Capítulo 4

Limpo e vestido com regata branca colada no corpo e calça moletom vai até à varanda. Gostaria de se sentar na rede, mais ninguém está perto para o ajudar, então fica olhando os passarinhos cantando e comendo quirera no comedouro.

Na cozinha, Naomi se abre com Helena.

- Acredito que seu irmão não gostou muito de mim senhora.

- Besteira minha querida, ele só está na defensiva, logo se acostuma com você. Às vezes ele é meio rabugento, mais tem um ótimo coração. Por favor, seja paciente com ele. Assim que ele por na cabeça, que o que você faz é o melhor para ele, tudo vai mudar.

- Sim, senhora. - Pela janela da cozinha, Naomi o vê de perfil na varanda olhando os pássaros.

Desce o olhar para a regata colada no tórax amplo, o deixa com um porte imenso, braços bem torneados e fortes.

Deus, sempre achou o comentário das enfermeiras do posto exagerado, mais esse homem é mais do que elas falaram.

Helena vai em direção ao irmão mais para antes e diz:

- Só te peço uma coisa querida.

- Pode falar.

- Quando vocês estiverem se entendendo, por favor, nunca, nunca mesmo pergunte dos antigos relacionamentos dele.

Naomi fica curiosa, para perguntar o porque, mais prefere se calar, nisso Helena vê que pode confiar na moça e conta o porquê.

- Antes de Hélio se acidentar, ele esteve noivo. Quando os médicos deram poucas esperanças dele voltar a andar, ela o abandonou, no momento mais difícil da vida dele.

- Meu Deus, que triste.

- Sim, mais foi bom, descobrimos a tempo que ela não o amava o suficiente.

- Se for pensar por esse lado, é verdade.

- Sim, ele nunca mais foi atrás de alguém para namorar. A dois anos fica prostrado em casa. Venha.

Elas vão até à varanda.

- Hélio, já arrumei tudo na área gourmet e lá você terá suas sessões com Naomi.

- Mais...

- Mais nada. - Ela o corta. - Ela vai arrumar a sala do jeito dela e começa a primeira sessão ainda hoje.

Ele vira a cabeça para o lado suspirando.

- Tá. - Responde fazendo a irmã sorrir feliz.

- Vai lá querida, depois venha chamá-lo, ele está pronto.

- Sim, senhora. Licença, senhor Silva.

Hélio apenas fica calado, a irmã sabe ser bem insistente, além de ser um bom irmão, ela tem um jeitinho todo especial com ele.

Naomi vai até seu quarto pegar a mala de trabalho e leva até um quarto de porta balcão de vidro na área gourmet.

- O mais difícil vai ser colocar tudo aquilo de homem nessa maca. Mesmo alto ainda vai precisar de um degrau para se sentar. Vou dar um jeito. - Ela fala consigo mesma.

Naomi arruma tudo, luzes apagadas, o local é bem claro, acende velas aromáticas, o quer relaxado, pretende terminar a sessão sem ele interromper do nada, ela vai até à varanda o chamar.

- Senhor, está tudo pronto, podemos ir.

Ele a segue, a cadeira desliza facilmente pelo gramado. Entrando no cômodo, Naomi fecha às portas de vidro e as cortinas. Hélio ao ver tantas velas, e almofadas, se sente como se estivesse se preparando para transar, ele ri de si mesmo pelo pensamento.

- RS...

- Senhor?

- Desculpa. Meu pensamento estava longe. O que quer que eu faça senhorita?

Novamente esse tom de voz nada agradável.

- Vou ajudar o senhor a subir na maca. Já fez fisioterapia ou massagem antes?

- Não, e sinceramente não acredito muito nisso.

- Nisso o que senhor?

- Voltar a andar com massagens e coisas do gênero.

- Eu entendo o senhor. - Ela diz o ajudando a se encostar na maca.

- Você entende?

- Sim, claro. Todos nós duvidamos de algo em nossas vidas.

Sem palavras Hélio se apoia nela com o braço direito, é grande e pesado, pode não ser tão educado como gostaria com ela, mais não a quer machucar.

Além da dificuldade de o deitar na maca, sem camisa a está deixando com um pouco de calor.

"Seja profissional." - Ela se repreende em seus próprios pensamentos.

Deitado ela puxa a mesinha de óleos de massagem.

- O que vai fazer?

- Massagem relaxante senhor. Está muito tenso. Conseguirá até dormir melhor.

- Como sabe que não durmo bem?

- A tensão afeta muitas coisas em nossas vidas. Os ombros e o pescoço ficam rígidos no começo, depois atrapalham o sono, vindo a prejudicar nosso dia a dia e também pode nos deixar com gastrite e refluxo.

- Está certo, vamos ver o que você consegue arrancar de mim.

Ela franze a testa, é japonesa, ainda tem dificuldade em certas frases para traduzir, não entendeu o que ele quis dizer e achou melhor ficar calada.

"O que será que ele quis dizer com arrancar de mim?" - Pensamentos.

Calada ela começa sua sessão, óleo com pimenta, ela passa o óleo em seguida o local começa a esquentar.

Mesmo de olhos fechados com o toque de mãos tão macias e o calor que o óleo lhe proporciona, faz com que Hélio se arrepie todo.

A sensação é tão gostosa, a tanto tempo não é tocado por uma mulher, ela passa as mãos pelas suas costas, o deixando fascinado por mais e mais.

Sente como se estivesse delirando, se soubesse ser tão prazeroso já tinha ido nessas sessões a mais tempo.

- Ahn, delícia... - Hélio deixa escapar um gemido de prazer.

Ela para por um instante, a voz dele parecia tão erótica, assim como ele, ela também ficou toda arrepiada ao escutá-lo, se esse homem for gemer assim toda vez sua sanidade irá para o espaço. Ela volta a lhe massagear.

- Naomi... - Ele geme o nome dela sem perceber.

"De novo... preciso me concentrar." - Ela pensa.

Hélio revira os olhos com as sensações gostosas, ela pega cada pontinho dolorido dele e massageia de um jeito tão gostoso, que se pudesse estaria mais duro que uma rocha agora.

Mais a triste realidade o tira de seu estado e a pede para parar.

- Chega, podemos parar agora.

Ela levanta as mãos sem entender, o que será que fez de errado?!

- Senhor, estou apenas na metade.

- Amanhã nós fazemos completo. Não estou bem para continuar.

- Certo. - Ela o ajuda a se levantar e sentar na cadeira.

Hélio sai sem falar nada e Naomi fica pensativa no cômodo, enquanto arruma tudo.

- O que será que eu fiz?!

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