Capítulo 5: Tyler

O que foi aquilo? 

Poxa!!! Se alguém nos viu eu tô ferrado, não só eu, como o Colin também. Se for mesmo verdade o que Josh me disse, se ele veio transferido por ser um encrenqueiro, talvez ele não queira ter seu nome envolvido em mais uma polêmica, talvez ele fique realmente calado e esconda o que quase aconteceu, ou quase aconteceu.

Pensando bem… ele agiu com tanta naturalidade, que agora não sei dizer se ele realmente estava se masturbando ou não. Por causa da meia parede, eu não pude ver se ele estava realmente com a mão em seu pênis assim como eu. Quando ele estendeu a mão  para que eu pegasse, eu tive essa clara impressão. Porém quando ele saiu da ducha, se enxugou, vestiu a sua roupa, e logo se despediu, acabei ficando confuso. 

Se ele estava batendo uma, porque estaria tão normal assim?

Será que foi coisa da minha cabeça? Será que… não sei o que pensar, mas uma coisa eu tenho certeza, esse tal Colin tem um corpo… eu nunca vi algo igual! Fiquei duro no exato momento em que ele entrou nú debaixo daquela água.

Depois que me vesti rápido, olhei todo o vestiário e não vi ninguém. Talvez até o próprio Colin tenha se certificado de que estávamos sozinhos. Só que… o problema não é somente esse. O problema é que… falando com sinceridade, eu gostei! Cara como eu gostei daquela ousadia toda. Algo dentro de mim se esquentou, me fez sair do meu centro.

Eu sei, isso é uma loucura, gostar de ver um cara tomando banho, e se alisando bem na minha frente… foi algo assim… excitante. Aquele corpo escultural, com aqueles músculos todos bem definidos, e poxa!!! Acho que preciso sair e dar uns pegas em alguém. Não posso ter ficado assim tão alucinado por alguém só porque eu o vi tomar um banho.

Faz muito tempo desde a última vez em que eu transei, nem me lembro quando foi,  mas com quem foi… ah… isso eu me lembro. Foi tipo, há mais de seis meses atrás, eu ainda estava no colégio, e foi durante uma das inúmeras festas de despedida do ensino médio que eu participei. Iríamos nos formar, e nós da turma, estávamos comemorando sempre que podíamos. Então, eu e Irvin, saímos bêbados, cambaleando da casa de uma das nossas colegas, ao qual não recordo o nome, e curtimos muito o restante da noite em minha casa.

Quando meu pai sugeriu a reforma do sótão, para virar um segundo andar com saída independente, para ser meu quarto, não imaginei que seria tão útil. As paredes são revestidas e são a prova de som, e me ajudam muito nesse ponto se estou acompanhando. O motivo disso não foi por causa dos gemidos que poderiam ser ouvidos dentro da casa quando eu estivesse fazendo sexo, e sim por causa da minha bateria. Pra falar a verdade, Irvin foi o primeiro que eu trouxe para casa. Depois dele, talvez uns dois ou três… não me recordo bem. Essas conexões de uma noite, não tem a menor importância para mim.

Mas, isso não vem ao caso agora. Meu problema nesse momento é outro. Preciso descobrir como agir com ele, com o Colin. Preciso dar um jeito de me afastar antes que eu faça uma loucura ainda maior. Estou na universidade para estudar e não pra transar com qualquer um, principalmente com um colega de time. Ele pode ou não pode estar se acariciando enquanto olhava para mim, mas de uma coisa eu tenho certeza, aquele sorrisinho safado, aquele olhar quente e obstinado não me engana…

_ O cara parece um pervertido.

_ Oi? Tá falando comigo, Tyler?

Nossa, me distraí com os meus pensamentos e acabei me esquecendo que estou aqui na sala de televisão vendo um filme com Jesse,  bem ao seu lado no sofá.. 

_ Ãh? Não, não, Jesse. Só estou pensando alto.

Ainda por cima, ele está me fazendo falar sozinho. Fala sério, o que minha irmã vai pensar de mim? 

_ Não está gostando do filme? Quer trocar? - Jesse  sempre ávida por informações, me pergunta preocupada. - Ou você prefere conversar? Você parece agitado desde a hora em que chegou em casa.

Ela arregala os olhos e eu conheço bem esse jeitinho dela de morder os lábios, tentando não passar muito dos meus limites, Jesse sabe que não gosto de me abrir, mas ela não consegue, está louca para descobrir mais.

_ Eu? Agitado? Impressão sua. - Eu finjo estar tudo bem, só que dentro da minha cabeça, tem um turbilhão de hipóteses rolando.

Normalmente eu não digo nada a respeito dos caras aleatórios com quem me envolvo, pois não acho certo falar dessas coisas com minha irmãzinha de dezessete anos. Não é algo que eu sinta vergonha, nem que sinta orgulho, porém, acho que temos que ter certos limites no que compartilhamos com os nossos irmãos ou com os nossos pais.

_ Tem certeza? Quero dizer, não sou muito experiente com romances, já que tive apenas um namorado, mas eu acho que posso te ajudar. Ter uma visão diferente das coisas sobre esse cara que está tirando seu sossego.

Quando ela vem  com essa vozinha, toda compreensiva… hum… tá parecendo até a mamãe. Acabo caindo na dela.

_ Não, é só que… bom… Perai! Como sabe que o assunto é sobre um cara? - Porque eu ainda me surpreendo com Jesse.

_ Tyler, você só fica assim quando está interessado em alguém.

_ Alto lá, espertinha. Eu praticamente nunca te falo sobre homens por quem estou interessado ou saindo.

_ E você acha que não me falar ameniza o fato de você ficar nervoso, pensar alto, e logo depois sair todo produzido e no outro dia voltar com marcas no pescoço?

_ Ma-Marcas no pescoço? - Ai não. Agora ela exagerou. - Eu não deixo eles fazerem isso comigo! Como você viu marcas em meu pescoço?

_ Está certo. Não é bem em seu pescoço. Mas logo abaixo, nesse ossinho aqui, ó! - Ela tenta puxar minha camisa sem sucesso, eu sou mais rápido impeço-a antes que aconteça.

_ Que falta de respeito com seu irmão mais velho. Se fossemos asiáticos, queria ver você tendo esses comportamentos.

_ Tyler, veja bem. - Jesse chama a minha atenção, está mais séria. Se fazendo de adulta, quer enganar quem. - Todos nós precisamos nos abrir de vez em quando. Conversar, trocar umas ideias… é bom!

Talvez ela tenha razão, mas só que não!

_ Quando você crescer, Jesse. Quando você crescer. 

Bagunço o seu cabelo preto que estava bem penteado, ganhando um sorriso torto em resposta.

_ E o pai e a mãe, quando chegam? - Eu mudo de assunto antes que Jesse continue insistindo em falar sobre a minha vida.

_ Hoje eles tem conselho de classe, vão chegar mais tarde.

_ E Troy? 

_ Você ainda pergunta? - Jesse bufa revirando os olhos. - Eles estão em plena lua de mel, se despedindo por causa da faculdade de Troy, que começa no próximo semestre.

_ Está certo. Então, hoje vamos ter uma noite de pizza. A moda da casa com bastante mussarela? - Eu pego meu celular para fazer o pedido pelo aplicativo da nossa pizzaria favorita. 

_ Isso! E pede pizza de calabresa para papai e mamãe. Eles simplesmente amam.

_ Ok! Pedido feito. Vou tomar um banho rápido. Tem dinheiro sobre a geladeira se o entregador chegar e eu não tiver voltado. - Sorrimos um para o outro antes de ir.

Comi a pizza com Jesse, e voltei ao meu estúdio assim que meus pais chegaram, e ela não ficaria mais sozinha. Não sei porque, mas estou com uma vontade estranha de sair esta noite. O clima está quente, mas agradável para dar um passeio. Talvez eu veja alguém do time na lanchonete perto do campus, onde muitos alunos vão. Tomar um sorvete, bater um papo, vai ser legal.

Eu sei que não deveria, mas que mal tem. Estou precisando me distrair. Estou precisando muito de dar pelos menos uns beijos na boca. Perder o fôlego e a consciência que muitas vezes é minha inimiga.

Visto uma bermuda, uma regata, e calço meu tênis. Digito uma mensagem para a minha mãe dizendo que sai um pouco mas volto logo. Desço pelo acesso lateral e vou logo pegar meu carro. Quero dirigir um pouco, deixar o ar bater em meu rosto, e parar de pensar em coisas tolas sem importância.

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