro, e invés da velha xenofóbica e racista com o rei na barriga, Robert quem estava com uma maldita doença terminal.

O ódio que Caroline sentia por Giulia era recíproco, no entanto, tudo que se relacionasse a isso era ignorado. Robert não visitava a mãe com Giulia e passou a visitá-la bem menos até que praticamente não a visitava mais, costumava ligá-la sempre, mas sempre quando Giulia não estava por perto para evitar qualquer desconforto.

Uma nunca queria saber da existência da outra, e apesar de se entristecer com tal situação por amá-las, Robert apenas fingia que nada acontecia e assim podia ter sua mãe e Giulia em sua vida sem maiores conflitos. 

Giulia continuou a olhá-lo, então fingiu não se sentir mal por lembrar que aquela mulher existia ao ouvi-lo citá-la como uma mãe preocupada com seu filho e mudou de assunto rapidamente ao perguntá-lo “Será que muitas pessoas que moram aqui acabam aprendendo outros idiomas por conta dos turistas? As pessoas que trabalham no comércio consigo entender, mas há morador que talvez acabe aprendendo outro idioma com tantos turistas na cidade”. 

Ela disse questionando e se dando a própria resposta enquanto Robert ainda tentava compreender para ponderar o que dizer, Giulia então entendeu de onde veio aquela pergunta repentina apenas para mudar de assunto, veio de um de seus questionamentos sobre a moça ruiva do il tuo caffé.

Na manhã que se seguiu, ela estava pronta para ir ao il tuo caffé e parte dela começava a considerar que isso a deixava ansiosa, seria a pequena disputa por sua mesa favorita? Bem, não dava para dizer que era incompreensível o suposto motivo da moça ruiva preferir aquela mesa.

Para Giulia estava claro que, as duas a queriam pelo mesmo motivo: era a mesa mais adequada do lugar para ter ideias e pô-las em prática apesar de que Giulia não estava conseguindo ter ideia alguma, era tarde demais. 

Aquela havia se tornando sua mesa favorita e como dizia Robert, ela fez daquilo uma pequena competição. Contudo, para haver uma competição é necessário no mínimo que se tenha dois lados numa disputa e por isso Giulia ficou surpresa ao chegar no il tuo caffé e ver que sua mesa favorita estava desocupada. 

A princípio, o êxtase da possibilidade de vitória numa batalha deu-a um ânimo explosivo em seu coração que se mostrou num sorriso largo, o lugar estava parcialmente frequentado, ela o atravessou como se fosse uma rainha prestes a receber sua coroa ou a primeira presidente negra mulher de algum país. 

Uma pequena parte do seu subconsciente a dizia que aquele tipo de comportamento não era normal para uma mulher independente e bem resolvida de 35 anos, mas seu lado competitivo e naquele momento dominante, suspirou com satisfação quando ela se sentou à mesa. 

Giulia fez o mesmo ritual que estava habituada a fazer ali: fez seu pedido e abriu e ligou seu notebook em busca de inspiração. Porém amargou a lembrança da tarde anterior ao se lembrar de Caroline McCarthy, oh isso não era bom. Ódio não a inspirava em nada que não fosse ter vontade de quebrar objetos.

Então ela se deu conta de que o tempo estava passando, como sempre, mas que a moça ruiva não apareceu. De alguma forma sentiu aquilo incomodando-a, bem… uma vitória não é vitória se não há um perdedor, certo?

Mas o que ela estava pensando? Seu subconsciente perguntou como quem a chacoalha pelos ombros, se a moça aparecesse, as duas obviamente dividiriam a mesa porque era uma dívida implícita de Giulia para com ela pelo fato de que ela a permitiu que sentasse com ela na outra manhã.

Giulia se pegou então pensando que, se aquela pequena competição era a coisa mais interessante daquela viagem até ali, talvez ela não estivesse aproveitando a maravilhosa Veneza tanto quanto deveria.

— Pietro? — Giulia chamou ao vê-lo passar por ela e o rapaz voltou imediatamente olhando-a com atenção.

— Pois não? — Ela olhou para os lados antes de respondê-lo.

— Você sabe aquela moça que vem sempre aqui? A ruiva de olhos verdes com sardas pelo rosto? — Pietro riu e Giulia que não sabia que Olivia havia perguntado por ela anteriormente, não compreendeu o motivo.

— Sei sim. O que tem ela?

— Ela veio aqui mais cedo hoje?

— Ela não veio hoje. — Pietro achava divertido o fato de uma perguntar pela outra e parecerem ter uma coisa com a mesma mesa, mas não quis pensar a fundo sobre isso porque talvez pudesse ser mais complexo do que ele gostaria e não porque não era da sua conta.

 Olivia não havia mesmo ido, Giulia constatou ao levantar-se para ir embora deixando uma gorjeta com Pietro como estava costumando fazer. Ao chegar “em casa”, ela agradeceu por Robert não a perguntar se havia escrito algo, pois ela iria dizê-lo que lembrou da megera da sua mãe e assim tornava-se impossível a não ser que quisesse escrever sobre o mau que habita na terra. 

Naquela tarde, ela também não quis sair para visitar mais coisas por Veneza, estava cansada mentalmente e frustrada. Não conseguia se inspirar e precisava disso, sabia que sim. E também, não queria admitir, mas conseguir sua mesa favorita no il tuo caffé, sem que ela presenciasse tal triunfo não soava divertido.

Era isso? Era por isso que aquela pequena competição que talvez estivesse apenas em sua mente, era interessante? Por que era divertida? Talvez, na verdade fazia sentido. Giulia admitiu para si mesma. 

Um desânimo abateu-se sobre ela no dia seguinte, era isso? A famosa Veneza? Era linda e tudo o mais que todos diziam, era sim de fato apaixonante, mas seria isso a sua experiência ali? Visitar lindos lugares com Robert e não ter um pingo de criatividade nem mesmo num cenário tão paradisíaco como aquele?

E se estivesse ali com Robert como seu marido? E se eles ainda se amassem como um casal como quando se casaram?

Seria uma experiência diferente, teria ela transbordado em inspiração pelo amor? Sua sensação em Veneza se alinharia exatamente ao que ela era notavelmente? Fariam jus aquela viagem? Suposições inúteis.

Por dois dias seguidos Giulia não compareceu ao il tuo caffé, acordou tarde e se negou a sair de casa. Talvez estivessem sendo egoísta em deixar Robert ir sozinho, ou talvez não porque ele estava indo aos seus passeios de qualquer jeito. Contudo, quando Robert voltou de um passeio que pareceu magnífico pelo brilho em seu olhar, Giulia disse:

— Eu quero ir embora.

— O quê? — Ele perguntou com um sorriso confuso.

— Eu quero ir embora. — Ela repetiu sem problema algum.

— Mas Giulia, nós estamos em Veneza! — Robert respondeu abrindo os braços e com um sorriso maior, ela não pareceu se impressionar.

— Sim. Nós estamos e é linda, fantástica e maravilhosa, mas acho que já devo ter curtido tudo o que pude e posso ter inspiração no Canadá de qualquer forma.

— Canadá? No seu trabalho agitado? Onde ficam para lá e para cá perguntando o que fazer com detalhes tão mínimos? — Giulia respirou fundo, porque ele tinha um ponto, muito embora ela estivesse de férias, e levou suas mãos até a cintura. Robert respeitou seu silêncio, se tratava de um momento reflexivo.

— Tudo bem. — Giulia finalmente disse olhando-o novamente. — Nós ficamos mais um pouco. — Completou, não era tão fácil assim passar por cima de um querer de Robert apenas porque ela havia se abatido com o desânimo, não era como se ela fosse ter a oportunidade de estar de férias com ele novamente.

Para mostrar que seu pedido para irem embora não havia passado de algo momentâneo, Giulia fora ao il tuo caffé na manhã seguinte, e também porque devia admitir para si mesma o que já havia admito: gostava daquele lugar. No entanto, Robert constataria que sua degustação em Veneza havia voltado ao normal e que ele não precisava se preocupar com sua momentânea vontade de ir embora.

Giulia chegou ao Café preparada para encontrar sua mesa favorita desocupada, mas encontrou a moça ruiva olhando-a como se estivesse olhando para a entrada do estabelecimento antes mesmo de ela passar pela porta. 

Olivia levantava a cabeça brevemente, hábito adquirido automaticamente para saber se Giulia estava ao redor e/ou saber quando e se ela chegaria. Obviamente ela não esperava que ela voltasse a frequentar o il tuo caffé, mas por algum motivo ainda olhava para os lados e ao redor procurando sua presença como que por hábito. 

Entretanto, lá estava ela, lá estava a mulher que morava no Canadá e tinha covinhas quando sorria, com seus olhos cor de mel.

 Olivia não sabia o motivo pelo qual ela a olhava e sempre quando ela não estava prestando atenção, e sabia disso apenas por sentir o peso do seu olhar. No entanto, apesar de não ter conhecimento de sua motivação para observá-la tanto, Olivia acabou por se intrigar com isso a ponto de sentir falta do peso do olhar dela quando ela não estava por lá.

Giulia sabia que teria sido prudente desviar seu olhar e sentar-se noutra mesa antes de fazer qualquer coisa impulsiva como da última vez em que se falaram ao ir até ela, mas invés disso não tirou seu olhar dos olhos verdes e apertou mais contra seu peito a bolsa que guardava seu notebook.

Por um momento breve que mais pareceu muitos minutos, Giulia se esqueceu que existia uma mesa favorita que estava ocupada naquele momento. Olivia então sorriu, incerta do que deveria fazer quando passaram a se fitar por tempo demais. Giulia que estava parada na entrada desde que havia chegado, passou a caminhar até ela como se seu sorriso tivesse sido uma espécie de convite. 

— Bom dia. Seria incômodo se eu sentasse aqui? — Giulia perguntou-a.

— Bom dia. Problema algum. — Olivia respondeu sem se importar se daquela vez havia mesas vagas ou não, Giulia sorriu, novamente aquele belo sorriso e então sentou-se sem se importar com o fato de que estava dividindo sua mesa favorita, de algum modo estava satisfeita em fazê-lo, estava satisfeita em vê-la outra vez.

Ela tirou seu notebook da bolsa, o abriu e o ligou, mas daquela vez antes que pudesse chamar Pietro ou antes mesmo que ele viesse para anotar seu pedido, Giulia tirou o olhar de seu notebook e fitou Olivia novamente, ela já estava cabisbaixa ocupada no que pareceu ter escrito, então Giulia tratou de pigarrear e assim conseguiu atrair sua atenção outra vez.

— Meu nome é Giulia. — Ela disse e viu Olivia sorrir novamente, mas daquela vez seu sorriso era um pouco mais largo e por consequência mais bonito.

— Prazer Giulia, me chamo Olivia. — Respondeu estendendo sua mão e Giulia a apertou rapidamente. — Uma turista, mora no Canadá, mas com um nome que tem variante italiana. — Olivia observou após recolher sua mão.

— Além de ter uma boa memória, como pode saber de uma coisa tão específica? — Giulia questionou realmente interessada, o sorriso que recebeu por aquele comentário fora diferente do anterior, não mostrou os dentes de Olivia, fora sutil, torto, no canto esquerdo de seus lábios, mas charmoso.

— Talvez eu saiba de muitas coisas específicas. — Ela respondeu parecendo segura de suas palavras e houve um breve silêncio como que para honrar sua aparente sabedoria enquanto se olhavam novamente.

Pietro materializou-se ao lado da mesa e evitou comentar algo como “finalmente se reencontraram!” e invés disso anotou o pedido de Giulia e as duas não se falaram mais, a não ser quando Giulia fora embora e as duas trocaram breves sorrisos de despedida, não havia clima que pesasse na mesa e Giulia nem mesmo considerava que sua disputa que nascera e morrera em sua mente, ainda era e/ou seria válida de alguma forma.

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