O modelo dos meus pecados - Série Profissões Pecaminosas
O modelo dos meus pecados - Série Profissões Pecaminosas
Por: Nikole Santos
1 - Eva Grayson - Parte I

DEDICATÓRIA

Dedico a todos que mesmo sabendo o que vai acontecer nos clichês ainda sim os amam.

A galera que sonha em viver um clichê e que já viveu ou até vive.

Ao pessoal que ama ver um amor impossível acontecer e mesmo com muitas lágrimas e sorrisos ainda esperam o próximo capítulo.

Prontos pra mais uma aventura romântica?

CAPÍTULO 1

— Eu sei que 18 anos é uma idade decisiva. A gente termina o ensino médio, presta vestibular e decide o que quer ser pelo resto da vida. Mas aí que tá o problema pra mim. Eu não sei o que quero pra minha vida. Eu nunca parei pra pensar nisso. Meus pais são ricos, então pra quê eu quero trabalhar?

Eu sou a caçula, a herdeira. Acho que isso já diz tudo. Tenho certeza que Elliot não vai me matar pra ficar com toda a fortuna da nossa família, e a minha parte vai ser o suficiente pra mim e pra meus filhos e netos. — Me acomodo mais um pouco no divã e cruzo meus pés olhando o lustre pendurado encima da minha cabeça.

Não acredito que aceitei essa babozeira de consulta com psicóloga. Sinceramente, acho uma perda de tempo. Até parece que meus pais não sabem ou não querem me ouvir e pagam pra outra pessoa fazer isso.

— Eva... — A minha psicóloga parece pensativa, provavelmente muito assustada com meu desabafo. Acho que existem pessoas mais sonhadoras do que eu, ou não. —... Faz alguma lógica o que você acabou de dizer, mas pelo que eu entendi, você está esperando que seus pais morram, é isso? — Um tom perturbado permeia sua voz.

Essa mulher é doida né?! Só pode.

— Claro que não, sua doida! Eu só estou falando que um dia o dinheiro deles vai ser nosso. E como eu vou morar com eles pro resto da vida deles, eu vou herdar alguma coisa, assim como o Elliot, já que somos os filhos. — tento explicar melhor.

— E você não vai casar?

— Quem é o maluco que vai querer casar comigo? Eu acordo 10h da manhã, só sei fazer brigadeiro e pipoca de microondas, tenho umas paranóias com Shawn Mendes e assisto Harry Potter e a Saga Crepúsculo todo feriado. Isso sem falar nos meus pijamas nada sensuais de ursinhos e as xuxas de laço!

— Você se desqualifica como uma futura esposa. Você não tem namorado? — anota.

— Não, caralho, tô dizendo que ninguém conhece esse meu lado! Meus lances nunca chegam à minha casa. E aposto que os seus também não, você nem tem aliança. — reparo em seus dedos, e ela fica envergonhada. Deve ter uns 35 anos.

— Vejo que você também não pensa antes de falar. — ela anota na prancheta de novo.

Agora ela tá listando meus problemas é? Depois vai o quê? Jogar tudo na minha cara?

— Eu vou conversar com seus pais. Você pode esperar aqui. — dá um sorriso reto e sai da sala deixando a porta fechada.

O que ela acha?

Ser Eva Grayson não é fácil!

Desde pequena eu sou a princesinha do papai e Elliot, meu irmão mais velho era o futuro CEO da empresa de cosméticos Grayson. E de repente Elliot virou a casaca e quis ser pintor, botando a baixo todos os planos que papai tinha feito, e onde a esperança da família pairou? Na princesinha aqui.

Eu não quero ser administradora. Eu sou consumidora de cosméticos, não uma fabricante. Isso não tem nada a ver comigo.

Eu ainda não sei o que eu gosto de verdade. Experimentei de tudo na minha vida escolar. Música, dança, lutas, esportes... E gostei de tudo. Não é fácil se decidir, e em meio a minha indecisão preferi não escolher nada por enquanto, melhor do que me arrepender.

Depois de um tempo a porta se abriu e a psicóloga entrou acompanhada dos meus pais. Todos com um semblante de quem está prestes a demitir alguém ou dar uma péssima notícia. Prefiro a primeira opção entre as duas, mesmo que eu nunca tenha trabalhado na vida.

— Eva, minha filha. — Papai tem a fala calma e senta perto de mim, numa das duas poltronas de camurça cinza, a outra é ocupada por mamãe e a encalhada ficou em pé. — Nós chegamos a conclusão de que você não sabe o que quer da vida.

Ó, minha nossa, descobriram o Brasil!

— Mas é isso que eu tô tentando dizer desde que vocês começaram a me perguntar! — Sentei impressionada com a grande descoberta deles.

Isso só reforça meu pensamento anterior de que psicólogo é perda de tempo pra mim.

— Então, nós decidiremos por você. — Mamãe completou.

Dou um suspiro aliviada.

Desde pequena eles decidem as coisas por mim, e eu não me importo. Sempre foram boas escolhas. Os melhores colégios, os melhores amigos, os lugares para onde eu deveria viajar, acampamentos... Só escolhas boas.

— Você já tem 18, não queremos mais uma filha adulta em casa. Se você não quer administrar a empresa da família e também não quer nada da vida, não vai mais morar com a gente. — Mamãe me fita severamente como uma juíza que acabou de bater o martelo, desmanchando todo aquele olhar meigo que ela sempre carrega.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >
capítulo anteriorpróximo capítulo

Capítulos relacionados

Último capítulo