Uma Mulher de Sorte
Uma Mulher de Sorte
Por: Diuliélen M. Ilha Dos Santos
Cap.1: Quando nos Conhecemos

 

 

 

 

Luiza saiu do escritório do Departamento Pessoal de Recrutamento & Seleção, mas, desta vez – e por mais incrível que pareça –, ela não se sentiu nem um pouco nervosa, tampouco ansiosa. Estave mais calma do que jamais esteve para uma entrevista de emprego. Enquanto Luiza desceu as escadas, e abaixou-se para endireitar a Bota Ortopédica, a qual ela usa no seu pé direito, desde sempre, para deixá-la menos manca e, ao se levantar, de repente, esbarrou com um homem subindo muito ás pressas nas escadas e, quase caiu, porém, aquele homem a segurou com firmeza e delicadeza. Luiza ajeitou rapidamente os seus cabelos que pararam na frente do seu rosto e, quando este homem constatou o seu rosto ‐ olhando olho a olho com ela, foi possível, até mesmo para ela, perceber os olhos daquele homem brilhando.

Depois de alguns segundos segurando a mão de Luiza e olhando-a, o homem finalmente despertou para a realidade. 

   — Oh! Me desculpe. A senhorita está bem? Perguntou o homem, soltando a mão da jovem moça e se abaixando para pegar a bolsa a qual ela acabou deixando cair. 

   — Sim... Desculpa! Só ajeitava a... E Luiza apontou para a sua bota ortopédica. 

   — Sou eu quem lhe devo desculpas, pois subia tão depressa e não fui cuidadoso. Disse ele, entregando a bolsa para a moça. 

   — Tudo bem... Acontece. Luiza respondeu — E já que está apressado, pode seguir subindo. 

Ele sorriu, todo sem jeito... E, então, disse: 

   — Não estou com pressa nenhuma, apenas subo às escadas sempre correndo, porém, a partir de agora, serei mais cuidadoso. Á propósito, sou Lucas. 

Ele estendeu a mão, para um gentil aperto de mãos.  

   — Prazer, sou Luiza. Respondeu, apertando a mão quente e grande deste homem elegante. 

   — O prazer é todo meu. Então, o que a traz aqui? Há uma cafeteria aqui, e como um pedido de desculpas, aceita tomar um café ou suco comigo?  

 

          Luiza:   

Eu estava tímida e, comecei a sentir um frio na barriga, até porque não consegui entender como não tive dificuldade alguma de escutá-lo, sendo que, como Lucas ainda nem me conhecia, devia estar falando normalmente comigo, aliás, obviamente, ele não devia saber sobre a minha audição ser mais baixa do normal, mas, fui educada e meiga, apesar de minha timidez, como sempre sou com todas as pessoas. Aliás, se apresentando e me cumprimentando, educadamente, com aperto de mãos e sendo simpático, ele parece mesmo ser uma boa pessoa. Até porque, nos dias atuais, não são todos que se cumprimentam com esse bom gesto. 

E verifiquei o meu celular, e respondi imediatamente: 

   — Meu Uber chegou. Podemos deixar para a próxima? 

Lucas me ofereceu para ficar com o seu número de contato e ligar para ele. Por educação, peguei o seu cartão de contato e agradeci. Também se ofereceu para me ajudar, perguntando se eu queria que ele me acompanhasse até o carro, mas eu afirmei não ser necessário. E Lucas respeitou, e ficou me observando enquanto eu me afastei em direção ao estacionamento do local.  

     Ao entrar no carro do Uber e, conforme ia me distanciando daquele bonito e enorme prédio, me senti aliviada. Pois, já estava começando a tremer e sabia que não foi devido à entrevista e sim, porque Lucas balançou o meu coração, me deixando muito nervosa. No entanto, eu não quis demonstrar sentir algo e precisei “fugir” antes de ele começar a notar haver mexido comigo. 

Balancei o meu rosto e, para mim mesma, disse: 

   — Não! Não posso sentir nada por ele, nem o conheço. 

Mas, sim, me senti atraída por Lucas porque, aquele homem faz completamente bem o estilo de homem o qual consegue chamar a minha atenção. Lucas tem uma pele morena “bronzeada”, os olhos azuis-escuro e os cabelos castanhos, ele é alto – mede 1,86 m –, forte e musculoso ‐ pesa 93 kg. É um homem sensual. 

 

          Lucas:                                                               

     De certa forma, me senti estranho, como se tivesse acabado de ser rejeitado por uma linda donzela. E isso nunca acontecia comigo, graças ao meu charme, entre outros motivos... De muitas mulheres às quais já rejeitei durante toda a minha vida, agora foi a minha vez de ser rejeitado. Mas, por que tinha que ser justo ela? 

Prometi para mim mesmo que iria encontrar uma maneira, seja de um jeito ou de outro, para encontrá-la novamente. 

 

 

          Luiza:  

Passaram três dias e nada de eu enviar mensagem ou ligar para Lucas. Não estava desesperada, e nem um pouco mesmo. E isso não quer dizer que me esqueci de Lucas ou não tenha pensado nele. Muito pelo contrário... imaginei-o e me peguei, por inúmeras vezes, pensando nele. Por mais que eu tenha sentido muita atração por Lucas, não sou daquela "categoria" de moças as quais costumam sair com qualquer homem nem me “jogo” ou me interesso pelo primeiro ao qual aparece no meu caminho, assim sendo, não quis ligar ou mandar mensagem a um homem ao qual mal conheci, só vi uma única vez na vida e, sequer sabia se o veria novamente. Portanto, supus que fosse melhor deixar quieto. Mesmo tendo percebido o olhar de Lucas brilhar ao me ver, não quis demonstrar também estar a fim dele... Não na primeira vez que o vi, pois não queria parecer "fácil" ou "atirada" para um dos pouquíssimos e raros rapazes que acontece de eu realmente gostar. Inclusive, fiquei me perguntando: 'Os meus olhos, assim como os olhos de Lucas, também brilharam?' e 'Será que, se os meus olhos chegaram a brilhar, também foi possível perceber?'. E ficava envergonhada.      

Uma semana depois, numa segunda-feira pela manhã, lia o último livro de todas as edições e volumes de 'Comunicação Empresarial', sentada na varanda da minha casa – ou, para melhor dizer, da casa dos meus pais – e tomando um café, o celular tocou “bipe” de mensagens via W******p.

SMS: ’Bom dia! Srta. Luiza Magalhães.’ Dizia um número desconhecido. 

SMS: ’Bom dia, pois não? Sou eu!’ Exclamei, por mensagem de texto também. 

SMS: ‘Parabéns! A senhora passou para a segunda etapa de processo seletivo da vaga de Assistente Administrativo.‘ De imediato, após visualizar a minha resposta, me enviou o mesmo número não salvo nos meus contatos. 

SMS: ‘Sério? Obrigada, por me informar.' Eu retornei. 

SMS: ‘Ainda tem interesse no cargo? Se sim, gostaríamos de agendar uma entrevista com o gerente da empresa. Tudo bem?‘ 

SMS: 'Sim, claro. Para quando?‘ Continuei... 

Realmente, estava interessada. Inclusive, já concorri em duas outras vagas que, anteriormente, estavam a contratar nesta mesma empresa, entretanto, nunca passei da primeira etapa nos outros anteriores processos de seleção. 

SMS: 'Pode ser para ainda hoje, às 14:45? Chamar por mim, Juliana. Sou assistente do Departamento Pessoal.‘ Se apresentou a mulher, a qual enviava mensagens para mim por aquele número, enfim. 

SMS: 'Perfeito! Pode ser... Até à tarde!‘ 

SMS: 'Combinado, então. Aguardamos você!‘ E encerramos as trocas de mensagens instantâneas. 

     Ainda era de manhã e havia algumas horas de sobra, então quis aproveitar para me embelezar bem como, de costume, faço duas vezes por semana, já que era a minha mãe – Eloise, uma mulher de 38 anos, com cabelos louros escuros até ao ombro e mais ondulados do que os meus cabelos - são ondulados somente nas pontas e são compridos até ao final das minhas costas -, tem a pele branca como a minha pele, de mesma altura minha (1,60 m) e tem o peso aproximado ao meu (peso 70 quilos), porém, tem os olhos castanhos escuros enquanto eu tenho os olhos verdes bem claro – quem fazia o almoço diariamente porque ela trabalhava somente meio turno e no período da tarde. Fiz hidratação com máscara para tratamento dos cabelos, arrumei as minhas unhas e as sobrancelhas também, me depilei por inteira, tomei um belo banho, fiz esfoliação facial e hidratei a minha pele toda... Por fim, escovei os meus dentes, sequei e escovei os meus cabelos, vesti-me com uma calça social preta e uma camisa estampa de onça, calcei um sapato sem salto marrom-claro e, claro, a minha bota ortopédica no pé direito e peguei a minha bolsa de cor caramelo enfim, 14:05 chamei um carro pelo aplicativo e, 10min depois, fui para a entrevista. 

Tão nervosa... — Como será que irei me sair na entrevista? Era a pergunta, a qual fazia a mim mesma em pensamento.

 

 

 

 

 

 

 

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