Alex está sentado no bar do hotel, encarando sua dose de uísque por vários minutos. Rebecca se aproxima do balcão e pede ao garçom a bebida mais forte disponível. Alex permanece imóvel, sem sequer olhar para o lado. Determinada a aproveitar a noite e esquecer por algumas horas tudo o que viu, Rebecca olha na direção de Alex, que continua encarando sua bebida. Ela se aproxima dele, pega o copo e toma todo o uísque em um só gole.
– Dizem que quando alguém observa um uísque por tanto tempo, é porque não tem a intenção de bebê-lo.
– O que você pensa que está fazendo? – Pergunta ele, sem desviar o olhar.
– Apenas te ajudando. Mas, se você deseja beber, posso pagar uma dose de uísque para você. – Alex finalmente a encara, fixando seus olhos nela por vários segundos, deixando-a um pouco intimidada com sua expressão indecifrável.
– Pagar uma bebida para mim? No máximo, você poderia me devolver a bebida que acabou de tomar. – Ele pede um uísque duplo ao barman, enquanto Rebecca dá de ombros.
– Você é um tanto grosseiro. De qualquer forma, peço desculpas por ter bebido o seu uísque . – Alex dá um sorriso.
– Grosseiro? Você tem algum problema que eu deveria saber? Para mim, ser grosseiro é se comportar como você, invasiva e sem educação.
– Me desculpe. – Rebecca abaixa a cabeça e volta ao seu lugar. Alex a ignora, voltando ao silêncio e encarando sua bebida. Seu telefone toca, interrompendo seus pensamentos. Ele toma o uísque enquanto faz um gesto ao barman para reabastecer seu copo.
– O que você quer agora? – Pergunta ele, irritado.
– Filho, só queria saber se você está bem. Eu esperava que você aparecesse ontem. Afinal, você também tem parte da empresa. – Diz Christian Ramsey.
– Você está brincando, certo? Quantas vezes precisaremos ter essa conversa? Eu não tenho o menor interesse nessa empresa. Na verdade, a considero irrelevante. Só me causaria mais problemas.
– O que você está dizendo? A empresa é excelente e está bem administrada por nós. Seu irmão está fazendo um ótimo trabalho. – Alex dá risadas.
– Não vai demorar muito até que vocês precisem de empréstimos para tirá-la do buraco em que se encontra. Não tenho interesse em compartilhar nada com essa família. Por que vocês simplesmente não podem me deixar em paz? – Ele continua pedindo ao barman que recarregue seu copo. Rebecca fica em silêncio, ouvindo a conversa de Alex ao telefone, pensando o quanto ele é grosseiro e arrogante.
– Não seja um garoto arrogante. Seu ódio por mim está fazendo você inventar coisas que não existem. Meus negócios estão indo muito bem. Eu sou seu pai, preocupo-me com você e gostaria que estivéssemos presentes na vida um do outro. Você consegue entender? Quantas vezes terei que implorar por perdão?
– Você sabe que suas palavras não têm sentido. Você não quer construir uma relação familiar. Para mim, você é apenas o meu progenitor, não o meu pai. Sua proximidade é movida pelo interesse, porque sabe o quanto é lucrativo ter-me ao seu lado, em vez de simplesmente me ignorar. – Christian fica em silêncio, pois, no fundo, sabe que há verdade em suas palavras. – Era o que eu pensava. Por favor, não me ligue mais. – Alex desliga o telefone e toma mais um gole de uísque.
Ele olha para o lado e percebe Rebecca o encarando. Ele simplesmente bebe mais um gole de sua bebida. Durante a ligação, ele consumiu várias doses e continuou bebendo no bar. Rebecca permanece imersa em seus pensamentos, refletindo sobre seus próprios problemas. Mesmo desgostando da atitude de Alex, ela não pode deixar de notar como ele é atraente. Ela observa cada detalhe do homem sentado no bar: cabelos escuros, olhos azuis, alta estatura e uma aparência que sugere um corpo bem cuidado por baixo do terno. Sua postura é impecável. Em vários momentos, ela o observa enquanto afasta investidas de outros homens que se aproximam no bar. Ambos permanecem imersos em seus pensamentos, e depois de várias doses, Alex volta a olhar as mensagens e fotos que recebeu de seu irmão. Ele se sente um tolo e mal pode acreditar que Sophia teve coragem de traí-lo. Ele olha novamente para Rebecca, que continua a rejeitar os avanços de outro homem. Ela olha de volta, levanta o copo em direção a Alex e bebe tranquilamente. Alex se levanta e vai até ela.
– Levante-se e venha comigo. – Ele vira as costas e sai antes mesmo que ela possa responder, dirigindo-se a uma das mesas no canto do bar. Rebecca permanece imóvel por um momento, olha para trás e vê Alex sentado. Ela observa-o por alguns minutos, debatendo consigo mesma se deve ou não se aproximar.
– Não tenho nada a perder. – Ela murmura para si mesma, levanta-se e caminha em direção a ele. Alex a observa se aproximando. Ela está incrivelmente bela e sensual em seu vestido. Ele repara em cada detalhe dela, como se estivesse gravando sua imagem em sua mente. Rebecca é uma mulher atraente, com cabelos longos e lisos, olhos verdes, estatura média e um corpo bem proporcionado, com traços delicados. Rebecca se senta sem dizer uma palavra, mantendo o contato visual com Alex.
– Por favor, traga uma garrafa de The Macallan Sherry Oak para mim. E a senhorita, o que gostaria? – Pergunta ele, observando Rebecca.
– Uma garrafa de Cabernet Sauvignon, por favor. – Ela responde diretamente ao garçom. Ambos permanecem em silêncio, trocando olhares, até que o garçom retorna com as bebidas, serve-os e os deixa a sós.
– Então, por que você está aqui? – Pergunta Alex, quebrando o silêncio.
– Não preciso de um motivo específico para estar aqui. Só quero beber, me divertir e esquecer.
– Então você tem um motivo, que é esquecer. Se você só quisesse se divertir, estaria com suas amigas. Mulheres não costumam frequentar bares sozinhas, a menos que tenham um motivo.
– Ah, desculpe-me. Eu não sabia que você havia estabelecido essa regra. E qual é o seu motivo para estar bebendo? É porque está em desacordo com a família e está descontando sua raiva em estranhos, enquanto a única coisa que pode fazer é se embebedar? – Alex observa-a com um sorriso.
– Problemas familiares, todos nós temos. Não estou aqui por causa disso. Você é realmente invasiva, nunca conheci uma mulher tão ousada quanto você. E o que acontece, falta autoestima para você estar aqui sentada comigo, suportando minha raiva em uma noite de sexta-feira? Sua vida deve ser monótona.
– Você é sempre tão desagradável? Ou está colocando a culpa na bebida? Você estava aqui no bar falando ao telefone. Na próxima vez, vou usar tampões nos ouvidos. Talvez minha vida seja monótona, afinal, você tem razão. Por que não deveria me divertir com alguns dos rapazes daqui? Parecem muito mais educados e interessantes do que você. – Ela se levanta.
– Não seja ridícula, sente-se. – Ordena ele. Rebecca o encara, mas volta a se sentar. – Sempre sou assim, senhorita. Especialmente quando lido com jovens idiotas como você. Aposto que você é ainda mais patética quando está sóbria e não consegue se esconder atrás do álcool, interpretando a mulher confiante, ou melhor, a garota confiante. Porque você está longe de ser uma mulher.
– Você é um cretino, não é? Sentado aqui em um bar de hotel, sozinho, mas é bom demais para qualquer uma se aproximar. Sabe o que dizem sobre homens assim?
– Não faço ideia, senhorita. Por que você não me conta?
– Ter um ego inflado é só uma forma de encobrir outras partes que são pequenas, se é que você entende o que quero dizer. De nada adianta ter um rosto bonito se você tem algo bem pequeno para oferecer, não é mesmo? – Alex ri da ousadia dela, genuinamente se divertindo com a situação.
– Você é muito atrevida, senhorita. Eu até poderia deixar você descobrir se o que dizem é verdade, se você não estivesse embriagada. – Ele a observa corar e esboça um leve sorriso.
– Você é um idiota. Tenha uma boa noite, senhor. – Ela se levanta e volta para o bar, enquanto ele a observa se afastar.
Alex continuava a beber, seu olhar fixo em Rebecca no bar, ambos mergulhados em frustrações e consumo excessivo de álcool. Ele não conseguia desviar os olhos dela, sentindo-se estranhamente atraído por aquela mulher. Seu devaneio é interrompido pelo toque de seu celular.– Alex, quando você vai voltar para casa? Notei você agindo estranho mais cedo. Está tudo bem? Sinto sua falta quando está longe.– Sophia, pare de me importunar com tolices. Não desperdice meu tempo com isso. – Alex desliga. Ele se dirige a Rebecca no bar, ela está mais corada do que o normal, claramente afetada pelo álcool, conversando animadamente com um homem.– Saia. – Ordena Alex ao homem.– O quê? Quem você pensa que é? – Alex não responde e se aproxima de Rebecca, segurando sua mão e puxando-a para perto. Ela reage impulsivamente.– Ei, o que você está fazendo? Me solte agora. – Ela mal consegue falar claramente, o homem para na frente de Alex.– Qual é o seu problema? – Alex mantém o silêncio, seus olhos fixos
Passavam das 9h da manhã quando Rebecca abriu os olhos. Ela sentia uma forte dor de cabeça e dores pelo corpo. Seu coração disparou ao perceber um estranho deitado ao seu lado, e logo notou que ambos estavam nus. Assustada, pulou da cama quando viu o homem ao seu lado, virando-se, mas ainda dormindo. Rebecca rapidamente vestiu seu vestido, pegou sua bolsa, celular, sapatos e a chave do carro que avistou em cima da mesa, e saiu do quarto, deixando apenas sua lingerie espalhada no chão, tamanho era o desejo que tinha de sair dali. No elevador, deparou-se com uma notificação de transferência de 30 mil dólares de sua conta, em nome de Pietra Dickinson.– Mas que diabos é isso? O que eu fiz? – Questionou em voz alta. Chegou à recepção e fez o checkout, perguntando à recepcionista: – Pietra Dickinson trabalha aqui?– Sim – Respondeu a recepcionista.– Ela está por aqui por acaso?– Deve estar se trocando, seu turno acabou agora.– Pode chamá-la para mim, por favor. – Pediu Rebecca. A recepci
Passavam das 10h da noite, quando Alex retornou ao hotel. Dirigiu-se diretamente à recepção.– Boa noite. Qual o nome da senhorita que eu trouxe até aqui ontem?– Senhor, não posso fornecer essa informação.– Vou pedir educadamente, pois hoje estou de bom humor. Quero o nome e o telefone dela. Caso contrário, vocês podem enfrentar um processo por permitir que uma estranha entrasse em meu quarto e me roubasse.– O quê?– Você não é surda, foi o que ouviu. Não me interessa quem abriu a porta para ela. Só quero os dados. – A recepcionista olha para Pietra, que estava presente na recepção, e entrega as informações. Alex vai até Pietra e pergunta apenas a ela. – Como ela entrou? Não minta, pois só tem uma chance. Se não gostar da resposta, chamo a polícia.– Desculpe, senhor. Ela me disse que vocês costumam fazer isso, mas que não gosta que ela beba. Ela me pagou 30 mil para abrir a porta.Alex apenas sorri e sai em direção ao seu quarto. Rebecca optou por passar a noite na casa de Melissa
Quando os amigos chegaram ao clube, avistaram Peter com um grupo de amigos em uma mesa reservada. Ao ver Rebecca, ele caminhou até ela.– Rebecca, o que faz aqui?– O quê? Achou que eu ficaria em casa sofrendo? Não, você fez sua escolha e eu fiz a minha. Apenas fique longe de mim.– Rebecca, vamos conversar agora! – André interveio.– Você é surdo? Fique longe dela. Ela não quer conversar, veio para se divertir. – Rebecca dirigiu-se ao bar e pediu uma dose dupla de uísque. Bebeu e pediu mais uma.– Amiga, não dê a ele a satisfação, deixe-o sofrer enquanto você se diverte. Fique calma. – Disse Susan.Eles pegaram várias doses de bebida, reservaram uma mesa, beberam e se divertiram. Melissa, Susan e Rebecca foram para a pista de dança. Peter ficou observando-as dançar.– O que deu em vocês? – Questionou um dos amigos de Peter.– Eu errei. Transei com outra.– Como é? Por quê? Você planejou ficar com ela neste verão.– Eu tentei. Ela desistiu na hora, eu me frustrei e dormi com a Samantha
A irritação de Peter torna-se incontrolável. Ele dirige-se ao bar onde Rebecca está e, em seguida, Susan e Melissa se aproximam para ajudar a amiga, se necessário. Peter agarra o braço de Rebecca e vira-a para ele.– Quem você pensa que é? Como assim, transou com outro logo após sair da minha casa?– Me largue agora, você está me machucando. O que te dá o direito de me cobrar qualquer coisa, quando você mesmo estava transando com a minha prima? Afaste-se de mim. – Ele aperta o braço dela com mais força.– Solte-me.– Largue-a, seu imbecil. Você está machucando-a. Você não tem o direito de cobrar nada.– Feche a sua boca, vadia. Já era certo que ela se meteria em encrenca ao andar com você. Você é uma puta, Melissa, uma puta. – Diz ele, enquanto continua a pressionar o braço de Rebecca. – Diga-me, você acha que sou um palhaço? Vou te mostrar como você está muito errada.– Solte-me, você está me machucando.– Você não está ouvindo a senhorita? – Diz Alex ao aproximar-se, colocando-se ent
Enquanto dirige, Alex segue em silêncio. Sempre que pode, ele desvia o olhar para observar Rebecca. Seu celular toca e ele atende no viva-voz.– O que você precisa, Ryan? – Questiona ao atender.– Alex, me conta o que está acontecendo. Do nada, você compra um Pub? O que deu em você? Em que problemas você se meteu?– Nada de mais, Ryan. São só negócios. Eu disse que gostei do Pub.– Certo, Alex. Deixe-me saber se precisar de algo. Tudo isso com o Sr. O'Donnell foi devido aos negócios?– Falaremos disso quando eu voltar, Ryan. Não esqueça de mandar tudo o que tem, quero conhecê-los.– Certo, Alex. Boa noite.Ele desliga e sente Rebecca o observando, mas ele segue em silêncio. Ele coloca sua playlist para tocar enquanto observa-a de relance. Rebecca está ficando enjoada com a quantidade de bebidas que ingeriu. Nas últimas duas noites, ela bebeu bastante. Quando chegam ao quarto do hotel, ela corre para o banheiro para vomitar. Alex vai até ela, segurando seu cabelo enquanto ela vomita. Qu
Enquanto estava no táxi, Rebecca refletiu sobre as coisas que ouviu de Alex. Ela decidiu ir para casa e encarar seus pais. Quando ela chegou em casa, sua mãe estava na varanda, ela caminhou até sua mãe e desmoronou no colo dela.– Minha filha, o que foi? Por que você está assim?– Peter, ele me traiu, mamãe. Ele me traiu porque eu não quis transar com ele na noite que cheguei. Eu sou tão idiota, fiquei planejando tudo para ser perfeito. Eu fui tão imprudente, mamãe. – Ela baixou o olhar com vergonha. – Eu fiquei tão arrasada que eu só fiz beber essas últimas noites. Eu passei essas noites com um desconhecido. Eu perdi minha virgindade com um homem que só fui saber o nome no outro dia.– Você estava bêbada? Ele se aproveitou de você? Te machucou? – Questionou Martina preocupada com a filha.– Não, mamãe, eu que fui atrás. Ele já tinha me dispensado, eu não sei o que deu em mim, ele estava bêbado também e fez questão de me chamar atenção hoje pela manhã e deixar claro que jamais me tocar
Na casa dos O'Donnel, Peter está entediado enquanto escuta um sermão de sua mãe, pois Martina informou a ela o que aconteceu entre os seus filhos.– O que deu em você, Peter? Eu não te criei dessa maneira. Ela não era o amor da sua vida? Como se atreveu a levar outra para a cama? – Ele apenas abaixa a cabeça.– Deixa disso, querida. Ele é homem, é jovem, isso acontece. Erros são cometidos. – Mesmo contrariada, Amélia não ousou retrucar seu marido.– Quem é a outra? – Questiona ela.– A Samantha. – Ele responde com receio, esperando o surto de seus pais.– Tudo entre família, você vai nos causar um problemão, filho. – Diz Magno rindo.– Pai, não foi nada disso. A Rebecca enganou a todos, ontem mesmo ela estava num bar com outro palhaço, inclusive passou as últimas duas noites com ele. Como pode dizer que não o conhecia, se parecia tão íntima? Ele ainda me ameaçou na frente de todos. Eu não consegui achar nada desse idiota, mas em minutos ele sabia tudo sobre mim e comprou o Pub Tricks p