Cap. 02 - Conflitos de poder

Milo, cidade dos exércitos do fogo - dois dias depois...

Por gerações, a unidade regida nos portões de Milo no centro do império do fogo estava nas mãos da família Montgomery, que por séculos cuidou perfeitamente dos exércitos da família imperial. Para Calía, os Montgomery eram essenciais ao seu poderio, e com isso ela sempre parecia focada em não os desapontar, mesmo que de forma involuntária.

O que muitos não tinham noção era que a presença de uma bastarda no trono imperial nunca foi muito atrativa ou encorajadora ao lorde Carleandro, líder da família de Milo. Para Carleandro, Calía era como uma praga colocada no império por puro capricho de um imperador tolo e apaixonado. Mas, apesar das circunstâncias irem contra ela, Calía nunca havia perdido uma batalha sequer, e de certa forma aos poucos, foi ganhando o respeito do velho homem.

Calía sempre soube diferenciar os amigos dos apoiadores da coroa imperial, mas nunca soube de fato se os Montgomery eram tão sinceros como sempre pareciam ser.

— O que fará agora? — Maud questiona Calía seriamente.

Desde que a imperatriz soube da morte súbita de Carleandro Montgomery, que ela estava em um verdadeiro impasse em ir ou não ao velório do líder de estado.

— Sinceramente general, eu não sei com o que vou lidar de agora por diante. — A imperatriz suspira estagnada. — Sempre soube enfrentar os destemperos de Carleandro, mesmo sabendo que ele só me considerava uma bastarda que era boa em estratégia militar…, mas, seu filho Filipe eu nunca sequer tive contato com aquele homem.

De fato, Calía quase que raramente precisava vir até Milo, e em todas as vezes que precisou, nunca havia se encontrado com alguém da família Montgomery além de Carleandro ou, Henriette, sua esposa. Não sabia o que esperar de um filho legítimo do estado que ela mais prezava.

— Creio que deva ir, afinal, não se pode conhecer alguém a distância. — Maud toca-lhe o ombro esquerdo gentilmente. — Você é boa em tudo o que faz, então não será difícil achar um meio de conhecer as fraquezas de um homem como aquele.

— Nosso espião descobriu algo importante?

— Ao que parece, o herdeiro Montgomery é um homem promíscuo e estranhamente desprovido de emoções.

Calía arqueou uma das sobrancelhas em questionamento. — Como desprovido de emoções?

Maud sorri de canto. — É notável sua falta de tato com as pessoas. Sugiro que não se assuste caso ele não tenha filtro algum sobre o que falar.

— Curioso...

Filipe certamente era o oposto do pai. Carleandro a odiava, mas, sabia filtrar cada palavra dirigida a imperatriz, pois, não era nenhum tolo em desafia-la!

— Sua carruagem está pronta! — Uma das inúmeras servas de Calía lhe avisa prontamente.

Com um último suspirar profundo, a imperatriz vestiu sua capa negra ao redor do corpo, e acompanhada por Maud, ela sai do recinto que se encontrava.

Hestia, capital do reino do Norte

(…)

— Quais são as opções viáveis agora?

— Além de executá-lo em praça pública? — Isolt questiona como se fosse óbvio. — Você foi declarada a nova rainha do norte na frente de todas as pessoas importantes que poderiam se impor contra este fato, não acho que deva começar seu reinado tão misericordiosa com o assassino do seu pai, o rei.

Isolt Greenie era uma das conselheiras do conselho privado que seu pai tinha por muitos anos. Ela era viúva, e odiava quando era questionada.

Ophélia massageia as têmporas exauridas pelo cansaço físico e mental que tinha enfrentado nos últimos dois dias, desde que seu pai fora morto na frente de todo mundo. Todas as pessoas que eram importantes e de grande valor para que o norte se mantivesse de pé, estavam naquele baile e isso poderia ser muito perigoso. Agora ela era rainha, e tinha ciência de que não podia poupar Dante da forca.

— Eu compreendo a opção, lady Greenie. — Ophélia suspira. — O que eu gostaria de saber, é se eu posso ter outra opção além dessa?!

A conselheira olha apática para jovem recém-indagada rainha. — Eu sei que ele é seu primo, mas também é um assassino. Acha que as pessoas respeitarão você se o libertar sem punição alguma? Haverá rebeliões para deposta-la!

— Ela já entendeu Isolt. — Uma terceira voz se impõe sério.

Era Eardon BenHur, o filho do falecido conselheiro Vicent BenHur. A família BenHur vinha de uma longa geração de sangue puro do Norte. Desde a morte do pai, Eardon havia assumido seu lugar dentro do conselho privado do antigo rei, e agora da nova rainha, cuja mesma ele tinha grandes expectativas.

Eardon era um homem sério e até preguiçoso ao ver de muitos, mas o que nele se destacava eram seu grande intelecto e cordialidade. Nunca havia sido casado, e certamente Thales o tinha como opção para desposar sua filha Ophélia, mas isso foi muito tempo atrás.

— Eu respeitava seu pai, Eardon! Mas, sua experiência aqui é quase tão pouca quanta a dela.

Isolt havia se tornado uma mulher amarga desde a morte do marido, na última guerra. A única pessoa com quem ela conseguia ser doce e amorosa era com a própria filha, Mina Greenie.

— Talvez a nossa "falta de experiência", seja o que este reino precisa. — Eardon diz seco. — Respondendo sua pergunta, majestade… sim, é possível termos outra opção além da força para Dante Caphossìo.

— Inaceitável! — Isolt exclama irritada.

— Silêncio, lady Greenie. — Ophélia exige já sem paciência. — Eu sei perfeitamente que a senhora não gosta que eu seja sua rainha, mas eu sou! Aceite ou retire-se deste conselho.

A mulher mesmo com a face abismada, não diz mais nada.

Ophélia suspira mais aliviada. — Continue, lorde BenHur.

Eardon sorri de canto. — Sua outra opção é bani-lo do Norte. Deixe que ele pague por seus erros na fronteira contra o Sul na qual ele tanto menosprezou.

Ophélia sorriu quase que iluminada.

— É perfeito!

Ezioh, que analisava tudo em um canto mais afastado, finalmente se pronuncia: — Temos um problema maior do que Dante Caphossìo, no momento.

A rainha encara Ezioh finalmente.

— E do que se trata?

— Calía Vatra Le Fer!

Isolt bufa. — Eu sabia que você tocaria nesse assunto novamente, general.

— Talvez este conselho não tenha dado a devida importância ao caso. — Ele retruca seco.

Ezioh balança a cabeça sem entender.

— O que a imperatriz do fogo tem haver agora?

Eardon toma partido. — Acho que o general quer saber o que a senhora pretende fazer com relação à ameaça que aquela mulher representa ao Norte. Creio que a senhora já deva estar ciente do cessar fogo que ela tratou com os francos.

Ophélia assente. — Temos um tratado que ela não pode quebrar sem declarar guerra aos outros continentes.

Ezioh senta-se próximo a Ophélia.

— Calía é dona do maior exército de todos os continentes. Ela pode ser cruel, mas não é tola, sabe bem como planejar uma guerra sem se envolver propriamente nela. Tenho certeza que seu próximo passo é o Norte.

— Então, o que faremos?

Lorde BenHur sorri quase que imediatamente.

— Convide-a para vir até o norte, se mantenha um passo à frente dela. — Ele se levanta determinado. — Haverá a festa da colheita daqui a dez dias, envie um convite em sinal de paz para imperatriz impetuosa do sul.

— Porque acha que ela viria? Digo, se ela quer guerra, por que se daria ao trabalho de vir aqui?

Ezioh fecha a expressão. — Por que ela é uma jogadora há mais tempo que você, e provavelmente será mais esperta.

— Então o que eu faço?

Eardon e Ezioh trocam olhares significativos.

— Seja mais esperta do que ela.

Milo, cidade dos exércitos do fogo - Parlamento de guerra, Hill House

Mediante a ordem natural das coisas, uma imperatriz cujo nome era respeitado por todo lugar, tinha o direito de ser orgulhosa. Não aquele orgulho literal, algo mais visível, uma coisa que realmente demonstrasse a quão poderosa você poderia ser através daquela conotação.

Calía Vatra Le Fer era o exemplo de orgulho estampado na face. Uma minoria bem relativa dos seus nobres tinham a ciência que ela era bastarda de algum homem com Aleah Vatra Le Fer, e Calía teve que lidar com cada um deles para que isso nunca se tornasse público a ninguém. Desde que herdou o fardo de governar aquele império inteiro devido à morte precoce de seu então pai, Calía nunca mais teve uma noite sequer de sono tranquilo. Todo mundo que poderia fazer alguma coisa contra ela, era mostrado o quão ela era capaz de merecer estar ali, sendo legítima ou não.

O que muitos não sabiam, era que antes de Calía, Aleah havia dado à luz a um menino, menino esse que subiria ao trono imperial no lugar do pai algum dia... Um dia que obviamente nunca chegou, devido ao fato de que Messala Vatra Le Fer era completamente insano! Sendo mais velho que Calía, ele sempre demonstrou um grande afeto com sua irmãzinha caçula, desde seu nascimento. Mas, mesmo sendo doce com a irmã, Messala era tão cruel e agressivo com os outros, que seu pai não teve escolha senão o banir para longe.

Só que o que muitos não tinham ciência, é que após a morte do pai, Calía foi atrás do irmão que por direito seria o imperador, só que ela só encontrou desgraça e maldição. Messala estava muito mais agressivo, chegava a se autoflagelar sem esboçar dor nenhuma, e mesmo estando naquele estado, Calía não conseguiu deixá-lo. A imperatriz decretou que seu irmão ficaria junto de si, só que o perigo era tão extremo que tiveram que prendê-lo em um lugar onde só ela conhecia a existência. Tal informação nunca havia chegado aos ouvidos de ninguém, e desde então ninguém nunca mais havia tocado no assunto.

O que a levou a pensar sobre seu irmão naquele momento, foi o fato de estar diante de alguém que de certa forma se parecia muito com Messala.

— Sua majestade imperial real.

O guarda no portão da Hill House diz, chamando atenção de todos ali presente.

Filipe Montgomery, que logo mais à frente estava parado bem próximo ao corpo inerte de Carleandro, finalmente fez o olhar ir de encontro ao da mulher mais poderosa do continente.

— Majestade... — Ele diz sem muita vontade. — Suponho que tenha vindo se despedir.

O tom irônico que ele usava não agradou muito a imperatriz, mas, se tinha uma coisa que ela sabia fazer era brincar com ironias.

Com um sorriso falso, ela se aproxima do herdeiro de Milo.

— Creio que nunca tivemos o prazer da companhia um do outro... — Ela começa cautelosa. — Devemos apertar as mãos agora?

Filipe olha com um sorriso brincando entre os lábios para mão estendida da imperatriz.

— Perdoe-me caso eu não queira apertar sua mão, vossa majestade imperial real. — Ele por fim declara voltando seu olhar ao corpo do pai novamente.

Calía continuava com a mão estendida, e aquilo fez Maud suspirar amedrontada. Sua senhora era tudo, menos uma pessoa paciente.

Algumas pessoas em volta começaram a cochichar entre si, fazendo a imperatriz abaixar a mão estendida lentamente.

— Então será desta forma? — Ela questiona baixo, para que somente Filipe a ouvisse.

Ele sorri cinicamente. — Não tenho a mesma classe que Carleandro possuía com uma bastarda. — Ele termina baixo para que só ela o ouvisse também.

Calía sorri largamente. — Está bem, — ela acena com a mão para Maud vir até ela — tire todos do recinto, agora!

Sem nem ao menos questionar, a ruiva faz com que os guardas reais tirassem às pressas as pessoas ali presentes. Entre cochichos e reclamações baixas, aos poucos o grande salão do parlamento de guerra ia se esvaziando, restando somente Calía, Maud, Filipe, e sua mãe Henriette.

— Meu filho, o que disse a imperatriz? — Henriette questiona o filho de maneira afoita.

Filipe suspira baixo. — Não possuo a cordialidade de meu pai, mãe. Acredito que sua majestade imperial real não goste muito de pessoas sinceras.

— Está errado Filipe. — Calía, declara se aproximando com alguns guardas atrás de si. — O que eu não gosto é de falta de respeito. Existe uma hierarquia para que as pessoas saibam seus devidos lugares, e ao que parece seu pai miserável não te ensinou corretamente sobre isso.

Henriette se ajoelha em frente à imperatriz buscando piedade.

— Lhe imploro majestade, não tire meu único filho de mim...

Mesmo aos prantos, Calía nem sequer dirigiu o olhar à senhora de Milo. Seu olhar era fixado no de Filipe, que também não desviava dos dela.

— Não implore minha mãe.

Calía sorri tocando o ombro do guarda ao seu lado delicadamente.

— Eu não gosto quando as coisas são brandas Filipe Montgomery, então eu provavelmente vou gostar do que irei fazer agora.

Com certa brusquidão, dois homens arrastaram o jovem até ficar frente à Calía, e lá o puseram de joelhos contra sua vontade.

— Não pode me matar!

Calía se ajoelha em frente a ele. — Quem decide o que eu posso ou não fazer, — ela sussurra próxima do ouvido do homem — sou eu e ninguém mais… quero que aproveite a experiência, pois fico bem poética quando torturo alguém.

Com uma cabeçada certeira, ela quebra o nariz do jovem e pálido rapaz.

— Sua... — Ele esbraveja sem concluir a própria fala.

Calía sorri. — Quero que seja sincero como gosta tanto de ser Filipe, me chame do que quiser, mas saiba que cada letra da palavra que proferir, será um corte em seu corpo!

Então para surpresa de todos, Filipe sorri alto.

— Vou adorar o processo, sua vadia.

— Não, você pode até achar que vai gostar, mas sou eu que vou adorar machucar você!

Filipe notou um brilho vermelho escarlate nos olhos de Calía, algo quase como demoníaco que lhe causou pavor, e de certa forma admiração.

Naquele mesmo dia, mais tarde...

(...)

— O povo de Milo está de luto!

A declaração alta e firme vinda da Imperatriz, fez com que muitos se pusessem em silêncio resguardado.

— Sei o quanto a família Montgomery é importante para esta nação, e também sei que seu filho Filipe fará um ótimo trabalho em sua ausência. — Ela termina olhando de soslaio para o homem sentado ao seu lado com a face séria e compenetrado. — Quer dizer algumas palavras, lorde Montgomery?

O homem vestido de preto engole o orgulho ferido daquele momento, e se levanta determinado e mancando levemente.

Sob o olhar afiado da imperatriz, Filipe começa sua fala: — Muitos de vocês honravam o legado do meu pai, eu sei que ele não era um exemplo de pessoa, mas era capaz quando era exigido que fosse... — ele pausa. — A imperatriz do fogo me mostrou o jeito que se deve governar uma nação, e pretendo seguir com mão de ferro sobre sua jurisdição, pois não há alguém mais capaz do que ela no poder do nosso império. — Ele conclui a fala sorrindo falsamente para ela.

Calía sorri de volta.

Caroenne, capital do império do fogo - dois dias depois...

Os ventos de Caroenne já abraçavam os cabelos longos e louros de Calía, de maneira lenta e ritmada.

Os dias fora de casa foram quase como um suplício tedioso a imperatriz do fogo. Ela admitia que gostasse de viajar, conhecer seu povo e suas necessidades, mas também confessava que odiava estar tanto tempo longe de casa.

— Vossa majestade imperial real, seu chanceler pede uma audiência privada urgentemente. — Clothild, uma serva pessoal de Calía, diz apressada.

Ela revira os olhos cansados. — Ele não podia nem ao menos esperar que eu tome banho?!

Clothild se endireita perante sua senhora. Para ela, Calía estava sempre linda e exalando poder onde quer que fosse. Suas roupas feitas sob medida para cada curva de seu corpo magro, seus sapatos, seu cabelo, sua pele… tudo nela transmitia o mais puro poder e requinte que uma imperatriz pudesse ter.

— Quer que eu diga para esperar? — A serva pergunta nervosa.

Ela bufa. — Já estou aqui, vamos logo com isso.

Há passos rápidos e longos, Calía caminhou em direção de seu escritório. Por dias rezava que Cassius a deixasse em paz com assuntos de estado, e na maioria das vezes, ele os resolvia sem precisar de seu aval, só que ela mesma o compeliu a procurá-la caso o assunto fosse sobre fronteiras e guerra.

Cassius Brondeville era seu braço direito quando se tratava de estratégia militar e organização de fronteiras. O homem de cabelos escuros e de face sempre coberta era excelente no que fazia, e sempre que podia ele e Calía faziam mais do que discutir planos. As coisas com o homem mascarado eram descomplicadas, e ela adorava aquela parte de sua vida.

— Pediu uma audiência com urgência, do que se trata?

Cassius acenou com a cabeça para que Clothild se retirasse, e assim que ela o fez o homem pediu para que Calía sentasse.

— Chegou uma carta do norte.

Calía arqueou uma das sobrancelhas.

— Nosso informante na fronteira com Aldova? — Ela questiona séria.

— Da nova rainha do norte, Ophélia Caphossìo!

A imperatriz esboçou uma leve surpresa na face.

— Ora, ora… — ela ri de canto. — Parece que a garota quer testar o novo poder.

Cassius depositou sua mão no pescoço da imperatriz, fazendo a mesma curvar-se na direção oposta.

— Acho que deveria considerar a oferta. — Ele responde se curvando para beijar o pescoço pálido de Calía.

Ela sorri empurrando o homem em direção à mesa a sua frente. Cassius sorriu por entre sua máscara quando ela sem cerimônia sentou sobre ele.

— Eu vou aceitar o convite, faço até questão. — Ela rasga a bela camisa passada do homem e sorri cínica. — Vamos ver o quanto Ophélia sabe jogar esse jogo!

Extremo oeste da muralha de sangue, lago de gelo

O frio era algo que todos os nortenhos sabiam lidar, todos sabiam que o gelo queimava até mais do que o próprio fogo ardendo em brasas. Tudo no gelo causava estranheza a quem viesse de fora, tudo no Norte era complexo para pessoas que não conseguiam ver todo seu esplendor e magnitude.

O gelo era a mais pura água sólida, era quente e frio, sólido e líquido, tudo em proporções de tempo e espaço.

O caminhar altivo do homem vestido com grossas camadas de pele de animal, só não era mais apressado que o da mulher ao seu lado com seus dois coques no topo da cabeça, e tatuagens que começavam na face e deus sabe-se lá aonde terminariam. O moreno ao lado da mulher era alto e bem forte, um ótimo exemplar do sexo masculino, e os dois pareciam estar se divertindo com o que parecia ser uma caçada.

— Acha que os deuses estão satisfeitos conosco? — A mulher indaga ao companheiro.

— Faremos o blót está noite para que os deuses olhem por nós. — O moreno responde sorridente. — Só precisamos de mais alguns animais, Torvi.

A morena para. — Espere! — Ela faz com que o moreno olhe na mesma direção na qual ela olhava. — É um homem?

Ele joga seu machado para o lado, e tenta tirar a neve do corpo no chão.

— Está morto? — Torvi questiona curiosa.

— Ainda está vivo, talvez os deuses queiram assim. — O moreno ajuda o homem a se sentar ainda desacordado. — Nota o brasão no peito dele?

— Família real? — A mulher se ajoelha em frente ao homem e o analisa. — Porque alguém da família real estaria por esses lados?

O homem de cabelos compridos encara Torvi, tão duvidoso quanto ela.

— Vamos levá-lo ao nosso lorde, Torsten saberá o que isso significa.

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