Capítulo 3

O tempo passou e Bóris cresceu. E quando fez quinze anos conheceu outras pessoas. Quando fez novos amigos, compartilhou com eles o seu maior medo na infância, que era o castelo localizado nos montes Cárpatos. Um dos amigos de Bóris chamado Victor, que sempre se sentia o mais valente do grupo, teve uma ideia e compartilhou com os outros meninos.

– O que vocês acham da gente ir até o castelo? Eu sempre quis saber quem é que mora lá.

– Você teria coragem de ir até lá? Eu não teria! Jamais iria naquele castelo mal assombrado! – Respondeu Sam.

– O castelo é mal assombrado? Tem fantasmas lá dentro? Ai, eu não vou, não. E nem adianta insistir. – Complementou Peter antes mesmo de Victor abrir a boca para falar algo que o fizesse mudar de ideia.

– Eu iria. Ah, Sam, acredito que estando todos juntos não teriam muitas chances de acontecer alguma coisa. Além do mais, nós não somos mais crianças. Temos todos quinze anos ou praticamente quinze anos. Já somos bem grandinhos. Nada de mal vai nos acontecer. Venha com a gente! – Disse Bóris tentando encorajar o amigo e se sentindo um pré-adolescente de muita coragem por aceitar ir ao castelo, um lugar que lhe trouxe tanto medo no passado.

Depois de muitas conversas e inúmeras tentativas de convencer um ao outro, finalmente, os garotos decidiram ir juntos ao castelo para se certificar do que realmente estava escondido lá dentro que pudesse trazer tanto medo as crianças do vilarejo e, justificar o imenso terror que lhes assombravam na época em ele era uma criança de apenas dez anos.

– Então nos encontramos aqui no castelo no fim da tarde ou à noite. Pode ser? – Disse Victor.

– Por que à noite? – Perguntou Sam.

– Porque à noite o vilarejo fica ainda mais pacato e silencioso. É mais fácil que a gente entre no castelo sem sermos vistos. – Respondeu Victor sempre mostrando tamanha coragem.

– Não estou gostando dessa ideia. – Disse Peter.

Bóris também achava que seria arriscado demais irem à noite em um lugar que, além deles não conhecerem direito, era também mais afastado de uma cidade que já era silenciosa por natureza. Se algo acontecesse com eles, como as pessoas saberiam? Como os ajudariam?

– Ah! Não contem para os seus pais! – Ordenou Victor.

– Claro que não vou contar! – Disse Bóris. – Não precisava nem pedir.

– Eu sei que você não diria nada a ninguém. Que trataria isso como nosso segredo eterno, mas é bom avisar porque o Sam e o Peter podem dar com a língua nos dentes. – Complementou Victor.

– Não vou dizer nada. – Concluiu Sam.

– Eu também não vou contar nada a ninguém. – Disse Peter.

– Então combinado. Vamos nos encontrar mais tarde às dezenove horas no início da floresta. Pois acho melhor atravessá-la juntos. – Disse Victor.

– Combinado. – Disseram juntos Sam, Peter e Bóris.

A noite chegou, e Bóris estava esperando os seus amigos Victor, Sam e Peter no início da floresta, às dezenove horas, como eles haviam combinado. Mas o tempo estava passando, estava ficando cada vez mais escuro e Bóris gostaria de chegar em casa antes das dez da noite e principalmente vivo. Pois ele sempre acreditou nas histórias que muitos chamavam de lenda. Mas que para ele eram reais. Mesmo com a sua idade avançando ele sempre deu crédito aos contos que diziam realmente existir um homem que mata as pessoas depois das vinte e duas horas nas ruas de Merlim.

Então como já eram oito horas da noite e Victor, Sam e Peter ainda não tinham chegado, Bóris sacou seu celular do bolso para verificar se tinha alguma mensagem deles, mas não tinha nenhuma. – Talvez pudesse ser o sinal ruim da região, e eles não conseguiram se comunicar. – Pensou Bóris.

Então Bóris resolveu ir sozinho e enfrentar o medo com o objetivo de que ele visse que não existe realmente ninguém morando no castelo. E com certeza depois disso, esse terror se transformaria em algo sem importância e, consequentemente, ele não daria mais crédito as histórias contadas pelo povo a respeito do tal cavaleiro misterioso, e chegaria à conclusão de que a cidade não está em perigo. E seguiria a sua vida normalmente.

O Sol já havia se posto e a floresta já estava escura, mas mesmo assim, Bóris foi entrando e tentando seguir um caminho que fosse menos perigoso por entre as árvores. Quando ele apontou a lanterna para o chão a sua frente, viu que tinham algumas pegadas e que elas seguiam uma direção. – Se eu seguir essas pegadas, pode ser que eu chegue a algum lugar ou até mesmo no castelo. – Pensou Bóris.

Mas quando ele realmente analisou aquelas pegadas, viu que se tratava de pegadas de cavalo. E no mesmo instante ele se lembrou das histórias contadas pelo povo de que existia um cavaleiro rondando o vilarejo de Merlim. Mas Bóris não se deixou intimidar. Continuou caminhando e seguindo as pegadas mesmo que sozinho.

Ao longo da floresta ele ouvia muitos barulhos e sempre pensava pelo lado positivo, que aqueles ruídos eram provenientes dos animais silvestres, nativos da floresta e que provavelmente não estariam acostumados com seres humanos em seu habitat, o que faria com que eles ficassem mais agitados.

Quando Bóris já cansado olhou para cima, viu o céu com muitas estrelas e agradeceu à lua que auxiliava a sua caminhada pela floresta. Levantou o braço, olhou o relógio e viu que ainda não eram dez horas da noite. Então continuou a sua caminhada e quando as árvores apresentaram um cenário mais amplo, viu que tinha chegado a algum lugar. Tinha um largo portão. E as paredes tinham um aspecto que parecia ter atravessado milênios, pois aquele tipo de construção não parecia nem um pouco moderna, mas sim da Idade Média.

Nesse momento ele se certificou de que finalmente tinha chegado ao temido castelo, o qual tanto o assombrou ao longo de sua vida.

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