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Se aproximava da hora do jantar e Paulo ainda não tinha me dado notícias, não respondeu às minhas mensagens e muito menos retornou as inúmeras ligações que eu tinha feito.  Eu já estou pronta para o jantar e Pedro, já deve estar também.

Saio do meu quarto com o celular na mão ligando para ele e mais uma vez a ligação chama, chama e ele não me atende, caindo na caixa postal.

— Pedro? — entro em seu quarto chamando-o e vejo que ele está terminando de se arrumar. — Seu pai falou com você hoje? — ele me encara.

— Não — ele fala. — Não ligou e nem me mandou nenhuma mensagem.

— Você tem certeza?— pergunto-lhe e vou até à janela do quarto, vendo que o carro de Paulo está no mesmo lugar. —Vê no seu celular, se ele enviou alguma coisa.

— Não tem nada mãe — ele responde pegando seu celular na mão. — A última vez que meu pai olhou o celular dele foi às 6h da manhã — encarou Pedro. —Você acha que está tudo bem com ele? — Pedro pergunta preocupado.

— Sim — respondo para ele, tentando amenizar a preocupação de Pedro — Você nem está pronto? — falo olhando para ele.

— Estou sim! — ele diz sorrindo e eu o encaro, observando aquelas roupas largas.

— Eu ainda não me acostumei com esse seu estilo — falo olhando para ele. — É descolado mãe, modernidade — ele diz e eu o encaro, ele começa a rir.

Escutamos buzinas lá fora, olho pela janela e vejo Paulo chegar com um carro novo, Pedro me olha e saio do quarto correndo, desço as escadas e assim que abro a porta falo apressadamente.

— Paulo, onde você estava? Não me respondeu e nem me atendeu — eu já digo nervosa.

— Estava resolvendo a nossa vida — ele diz descendo do carro, com um ar misterioso. — Não se preocupa querida, eu deixei tudo resolvido para qualquer problema futuramente —  eu o encaro sem entender nada.

— E esse carro pai?— Pedro pergunta para ele e eu olho para aquele carro.

— É seu presente de aniversário — ele diz e eu encaro Paulo, Pedro abre um sorriso.

— Você está louco? — perguntei-lhe e os dois me encararam — Ele está fazendo 15 anos — Paulo me encara. — Ele não tem idade para andar de carro.

— Eu sei — Paulo responde — O carro cará estacionado na garagem e eu ensinarei Pedro a dirigir nele e quando ele tiver 18 anos, não precisará de um, porque ele já tem o carro.

— Isso é um presente que você daria quando ele completasse 18 e não 15 anos! — eu falo para ele.

— É lindo pai — Pedro fala. — Adorei! — ele entra no carro e Paulo se aproxima de mim.

— Quando ele completar 18 anos, eu não sei se estarei vivo para dar esse presente a ele —Paulo fala passando a sua mão pelo meu rosto.

— Você está escutando o que está dizendo? — eu falo para ele.

— Amo você — ele fala. —É só um presente, Pedro não sairá dirigindo pelas ruas — ele me olha e passa sua mão pelo meu rosto, como se o estivesse memorizando cada pequeno detalhe.

— Onde você estava? Saiu sem me avisar, você nunca fez isso e nem com Pedro, você falou — falo para ele. — Quem foi a pessoa que te buscou aqui? de quem era o carro azul?

— eu o questiono.

— Ciúmes Bárbara?— ele fala rindo. —Não se preocupe! — ele beija a minha testa. — Fui resolver algumas pendências importantes, para nossa vida e para a empresa — ele diz e passa por mim, entrando em casa.

— Que pendências são essas que eu não estou sabendo? — falo indo atrás dele.

— Con a em mim! — ele fala se virando e paro na sua frente. — Eu precisava resolver essas coisas, deixar tudo em ordem.

— Você não pode resolver as coisas sozinho Paulo, nós dois somos um casal e sempre resolvemos tudo juntos e por que isso agora? Por que você não me conta? — ele abre um sorriso de lado.

— Calma, eu não z nada de errado — ele diz me olhando. — Está tudo certo, não tem porque você car nervosa dessa forma — Suspiro angustiada. —Hoje é o aniversário do nosso lho e precisamos comemorar, eu juro que está tudo bem e não z nada de errado, tudo o que z hoje foi pensando na felicidade de vocês dois.

— Eu só não entendo por que você fez algo escondido de mim?! — eu falo para ele — É só isso que eu queria entender, sempre fomos transparente em tudo.

— Não se preocupe, eu não estou morto e nem preso. — Ele fala me olhando. — Ainda! — ele faz gesto com as mãos.

— Como assim ainda? — questiono sem entender, quando ele iria falar novamente a nossa empregada Liliane interrompe.

— Desculpe-me, senhora Barbara — ela diz e Paulo aproveita para subir para o quarto — O bu et chegou aqui, não era para ir para empresa? — Encaro Paulo subindo e depois olho para ela.

— Sim, eles estão errados. Só problemas hoje! — resmungo. —Vou lá falar com eles — Ela assente com a cabeça.

(***)

Após falar com o pessoal do bu et e os enviar para o endereço certo, eu olho para o lado vendo Paulo falar com um dos garçons contratados ao lado da Van. O garçom olhava para ele intrigado, mas presta muita atenção no que ele dizia, é quando Paulo entrega um envelope pardo nas mãos dele e ele abre o envelope conferindo o que tinha dentro, tira um maço de dinheiro e eu me aproximo.

— Paulo! — eu o chamo. — Se arrumou rápido — ele me encara assustado.

— Babi, meu amor — ele fala me olhando. — Estou só pagando o bu et.

— Em dinheiro? — Pergunto intrigada

— A metade antes da festa é obrigatória ser em dinheiro, senhora — aquele homem vestido de garçom me fala.

— Então, você já sabe o endereço, tudo tem que estar impecável — Paulo fala para o garçom que assente com a cabeça.

Sorrio fraco para Paulo que pega a minha mão e a beija.

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