Não Perturbe

Christian ainda estava em casa pensando, precisava fazer alguma coisa por Aimée, para resolver aquele problema. Ela nunca iria entender o lado dele, é claro. Mas eles foram feitos um para o outro, mas feitos de pensamentos diferentes que de vez em quando caminhavam na contra mão, isso podia ser uma benção ou uma maldição.

Mas nesse momento, podia acabar com o relacionamento deles, e isso nenhum dos dois queria verdadeiramente.

Ela disse para ele ficar longe, mas ele não sentia que podia fazer isso, ele queria estar do lado dela, segurar sua mão, tentar se explicar de novo provavelmente seria em vão mas ficar em casa certamente não era a melhor opção.

Esse possível tempo no seu relacionamento com Aimée, fazia com que ele se sentisse culpado, na verdade nem ele mesmo era capaz de conseguir encontrar uma boa resposta por decidir colocar Bella no grupo, nem ao menos era capaz de encontrar uma resposta verdadeira, mas havia algo dentro de sim, uma voz, um arrepio, um pressentimento que o fizeram escolher sem pensar, é muito, muito difícil de explicar.

Eram quase três da manhã e Christian ainda não conseguia dormir, a rua onde morava estava escura, com exceção de um ou dois postes iluminando trechos em luz amarela. O vento era frio, mas ele não queria entrar, sua casa ficava ainda mais vazia quando ele pensava demais em Aimée após uma briga, tudo na casa lembrava a ela, já que sempre foi Aimée a responsável por decorar a casa.

Ela sempre mudava as coisas lá dentro. Cada quadro, cada cor das paredes, cada enfeite, mudava a casa, assim como aos poucos mudava Christian, que aos poucos mesmo sendo diferentes puderam se tornar iguais.

A árvore ao lado da casa balançava e fazia sons estranhos que vez ou outra faziam ele olhar, Christian observava a rua vazia, como se alguma coisa interessante fosse aparecer, ou que o vento fosse capaz de lhe fazer esquecer. Nunca teve medo de escuro, quando era criança, não se importava com os "monstros em baixo da cama".

Achava graça em qualquer coisa que parecesse ser de outro mundo, e a morte na verdade nunca o assustou, pelo contrário, ele parecia tentado a se aproximar de tudo que era obscuro e até estão mistificado. Parecia mais atraente conhecer o outro lado do que viver uma vida onde todo que é real pode ser visto.

Foi quando ouviu um som vindo de dentro da casa, era como um vidro se quebrando. Christian se virou rápido em direção a porta e entrou. Sabendo que o barulho vinha da cozinha, pegou um bastão de ferro que deixava ao lado da porta, para o caso de alguém tentasse invadir, o que era quase impossível acontecer.

Mas alguma coisa estava errada, essa era uma boa hora para qualquer coisa ter acontecido... Para chegar à cozinha, ele precisava passar pela porta do banheiro e um corredor longo, que parecia ainda mais longo por causa da adrenalina. Se lembrou do dia em que ele lutou com um assaltante num ônibus, aquilo sem duvidas foi a atitude mais corajosa que já teve, mas só fez isso pois o tal assaltante estava apontando a arma para sua mãe. Naquele dia ele teve medo, mas resolveu enfrentar o medo assim mesmo, para proteger alguém.

Dessa vez ele não tinha nada para proteger, mas fingiu que tinha, ele queria uma aventura, e achou aqui uma boa oportunidade para esquecer tudo o que aconteceu durante o dia. Fechou a porta trás de si antes de começar a andar.

Ele respirou fundo, ouvindo o som dos próprios pés fazendo eco pela casa, seu coração batia tão rápido que parecia saltar-lhe pela boca, tentou se acalmar contando os passos até a cozinha, três, quatro, cinco passos.

E entrou. Pronto.

A luz estava acesa, no chão os restos de um copo que anteriormente estava em cima da mesa. Mas a porta da cozinha, que dava para os fundos da casa estava trancada com chave, a janela estava aberta, mas a mesma tinha grades, ninguém seria capaz de entrar por ali.

Christian não se lembrava de ter aberto a janela, a cortina balançava com as rajadas de vento, o relógio continuava fazendo o mesmo tic tac de sempre, Christian se sentiu ridículo por ter achado que teria uma nova história para contar. Mas pelo visto, era uma coisa muito simples, a força do vento certamente laçara o copo ao chão.

Com uma vassoura e uma pá, ele começou a limpar o estrago feito pelo chão da cozinha, ignorando a sensação de estar sendo observado novamente, ele jogou fora os cacos de vidro. Assim que terminou, foi em direção sala e a porta estava aberta, parou por alguns segundos e revirou os olhos  "Claro, eu deixei a porta aberta, como eu fui tão idiota". Ele pensou, mas quando iria fechar a porta, sentiu algo estranho, parecia um peso amarrado na maçaneta.

Era uma cordinha com uma pedra preta amarrada na ponta, ele tinha a sensação de já ter visto aquela pedra em algum lugar, mas não se lembrava onde. Desamarrou a cordinha da maçaneta e ficou segurando por alguns segundos. No chão, estava um pequeno pedaço de papel branco, ele sabia que alguma coisa estaria escrita ali, levou um milésimo de segundo tentando decidir se queria ler o que pudesse ser aquilo. Desdobrou o papel devagar, com medo de que ele fosse desaparecer em sua mão "Não incomode quem não quer ser incomodado" em uma caligrafia impecável.

Ainda com o bastão de ferro em uma das mãos e o pedaço de papel na outra, Christian caminhou até a cozinha de novo. "Se uma pedra e um bilhete apareceram do nada, o copo não caiu por acaso" ele pensou.

Enquanto isso...

Aimée andava de um lado para o outro, não sabia muito bem o que fazer. Não sabia se queria ligar para Christian ou ignorá-lo por algum tempo. A única coisa que ela de fato sabia é que não iria dormir, pelo menos nem tão cedo.

A noite passava, o relógio tiquetaqueava, as horas pareciam correr, mas Aimée mantinha seu pensamento fixo em Christian, se questionava por qual motivo ele não entendia seu lado, não pensava em seus sentimentos antes de agir, seria tão difícil assim por seus sentimentos em primeiro lugar? Se martirizava achando que Christian ainda sentia algo por Bella. Ela abriu a janela do quarto e ficou ali, olhando para fora sentia o vento frio batendo em seu rosto, mas isso não lhe incomodava.

O quarto dela era no segundo andar, então ela tinha uma visão um pouco maior da rua, mas isso não significava muito, porque onde ela morava quase não haviam vizinhos. Ela estava sozinha, Carlos tinha saído mais cedo com Julieta, ela estava feliz pelos dois e admirava como eles resolviam os problemas tão rápido.

De sua janela, era possível ver árvores por todos os lados, e o resto era pura escuridão. Aimée era calma, realista, conseguia resolver as coisas mesmo estando abalada, então começou a listar mentalmente todos seus problemas, Christian, Bella, O trabalho, A cidade, A formatura, decidiu que precisaria lidar com cada um deles separadamente, mesmo que fossem interligados.

Ela não queria ir para a cidade abandonada, gravar em Amytiville não estava na lista de coisas importantes que ela queria fazer na vida, coisa que por sinal não está na lista de ninguém.

Aimée se perdia em pensamentos quando estava sozinha, por isso ela queria procurar alguma coisa para fazer, alguma coisa que a deixasse ocupada, que pudesse distrair sua cabeça mesmo que provisoriamente. Resolveu procurar algum livro antigo, que por mais antigo que fosse ainda tivesse algo de interessante.

No primeiro andar da casa, ela tinha uma biblioteca particular, era cheia de livros velhos e empoeirados, já que os que ela mesmo comprava, guardava em seu próprio quarto. Mas aqueles livros eram de família, coisas que ela recebeu dos pais, avós, etc. Enquanto ela descia as escadas, seus pés faziam um som que ecoavam seco pela casa, ela se sentia observada, parou no meio dos degraus e se encostou na parede, respirou fundo e olhou em volta, procurando alguma coisa ameaçadora.

Ela não era corajosa, nem queria ser.

Pensou em voltar pro quarto, andar sozinha pela casa de madrugada estava se tornando assustador "É só pegar um livro e voltar, levo menos de cinco minutos, nada pode acontecer." Ela repetiu em voz alta, como se ouvir sua própria voz fosse a convencer. E  seguiu em frente, descendo as escadas virou à esquerda, a porta para a pequena biblioteca era ao lado da escada.

Ali tudo era pequeno, mas para ela, o universo dos livros era grande, então aquela salinha era cheia de tesouros e universos infinitos. Os livros já amarelados, iluminados por uma luz branca no teto lhe traziam um pouco de conforto, títulos antigos, os primeiros exemplares de diversos livros.

Olhando pelas prateleiras, ela viu um livro incomum, com capa diferente dos outros, não se lembrava de ter ele ali. Puxou-o sua capa era azul escura, mas sem nada escrito, o livro tinha um marcador logo na primeira página, um marcador de papel cartão branco, com uma única frase escrita: "Não Incomode quem não quer ser incomodado".

Enquanto admirava aquela pedrinha, ouviu um som de alguma coisa se quebrando no andar de cima, como um vidro se partindo, a casa dela não tinha nenhum alarme "Fique aqui em baixo, chame a polícia" Ela pensou quase como se bolasse um plano "Eu não preciso me arriscar a ir lá em cima. Pode ser perigoso" E o silêncio continuou.

 "Chamar a polícia quando pode ter sido o vento derrubando alguma coisa? Por favor, não sou mais criança! Posso catar alguns cacos sozinha" E com esse pensamento, ela saiu da biblioteca, fechando a porta atrás de si, subindo novamente as escadas, devagar respirando profundamente como se pudesse recarregar sua coragem. A casa continuava escura, a não ser por pouca luz da lua que estava entrando pela janela.

Ela respirou. "Sou madura o suficiente, não preciso ter medo dessas coisas. Assombrações não existem." E ela continuou repetindo isso para si mesma enquanto seguia em frente.

Ao chegar no corredor de cima, viu que um quadro havia caído da parede. Estava virado pro chão. "Viu, era só mais um quadro velho, deve ter caído por causa do vento." Ela se virou pra janela, que estava fechada, mas ainda tentou se convencer que foi só o vento.

Com cuidado para não pisar nos cacos, ela abaixou de frente pro quadro e o levantou. Mas uma coisa tinha mudado naquela pintura que antes era um jardim de flores amarelas, e agora tinha no fundo do jardim, uma pessoa deitada entre as flores e vestida de preto.

Ela não conseguia acreditar no que via, podia sentir o medo crescendo dentro de si. A noite parecia ter se tornado ainda mais fria, sentia um frio percorrendo todo seu corpo, Aimée tinha certeza que naquele quadro havia apenas um jardim, foi sua mãe que pintou, era impossível ter alguém ali durante todo esse tempo.

Ela não queria olhar pro lado, sabia que se olhasse veria a coisa. Ela sentia que estava sendo observada, sentia o frio e o arrepio percorrendo por todo seu corpo. Sabia que se olhasse pro fim do corredor, ela veria, mas ela olhou. Talvez porque tinha curiosidade, ou porque sentiu que deveria fazer mesmo que não quisesse.

E lá estava a moça do quadro. Uma figura alta, vestida de preto, com o rosto branco, olhos abertos ao extremo, revelando um preto interno e profundo. Lá estava a mesma moça. Com seus cabelos presos em um coque, de imediato reconheceu a senhora Goyle com suas roupas de dormir, manchadas com sangue.

Aimée tentou gritar, mas não conseguiu, nenhum som saia de sua garganta.

Tentou correr, mas suas pernas não se mexiam.

O ar parecia não entrar mais em seus pulmões.

Não podia se mexer, não tinha mais o controle de seu corpo e a mulher ainda estava lá, a encarando, com seus olhos pretos em um rosto pálido, sua boca vermelha como o sangue em suas roupas. Aimée sentiu o vidro do quadro entrando em seus pés, aquilo doía. Ela não se mexeu enquanto a mulher vinha em sua direção. Aimée acorda, ela pensava que estava apenas sonhando até que sente os vidros em seus pés novamente a dor lhe lacera fazendo com que feche os olhos.

Aimée então percebe que havia desmaiado, mas quando acorda e olha para seu lado vê uma pedra com um papelzinho preso ela abre e lê a frase: "Não incomode quem não quer ser incomodado"

Enquanto isso em algum lugar da cidade...

- Adorei aquele filme - Julieta disse.

-Eu não... - Carlos comentou

-Ah, caramba, era perfeito. Eu até chorei. - Julieta retrucou

- Aquilo era romântico, mas porque o carinha tinha que morrer? Foi injusto! Não dava pra deixá-lo vivo mais vinte minutos? Para começar, quem tinha câncer no começo era a menina, e não ele. Pra que fazer o menino que já teve câncer antes ter câncer de novo? - Carlos disse irritado enquanto seguiam pelo estacionamento vazio em direção ao carro.

- Vai dizer que você não ficou triste com o final? - Julieta perguntou.

- Não, eu não fiquei. - Carlos mentiu. - Aquilo não é romance, é apelação.

- Apelação é brigar com alguém menor que você só porque a pessoa te irritou.

Carlos congelou, ele não sabia o que dizer, só queria que ela esquecesse, afinal esse é o motivo por ele ter resolvido sair com ela pra ver a estreia de um filme que ele nem gostava. Julieta parou de andar também.

- Desculpa... - Ela sussurrou

- Tudo bem. - Ele disse

Ela carinhosamente encostou nas mãos dele e segurou

- Ei... - Ela puxou o rosto dele, para que ele olhasse diretamente para ela. - Eu não ligo para isso, ta? Vamos fingir que isso nunca aconteceu. - Ela disse

Ele sorriu devagar e logo voltaram a seguir em direção ao carro de mãos dadas.

Já dentro do carro, ele coloca a chave na ignição, mas toma um susto ao ver um vulto pelo retrovisor, afinal o estacionamento estava vazio, todos já haviam saído.

- Tem alguém aqui? - Ele pergunta alto

- Claro que não. - Julieta responde enquanto revira os olhos

Mas Carlos tinha certeza que tinha visto alguém passando atrás de seu carro, então ele tira o cinto e abre a porta decido a descer.

- Não acredito que você vai mesmo ver se tem alguém aí fora. Não tem ninguém! - Julieta tenta convencer ele.

Mas enquanto ele sai do carro, ela percebe um papel colado no limpador de para-brisas, como não tinha visto aquilo antes? Então tirou o cinto e saiu do carro também, sem se preocupar em fechar a porta, ela pega o papel grudado e vê o que estava escrito: "Não incomode quem não quer ser incomodado".

- Carlos? - Julieta chama - Achou alguma coisa?

- Não. Por quê? - Carlos responde

Ela levanta o papel.

- Alguém deve estar tentando pregar uma peça em nós. Vamos embora? Esse lugar me dá arrepios. - Julieta disse

Carlos somente concordou com a cabeça e voltaram para o carro quase ao mesmo tempo. Aquele estacionamento não parecia amigável para nenhum deles. Colocaram o cinto de segurança de novo e bateram as portas.

- Você viu aquilo? - Julieta disse um pouco assustada.

- Não. Eu não vi.

- Vamos logo. - Julieta tremeu

Carlos acelerou, saindo do estacionamento numa velocidade mais alta do que o comum, assim que pegaram a estrada ele relaxou.

- Aquilo foi estranho. -Julieta disse

- O que dizia no papel?

- Não incomode quem não quer ser incomodado.

- Nossa... Que louco. - Ele disse

- Tem certeza que não tinha ninguém no estacionamento? - Julieta perguntou

- Claro, eu juro! Eu fui olhar. Não tinha nada! - Carlos respondeu segundos antes dela suspirar.

- Vamos mudar de assunto... Não quero falar mais disso - Julieta disse

- Ju, eu queria te falar uma certa coisa... - Ele disse após alguns segundos de silencio

- Então diz - Ela respondeu mais rápido do que ele podia pensar

Ele quase disse, mas então eles ouviram um som vindo do porta malas do carro.

- O que foi isso? - Julieta pergunta

- Não sei. Vamos ignorar isso... – Ele tentou parecer calmo, mas inconscientemente ele pisou no acelerador com um pouco mais de força.

- Carlos, vai devagar... - Julieta disse assustada. Ela não gostava muito de velocidade

Então ele olhou pelo retrovisor, e viu uma sombra, como se fosse uma pessoa.

- Ju, olha pra trás, o que é aquilo? - ele disse com a voz trêmula e ela olhou mesmo com um pouco de medo

- Não tem nada - ela disse

Carlos olhou de novo, e não tinha nada mesmo "Eu devo estar ficando louco" ele pensou, mas na verdade não estava...

- Está ficando frio... - ela disse

- Com certeza está. - Ele sabia o que estava por vir, mas não queria admitir.

Julieta se esticou e fechou a janela do lado dele e do lado dela.

- Tem certeza de que não tem nada no banco de trás? - ele perguntou

- Nada Carlos, não sei o que você está vendo. - Ela respondeu irritada, cruzando os braços e olhando fixamente pra frente. Mas ela também não queria assumir isso, estava sentindo alguma coisa estranha acontecendo no carro, então ela sentiu um arranhado em seu ombro, um movimento rápido.

- Droga! - ela reclama alto

- O que foi? - ele pergunta assustado

- Alguma coisa encostou em mim! - ela quase grita

Carlos olhou pro retrovisor assustado, sem coragem de olhar para trás de fato. E viu os olhos da coisa, gritou assustado e virou pra olhar o banco de trás.

E lá estava ela, a mulher de preto com um rosto pálido, cílios levantados, um enorme vestido rodado e preto, como se tivesse saído de algum pesadelo medieval, usava um batom vermelho e tinha sangue pelo vestido. Ela era como a morte.

Julieta teve a certeza que poderia morrer só de olhar pra ela e gritava descontroladamente enquanto tentava abrir a porta do carona. Mas não conseguia, estava trancada e não abria de jeito nenhum.

A mulher tão pálida que tinha as mãos quase cinzas e as unhas muito grandes. Enquanto Julieta se esforçava para tentar abrir a porta em meio aos gritos e o pânico, a mulher lentamente envolveu o pescoço de Carlos com as duas mãos, apertando forte. Não levou dez segundos para que Carlos perdesse o controle total de seu corpo e do carro.

O carro começou a rodar na pista e só para quando vai de encontro com uma árvore, com as mãos na cabeça Carlos para pra pensar o que tinha acontecido, quando olha para o lado e vê Julieta com a cabeça a cima do porta luvas. Ela estava sem cinto de segurança, inconsciente, tomou coragem e olhou novamente para trás apenas confirmando que não havia ninguém ali.

Mas pior do que ver qualquer assombração, foi o desespero em ver Julieta naquele estado, por um segundo a possibilidade de ela nunca acordar passou pela cabeça dele, a possibilidade dela nunca mais voltar pros braços dele apareceu, e a certeza de que se aquilo acontecesse, a culpa seria dele e ele nunca mais iria se perdoar.

Pegou o telefone por instinto para chamar socorro, mesmo sem ter noção de onde estava, agiu como se fosse alheio a si mesmo, iria ligar para emergência, queria gritar por socorro, mas seu telefone não havia sinal nenhum e seu corpo parecia não saber se mover.

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