Capítulo 3

Graziela Giménez

Borboletas no estômago? Seria um completo eufemismo se usasse essa expressão para tentar no mínimo explicar o que sentia dentro de mim naquele dia. Acho que de longe esse foi o melhor dia que tive ao longo dos meus 22 anos. Não podia acreditar, aliás, que seriedade existe nisso? Eu não passo de uma mera miúda da periferia que carregava dores de um lancinante passado, não podia me dar sequer o luxo de pensar que existe a possibilidade de um homem que respira dinheiro interessar-se por mim, nem aberta estou para relacionamentos e de certeza que ele somente pensou no meu corpo nu, em sua cama. Mas eu não….

- GRAZIELA! – Ouço a minha irmã gritar, quase num tom de clamor. Corro até ela e noto que meu padrasto está com o cinto na mão, pronto a bater nela enquanto Lia esconde sua cara entre as pernas agachada numa das extremidades da pequena cozinha.

- O que está a acontecer aqui? – Digo encaixando Lia entre meus braços como se fosse um escudo para ela e ao mesmo tempo sem tirar os olhos de meu padrasto. – Você ficou maluco Jorge?

- A estúpida da sua irmã queimou todo jantar, como se não bastasse ter de trabalhar para continuar a sustentar-vos, tenho de comer porcaria porque a princesa mimada não consegue fazer nada em condições. – Declarou.

- Bater não resolve nada seu estúpido, eu venho logo para casa justamente para cozinhar, a Lia tem 10 anos! É muito conseguir perceber isso?

- Pouco me importa o que tu e a vadia de estimação fazem, quero coisas feitas em condições – diz enquanto segura firme meu braço direito apontando para minha cara – e acho melhor começar a respeitar-me, cuidado com essa língua ou terei de voltar a lembrá-la que eu sou o homem dessa casa usando a Lia como exemplo.

Num brusco movimento tirei o seu forte braço do meu e puxei a Lia até o quarto, consolei-a dizendo que faltava pouco, que em pouco estaria formada e apta para procurar um emprego que nos sustente as duas.

Volto para cozinha e rapidamente retifico o jantar deixando tudo tapado devidamente por cima da pedra de mármore existente na cozinha. Tiro uma tigela de um dos velhos e descascados armários. Sirvo uma quantidade considerável para mim e Lia. Retorno ao nosso quarto e, deixo a comida por cima da sua mesa de estudo a sua disposição.

- Está delicioso Graz, quero um dia cozinhar tão bem como tu, ao menos o Jorge já não vai bater em mim. – Diz-me Lia enquanto come e senti no meu coração a dor em seus olhinhos.

- Ele não fará isso porque eu não deixarei – declaro tentando conter as lágrimas, como sempre fiz a frente dela – amanhã antes de sair para universidade eu falarei com Elena para que fiques em casa dela todos os dias até que eu chegue, passarei por lá primeiro e juntas voltamos para casa. Combinado?

- Combinado Graz! – Diz-me sorridente e envolve-me logo num abraço.

- Nunca mais deixo-te sozinha com esse monstro minha princesa, és tudo que tenho – digo dando um beijo em sua testa – amanhã é sábado, mas ainda assim deixo-te na Elena, tenho projetos lá na universidade.

Após comer com Lia e ajudá-la nos trabalhos de casa, deito-me na cama e continuo a ler um livro que comecei faziam 3 dias. Quando dou por mim, meus pensamentos corriam novamente para Omar e, almoçar com ele, fez o meu dia especial por mais que quase tenha sido sabotado.

Sorri ao lembrar do tom de sua voz e do cheiro do seu perfume. Omar Castiel era sem sombra de dúvidas o homem mais bonito que alguma vez conheci… a sua postura exalava masculinidade, seus braços são fortes e o olhar… como me posso esquecer daquele olhar que levou-me a viajar sem mesmo que a pressa se apercebesse, ele tem uma pele negra em tons caramelizados, seu cabelo é meio encaracolado mostrando que pode ser fruto ou descendente de alguma miscigenação, e, ao olhar para o telemóvel reparo que tenho uma mensagem não lida.

- Não permita que seja a única vez que verei o seu sorriso de perto - assim dizia, e como uma boba respondi …

- Então terá de fazer por merecer senhor Castiel.

Pousei o telemóvel, com medo da resposta, sorrindo. Mas o mesmo sorriso desapareceu ao lembrar que estaria longe de dar o que ele merece e não suporto sequer a ideia de ter um homem a tocar em mim. Não outra vez.

Dou por mim sentada na cama a ler um livro qualquer sobre receitas, eu sempre quis fazer sobremesas saborosas como a minha mãe, enquanto viajo em meus desvaneios notei que a porta do quarto se abre e, logo vejo o meu padrasto entrar.

Eu olhava desconfiada enquanto ele aproximava-se abrindo o cinto e o zipper da calça que trazia vestida em seu corpo.

- A tua mãe não está e achei que podíamos brincar um pouco – dizia dando um sorriso pervertidamente assustador enquanto eu afastava-me para o canto da cama - já tens 13 anos, és uma mocinha e como teu pai sou responsável em mostrar-te o lado bom da vida, então anda cá.

- Tu não és meu pai, o meu pai morreu! Tu és o monstro que diz amar a minha mãe. DEIXA-ME EM PAZ! – Gritei desesperadamente enquanto ele puxava as minhas pernas deixando cair o meu corpo ao chão.

- Cala boca pirralha mal-educada, agora eu te vou ensinar.

Num rápido gesto ele baixou as suas boxers e rasgou a minha calcinha mostrando-se cada vez mais excitado com o meu pânico, eu olhava para todos os cantos do quarto procurando a minha mãe ou alguém que milagrosamente podia salvar-me do que estava prestes a tornar-se a entrada para as trevas no meu mundo, entre choros e soluços eu implorava que ele não o fizesse mas a única coisa que ouvi e vi foi o seu gesto colocando um preservativo em seu membro.

Apertando as minhas bochechas com sua mão direita, olhava para mim fazendo-me prometer que jamais contaria a alguém ou faria o mesmo com a minha irmã de 1 ano apenas e daria um jeito na “vida” da minha mãe.

Encurralada, sem saída e lutando em vão contra um homem que tem o dobro do meu tamanho consegui somente agarrar-me a madeira da minha cama e fechei os olhos arfando de dor enquanto ele penetrava em mim.

- Como és deliciosa pirralha, diz-me que esta a gostar – dizia enquanto bruscamente saía e entrava do meu corpo sem importar-se sequer com a minha dor, com o que ele havia roubado de mim e com o sangue presente entre as minhas pernas – olha para mim agora sua pirralha vagabunda ou te mato e ninguém saberá onde estás.

- E-eu… e-eu… estou a gostar- declarei entre lágrimas, perguntando internamente a Deus porquê que teve de acontecer justamente comigo. Ele obrigou-me a olhar para a sua cara de prazer enquanto roubava de mim a minha virgindade, a minha adolescência, a minha paz e a minha felicidade…os meus olhos lacrimejantes surgiram em minha mente em ponto grande ao acordar e perceber que além da dignidade e vida, mais uma vez ele roubou o meu sono. Como se não bastasse ter feito o que fez ainda comandava os meus sonhos e pensamentos noturnos.

Chorando fui até ao wc onde havia um espelho partido pela metade pendurado na parede e que ainda assim mostrava meu rosto manchado por lágrimas. Desesperada, lavei freneticamente a cara passando água simultaneamente em meu corpo na tentativa de tirar as manchas do seu toque que como uma tatuagem, fixou-se em mim… incrível como senti, eu senti e ainda sinto tudo ainda que 9 longos anos tenham passado…

- Deus, se já não sou digna de Te pedir alguma coisa perdoe pelo egoísmo, mas te peço, permita-me ultrapassar isso. – Clamo entre choros.

Voltando para o quarto olho para o telemóvel que marcava 02:25am, noto em seguida que Omar respondeu-me

- Sempre tive um certo prazer em ser subestimado.

Deitada com o telefone sobre o peito lamentava. Desculpa Omar, estou longe de ser aquilo que tu queres.

Graziela Giménez

Borboletas no estômago? Seria um completo eufemismo se usasse essa expressão para tentar no mínimo explicar o que sentia dentro de mim naquele dia. Acho que de longe esse foi o melhor dia que tive ao longo dos meus 22 anos. Não podia acreditar, aliás, que seriedade existe nisso? Eu não passo de uma mera miúda da periferia que carregava dores de um lancinante passado, não podia me dar sequer o luxo de pensar que existe a possibilidade de um homem que respira dinheiro interessar-se por mim, nem aberta estou para relacionamentos e de certeza que ele somente pensou no meu corpo nu, em sua cama. Mas eu não….

- GRAZIELA! – Ouço a minha irmã gritar, quase num tom de clamor. Corro até ela e noto que meu padrasto está com o cinto na mão, pronto a bater nela enquanto Lia esconde sua cara entre as pernas agachada numa das extremidades da pequena cozinha.

- O que está a acontecer aqui? – Digo encaixando Lia entre meus braços como se fosse um escudo para ela e ao mesmo tempo sem tirar os olhos de meu padrasto. – Você ficou maluco Jorge?

- A estúpida da sua irmã queimou todo jantar, como se não bastasse ter de trabalhar para continuar a sustentar-vos, tenho de comer porcaria porque a princesa mimada não consegue fazer nada em condições. – Declarou.

- Bater não resolve nada seu estúpido, eu venho logo para casa justamente para cozinhar, a Lia tem 10 anos! É muito conseguir perceber isso?

- Pouco me importa o que tu e a vadia de estimação fazem, quero coisas feitas em condições – diz enquanto segura firme meu braço direito apontando para minha cara – e acho melhor começar a respeitar-me, cuidado com essa língua ou terei de voltar a lembrá-la que eu sou o homem dessa casa usando a Lia como exemplo.

Num brusco movimento tirei o seu forte braço do meu e puxei a Lia até o quarto, consolei-a dizendo que faltava pouco, que em pouco estaria formada e apta para procurar um emprego que nos sustente as duas.

Volto para cozinha e rapidamente retifico o jantar deixando tudo tapado devidamente por cima da pedra de mármore existente na cozinha. Tiro uma tigela de um dos velhos e descascados armários. Sirvo uma quantidade considerável para mim e Lia. Retorno ao nosso quarto e, deixo a comida por cima da sua mesa de estudo a sua disposição.

- Está delicioso Graz, quero um dia cozinhar tão bem como tu, ao menos o Jorge já não vai bater em mim. – Diz-me Lia enquanto come e senti no meu coração a dor em seus olhinhos.

- Ele não fará isso porque eu não deixarei – declaro tentando conter as lágrimas, como sempre fiz a frente dela – amanhã antes de sair para universidade eu falarei com Elena para que fiques em casa dela todos os dias até que eu chegue, passarei por lá primeiro e juntas voltamos para casa. Combinado?

- Combinado Graz! – Diz-me sorridente e envolve-me logo num abraço.

- Nunca mais deixo-te sozinha com esse monstro minha princesa, és tudo que tenho – digo dando um beijo em sua testa – amanhã é sábado, mas ainda assim deixo-te na Elena, tenho projetos lá na universidade.

Após comer com Lia e ajudá-la nos trabalhos de casa, deito-me na cama e continuo a ler um livro que comecei faziam 3 dias. Quando dou por mim, meus pensamentos corriam novamente para Omar e, almoçar com ele, fez o meu dia especial por mais que quase tenha sido sabotado.

Sorri ao lembrar do tom de sua voz e do cheiro do seu perfume. Omar Castiel era sem sombra de dúvidas o homem mais bonito que alguma vez conheci… a sua postura exalava masculinidade, seus braços são fortes e o olhar… como me posso esquecer daquele olhar que levou-me a viajar sem mesmo que a pressa se apercebesse, ele tem uma pele negra em tons caramelizados, seu cabelo é meio encaracolado mostrando que pode ser fruto ou descendente de alguma miscigenação, e, ao olhar para o telemóvel reparo que tenho uma mensagem não lida.

- Não permita que seja a única vez que verei o seu sorriso de perto - assim dizia, e como uma boba respondi …

- Então terá de fazer por merecer senhor Castiel.

Pousei o telemóvel, com medo da resposta, sorrindo. Mas o mesmo sorriso desapareceu ao lembrar que estaria longe de dar o que ele merece e não suporto sequer a ideia de ter um homem a tocar em mim. Não outra vez.

Dou por mim sentada na cama a ler um livro qualquer sobre receitas, eu sempre quis fazer sobremesas saborosas como a minha mãe, enquanto viajo em meus desvaneios notei que a porta do quarto se abre e, logo vejo o meu padrasto entrar.

Eu olhava desconfiada enquanto ele aproximava-se abrindo o cinto e o zipper da calça que trazia vestida em seu corpo.

- A tua mãe não está e achei que podíamos brincar um pouco – dizia dando um sorriso pervertidamente assustador enquanto eu afastava-me para o canto da cama - já tens 13 anos, és uma mocinha e como teu pai sou responsável em mostrar-te o lado bom da vida, então anda cá.

- Tu não és meu pai, o meu pai morreu! Tu és o monstro que diz amar a minha mãe. DEIXA-ME EM PAZ! – Gritei desesperadamente enquanto ele puxava as minhas pernas deixando cair o meu corpo ao chão.

- Cala boca pirralha mal-educada, agora eu te vou ensinar.

Num rápido gesto ele baixou as suas boxers e rasgou a minha calcinha mostrando-se cada vez mais excitado com o meu pânico, eu olhava para todos os cantos do quarto procurando a minha mãe ou alguém que milagrosamente podia salvar-me do que estava prestes a tornar-se a entrada para as trevas no meu mundo, entre choros e soluços eu implorava que ele não o fizesse mas a única coisa que ouvi e vi foi o seu gesto colocando um preservativo em seu membro.

Apertando as minhas bochechas com sua mão direita, olhava para mim fazendo-me prometer que jamais contaria a alguém ou faria o mesmo com a minha irmã de 1 ano apenas e daria um jeito na “vida” da minha mãe.

Encurralada, sem saída e lutando em vão contra um homem que tem o dobro do meu tamanho consegui somente agarrar-me a madeira da minha cama e fechei os olhos arfando de dor enquanto ele penetrava em mim.

- Como és deliciosa pirralha, diz-me que esta a gostar – dizia enquanto bruscamente saía e entrava do meu corpo sem importar-se sequer com a minha dor, com o que ele havia roubado de mim e com o sangue presente entre as minhas pernas – olha para mim agora sua pirralha vagabunda ou te mato e ninguém saberá onde estás.

- E-eu… e-eu… estou a gostar- declarei entre lágrimas, perguntando internamente a Deus porquê que teve de acontecer justamente comigo. Ele obrigou-me a olhar para a sua cara de prazer enquanto roubava de mim a minha virgindade, a minha adolescência, a minha paz e a minha felicidade…os meus olhos lacrimejantes surgiram em minha mente em ponto grande ao acordar e perceber que além da dignidade e vida, mais uma vez ele roubou o meu sono. Como se não bastasse ter feito o que fez ainda comandava os meus sonhos e pensamentos noturnos.

Chorando fui até ao wc onde havia um espelho partido pela metade pendurado na parede e que ainda assim mostrava meu rosto manchado por lágrimas. Desesperada, lavei freneticamente a cara passando água simultaneamente em meu corpo na tentativa de tirar as manchas do seu toque que como uma tatuagem, fixou-se em mim… incrível como senti, eu senti e ainda sinto tudo ainda que 9 longos anos tenham passado…

- Deus, se já não sou digna de Te pedir alguma coisa perdoe pelo egoísmo, mas te peço, permita-me ultrapassar isso. – Clamo entre choros.

Voltando para o quarto olho para o telemóvel que marcava 02:25am, noto em seguida que Omar respondeu-me

- Sempre tive um certo prazer em ser subestimado.

Deitada com o telefone sobre o peito lamentava. Desculpa Omar, estou longe de ser aquilo que tu queres.

Graziela Giménez

Borboletas no estômago? Seria um completo eufemismo se usasse essa expressão para tentar no mínimo explicar o que sentia dentro de mim naquele dia. Acho que de longe esse foi o melhor dia que tive ao longo dos meus 22 anos. Não podia acreditar, aliás, que seriedade existe nisso? Eu não passo de uma mera miúda da periferia que carregava dores de um lancinante passado, não podia me dar sequer o luxo de pensar que existe a possibilidade de um homem que respira dinheiro interessar-se por mim, nem aberta estou para relacionamentos e de certeza que ele somente pensou no meu corpo nu, em sua cama. Mas eu não….

- GRAZIELA! – Ouço a minha irmã gritar, quase num tom de clamor. Corro até ela e noto que meu padrasto está com o cinto na mão, pronto a bater nela enquanto Lia esconde sua cara entre as pernas agachada numa das extremidades da pequena cozinha.

- O que está a acontecer aqui? – Digo encaixando Lia entre meus braços como se fosse um escudo para ela e ao mesmo tempo sem tirar os olhos de meu padrasto. – Você ficou maluco Jorge?

- A estúpida da sua irmã queimou todo jantar, como se não bastasse ter de trabalhar para continuar a sustentar-vos, tenho de comer porcaria porque a princesa mimada não consegue fazer nada em condições. – Declarou.

- Bater não resolve nada seu estúpido, eu venho logo para casa justamente para cozinhar, a Lia tem 10 anos! É muito conseguir perceber isso?

- Pouco me importa o que tu e a vadia de estimação fazem, quero coisas feitas em condições – diz enquanto segura firme meu braço direito apontando para minha cara – e acho melhor começar a respeitar-me, cuidado com essa língua ou terei de voltar a lembrá-la que eu sou o homem dessa casa usando a Lia como exemplo.

Num brusco movimento tirei o seu forte braço do meu e puxei a Lia até o quarto, consolei-a dizendo que faltava pouco, que em pouco estaria formada e apta para procurar um emprego que nos sustente as duas.

Volto para cozinha e rapidamente retifico o jantar deixando tudo tapado devidamente por cima da pedra de mármore existente na cozinha. Tiro uma tigela de um dos velhos e descascados armários. Sirvo uma quantidade considerável para mim e Lia. Retorno ao nosso quarto e, deixo a comida por cima da sua mesa de estudo a sua disposição.

- Está delicioso Graz, quero um dia cozinhar tão bem como tu, ao menos o Jorge já não vai bater em mim. – Diz-me Lia enquanto come e senti no meu coração a dor em seus olhinhos.

- Ele não fará isso porque eu não deixarei – declaro tentando conter as lágrimas, como sempre fiz a frente dela – amanhã antes de sair para universidade eu falarei com Elena para que fiques em casa dela todos os dias até que eu chegue, passarei por lá primeiro e juntas voltamos para casa. Combinado?

- Combinado Graz! – Diz-me sorridente e envolve-me logo num abraço.

- Nunca mais deixo-te sozinha com esse monstro minha princesa, és tudo que tenho – digo dando um beijo em sua testa – amanhã é sábado, mas ainda assim deixo-te na Elena, tenho projetos lá na universidade.

Após comer com Lia e ajudá-la nos trabalhos de casa, deito-me na cama e continuo a ler um livro que comecei faziam 3 dias. Quando dou por mim, meus pensamentos corriam novamente para Omar e, almoçar com ele, fez o meu dia especial por mais que quase tenha sido sabotado.

Sorri ao lembrar do tom de sua voz e do cheiro do seu perfume. Omar Castiel era sem sombra de dúvidas o homem mais bonito que alguma vez conheci… a sua postura exalava masculinidade, seus braços são fortes e o olhar… como me posso esquecer daquele olhar que levou-me a viajar sem mesmo que a pressa se apercebesse, ele tem uma pele negra em tons caramelizados, seu cabelo é meio encaracolado mostrando que pode ser fruto ou descendente de alguma miscigenação, e, ao olhar para o telemóvel reparo que tenho uma mensagem não lida.

- Não permita que seja a única vez que verei o seu sorriso de perto - assim dizia, e como uma boba respondi …

- Então terá de fazer por merecer senhor Castiel.

Pousei o telemóvel, com medo da resposta, sorrindo. Mas o mesmo sorriso desapareceu ao lembrar que estaria longe de dar o que ele merece e não suporto sequer a ideia de ter um homem a tocar em mim. Não outra vez.

Dou por mim sentada na cama a ler um livro qualquer sobre receitas, eu sempre quis fazer sobremesas saborosas como a minha mãe, enquanto viajo em meus desvaneios notei que a porta do quarto se abre e, logo vejo o meu padrasto entrar.

Eu olhava desconfiada enquanto ele aproximava-se abrindo o cinto e o zipper da calça que trazia vestida em seu corpo.

- A tua mãe não está e achei que podíamos brincar um pouco – dizia dando um sorriso pervertidamente assustador enquanto eu afastava-me para o canto da cama - já tens 13 anos, és uma mocinha e como teu pai sou responsável em mostrar-te o lado bom da vida, então anda cá.

- Tu não és meu pai, o meu pai morreu! Tu és o monstro que diz amar a minha mãe. DEIXA-ME EM PAZ! – Gritei desesperadamente enquanto ele puxava as minhas pernas deixando cair o meu corpo ao chão.

- Cala boca pirralha mal-educada, agora eu te vou ensinar.

Num rápido gesto ele baixou as suas boxers e rasgou a minha calcinha mostrando-se cada vez mais excitado com o meu pânico, eu olhava para todos os cantos do quarto procurando a minha mãe ou alguém que milagrosamente podia salvar-me do que estava prestes a tornar-se a entrada para as trevas no meu mundo, entre choros e soluços eu implorava que ele não o fizesse mas a única coisa que ouvi e vi foi o seu gesto colocando um preservativo em seu membro.

Apertando as minhas bochechas com sua mão direita, olhava para mim fazendo-me prometer que jamais contaria a alguém ou faria o mesmo com a minha irmã de 1 ano apenas e daria um jeito na “vida” da minha mãe.

Encurralada, sem saída e lutando em vão contra um homem que tem o dobro do meu tamanho consegui somente agarrar-me a madeira da minha cama e fechei os olhos arfando de dor enquanto ele penetrava em mim.

- Como és deliciosa pirralha, diz-me que esta a gostar – dizia enquanto bruscamente saía e entrava do meu corpo sem importar-se sequer com a minha dor, com o que ele havia roubado de mim e com o sangue presente entre as minhas pernas – olha para mim agora sua pirralha vagabunda ou te mato e ninguém saberá onde estás.

- E-eu… e-eu… estou a gostar- declarei entre lágrimas, perguntando internamente a Deus porquê que teve de acontecer justamente comigo. Ele obrigou-me a olhar para a sua cara de prazer enquanto roubava de mim a minha virgindade, a minha adolescência, a minha paz e a minha felicidade…os meus olhos lacrimejantes surgiram em minha mente em ponto grande ao acordar e perceber que além da dignidade e vida, mais uma vez ele roubou o meu sono. Como se não bastasse ter feito o que fez ainda comandava os meus sonhos e pensamentos noturnos.

Chorando fui até ao wc onde havia um espelho partido pela metade pendurado na parede e que ainda assim mostrava meu rosto manchado por lágrimas. Desesperada, lavei freneticamente a cara passando água simultaneamente em meu corpo na tentativa de tirar as manchas do seu toque que como uma tatuagem, fixou-se em mim… incrível como senti, eu senti e ainda sinto tudo ainda que 9 longos anos tenham passado…

- Deus, se já não sou digna de Te pedir alguma coisa perdoe pelo egoísmo, mas te peço, permita-me ultrapassar isso. – Clamo entre choros.

Voltando para o quarto olho para o telemóvel que marcava 02:25am, noto em seguida que Omar respondeu-me

- Sempre tive um certo prazer em ser subestimado.

Deitada com o telefone sobre o peito lamentava. Desculpa Omar, estou longe de ser aquilo que tu queres.

Graziela Giménez

Borboletas no estômago? Seria um completo eufemismo se usasse essa expressão para tentar no mínimo explicar o que sentia dentro de mim naquele dia. Acho que de longe esse foi o melhor dia que tive ao longo dos meus 22 anos. Não podia acreditar, aliás, que seriedade existe nisso? Eu não passo de uma mera miúda da periferia que carregava dores de um lancinante passado, não podia me dar sequer o luxo de pensar que existe a possibilidade de um homem que respira dinheiro interessar-se por mim, nem aberta estou para relacionamentos e de certeza que ele somente pensou no meu corpo nu, em sua cama. Mas eu não….

- GRAZIELA! – Ouço a minha irmã gritar, quase num tom de clamor. Corro até ela e noto que meu padrasto está com o cinto na mão, pronto a bater nela enquanto Lia esconde sua cara entre as pernas agachada numa das extremidades da pequena cozinha.

- O que está a acontecer aqui? – Digo encaixando Lia entre meus braços como se fosse um escudo para ela e ao mesmo tempo sem tirar os olhos de meu padrasto. – Você ficou maluco Jorge?

- A estúpida da sua irmã queimou todo jantar, como se não bastasse ter de trabalhar para continuar a sustentar-vos, tenho de comer porcaria porque a princesa mimada não consegue fazer nada em condições. – Declarou.

- Bater não resolve nada seu estúpido, eu venho logo para casa justamente para cozinhar, a Lia tem 10 anos! É muito conseguir perceber isso?

- Pouco me importa o que tu e a vadia de estimação fazem, quero coisas feitas em condições – diz enquanto segura firme meu braço direito apontando para minha cara – e acho melhor começar a respeitar-me, cuidado com essa língua ou terei de voltar a lembrá-la que eu sou o homem dessa casa usando a Lia como exemplo.

Num brusco movimento tirei o seu forte braço do meu e puxei a Lia até o quarto, consolei-a dizendo que faltava pouco, que em pouco estaria formada e apta para procurar um emprego que nos sustente as duas.

Volto para cozinha e rapidamente retifico o jantar deixando tudo tapado devidamente por cima da pedra de mármore existente na cozinha. Tiro uma tigela de um dos velhos e descascados armários. Sirvo uma quantidade considerável para mim e Lia. Retorno ao nosso quarto e, deixo a comida por cima da sua mesa de estudo a sua disposição.

- Está delicioso Graz, quero um dia cozinhar tão bem como tu, ao menos o Jorge já não vai bater em mim. – Diz-me Lia enquanto come e senti no meu coração a dor em seus olhinhos.

- Ele não fará isso porque eu não deixarei – declaro tentando conter as lágrimas, como sempre fiz a frente dela – amanhã antes de sair para universidade eu falarei com Elena para que fiques em casa dela todos os dias até que eu chegue, passarei por lá primeiro e juntas voltamos para casa. Combinado?

- Combinado Graz! – Diz-me sorridente e envolve-me logo num abraço.

- Nunca mais deixo-te sozinha com esse monstro minha princesa, és tudo que tenho – digo dando um beijo em sua testa – amanhã é sábado, mas ainda assim deixo-te na Elena, tenho projetos lá na universidade.

Após comer com Lia e ajudá-la nos trabalhos de casa, deito-me na cama e continuo a ler um livro que comecei faziam 3 dias. Quando dou por mim, meus pensamentos corriam novamente para Omar e, almoçar com ele, fez o meu dia especial por mais que quase tenha sido sabotado.

Sorri ao lembrar do tom de sua voz e do cheiro do seu perfume. Omar Castiel era sem sombra de dúvidas o homem mais bonito que alguma vez conheci… a sua postura exalava masculinidade, seus braços são fortes e o olhar… como me posso esquecer daquele olhar que levou-me a viajar sem mesmo que a pressa se apercebesse, ele tem uma pele negra em tons caramelizados, seu cabelo é meio encaracolado mostrando que pode ser fruto ou descendente de alguma miscigenação, e, ao olhar para o telemóvel reparo que tenho uma mensagem não lida.

- Não permita que seja a única vez que verei o seu sorriso de perto - assim dizia, e como uma boba respondi …

- Então terá de fazer por merecer senhor Castiel.

Pousei o telemóvel, com medo da resposta, sorrindo. Mas o mesmo sorriso desapareceu ao lembrar que estaria longe de dar o que ele merece e não suporto sequer a ideia de ter um homem a tocar em mim. Não outra vez.

Dou por mim sentada na cama a ler um livro qualquer sobre receitas, eu sempre quis fazer sobremesas saborosas como a minha mãe, enquanto viajo em meus desvaneios notei que a porta do quarto se abre e, logo vejo o meu padrasto entrar.

Eu olhava desconfiada enquanto ele aproximava-se abrindo o cinto e o zipper da calça que trazia vestida em seu corpo.

- A tua mãe não está e achei que podíamos brincar um pouco – dizia dando um sorriso pervertidamente assustador enquanto eu afastava-me para o canto da cama - já tens 13 anos, és uma mocinha e como teu pai sou responsável em mostrar-te o lado bom da vida, então anda cá.

- Tu não és meu pai, o meu pai morreu! Tu és o monstro que diz amar a minha mãe. DEIXA-ME EM PAZ! – Gritei desesperadamente enquanto ele puxava as minhas pernas deixando cair o meu corpo ao chão.

- Cala boca pirralha mal-educada, agora eu te vou ensinar.

Num rápido gesto ele baixou as suas boxers e rasgou a minha calcinha mostrando-se cada vez mais excitado com o meu pânico, eu olhava para todos os cantos do quarto procurando a minha mãe ou alguém que milagrosamente podia salvar-me do que estava prestes a tornar-se a entrada para as trevas no meu mundo, entre choros e soluços eu implorava que ele não o fizesse mas a única coisa que ouvi e vi foi o seu gesto colocando um preservativo em seu membro.

Apertando as minhas bochechas com sua mão direita, olhava para mim fazendo-me prometer que jamais contaria a alguém ou faria o mesmo com a minha irmã de 1 ano apenas e daria um jeito na “vida” da minha mãe.

Encurralada, sem saída e lutando em vão contra um homem que tem o dobro do meu tamanho consegui somente agarrar-me a madeira da minha cama e fechei os olhos arfando de dor enquanto ele penetrava em mim.

- Como és deliciosa pirralha, diz-me que esta a gostar – dizia enquanto bruscamente saía e entrava do meu corpo sem importar-se sequer com a minha dor, com o que ele havia roubado de mim e com o sangue presente entre as minhas pernas – olha para mim agora sua pirralha vagabunda ou te mato e ninguém saberá onde estás.

- E-eu… e-eu… estou a gostar- declarei entre lágrimas, perguntando internamente a Deus porquê que teve de acontecer justamente comigo. Ele obrigou-me a olhar para a sua cara de prazer enquanto roubava de mim a minha virgindade, a minha adolescência, a minha paz e a minha felicidade…os meus olhos lacrimejantes surgiram em minha mente em ponto grande ao acordar e perceber que além da dignidade e vida, mais uma vez ele roubou o meu sono. Como se não bastasse ter feito o que fez ainda comandava os meus sonhos e pensamentos noturnos.

Chorando fui até ao wc onde havia um espelho partido pela metade pendurado na parede e que ainda assim mostrava meu rosto manchado por lágrimas. Desesperada, lavei freneticamente a cara passando água simultaneamente em meu corpo na tentativa de tirar as manchas do seu toque que como uma tatuagem, fixou-se em mim… incrível como senti, eu senti e ainda sinto tudo ainda que 9 longos anos tenham passado…

- Deus, se já não sou digna de Te pedir alguma coisa perdoe pelo egoísmo, mas te peço, permita-me ultrapassar isso. – Clamo entre choros.

Voltando para o quarto olho para o telemóvel que marcava 02:25am, noto em seguida que Omar respondeu-me

- Sempre tive um certo prazer em ser subestimado.

Deitada com o telefone sobre o peito lamentava. Desculpa Omar, estou longe de ser aquilo que tu queres.

Graziela Giménez

Borboletas no estômago? Seria um completo eufemismo se usasse essa expressão para tentar no mínimo explicar o que sentia dentro de mim naquele dia. Acho que de longe esse foi o melhor dia que tive ao longo dos meus 22 anos. Não podia acreditar, aliás, que seriedade existe nisso? Eu não passo de uma mera miúda da periferia que carregava dores de um lancinante passado, não podia me dar sequer o luxo de pensar que existe a possibilidade de um homem que respira dinheiro interessar-se por mim, nem aberta estou para relacionamentos e de certeza que ele somente pensou no meu corpo nu, em sua cama. Mas eu não….

- GRAZIELA! – Ouço a minha irmã gritar, quase num tom de clamor. Corro até ela e noto que meu padrasto está com o cinto na mão, pronto a bater nela enquanto Lia esconde sua cara entre as pernas agachada numa das extremidades da pequena cozinha.

- O que está a acontecer aqui? – Digo encaixando Lia entre meus braços como se fosse um escudo para ela e ao mesmo tempo sem tirar os olhos de meu padrasto. – Você ficou maluco Jorge?

- A estúpida da sua irmã queimou todo jantar, como se não bastasse ter de trabalhar para continuar a sustentar-vos, tenho de comer porcaria porque a princesa mimada não consegue fazer nada em condições. – Declarou.

- Bater não resolve nada seu estúpido, eu venho logo para casa justamente para cozinhar, a Lia tem 10 anos! É muito conseguir perceber isso?

- Pouco me importa o que tu e a vadia de estimação fazem, quero coisas feitas em condições – diz enquanto segura firme meu braço direito apontando para minha cara – e acho melhor começar a respeitar-me, cuidado com essa língua ou terei de voltar a lembrá-la que eu sou o homem dessa casa usando a Lia como exemplo.

Num brusco movimento tirei o seu forte braço do meu e puxei a Lia até o quarto, consolei-a dizendo que faltava pouco, que em pouco estaria formada e apta para procurar um emprego que nos sustente as duas.

Volto para cozinha e rapidamente retifico o jantar deixando tudo tapado devidamente por cima da pedra de mármore existente na cozinha. Tiro uma tigela de um dos velhos e descascados armários. Sirvo uma quantidade considerável para mim e Lia. Retorno ao nosso quarto e, deixo a comida por cima da sua mesa de estudo a sua disposição.

- Está delicioso Graz, quero um dia cozinhar tão bem como tu, ao menos o Jorge já não vai bater em mim. – Diz-me Lia enquanto come e senti no meu coração a dor em seus olhinhos.

- Ele não fará isso porque eu não deixarei – declaro tentando conter as lágrimas, como sempre fiz a frente dela – amanhã antes de sair para universidade eu falarei com Elena para que fiques em casa dela todos os dias até que eu chegue, passarei por lá primeiro e juntas voltamos para casa. Combinado?

- Combinado Graz! – Diz-me sorridente e envolve-me logo num abraço.

- Nunca mais deixo-te sozinha com esse monstro minha princesa, és tudo que tenho – digo dando um beijo em sua testa – amanhã é sábado, mas ainda assim deixo-te na Elena, tenho projetos lá na universidade.

Após comer com Lia e ajudá-la nos trabalhos de casa, deito-me na cama e continuo a ler um livro que comecei faziam 3 dias. Quando dou por mim, meus pensamentos corriam novamente para Omar e, almoçar com ele, fez o meu dia especial por mais que quase tenha sido sabotado.

Sorri ao lembrar do tom de sua voz e do cheiro do seu perfume. Omar Castiel era sem sombra de dúvidas o homem mais bonito que alguma vez conheci… a sua postura exalava masculinidade, seus braços são fortes e o olhar… como me posso esquecer daquele olhar que levou-me a viajar sem mesmo que a pressa se apercebesse, ele tem uma pele negra em tons caramelizados, seu cabelo é meio encaracolado mostrando que pode ser fruto ou descendente de alguma miscigenação, e, ao olhar para o telemóvel reparo que tenho uma mensagem não lida.

- Não permita que seja a única vez que verei o seu sorriso de perto - assim dizia, e como uma boba respondi …

- Então terá de fazer por merecer senhor Castiel.

Pousei o telemóvel, com medo da resposta, sorrindo. Mas o mesmo sorriso desapareceu ao lembrar que estaria longe de dar o que ele merece e não suporto sequer a ideia de ter um homem a tocar em mim. Não outra vez.

Dou por mim sentada na cama a ler um livro qualquer sobre receitas, eu sempre quis fazer sobremesas saborosas como a minha mãe, enquanto viajo em meus desvaneios notei que a porta do quarto se abre e, logo vejo o meu padrasto entrar.

Eu olhava desconfiada enquanto ele aproximava-se abrindo o cinto e o zipper da calça que trazia vestida em seu corpo.

- A tua mãe não está e achei que podíamos brincar um pouco – dizia dando um sorriso pervertidamente assustador enquanto eu afastava-me para o canto da cama - já tens 13 anos, és uma mocinha e como teu pai sou responsável em mostrar-te o lado bom da vida, então anda cá.

- Tu não és meu pai, o meu pai morreu! Tu és o monstro que diz amar a minha mãe. DEIXA-ME EM PAZ! – Gritei desesperadamente enquanto ele puxava as minhas pernas deixando cair o meu corpo ao chão.

- Cala boca pirralha mal-educada, agora eu te vou ensinar.

Num rápido gesto ele baixou as suas boxers e rasgou a minha calcinha mostrando-se cada vez mais excitado com o meu pânico, eu olhava para todos os cantos do quarto procurando a minha mãe ou alguém que milagrosamente podia salvar-me do que estava prestes a tornar-se a entrada para as trevas no meu mundo, entre choros e soluços eu implorava que ele não o fizesse mas a única coisa que ouvi e vi foi o seu gesto colocando um preservativo em seu membro.

Apertando as minhas bochechas com sua mão direita, olhava para mim fazendo-me prometer que jamais contaria a alguém ou faria o mesmo com a minha irmã de 1 ano apenas e daria um jeito na “vida” da minha mãe.

Encurralada, sem saída e lutando em vão contra um homem que tem o dobro do meu tamanho consegui somente agarrar-me a madeira da minha cama e fechei os olhos arfando de dor enquanto ele penetrava em mim.

- Como és deliciosa pirralha, diz-me que esta a gostar – dizia enquanto bruscamente saía e entrava do meu corpo sem importar-se sequer com a minha dor, com o que ele havia roubado de mim e com o sangue presente entre as minhas pernas – olha para mim agora sua pirralha vagabunda ou te mato e ninguém saberá onde estás.

- E-eu… e-eu… estou a gostar- declarei entre lágrimas, perguntando internamente a Deus porquê que teve de acontecer justamente comigo. Ele obrigou-me a olhar para a sua cara de prazer enquanto roubava de mim a minha virgindade, a minha adolescência, a minha paz e a minha felicidade…os meus olhos lacrimejantes surgiram em minha mente em ponto grande ao acordar e perceber que além da dignidade e vida, mais uma vez ele roubou o meu sono. Como se não bastasse ter feito o que fez ainda comandava os meus sonhos e pensamentos noturnos.

Chorando fui até ao wc onde havia um espelho partido pela metade pendurado na parede e que ainda assim mostrava meu rosto manchado por lágrimas. Desesperada, lavei freneticamente a cara passando água simultaneamente em meu corpo na tentativa de tirar as manchas do seu toque que como uma tatuagem, fixou-se em mim… incrível como senti, eu senti e ainda sinto tudo ainda que 9 longos anos tenham passado…

- Deus, se já não sou digna de Te pedir alguma coisa perdoe pelo egoísmo, mas te peço, permita-me ultrapassar isso. – Clamo entre choros.

Voltando para o quarto olho para o telemóvel que marcava 02:25am, noto em seguida que Omar respondeu-me

- Sempre tive um certo prazer em ser subestimado.

Deitada com o telefone sobre o peito lamentava. Desculpa Omar, estou longe de ser aquilo que tu queres.

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