Jogo Homem a Homem - Tyler & Colin
Jogo Homem a Homem - Tyler & Colin
Por: Juh_Solpa
Capítulo 1: Tyler

Estou no segundo ano da faculdade de Biologia, na UCLA. Fiquei muito feliz por ter conseguido passar na Universidade na minha própria cidade, Los Angeles, mesmo com tantas partidas que jogamos durante o último ano colegial. 

Devido as minhas boas notas e por ser um excelente jogador de basquete, o melhor ala-pivô que Michael já treinou, pelo menos foi o que me disse o meu ex técnico do colégio, eu consegui ingressar com louvor para a alegria dos meus pais. 

Minha mãe Mary e meu pai Scott, são professores em um colégio desde que sou pequeno, e vem deles a minha vontade de estudar biologia. Quero ser professor apesar de Troy, meu irmão do meio, me achar um babaca por não querer seguir a carreira profissional de um jogador de basquete. Atuaria por alguns anos, ganharia uma boa grana e quando me aposentasse, poderia viver meu sonho de ser professor de biologia. 

Não seria uma má ideia, para falar a verdade, mas não sei se quero. Tudo vai depender de como me sairei atuando no meu time de basquete universitário daqui para frente. A concorrência é grande e os alunos querem a todo custo dar o seu melhor para conseguir serem vistos e ambicionados pelos olheiros. 

Para se conseguir entrar e principalmente ficar no time, tem que se ter boas notas, se sair bem nos jogos, além de ter um comportamento exemplar. Eu me esforço ao máximo para isso, e na maioria das vezes nos finais de semana não saio. Deixo de aproveitar e curtir, dar alguns amassos sem compromisso nas baladas ou por aí, só para estudar. 

Sou gay, e todos sabem. Minha família me aceita de corpo e alma, bem como os meus amigos. Se tive aquela fase de negação e de olhares estranhos vindo deles? Claro que sim! Quem algum dia se descobriu gostar do mesmo sexo e nunca passou por isso? Só que, após muita conversa e algumas sessões com psicólogos, eu me aceitei e vi que eu estava enxergando coisas que não existiam. Meus pais me amam e me apoiam e é o que me basta.

Só consegui contar para os meus irmãos quando fiz dezessete anos, após as terapias, e Troy disse para mim em resposta: "E aí, cara, quer dizer que você agora vai se vestir de mulher?" E eu, como um bom irmão mais velho, dei-lhe um tapa bem forte na sua cabeça e respondi: "Mais respeito, moleque!"

E assim ele ficou de boa com isso e eu também. Conversamos e prometemos sermos amigos haja o que houver, e olha que Troy até me disse que arrebentaria a cara de qualquer um que fizesse bullying contra mim. Como de fato ele fez não só uma, mas várias vezes até que eu me formei no ensino médio. Lhe rendeu vários olhos roxos, lábios cortados, e uma suspensão, que daquela vez eu também levei por ter participado da briga. O que eu podia fazer, eram três garotos contra o meu irmão. 

Já com Jesse foi mais fácil, ela me disse simplesmente: "Nem ouse roubar meu namorado." E mais uma vez, eu fui sábio em responder: "Fala sério, garota, não gosto de nerd. Gosto de bad boy." Então ela me abraçou, rimos juntos e conversamos por horas.

Às vezes, sinto que é mais fácil conversar com ela, me entende mais do que o Troy que só pensa em vídeo games e futebol americano. Ele é esquentadinho ao extremo, não sei como a namorada dele, Anne, aguenta. Troy parte para a briga sem tentar conversar, ou quem sabe, experimentar não dizer nada diante das provocações. Talvez essa agressividade venha do fato dele atuar na posição de defensive end no futebol americano.

Eu e Robin, o namorado da minha irmã caçula, sempre vamos juntos no meu carro para a universidade. Como hoje eu tenho treino depois da aula, deixei ele na mão. Ele teve que voltar de ônibus. Fazer o que né, às vezes acontece. Se o treino é mais cedo, ele vem comigo, mas quando é depois da aula, ele arruma um jeitinho de voltar sozinho. Robin é um cara legal. Ele faz Psicologia e namora Jesse há alguns anos, e todos lá em casa gostam dele.

Fui para o vestiário me trocar, assim que saí da minha última aula. Sei que hoje o treino vai ser pesado só pelo modo como Logan, o técnico do time, estava estranho quando o vi pela manhã.

Quando cheguei, vi de cara aqueles corpos suados, os homens nús enrolados em toalhas ou só de cueca, trocando de roupa no vestiário da universidade. Normalmente essas imagens me fariam ficar muito excitado, mas posso dizer com convicção que agora sou mais... digamos... treinado em ver homens sem roupa e não ficar sentindo desejo. Ou pelo menos tento!

_ E aí, Tyler . Já soube? - Josh um amigo de time me pergunta enquanto trocamos nossas roupas pelo uniforme de treino.

_ Soube de que? - Eu digo desinteressado. Sou um cara que gosta de ficar fora dos holofotes e não dou a mínima para fofoca.

_ O novo pivô chegou.

_ Sério? O que houve com o Chris?

_ Quem sabe? - Josh deu de ombros, mas eu sei que ele sabe.

_ Fala logo, cara. - Eu insisti educadamente, entre aspas.

_ Conseguiu transferência para uma universidade mais perto da casa dele. - Ele me diz como se não fosse nada.

_ Então, nas entrelinhas, você está querendo dizer que ele foi subornado por outro time pra se mandar daqui?

_ Isso aí, cara. Compreendeu direitinho.

Poxa!!! Como os times são competitivos. Levar um dos nossos melhores jogadores com uma desculpa furada dessas? Aposto que prometeram colocá-lo em um grande time quando formos draftados. E olha que falta um tempo para terminarmos a faculdade. 

Bom, meu time todo sabe da minha orientação sexual, e Logan, disse em um discurso certa vez que não importa se sejamos bi, tri, ou penta… (ele é um animal, eu sei) as normas devem ser cumpridas por todos. Sem substâncias ilícitas, sem vadiagem, sem álcool, ou então seremos cortados sem segunda chance. Já quanto a fazermos sexo, bom, ele disse que desde que cumpramos as normas, ele não tá nem aí pra quem a gente fode.

Dá pra acreditar em um cara desses? 

Logan é um excelente técnico, só tem discursos ruins, e por falar nele…

_ RAPAZES!!!

Ele esbraveja e é claro, ainda tem gente conversando alheios a sua presença. Então, ele usa seu apito para ganhar atenção. Depois de um silvo bem alto, finalmente ele ganha o silêncio pretendido.

_ Prestem atenção aqui, porra! - Educado demais, eu sei. - Como todos já devem saber, nosso querido e amantíssimo Chris nos deixou. E para mim… já foi tarde. Quem não está disposto a se dedicar pelo time, a dar o seu melhor e o melhor do melhor... - Não disse que ele é ruim de discurso. - Pode sair com o rabinho entre as pernas que para nós do Bruins não fará diferença alguma. 

Houve um caloroso silêncio no banheiro, nada, nenhum barulho nem de mosca passando foi possível ouvir.

_ Certo! Assim que eu gosto. Para o lugar dele, contaremos com o nosso mais novo aluno de Psicologia, que os Anjos nos ajudem. 

Logan faz a cruz no peito, mas acho que perdi alguma coisa, não entendi a colocação. 

_ Colin Baker. 

Logan diz o nome do novato como se anunciasse a uma celebridade.

Olho para o meu lado e percebo que alguns caras do time ao ouvirem o nome do novo jogador, cochicham entre eles, e eu, como sempre devagar com as notícias,  nunca ouvi falar dele. Quando volto a olhar para frente Colin já está lá. Lindo pra caralho, atraente como deve ser as perdições que nos levam direto para o inferno e sem escalas, e com certeza, não é pra mim.

Seu corpo é moreno como a cor do cappuccino misturado com leite e também forte e atlético, sua boca é pequena e carnuda, seus olhos são verdes folha e muito intensos. Acho que fiquei olhando demais pra ele, porque o peguei olhando pra mim demonstrando nenhuma felicidade, ou entregando nada sobre ele, estava somente... Curioso! Mas eu aposto que Josh sabe algo sobre esse novato.

_ Ele veio transferido do Arizona para cá, então… sejam simpáticos com ele. - Logan nos avisa. - Andem logo, se troquem, e eu quero quinze voltas na quadra pra começar. Hoje estou inspirado.

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