8 - GEC

~Pov. Victor~

Pov. Victor

Acordar sentindo o sol no rosto não era a melhor parte do meu dia, eu deveria ter fechado a janela. Me sento sobre a cama desforrada e me lembro que fechei a janela antes de dormir então estava claro que Tavarres abriu para me cordar.

Me levantei e tomei o café que ele tinha deixado no forno notando que tinha pratos demais na pia, parece que meu pai trouxe alguém para casa. Finalmente está seguindo em frente. Tomo um banho demorado e coloco minha roupa preta de trabalho com o número Cinco bordado em chamas nas costas da jaqueta. Pego as chaves da moto e saiu de casa.

Tavarres não é meu pai de verdade, ele me ajudou a sair das ruas quando passei no teste elemental e não tinha para onde ir, como retribuição faço parte do Grupo Elementar dos Cinco, os Transportadores. Me formei na academia faz pouco mais de um ano e virar um soldado não era o que me vinha a mente, hoje não teria trabalho mas também sou encarregado de ficar de olho nos novos integrantes do GEC, o que não é nenhum incomodo já que eu posso ficar de olho em Leticia.

[···]

Estaciono a moto na entrada da academia e os soldados batem continência, entro a passos pesados passando por todos com um ar de superioridade. Eu gostava de ser temido pelo meu trabalho e treinamento intensivo. Não demora para que eu veja a bela morena com cabelos cacheados, o sorriso dela me desarma sem avisos, me aproximo dela sorrindo e as garotas logo se afastam, seus olhos castanhos se chocam com os meus e sinto meu corpo vibrar.

- Olá cachinhos. Como esta? - brinco com seu cabelo, o sorriso ainda esta ali iluminando meu dia.

- Olá, Victor. O que faz aqui tão cedo? - ela pergunta, normalmente não ando pelos corredores das salas teóricas e muito menos chego antes das quatro da tarde, mas eu estava com tanta vontade de ve-la.

- Senti saudades. - beijei sua testa, tomei os livros das suas mãos a acompanhando para a próxima aula.

- Sempre cavalheiro. - ela sussurra, se os alunos não tivessem que ficar presos aqui eu já teria levado ela para minha casa.

- Não crie fantasias, Le. - mostro meu lado cafajeste e ela desvia o olhar envergonhada. - Teve treinamento hoje pela manhã não foi? Estava ocupado demais, sinto muito. - mentira, eu estava dormindo igual um infeliz mas ela não precisa saber disso.

- Tudo bem, eu entendo. O treinamento de resistência hoje foi puxado. - deu de ombros parando de frente a uma das portas do corredor. Fiquei encatando aquela pele de chocolate macia e beijei sua bochecha com carinho.

- Eu volto amanhã, boa aula. - lhe entreguei os livros e ela entrou. Meu caminho foi diferente, procurei Tavarres por todos os lados e não encontrei nada, foi quando estava no quinto andar que escutei alguns murmúrios sobre o teto estar caindo que resolvi ir até lá.

Subi pelas escadas de lata e encontrei meu pai lutando com alguém, o ser que não era muito grande era rápido e parecia estar dominando algums coisa. Talvez seja uma criança precoce ou algo do tipo, me encostei ali na parede e fiquei observando, era difícil acerta-la pelo tamanho e a agilidade. Era fato que a pouca massa muscular lhe beneficiava com a facilidade de se locomover mais rápido, era fascinante. A luta acabou quando ela conseguiu uma força do além mar para o chutar de forma que ele caiu alguns metros depois, a garota que agora era visível seu rosto encarava as próprias mãos de um jeito alegre.

- Perdeu para uma criança? - fiz eles notarem que eu estava presente. A garota rapidamente puxou o capuz e Tavarres gargalhava enquanto se levantava devagar.

- Ela é incrível não é? - ele falou, o orgulho enchia sua garganta e seu peito. Ela se aproximou devagar ficando menor a cada passos incerto.

- É... ela é uma número Quatro? - a força que ela pos no chute não tinha como vir dela e essa era a melhor explicação.

- Victor, quero que conheça Erisabella. Uma Zero. - ela estendeu a mão e eu a segurei em um aperto delicado, por uns instante senti medo de quebrar a mão dela. - Eris, esse é meu filho. Victor, ele toma conta dos Transportadores.

- Olá. - assenti sem responder, a garota era estranhamente diferente das pessoas de Rebelion. Já ouvi Tavarres falar algumas vezes sobre os Zeros mas nunca dei muita importância ao assunto.

- Ela vai fazer parte dos GEC? - embora ela não fizesse oarte dos cinco tinha ótimas habilidades com luta e isso não me passou despercebido.

- Por hora não. Eris tem que aprender umas coisas ainda, pediria para você ficar com ela enquanto resolvo algumas coisas mas sei o quanto é ocupado. Se importa em ficar sozinha um pouco Eris? - ele perguntou a garota que negou com a cabeça, virou seus pés e se sentou próximo ao parapeito.

- Eu faço companhia a ela, pode deixar. - ele saiu, me aproximei da garota e sentei ao seu lado em uma distância segura. Se ela é o que imagino não exitria em me jogar daqui de cima.

- Não farei isso. - a voz dela me assustou, meu corpo reagiu se fastando. Como ela? - Posso ler pensamentos.

- Certo tampinha, fique longe dos meus. Você me assusta. - ela gargalhou, o capuz foi jogado para trás deixando evidente o número zero em sua nuca.

- Você não é daqui... Muito menos é uma criança... - comecei tentando fazer ela me encarar, não deu certo.

- Sou uma Telecta. - completou meu pensamento, claro que era. O físico e a altura, os cabelos curtos eram típicos daquele povo.

- Que elemento estava usando quando chutou meu pai? - curiosidade era uma marca forte em minha personalidade.

- Refração. - respondeu em um sussurro. Como assim? - É uma parte física da Telecinese.

- Em primeiro lugar, sou péssimo em física. Em segundo lugar, já pedi para ficar longe da minha cabeça. - seus olhos me encararam e eu perdi o folego, os olhos dela eram idênticos aos de Thalia quando foi jogada em nossos portões. Ela foi vítima de um dementador.

- Não precisei ler sua mente para responder. É óbvio que física e conhecimento do alvo não são o forte de vocês. - ela da de ombros e volta a encarar a cidade de Oncep.

- Se acha muito esperta, não? - ironizei encarando o chão. Era fato, a academia não ensinava a realidade do que enfrentaríamos lá fora, tudo o que sabíamos eram as histórias dos antigos, relatos dos que sobreviveram e mitos dos livros.

- Sei o que falo porque vi, são mais poderosos do que os Telectos e mesmo assim vivem perdendo. - aquilo realmente tinha machucado meu ego, embora fosse uma triste realidade.

- Conhecimento é a base da vitória, certo? - eu parei após proferir as palavras pesando elas em minhs boca.

- Absurdamente uma verdade. - ela se levantou caminhando de volta as escadas, a segui segurando em seu braço.

- Onde vai? - questionei, tinha que ficar com ela como disse ao meu pai que faria.

- Preciso ficar sozinha. - e assim ela sumiu pelas escadas.


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