Sem Medo de Ser Feliz
Sem Medo de Ser Feliz
Por: San Athayde
Capítulo 1

- Daniele, vai se atrasar! - dizia minha mãe

- Já estou quase pronta Mãe, não me apresse eu estou terminando de arrumar os cabelos! - eu disse enquanto estava ao espelho prendendo os meus cabelos longos em um coque bem formal, já que o evento era formal e eu não poderia ir com um coque desleixado né. Terminei meu coque e ficou bem bonito, coloquei umas florzinhas de metal e brilhinhos em volta e ficou uma graça, me levantei e arrumei o vestido preto, justo em cima com uns detalhes de paetê preto, e rodadinho acima dos joelhos, coloque um salto alto preto também, fiz uma make leve, Batom nude, peguei minha bolsa e desci. Minha mãe me esperava na porta.

Você está linda filha! - ela disse com os olhos brilhando.

Minha mãe, Dona Maria Amélia era sempre assim, meiga e sentimental, como eu, puxei a ela. Depois de muitos e muitos anos de trabalho, ela e meu pai irão fazer uma viagem para conhecer os países Europeus, minha família nunca foi rica, somos de classe média, temos uma boa casa, a floricultura, meu pai Pedro Miguel já se aposentou depois de anos de trabalho como contador, e agora eles querem curtir um pouquinho a vida e nada melhor do que uma super viagem de lua de mel, durante 1 ano inteiro, quem me dera poder ir também, mas preciso cuidar dos negócios e começar a minha faculdade de biologia ambiental, afinal herdei da minha mãe o dom de gostar de flores e plantas, da natureza em geral.

- Obrigado mamãe - disse abraçando ela bem forte.

- Filha, você vai ficar bem esse ano em que estivermos fora? Você nunca ficou sozinha tanto tempo.

- Mãe, já sou bem grandinha né, e tenho responsabilidade, a senhora sabe disso, não sou uma adolescente maluca que dá festas e destrói a casa dos pais quando eles não estão - rimos juntas.

- Sim filha, eu sei que você é responsável, mas qualquer probleminha e você nos liga e viemos correndo pra casa tá bem? 

- OK mamãe, eu ligo, agora vai e me deixe ir também, estou mega atrasada pra premiação.

- Ah meu prêmio, estou tão orgulhosa, nossa floricultura a melhor do estado, logo será a melhor do Brasil! - ela disse com um grande sorriso nos lábios - Pena que não poderei ir, já que seu pai fez as reservas do vôo bem no dia da entrega né, aí seu pai, sempre distraído.

- Não se preocupe mamãe, eu estarei lá, receberei o prêmio é depois virei pra casa ok? Vai da tudo certo.

- Tá bom minha linda - ela beijou minha testa.

Saímos e fomos até o carro onde papai nos esperava pra se despedir de mim, caminhei até meu pai que estava guardando as malas no táxi.

- Papai, pra que tantas malas? - disse rindo.

- São de sua mãe, não sei pra que tantas coisas - disse ele rindo. Beijou a minha testa, me abraçou forte e olhou nos meus olhos - você está maravilhosa, nem parece a minha garotinha... Você vai ficar bem?

- Obrigado papai… e sim vou ficar bem não irei colocar fogo na casa, prometo! - Eu ri.

- Eu sei disso, eu digo de outra forma, você sabe, se precisar de nós… 

- Sei sei eu ligo e vocês vêem correndo, eu sei, mamãe ja disse isso - sorri.

- Filha, só quero lhe dizer uma coisa, apesar de tudo, das obrigações, de ter que ir a floricultura, de cuidar de tudo, não se esqueça de se divertir, sair com os amigos, ser a jovem que você é, certo? Nós temos nossos amigos que cuidam de tudo, não se preocupe tanto, só fique de olho em tudo e deixe que cada um faça o seu trabalho.

- Certo papai, prometo.

- Sem medo de ser feliz ok? Disse ele olhando em meus olhos e sorrindo.

- Ok. O abracei bem forte, claro que eu sentiria falta dos meus pais, mas ficar um pouco livre me faria muito bem.

Me despedi dos dois, claro que mamãe chorou e papai ria dela, mas ele também queria chorar, eu sei, conheço meu pai, eu só não chorei pra não borrar a maquiagem, então eles foram e eu fiquei na calçada esperando o táxi que logo chegou, passei o endereço e fomos até o salão de eventos mais famoso do Rio de Janeiro.

Enfim chegamos, o trânsito estava horrível e me atrasou mais do que eu estava, desci do táxi, o paguei e entrei no salão.

O salão estava todo decorado tipos esses casamentos de gente chique, muitas flores, muitas mesas, luzes, refletores, até uma pista de dança eles colocaram, af quanta formalidade, por sorte ainda não havia começado, então fui até a mesa onde estavam os amigos de minha mãe que trabalham na floricultura, comprimentei todos e me sentei. Ficamos conversando um pouco e a fim de que eles comecem logo, eu só queria receber aquele prêmio e ir embora. Todos comentavam sobre o maior prêmio que era de melhor empresário do ano, com certeza deve ser pra um desses senhores que demoram anos pra conseguir ser dono dessas empresas e tal, na verdade na festa não tinha ninguém da minha idade, todos pareciam ser bem mais velhos, mas enfim eu não aparentava ter somente 18 anos mesmo, isso era bom, podia me passar por uma “mulher de negócios”.

Então o evento começou, uma moça muito bonita e elegante subiu ao palco e começou a contar sobre a história do prêmio, sobre as categorias a serem premiadas e depois de muito falar ela começou a chamar as pessoas uma por uma pra receberem seus prêmios, eu fiquei observando tudo e foi como eu disse, nenhum jovem, só senhores com idade de serem meu pai, meu avô… af que tédio. Já haviam chamado muitas pessoas e eu já estava até distraída quando a moça começou a anunciar o meu prêmio…

- Agora vamos premiar a melhor floricultura do estado, o prêmio foi dado a Floricultura Maria Flor e quem irá recebê-lo é a Senhorita Daniele Lima Dantas!

Quando ouvi meu nome quase dei um pulo da cadeira, todos aplaudiam então me levantei e caminhei até o palco, subi as escadas e logo estava lá em cima com um sorriso congelado no rosto dando tchauzinhos e tudo, como manda a formalidade, peguei o prêmio e agradeci. 

- Agradeço a todos por esse prestígio, a todos os nossos clientes que fizeram desse sonho uma realidade, muito obrigado! - e desci do palco podendo enfim descongelar o sorriso do meu rosto.

Voltei a mesa e me sentei, os amigos de minha mãe todos queriam pegar no prêmio e eu ria de tudo isso, estava tremendo de nervoso, bebi um pouco de água que estava sobre a mesa, queria ir embora mas Tia Ângela não permitiu, ela era a melhor amiga de minha mãe, praticamente minha tia, fiz birra mas mesmo assim ela não deixou, disse que já estava acabando, só faltava o prêmio de melhor empresário. Ok, eu estava mesmo curiosa pra saber quem era o velhote que iria receber o prêmio né, só que não! 

Finalmente a moça começou a anunciar o prêmio e eu vibrei pois iria acabar logo, ainda bem… 

- Bom, agora o último prêmio da noite, o de empresário do ano, e ele vai para um empresário, cujo sua empresa transporta alimentos diversos para fora do país e foi a empresa que mais cresceu nesse último ano. Enfim, sem mais demora, o prêmio é do Senhor Eduardo Mazzony, da Fast Transport!

Todos aplaudiam e eu também, embora nem o conhecesse, mas assim que ele se levantou e foi até o palco eu não consegui tirar os olhos dele, imaginei que seria um velhote mas não, ele era jovem, e lindo, muito lindo, maravilhoso, minha boca ficou seca, meu coração batia rápido, minhas mãos suavam, nossa acho que terei um treco agora mesmo, ele era alto, cabelos castanhos bem penteados, a barba bem desenhada, vestia um terno que parecia brilhar de tão impecável que estava, quando o refletor pousou nele deu pra reparar os seus olhos cor de mel e quando ele sorriu eu quase derreti, que sorriso mais encantador… ele recebeu o prêmio e começou a agradecer…

- Obrigado, muito obrigado meus queridos colegas, eu somente me espelhei nos meus amigos aqui presente para hoje está aqui recebendo esse prêmio, foram anos de tentativas e finalmente chegou minha vez, obrigado a todos de minha empresa pois sem vocês eu não conseguiria. Este prêmio eu dedico a minha Mãe Mônica Mazzony, ela é a razão pra eu querer ser melhor a cada dia, enfim… muito obrigado! 

Todos aplaudiam e eu fiquei ainda mais derretida com aquela voz, que voz firme e galante, tipo esses atores de novela, na verdade ele era todo um galã de novela, a senhora que se levantou e aplaudiu deveria ser a mãe dele, uma senhora muito elegante, com cabelos negros, presos como esses penteados de casamento, com um vestido longo azul escuro bem bonito… Assim que ele desceu do palco foi até ela e a abraçou, em seguida comprimentou outras pessoas que estavam na mesma mesa que essa senhora e sentou novamente.

Meus olhos não saiam dele, agora eu estava acompanhando tudo que ele fazia, ele me fascinou, talvez o único cara jovem que vi aqui, tão jovem e já era o melhor empresário do ano, não pode ser, bom na verdade eu não sabia sua idade, eu teria que dá um jeito de descobrir, ele me deixou fascinada, como esses amores à primeira vista, sim eu acredito em amor à primeira vista, agora eu não me levanto daqui enquanto ele não se levantar também, preciso da um jeito de conhecer ele… Então todos começaram a se levantar e ir embora aos poucos, alguns ainda dançavam, outros bebiam, conversavam e riam, e um por um ia cumprimentar o “empresário do ano”, foi ai que tive a idéia de ir também, já que todos estavam indo, porque eu não iria? Tia Ângela percebeu que eu fiquei concentrada em Eduardo e questionou… 

- Dani, o que tanto olha para esse tal Eduardo?

- Hã? Que? Ah sim, é que penso eu que ele é muito jovem pra ser empresário, não acha?

- Acho sim, mas as pessoas podem conquistar qualquer coisa não importa a idade não é?

- Bom, sim, ele deve ter estudado muito pra isso.

- Com certeza sim, mas então, vamos embora?

- Então tia Ângela, eu queria ficar pra cumprimentar o rapaz, o empresário e talvez pudéssemos conversar e ele me dá algumas dicas para a Floricultura não acha?

- Mas Dani, que dicas ele teria, a profissão dele tem alguma coisa a ver com flores e plantas? 

- Não digo sobre isso tia, digo sobre administração e tal, você entendeu.

- Entendi claro, aiai, ok Dani só não vá embora tarde. - ela piscou pra mim, lógico que ela havia entendido e fingiu que engoliu a minha história.

- Ok tia, eu pego um táxi aqui na porta mesmo, não se preocupe.

Meu despedi dela e logo ela foi com os outros amigos de nossa mesa.

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