Uma mulher estranha

Ao deitar-se na cama aquela noite os seus pensamentos eram caóticos. Tudo que Jessica queria depois de sair do hospital era uma vida pacífica. Longe de homens perigosos como aquele desta noite. Se alimentar bem, descansar o suficiente, ser autossuficiente. Se apaixonar não está em nem um dos seus objetivos.

No meio da noite, Jessica caminhava apressada com medo de olhos que a perseguia cheios de ódio. Em determinado ponto da estrada ela encontro um corpo por as partes de separadas, como uma boneca quebrada, a medida em que se aproxima do corpo seu coração acelera. Quando ela olha de perto é seu próprio corpo jogado no meio da estrada. Ela grita assustada.

Acorda suada do pesadelo recorrente. Seu corpo suado, estava pegajoso e frio. Jessica se levanta da cama. Caminha no escuro pela sala até a velha geladeira. Tira a garrafa de água, pega um copo no armário e bebe quase um litro de água. Tentando aplacar seu medo persistente.

Um provérbio árabe diz que: A hora mais escura do dia é a que vem antes do sol nascer. A minha hora mais escura já dura a tanto tempo. Me pergunto,  quando tempo o sol não vai nascer na minha vida?

Estava se sentindo muito triste e sozinha quando sentiu um abraço em seu corpo frio e tremulo.

“Teve um pesadelo, Irmã?

Os olhos tristes de Jessica olharam para Darcy que abraçava de forma protetora. Balançando a cabeça de forma afirmativa.

Jessica se sentia grata a Darcy que nesses três meses em que morava juntas como se fossem irmãs de verdade. Sua história que durante esses meses Jessica escutou era muito triste também.

Ela era filha de pai desconhecido, e cresceu com um padrasto longe da cidade em que nasceu, seu crescimento foi comum. Sua mãe logo tevês outros filhos com o marido. Até que em um determinado dia invadira a casa e mataram todos que estavam em casa. Só aí, ela ficou sabendo que seu padrasto era um chefe de boca.

E que toda a sua família era na verdade uma quadrilha especializada em roubo a banco, sequestro e  tráfico de armas e drogas. A família surgiu para o crime, segundo Darcy descobriu depois, o interior de São Paulo, com a morte do patriarca, os filhos por conta de um pedaço de terra, quando a polícia não investigou, e nem solucionou o crime que tinha a autoria muito explicita, os filhos resolveram se vigar, matando o autor do crime e o delegado que não investigou.  Daí por diante passaram a ações de roubo a banco, em seguida aumentaram a quadrilha e partiram para sequestros, se transferiram para o Rio de Janeiro onde tomaram o moro o que só aumentou o leque de crimes.

O assassinato de seus parentes foi uma tentativa de tomada do comando ela foi a única que escapou porque estava na escola. Tinta então quase dezoito anos. Foi recolhida pelo estado e colocada em um abrigo até fazer a maior idade. Ao sair de lá quis voltar para a sua cidade natal Triunfo.

 Como não tinha dinheiro veio fazendo um trabalho aqui outro ali até chegar à capital pernambucana a três meses a traz. Foi quando as duas se conheceram. Era alguém que não tinha medo de trabalho, as duas estavam se dando tão bem que era impossível não perceberem a sincronia que as duas se movimentavam.

Em noites como essa ela se levantava para ajudar a amiga que não conseguia dormir, vezes por dores física e outras pela dor emocional. Jessica se sentia muito grata por não está sozinha nesses momentos.

Depois de se sentir sozinha por muito tempo para Jessica a amizade verdadeira de Darcy era um tesouro que ela considerava muito precioso. As duas se cuidavam dentro de casa e no trabalho. Ela só não sabia que tudo isso logo seria destruído pela monstruosidade humana e que muito em breve estaria diante de seu pesadelo sem nem apoio.

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