Capitulo II- Lucas Tyler

— Não posso aceitar isso Olga! — Gritei com a minha namorada em alto e bom tom de voz, que apenas permaneceu sentada. — Tem alguma sugestão melhor Lucas seu pai me odeia, acusa de ter roubado informações da empresa através de você, não me resta opção. — Suspirei indo de um lado para o outro, neguei diversas vezes. 

— E casar com esse homem é a saída? — Continuou girando o anel em seu dedo, o maldito anel de noivada em seu dedo, por fim afirmou. — É apenas um casamento arranjando Lucas, não sei porque se ofende tanto, casada poderei ir e vi até você a hora que quiser, acabarão todas as reixas entre nossas famílias.  — Me aproximei agachando a sua frente, olhei em seus olhos azuis, os cabelos longos brilhando ruivos soltos, o batom vermelho nos lábios. — Outro irá te tocar, beijar, amar você tem certeza que esta é a única saída? — Não estava pedindo e sim implorando para que desfizesse este compromisso.

Senti sua mão em meu rosto, fechei meus olhos ao seu toque, peguei sua mão macia, cheirosa beijei com carinho. — Acha que eu quero isso Lucas? Acha que é fácil pra mim ser de outro, assinar outro sobrenome ao invés do seu? Ter que dormir ao lado de outro? Não eu não tenho opção, se ao menos seu pai me aceitasse.

Afastou sua mão do meu rosto, abri meus olhos lhe olhando sentada a espera de uma resposta. — Eu deixo a empresa, abro mão da minha família... — Negou, negou me olhando. — Por você, por nós meu amor, eu deixo tudo, a gente vai embora daqui... — Sorriu fraco. — Meu pai me exclui da família e o seu pai lhe deserda Lucas do que vamos viver? O que vamos fazer? 

Assenti vendo que tem razão, mordi meu punho fechado. — Não pode pelo-menos pedi pra adiar este casamento? Vou mais uma vez conversar com meu pai, a situação da empresa esta melhorando, conseguir arrumar novos clientes, este mês irá fechar no azul,   ele vai me entender... — Negou a minha frente, segurei suas pernas na calça de tecido fino branco. — Lucas você não entende, você conseguir novos clientes, aumentar os lucros da empresa só faz com que aumente suas suspeitas sobre mim.

Franzi o rosto dando um meia risada. — Claro que não, impossivel meu amor, meu pai só te acusou porque ele... — Me interrompeu levantando em seguida, senti seu apego com o anel dourado de pedra brilhante em seu dedo, não parou de gira-lo desde que cheguei aqui.  — Seu pai Lucas me acusou de roubar ideias, de espionar, roubar seus clientes para o meu pai, ele nem mesmo te escutou em minha defesa, acha que com o nosso término, o nosso afastamento você duplicando a cliente-la da empresa, o que ele irá pensar? 

Me olhou ainda de costas, assenti ela tem razão, a abracei sentindo o vento frio perto da piscina. — Entendo, agora entendi Olga, me perdoe, não irei fechar os contratos que tenho em aberto, darei alguma desculpa óbvia para não aceitar,  me dá mais um mês prometo resolver a situação com a minha família, eles sabem que eu amo você, irão te aceitar.

Escutei seu sorriso a minha frente, sua mão tocou o meu braço em volto dos seus ombros. — Já se passou muito tempo Lucas, a minha sorte é o papai ter arrumado este casamento para mim, como estaria agora sob os holofortes da mídia? Hãm? Ladrã de clientes? De ideias? Pelo menos eles agora me esqueceram, estou cosneguindo limpar a minha imagem com o Rael como meu noivo, não vejo jeito, terei que me casar com ele se seu pai não der uma declaração esclarecedora, apesar de ter passado tempo, apenas ele dizendo que se enganou poderia reverter a minha situação, ah não ser me tornarei a senhora Toledo em breve.

Lamentei, meu coração dói ao escuta-la, Olga é meu primeiro amor desde a escola, crescemos juntos e desde então escolhi para ser a minha esposa e mãe dos meus filhos, a ideia de que se casará com outro apenas me adoece. — É o que você quer? — Perguntei no último momento, lhe vi suspirar me olhando.

— Você não me entende, é óbvio não esta em meu lugar, não é você que é vista como ladrã pelas pessoas, que é apontada na rua, enquanto você é apenas a vítima eu sou a vilã Lucas. — Pegou sua bolsa na poltrona, me aproximei segurando sua mão. — Não vai fica mais um pouco, por favor Olga, mal nos vemos eu sinto a sua falta.  — Sorriu olhando para o lado, por fim no meu rosto. 

— Arrume uma namorada Lucas, alguém que aceite ser exposta para que acabe os burburinhos a cada encontro que marcamos, é díficil para mim vim até você, quando você nunca vem até a mim, eu sempre sou a única a fazer sacríficios nesta relação, você sempre diz estar cheio de trabalho, não faz nada por mim... — Coloquei a mão em meu rosto negando a isso. — Olga isso não pe verdade, você sabe que eu sou a imagem da empresa agora, mas quem sempre veio de Nova York para te ver, quem foi reprovado em seis componentes na faculdade por excesso de faltas só pra te ver? 

Me olhou nos olhos, percebi que esta distante, fria, amarga. — Acha que isso é muito Lucas? Se meu pai souber que eu estou aqui com você agora, que nunca terminamos nunca mais poderei chama-lo de pai, nunca mais poderei aparecer na sua frente, o que o seu pai faria Lucas se soubesse que esta aqui comigo? 

Soltei a sua mão, apenas pegou a sua bolsa saiu caminhando vi o vento balançar as barras da sua calça branca indo em direção ao elevador, me olhou antes de entrar, o que meu pai faria comigo se ele sonhar que eu nunca terminei com a Olga, mesmo com seis dos dez melhores clientes que migraram da nossa empresa dizendo que a proposta da Swton foi melhor que a nossa, igual porém um pouco melhorada, o que ele faria, me expulsaria de casa e da família, sem ao menos escutar o que eu tenho a dizer, mesmo sendo seu único filho de sangue? 

Fiquei sentado na cobertura vendo o nada a minha frente, Olga irá se casar em breve e eu não posso fazer nada pelo amor da minha vida, bebi meia garrafa de whisky vendo meus sonhos ir ao vento, casa, risadas, casamento, a vida feliz que sonhei por causa do peso de ser um Tyler, engoli a vontade de descer as pressas a sua procura, eu amo a vida que tenho, mas sem Olga, sem a minha amada nada disso tem sentido.

Senti as gotas de água cai no meu rosto,  ainda deitado na espreguiçadeira, a blusa branca com a gravata  azul escuro e cinza folgada em meu percoço, os botões aberto, no meu peito, senti cada gota cair em meu rosto e corpo, até que aumentou, levantei deixando o copo e a garrafa por ali, caminhei até a cobertura olhei para meu relogio, são vinte e três horas e quarenta e dois minutos, apenas passei a mão em meu rosto, a imagem de Olga com o anel de noivado em minha cabeça não saiu.

Sonhei com este momento em minha vida, mas sendo eu que lhe dei este anel, não outro homem de reputação duvidosa, ninguém vai ama-la como eu, respeita-la, apesar de ser a mulher mais linda que já vi em toda a minha vida, entrei em meu carro segui direto para a casa do meu pai. Abri a porta, a sala de marmore brilhante estava escura, a luz semi cerrada do abajur no canto.

Subi as escadas, tirei a minha blusa ao entrar em meu quarto, fechei a porta com o pé ao tirar o cinto, estava indo ao banheiro quando a porta foi aberta. — Estava com vagabunda? — Sua voz cansada veio mostrando-se aborrecido. — Ela não é vagabunda, pai. — Respondi sem olha-lo, após a saída de Olga da empresa ficou mais distante e exigente comigo, era assim com a minha mãe, até que lhe perdeu para o câncer, depois da sua morte fechou-se para o mundo, restando apenas a mim para abraça-lo, para lhe escutar. 

— Trouxe alguma prova de que não ela que roubou os nossos clientes? — Neguei, ela jamais terá como provar isto. — Ok, pode não ser vagabunda, mas é ladrã até que prove-se o contrário Lucas, sobre o que falaram? — Lhe olhei voltando ao quarto. — Ela vai casar pai, a Olga vai se casar e não é comigo, se a mamãe... — Sorriu zombando de mim.

— Se sua mãe estivesse aqui, isso não teria acontecido Lucas, sua mãe nunca gostou dessa garota só lhe tratava bem, porque sempre soube que você a ama. — Neguei, sendo surpreendido por um espiro, me olhou com cuidado. — Saúde. — Tocou meu ombro me olhando a minha frente. — Não precisa mudar o passado pai, a minha mãe sempre gostou da Olga, lhe tratava como uma filha. — Deu uma risada negando. — Nós homens Lucas, nunca poderemos dizer, explicar, o amor de uma mãe, quando digo que a Ângela não suportava aquela garota, é porque eu sei perfeitamente do que falo, ela nunca demonstrou a sua frente, mas quem era seu ombro de apoio e ouvido para seus desabafos fui eu por quinze anos seguidos para escutar suas reclamações sobre ela.

Levantei lhe ignorando, minha mãe esta morta não tem como mudar o que ele diz, eu vi, cresci vendo como Olga sempre foi quista por minha mãe. Entrei no banheiro lhe deixando sozinho no meu quarto. — Espero que isso não interfira nos negócios da empresa Lucas. — Escutei a porta ser fechada, aproximei da cama, mais uma vez.

Peguei o tablete ligado. — Olga Swton é vista saindo da cobertura de  Lucas Tyler que saiu horas depois,  o empresário é dono da cobertura há seis anos, seria um possível remember da noiva com seu ex? Dias antes do casamento? — Joguei o aparelho em cima da cama, porcos, imundos que não tem vida própria, peguei meu celular, disquei para o numero amor, tocou várias vezes sem retorno. 

Tomei banho preocupado, ao sair vi suas ligações perdidas, liguei de volta para ela. — Amanhã irei a sua empresa, faremos uma declaração em público Lucas, espero que confirme tudo que eu disser. — A voz veio seca e direta. — Seu pai esta com você? — Não respodeu, notei que sim, ele esta mais uma vez lhe controlando. — O que será dito? 

Desligou sem ao menos me dizer se esta bem, passei a noite inteira vagando no quarto, me arrumei mais cedo que o habitual, cheguei a empresa ansioso, ao chegar a recepção. — Vem deixa que eu te ajudo com esta blusa. — Escutei a voz de uma das recepcionistas correndo em direção a outra, olhei para ambas as mulheres, que esquceram que estão numa empresa conceituda arrumando-se na recepção.

— Bom dia! — As cumprimentei para que se organizassem, mas apenas uma me olhou deixando a outra de lado, a blusa amassada, a saia preta cheia de lãs, o sapato de salto meio gasto no salto, os cabelos longos negros cacheados compridos soltos não me deixara ver seu rosto. — Bom dia senhor Tyler, como esta? — Perguntou a loira de raiz preta bem vestida e maquiada me olhando com um sorriso no rosto.

— Bom dia senhor.... —Finalmente a desarrumada me olhou, como deixaram esta mulher trabalhar nesta empresa, fora atropelada? Jogou os cabelos para trás, seus cachos graúdos se arrumarram com seu gesto, ainda assim muito abaixo do padrão da empresa. — Esta tudo bem senhoritas? — Perguntei vendo a mulher olhar para a outra que ainda estava sorrindo.

O batom em seus lábios meio borrado, a aparência de quem não dormiu como eu a noite anterior, porém felizmente tenho uma beleza natural, quanto a ela, meu Deus, a sua saia esta com as costas para a frente, as coxas a mostra, observei me lembrando que estou a tanto tempo sem sexo, muito tempo que Olga não me deixa lhe tocar, sentir sua pele, seu corpo. —  Sim senhor Tyler, deseja algo? — Finalmente veio a si, olhou-se.

Entrei no elevador, ignorando as duas. Cheguei ao último andar a senhora Ivone veio correndo até mim. — Bom dia Senhor Lucas, já liguei para o advogado entrar com uma a.... —  Não terminei de ouvir suas desculpas, caminhei diretamente para a minha sala.

Deixei meu casaco na cadeira, a pasta sobre a mesa. —  Senhor Luc.... —  Chegou a porta, lhe olhei de cima a baixo, cabelo chanel num tom vermelho intenso, escovados, o vestido alinhado branco. — Quem esta cuidado da seleção das recepcionistas? 

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