CAPÍTULO - 1

É sempre frio, é tão estranho

Podia ser perfeito, mas foi quebrado

Caindo no vazio, do lado errado

Não há nada que eu possa fazer a não ser sair sem destino

cantando o novo hino dos descontentes

Eu sempre quero mais que ontem

Eu sempre quero mais que hoje

eu sempre quero mais do que eu posso ter

Mais – Capital Inicial

Karen

            — Me desculpe por isso, minha querida!

            Aquela já deveria ser a quinta vez que minha tia repetia aquilo, apenas no trajeto do hospital até em casa. E eu já estava até mesmo a sentir raiva daquele pedido de desculpas, dado como se ela tivesse qualquer culpa no ocorrido. Como se pudesse haver qualquer coisa no mundo que me impedisse de estar ao lado dela naquele momento.

            — Tia, para de pedir desculpas! — retruquei, enquanto empurrava a cadeira de rodas para o lado de dentro da residência. Agradeci mentalmente pela casa ser térrea e bem espaçosa. Facilitaria durante o tempo em que ela tivesse que se mover com a ajuda daquela cadeira.

            — Foi um péssimo momento para ter um AVC, né? — ela choramingou. Não havia graça alguma no ocorrido, mas a forma como a frase fora dita acabou fazendo com que eu risse.

            — É, tia! O momento foi péssimo, bem numa terça-feira. Não podia esperar até a quinta, quando minha agenda estava mais livre?

            Era uma piada. Mas ela não pareceu compreender.

            — Eu sinto muito, minha querida! Estou atrapalhando a sua vida!

            Suspirei, antes de ir para a frente da cadeira e me abaixar diante dela. Passei delicadamente uma das mãos pelo rosto da minha tia Sandra, pensando no desespero que sentiria caso a tivesse perdido. Ela tinha um rosto um tanto envelhecido para os seus sessenta anos, mas ainda era uma mulher bonita, com seus grandes olhos castanhos emoldurados por um rosto redondo e aquele sorriso mais reconfortante do mundo. Se ela tivesse a noção exata do tanto que eu a amava, pararia de falar aquele tipo de coisa.

            — Tia, você nunca me atrapalha. Vai ser muito bom passar algum tempo aqui contigo.

            — Oh, não, minha querida! Você tem os seus shows para fazer. Amanhã mesmo deve voltar para o Rio de Janeiro!

            — Nem pensar! Eu trouxe a minha mala, e já até arrumei o meu velho quarto. Prepare-se para me aturar por uns bons meses!

            — Mas eu ainda não consigo andar. Como vou fazer o almoço para você?

            Eu ri novamente. Ela não podia se levantar e estava preocupada com como faria comida para mim?

            — Eu é que vou cozinhar para a gente, tia!

            — Karen, você é péssima na cozinha!

            — Esse tempo morando longe de casa me ajudou a melhorar bastante, sabia? — Na verdade, não tinha melhorado tanto assim. Mas conseguia fazer o básico, mais do que suficiente para não morrermos de fome. — Agora vamos, você precisa descansar!

            Ela começou a resmungar sobre estar cansada de descansar, mas fingi não dar atenção e voltei a empurrar a cadeira dela até o quarto. Enquanto a ajudava a ir para a cama, ela fez a pergunta que eu detestava ter que responder:

            — Alguém avisou o Rodrigo?

            — Não — rebati de imediato. — Achei que não fosse necessário.

            — Ah, fez bem, minha filha. Ele é tão ocupado. Já basta terem te incomodado!

            Ajeitei ela na cama e a cobri. Dando-lhe um beijo na testa, saí apressada do quarto, com medo de extravasar minhas emoções diante dela. A verdade é que eu estava com muita, muita raiva.

            É claro que o Rodrigo tinha sido avisado. Antes de mim, aliás. Mas ele era um cara tão, mas tão ocupado, que não podia deixar o seu maldito trabalho de lado para ir ver a própria mãe no hospital. Nem ao menos deu um mero telefonema!

            Nós não éramos primos de sangue e, na verdade, nem mesmo de consideração. Tia Sandra era esposa do irmão da minha mãe, que veio a falecer três anos depois que fui morar com eles. Já o Rodrigo, era filho do primeiro marido dela, e o cara era aparentemente tão babaca quanto o filho se tornou. Quando se separaram, ele brigou na justiça pela guarda do filho e, por ter condições financeiras bem melhores, acabou ganhando. Não contente em tirar o filho da ex-mulher, ele ainda se mudou para Brasília, levando a peste junto.

            Ah, é... “Peste”! Eu me referia ao Rodrigo assim desde que passei a morar com minha tia e tomei conhecimento da história. Eu o via, a princípio... sei lá... três ou quatro vezes por ano. Mas essa frequência foi diminuindo, até ele se tornar maior de idade e decidir que não queria mais passar férias e feriados prolongados com a mãe numa cidadezinha no interior do Rio de Janeiro. Ele também se enveredou pelos caminhos da música, mas, ao contrário de mim, aparentemente fazia muito sucesso e ganhava rios de dinheiro com isso. Eu quase não assistia TV, mas já tinha ouvido a música dele algumas poucas vezes, o suficiente para achar a letra medíocre e a voz dele sem graça. Não sabia como algo daquele tipo poderia fazer sucesso. Diziam que ele era muito bonito. Sinceramente, nunca parei para reparar.

            Senti algo molhado no rosto e, ao passar a mão, percebi que chorava, sem nem me dar conta. Era muita pressão para uma só pessoa. Foram dias desesperadores com medo de perder a pessoa a quem amava como uma mãe, e só agora parava para pensar nos compromissos já agendados, que eu não poderia estar presente. Sei que o pessoal da banda daria conta sem mim, mas a grana me faria falta... quase tanta falta quanto o gostinho de cantar para uma plateia, mesmo que mal fosse percebida por ela. A música era a minha vida, e agora eu precisaria reaprender a viver sem ela. Mas nada disso tinha tanta importância assim, perto da vida da minha tia. E eu ficaria ao lado dela por quanto tempo fosse necessário. O médico dera a previsão de seis meses a um ano até que ela estivesse totalmente reestabelecida, mas eu ficaria mais tempo que aquilo, se preciso fosse. Ficaria a vida inteira ali, se preciso fosse, abrindo mão até dos meus sonhos. Porque era isso o que qualquer pessoa com sentimentos faria por alguém a quem amasse.

            Só aquela peste do Rodrigo que era incapaz de perceber – ou sentir – isso.

*****

            No caminho a pé até o mercado, ouvi umas duas pessoas reclamarem a respeito do calor e achei graça. Valença poderia estar passando por um verão intenso, mas nem se comparava às temperaturas infernais do Rio de Janeiro e, nisso, eu quase me senti feliz por estar ali. Não fosse o fato de estar tão longe do trabalho que eu amava e da perspectiva de correr atrás do meu sonho.

            Parei algumas vezes ao encontrar conhecidos. Vivi naquela cidade dos doze aos vinte anos – depois voltei ao Rio, onde tinha nascido e voltei a morar há quatro anos. O suficiente para dizer que aquelas pessoas tinham me visto crescer, me transformar de uma moleca pré-adolescente a uma mulher. Mas a verdade é que muito pouca gente ali realmente gostava de mim. Ah, eu era a garota rebelde vinda da capital, que fez a primeira tatuagem aos treze anos, colocou o primeiro piercing aos catorze, levava bomba na escola, arrumava briga com as outras meninas – e com alguns meninos também... o terror dos professores, a rebelde sem causa, a roqueirinha que não ligava muito para os estudos. Dei um tanto de trabalho para a minha tia, mas a verdade é que, de uma forma bem confusa, eu sempre tive muito respeito por ela. Nós sempre nos demos bem. Meu problema era com o restante do mundo!

            Porém, apesar de não gostarem de mim, óbvio, todos os conhecidos me pararam para se dizerem feliz pelo meu retorno, fazerem perguntas sobre a saúde da minha tia, sobre a vida no Rio de Janeiro (e de quebra tentarem “descobrir o real motivo” do meu retorno. A maioria deles realmente não acreditava muito em boas intenções vindas da garota-problema da cidade) e até ouvi alguns elogios ao meu cabelo azul (embora as expressões direcionadas a ele fossem mais assustadas do que admiradas).

            Enfim, consegui fazer as compras para o almoço e saía do mercado, quando avistei mais um rosto conhecido se aproximando. Dessa vez, no entanto, o sorriso que abri foi completamente sincero. Se existia uma única pessoa que eu realmente gostaria de ver por ali, era ele.

            Pedro vinha em sua moto. Por ser uma rua de pedestres, toda de paralelepípedo, ele vinha em velocidade reduzida, a qual diminuiu ainda mais quando me viu. Parei na calçada em frente ao mercado, até que ele se aproximasse e parasse diante de mim, abrindo aquele sorriso mais lindo do universo. Quando nos abraçamos, me dei conta que o sentimento que nutri por ele durante toda a adolescência não tinham desaparecido como imaginava até então. Estavam apenas escondidos em algum lugar dentro de mim. Sentir o cheiro dele fez com que o meu coração disparasse e eu voltasse a me sentir como uma menina apaixonada.

            — Quando você voltou? — ele perguntou, me olhando com aquele par de olhos verdes que ainda tinham o poder de me fazer estremecer.

            — Ontem, na verdade. Vou passar alguns meses cuidando da minha tia.

            — Eu soube do que aconteceu. Como ela está?

            — Foi só um grande susto. Mas ela vai passar algum tempo ainda para se recuperar por completo, por isso ficarei para ajudá-la.

            — Achei que o seu primo iria levá-la para casa dele. Ao que parece, ele está nadando na grana, né?

            — Ele não é meu primo. — As pessoas realmente tinham uma grande dificuldade para compreender isso. Mas, de outro fato, estou certa de que Pedro não tinha dúvidas — E ele é um grande idiota.

            — É, isso é verdade. Bem, preciso ir para o trabalho...

            — Ainda trabalha na oficina?

            — Sempre. Sabe o quanto amo aquele lugar.

            — Sei — Afinal, o que eu não sabia sobre o Pedro? — E sei também que o seu Carlos não perderia por nada um profissional como você.

            Ele sorriu, com aquele jeito meio tímido e modesto que eu tanto adorava. Depois se aproximou, me deu um beijo no rosto e foi embora, dizendo que ia me ligar para combinarmos algo. Ainda fiquei ali parada por alguns instantes, tentando prolongar a sensação dos lábios dele no meu rosto e do perfume masculino – o mesmo que ele usava desde a adolescência – que ficara no ar. Talvez voltar para Valença não tivesse sido de todo ruim, afinal.

            Despertando para a realidade, continuei o meu caminho para casa. Estava um pouco distraída, pensando no breve encontro com Pedro, quando, ao chegar já na rua da casa da minha tia, fui atingida por um forte esbarrão. Tão forte, tão bruto, que levou minha sacola de compras ao chão e por pouco não fez com que eu também caísse. Encarei – ou quase, já que o maldito estava com óculos escuros – o brutamontes que tinha me derrubado e gritei os piores palavrões que eu conhecia na vida, enquanto me abaixava para pegar as compras. Ele não se moveu, nem para me ajudar, nem para ir embora. Ficou ali, parado, estático. Quando terminei de recolher a sacola e voltei a olhá-lo, enfim ele disse algo:

            — Não acredito que está falando assim comigo!

            Ah, era só o que me faltava agora! O babaca quase me derrubava e ainda queria tirar satisfações por eu tê-lo xingado?

            — Passa a olhar por onde anda, imbecil!

            Revoltada, desviei-me e finalmente entrei em casa. Minha tia estava no sofá, assistindo a um desses programas matinais de tevê. Fui até ela, depositando um beijo no topo de sua cabeça e depois seguindo para a cozinha. Como me conhecia bem, ela percebeu que havia algo errado. Tanto que perguntou:

            — Aconteceu alguma coisa, querida?

            — Ah, tia... um idiota esbarrou em mim, derrubou as compras todas no chão, não teve a capacidade de pedir desculpas e ainda ficou todo ofendidinho quando eu reclamei, vê se pode! — Suspirei, cansada. Não queria falar sobre isso. — Sabe quem eu encontrei, também? O Pedro.

            Minha tia sorriu e se empolgou, como uma adolescente.

            — E como foi? Conta tudo!

            Larguei as compras como estavam e voltei para a sala, sentando-me ao lado dela.

            — Ai, tia... Por que a senhora não me contou que ele continuava tão lindo?

            — Porque você sempre me disse que já havia superado.

            — Tá, eu disse, mas... Quem é que supera o Pedro, tia?

            — Ele tá um danado de um homenzão lindo, né?

            Eu ri, cobrindo o rosto com as mãos. Agora, eu é que parecia uma adolescente. Mas é que, apesar de sempre contar tudo a ela, alguns assuntos eram meio estranhos para se ter com alguém que tinha me criado como uma mãe.

            — Bota lindo nisso, tia. Mas e aquela nojenta daquela namorada dele?

            — Ah, aquela lá já é carta fora do baralho, minha filha. Já se casou e já saiu da cidade tem tempo!

            Respirei aliviada. A garota realmente era um nojo e, por qualquer motivo, me via como sua arqui-inimiga. Tudo porque eu tive um namorico com o Pedro quando nós éramos dois pirralhos, logo que vim morar na cidade. Ele teve inúmeras namoradas depois de mim, mas era comigo, apenas comigo, que a nojentinha implicava, sei lá por quê.

            Bem, mas a cidade inteira implicava comigo, qual era a surpresa?

            Voltei para a cozinha para cuidar das compras. Um cantor que minha tia gostava se apresentava na tevê, e ela cantava junto, o que me fez sorrir e até mesmo arriscar acompanhá-la na canção. Era uma música antiga e bem romântica, não fazia o meu estilo. Mas minha tia a ouvia tanto quando eu era mais nova, que já conhecia a letra de cor. Quando terminei de guardar as compras e retornei para a sala, percebi que minha tia parara de cantar e apenas me olhava, sorrindo.

            — O que foi, tia?

            — Você tem a voz mais linda do mundo.

            E eu ri, ao mesmo tempo agradecida e achando graça do exagero.

            — E você é a tia mais coruja do mundo!

            — Estou falando sério, minha querida. Você deveria estar fazendo shows... não nesses barzinhos, como você faz, mas para multidões. E devia estar tocando na rádio e na televisão. Por que ninguém te ajuda nisso?

            Essa era uma pergunta impossível de ser respondida. Queria que fosse tudo fácil como as pessoas de fora julgavam ser.

            Bem, o fato é que, para algumas pessoas, de fato era. Mas esse não era o meu caso. Era o caso do filho da minha tia: o rostinho bonito que deu certo cantando baladinhas comerciais do tal estilo chamado “Sertanejo Universitário”.

            — Sabe no que eu estive pensando? — Minha tia voltou a falar, mas calou-se subitamente, como quem teme dizer algo que não deveria. — Acho que você não vai gostar da ideia.

            — Tá, mas agora diga.

            — É que... Sei que alguém deve ter avisado ao Rodrigo sobre o que aconteceu comigo. Ele é muito ocupado, deve estar viajando com seus shows, mas... Sei que, quando tiver um tempinho, ele vai me ligar.

            Suspirei, arrependida de ter insistido para que ela me contasse no que tinha pensado. O babaca do Rodrigo até ligava para ela, de vez em quando... Mas nós duas sabíamos que não era exatamente por amor à mãe que fazia isso. Uma vez a cada quinze dias, ou por mês, como era mais frequente, ele ligava ou pedia para alguma secretária fazer isso e perguntar se a mãe precisava de algum dinheiro ou remédio. Mas isso não era por amor ou preocupação. E, mesmo que me doesse fazer aquilo, eu precisava ser sincera:

            — Tia, se ele ligar, a senhora sabe bem que será por obrigação. Ele morre de medo de que a imprensa descubra que, enquanto ele vive riqueza, a mãe dele leva uma vida bem modesta, sem luxo algum.

            O rosto dela adquiriu uma expressão de tristeza, e eu me senti péssima pelas minhas próprias palavras. Ela sabia de tudo aquilo, nada era novidade para ela. No entanto, algumas verdades, quando ditas, são profundamente dolorosas.

            — Sim, minha querida. Eu sei. Bem, os motivos não importam, sei que ele vai ligar. E, quando ele fizer isso... — Pausa. Tia Sandra parecia sentir medo de completar a frase. — Vou pedir que ele apresente o seu trabalho ao empresário dele.

            — Claro que não, tia! — Senti que meu tom de voz se elevou. — Sabe bem que eu não quero nada que venha daquele cara!

            — Sim, minha querida, eu sei. Mas, pense bem...

            — Não há nada o que pensar! Sei que é seu filho, mas a senhora também sabe muito bem o que eu penso a respeito dele. Ele é um babaca, e eu não vou permitir que a senhora, de forma alguma, peça qualquer favor a ele. Especialmente em meu nome!

            — Mas, Karen...

            — Nada de “mas”, tia! Eu tenho cuidado bem da senhora, não tenho? Nós nunca precisamos dele, nem vamos precisar. Se minha carreira tiver que decolar, será pelos meus méritos. Se não for assim, não importa. Eu posso arrumar algum outro emprego... quem sabe fazer uma faculdade, me dedicar a outra profissão qualquer!

            — Sabe tanto quanto eu que nada te fará mais feliz do que a música, minha filha.

            — É, mas também sei que viver é bem mais do que ser feliz, tia. Nem sempre se pode ter o que se quer. Agora chega desse assunto, preciso preparar o almoço.

            Voltei para a cozinha, um tanto irritada. Parei por um momento, olhando ao redor e tentando me lembrar em qual daqueles armários eram guardadas as panelas, quando a campainha tocou. Aquele não era um bom momento para visitas, mas cheguei a torcer para que fosse alguma das vizinhas mais próximas à minha tia, para quem sabe conversar um pouco com ela, nem que fosse para contar as últimas fofocas e, dessa forma, distraí-la um pouco do assunto “Rodrigo”. Corri até a porta e a abri. E, ao ver quem era, descobri que aquele, definitivamente, tinha sido um péssimo dia para eu ter saído da cama.

            — Não acredito que me seguiu até aqui, seu idiota! O que quer?

            Era o mesmo imbecil que tinha trombado em mim na rua alguns minutos antes. Além de ter sido um total grosseiro, troglodita e estúpido, será que ele ainda tinha se sentido no direito de ir tirar satisfações comigo por eu ter xingado ele?

            — O que você está fazendo aqui? — Ele estava (ou ao menos fingiu estar) surpreso ao me ver.

            — Como assim o que eu estou fazendo aqui? O que você veio fazer aqui?

            A resposta veio de dentro da sala, da voz surpresa e carregada de emoção da minha tia:

            — Rodrigo?

            Eu a olhei, surpresa. Tornei a olhar para o visitante ao mesmo tempo em que ele tirava os óculos escuros, revelando os olhos castanhos.

            Não restava dúvidas. Era realmente ele.

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