Capítulo 3

Theo James

— E aí resolveu? – pergunto logo querendo acabar com isso.

— Sim Theo, Josh mudará de escola a partir de hoje.

— E posso saber por que? – Mais problemas, era só o que faltava.

— Porque ele não se sente bem nessa escola, não é óbvio. Não se preocupe eu vou cuidar da transferência dele daqui, se é isso que está te incomodando. – diz de maneira áspera.

— Por mim tanto faz. – Menos dor de cabeça para eu resolver.

— Já chega James. – diz bravo – Só vou te avisar uma única vez. Mais uma dessa de suas irresponsabilidades com seus filhos e eu os tiro de você. – Ele está louco, só deve ter fumado maconha para me falar uma coisa dessa.

— Como é? Você enlouqueceu de vez? Com que direito você acha que pode tirar meus filhos de mim. – Falo revoltado com a audácia dele.

— Não, estou muito lúcido, e é bom que você comece a dar atenção aos seus filhos, porque do contrário você já sabe, tá avisado.

— Quem você pensa que é para me ameaçar. Você não tem nenhum direito sobre meus filhos. De onde você tirou isso? – ele enlouqueceu de vez, só pode.

— Aí é que você se engana, eu tenho sim direito sobre eles, pelo visto você não leu o documento que o Nathan te mandou néh, bem típico você. – Ele não está falando coisa com coisa.

— Eu não estou entendendo nada Mattew, que merda é essa? - pergunto irritado.

— Procura o Nathan e ele te informa. Agora tenho que ir, não vou poder voltar antes, então é bom que aproveite enquanto eu estou longe, porque as coisas vão ficar feias pro teu lado.

— Escuta aqui seu imbecil, quem vai acabar com você vai ser eu, pi pi pi... alô Mattew? – Vejo que ele desligou na minha cara – Seu Maldito ¬– grito em voz alta e depois vejo que a diretora e as outras pessoas estão me olhando.

— O que que foi em? – Pergunto encarando a diretora que me encara assustada.

— Nada senhor, então Josh falou com o padrinho dele? – me pergunta tão ansiosa quanto eu para resolver logo essa situação.

— Sim, Josh irá mudar de escola. Mattew vai resolver depois sobre a transferência dele. É só isso, podemos ir? – Falo louco querendo ir embora desse lugar.

— Sim, mas e seus outros filhos ainda vão ficar? – Pergunta temerosa por perder a grande quantia de dinheiro que eu envio todo mês nessa bendita escola.

— Se eles quiserem sim. E dá próxima vez, resolva essa situação sozinha, não é por acaso que envio dinheiro nesse lugar, pra ter que ficar vindo o tempo todo, com coisas que você deveria solucionar. Agora eu tenho que ir. Vamos Josh – O chamo e ele corre pra pegar sua mochila e vem atrás de mim.

— Só vou te dizer uma coisa em - digo olhando pra ele – Você vai poder mudar de escola, mas essa vai ser a última vez, se por acaso você tiver outros problemas, você vai resolver isso como homem e sozinho, escutou bem? – Pergunto.

— Sim senhor – ele responde.

— Ótimo. – Falo louco para colocar um fim nesse assunto.

Depois que levei o Josh pra casa, fui direto para empresa.

— Aconteceu alguma coisa enquanto estive fora Betty? – pergunto vendo-a analisando algo no computador.

— Não senhor, a reunião com o senhor Thompson começará em 15 minutos.

— Tudo bem, vou aguardar na minha sala, preciso fazer uma ligação. – Tenho que descobrir que merda era aquela que Mattew me disse.

Entro na minha sala e sento na minha cadeira, pego meu telefone e ligo pro Nathan. Ele é meu advogado de confiança fora da empresa e único amigo que me restou, depois da merda que Mattew me fez.

Ligação On

— Fala amor da minha vida? – Ele já me atende com brincadeira idiota, nem parece que é um advogado.

— Não estou pra brincadeira o assunto é sério.

— Eita empata foda o que tu quer? – olha como essa criatura me responde.

— O imbecil do Mattew me ameaçou, dizendo que ia tirar as crianças de mim, isso é um absurdo, onde se viu, ele disse que tem todo direito de fazer isto, mas sei que isso não é verdade ele nem tem laços sanguíneos com as crianças, certo Nathan? – pergunto e só escuto a respiração dele, olho para o celular e vejo que a ligação não caiu. – Nathan? – o chamo – RESPONDA IDIOTA – grito de uma vez.

— Eh então, bem que suspeitei que você estava demorando para me falar sobre esse assunto. – Começou a me enrolar – Será que podemos conversar pessoalmente sobre isto.

— Falar sobre o que, o idiota. Isso é completamente arbitrário. Aquele imbecil só está tentando me tirar do sério. Pois olha só conseguiu. – Falo batendo na mesa.

— Tecnicamente poder ele não pode, mas com as informações que ele possui e o grande carinho que as crianças tem por ele. É possivelmente que ele seja capaz sim. – Fala me deixando mais nervoso ainda.

— Que informação é essa Nathan?

— Você nem ao menos abriu a pasta? – Se eu soubesse dessa merda nem teria ligado pra ele.

— Me responda de uma vez.

— Vamos fazer o seguinte, nos encontramos num barzinho, tomamos uns 2 copos de cerveja pra relaxar e eu te explico a sua situação.

— Ah então ele não estava blefando. – Falo solene – Respiro fundo e disparo. – EU VOU ACABAR COM AQUELE INFELIZ.

— Theo brother relaxa, você pode resolver isso numa boa.

— Sei – digo sem mais nada a dizer – escuto a porta bater e Betty entra, aceno com a cabeça para ela falar.

— Senhor James eles já chegaram.

— Já vou em dois minutos. – Lhe respondo e retorno a falar com no celular. – Nathan, nos vemos no mesmo bar de sempre, tenho que ir agora.

— Tudo bem vai lá, também estou bem enrolado aqui. – Ele trabalha com o pai dele que vive pegando no seu pé.

— Ok, tchau nos vemos à noite. – Desligo o telefone e vou direto para sala de reuniões.

Logo depois do expediente saio para ir ao encontro de Nathan no bar que combinamos. Chegando lá, já peço um uísque com gelo pra me esquentar. Cinco minutos depois o Nathan aparece com uma camisa social branca com botões abertos e o blazer por cima, e com uma cara de cansaço depois do trabalho.

— Demorei muito? – Pergunta com um olhar apreensivo, ele está escondendo alguma coisa.

— Não, cheguei agora pouco – ele se senta na cadeira e chama o garçom pedindo uma cerveja.

— Então como foi no trabalho? – pergunto tentando deixar ele mais calmo

— Uma merda, meu pai vive me passado mil relatórios e quer que eu termine em um dia, ele acha que sou o que, o Superman. – diz chateado.

— Eu falei pra você vim trabalhar pra mim, você que não quis, agora aguenta.

— Não é que eu não quis, mas entre aguentar você e meu pai, prefiro meu pai. – diz na maior cara de pau, eu bufo pra ele.

— Não sou tão ruim assim vai. – Acho um exagero dele, eu trabalho numa boa quando fazem o que eu quero e do jeito certo.

— Eu não sei como o Mattew te aguenta, pelo menos com meu pai quando ele viaja fico numa boa, tranquilo, faço as coisas no meu tempo, e eu fico feliz no final do dia, enquanto a você, teria que aguentar todo santo dia seu mau humor matinal.

— Idiota – Jogo um pouco de amendoim que peguei na mesa na cara dele.

— E você como foi seu dia?

— Insuportável. Só no café da manhã as crianças já estavam brigando por causa de uma bendita panqueca. Depois fui chamado na escola das crianças porque Josh foi agredido, e a diretora descobriu que ele sofre bullying dos colegas. Ele não abria a boca para falar nada, então liguei para o Mattew resolver.

— E ele conseguiu? - perguntou tenso

— Conseguiu fazer o Josh abrir a boca e ainda ajudou o menino a mudar de escola. E no fim ele me ameaçou dizendo que tem o direito de tirar a crianças de mim se eu não cuidar bem delas. Isso só pode ser brincadeira, não é? - Pergunto olhando pra ele buscando alguma resposta.

— Theo cara, eu achei que você tivesse lido o documento - de novo essa merda

— Que documento imbecil - digo irritado

— Quando a Alessa, você sabe morreu, eu te deixei um documento referente a guarda das crianças fora o testamento. - Guarda das crianças, mas como assim? Penso.

— Guarda das crianças você tá maluco, eu sou o pai deles tenho todo o direito legal sobre eles.

— Bom se a Alessa não tivesse deixando um acordo assinado pelo juiz talvez - diz bastante tenso com minha reação.

— Acordo com juiz, me explica desde do começo pra ver se eu estou ficando louco em?

— A Alessa estava com medo de que algo acontecesse com ela e deixasse você e as crianças desamparadas. Então ela me procurou lógico para fazer o testamento dela e decidir como ficaria a vidas dos seus filhos depois que ela se fosse.

— Quando foi que ela te procurou? – pergunto temendo o pior.

— Depois que ela saiu do resguardo do Luiz Miguel, me lembro como se fosse hoje ela indo até meu escritório com um vestido estampado marcando a cintura dela e com aqueles lindos seios fartos - diz com um sorriso sacana.

— Olha como você fala da minha mulher seu imbecil - digo morrendo de ciúme.

— Calma deixa eu contar foi assim.

Lembrança do Nathan: 

Estava no meu escritório lendo um contrato de uma construtora quando meu assistente me interrompe dizendo que tenho visita. Quem será uma hora dessa? penso

— Pode m****r entrar - digo e quando a porta se abre vejo a linda esposa de meu amigo Theo.

— Alessa que surpresa não te esperava aqui a essa hora. – Ela está mais linda do que nunca depois que teve o Luiz Miguel, e ainda se encontra com ele nos braços.

— Desculpe aparecer assim a essa hora, mas foi o único horário que eu consegui, já que as crianças estão na escola.

— Não tá tudo bem, deixa eu te dar um abraço. - Dou meio sem jeito pois ela segura o Luiz. - Ei coisinha fofa veio passear com a mamãe é. - falo fazendo carinho nele. - E você como está?

— A bem, já sai do resguardo, então já posso sair de casa com mais frequência e com uma companhia linda, né meu amor - diz para seu filho.

— Que bom, e o Theo? Não tenho falado muito com ele - falo por curiosidade. Pois não anda acontecendo umas coisas legais ultimamente, então decidi dá um tempo.

— Ah está na mesma virando dois no trabalho e em casa cuidando das crianças. Parece que quanto mais elas crescem mais trabalho dão – rio junto com ela.

— Pior que é verdade, por isso prefiro ficar solteiro. – Deus me livre ter uma vida de casado.

— Ah não diga isso, sei que logo, logo você vai encontrar a pessoa certa.

— Obrigado, só você mesmo pra achar que isso pode acontecer. Mas vamos direto ao assunto pelo qual você veio me ver. – Pergunto já que ela tem o tempo corrido, ter 5 crianças não é nada fácil.

— Ah sim, bom como você sabe, eu tenho alguns bens que meu pai colocou no meu nome, e gostaria que você fizesse o meu testamento onde os meus filhos seriam os únicos herdeiros e é claro o Theo administraria tudo até a maior idade deles.

— Entendo perfeitamente, mas não compreendo o porquê disso agora, você é tão nova, tem muito chão pela frente ainda. — Digo confuso pelo seu pedido.

— É, mas nós não sabemos o dia de amanhã Nathan, preciso garantir que meus filhos fiquem seguros.

— Com relação a dinheiro lógico que Theo não deixará faltar nada, não se preocupe. – Digo o óbvio.

— Eu sei, mas não é só isso. Quero deixar um documento com a minha total autorização para a guarda dos meus filhos.

— Guarda? Como assim? – Digo confuso com essa história.

— Quero que você deixe registrado e assinado por um juiz que se por acaso o meu marido se tornar negligente, não der a devida atenção aos meus filhos, não cuidar deles como se deve. Ele perderá a guarda das crianças e o juiz terá que entregar meus filhos para Mattew Reymond.

— Ai meu Deus, o Theo vai surtar. – Me sento desesperado na minha cadeira, Alessa só pode estar brincando comigo. Se o Theo já está surtando com certa história imagine isto, é capaz dele matar Mattew e eu pela participação, Tô fora. Penso olhando pra ela e negando com a cabeça.

— Ainda não acabei, também quero deixar registrado, que o Mattew terá todo o direito de pedir a guarda se ver que as crianças não estão bem e infelizes com Theo. 

— Mas o Juiz não vai aceitar porque o Mattew é homem e ainda solteiro, não tem nenhuma ligação de sangue com as crianças, o mais certo seria os avós paternos e maternos. – Esclareço.

— Já sei de tudo isso Nathan, eu também estudei direito querido, só não terminei porque fiquei grávida e queria me tornar mãe em tempo integral. – Rebate magoada pela minha falta de tato.

— Me desculpe, não queria dizer que você não entende de leis.

— Tudo bem. Para você vê como estou muito bem antenada, foi sancionada uma lei mês passado de que se o indivíduo possuir laços fraternos com filhos de parentes ou amigos, pode pedir a guarda mediante denúncia de negligência, estudei tudo sobre isso. – Me informa totalmente convicta de sua decisão.

— Pera aí, me explica direito. Sente-se aqui – Digo puxando uma cadeira para ela. – É lógico que ouvir falar dessa lei, mas como sabe eu trabalho com direito empresarial. Da última vez que trabalhei no direito civil deu ruim pra mim. – Falo me lembrando da merda que fiz ter transando com a ex-esposa do meu cliente.

— Bem sei dessa história – Fala e lhe sou um sorriso amarelo.

— Vejamos, você quer que eu deixe uma procuração no nome do Mattew referente a guarda das crianças. – Começo refletindo aonde ela quer chegar.

— Exatamente. – Confirma balançado a cabeça. – Como padrinho ele sempre estará perto das crianças e saberá quando algo estiver errado. Por isso quero deixar de antemão a minha aprovação dele como tutor legal.

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