Fixação Açucarada

Dois dias depois 

Nos jornais saíram uma nota da minha chegada o que acontece normalmente quando volto as minhas fortalezas. Bebo um gole do café amargo olhando para as ondas que levantam e batem na areia da praia na manhã de calor, na sacada da minha mais nova residência. Solto o jornal na mesa de vidro e a empregada temerosa logo vem colher juntamente com os patros, gosto de ser temido mais do que podem imaginar. Meu smartphone vibra com a mensagem do meu velho amigo, Victor. Estranho a principio, eu realmente não estava esperando mesmo estando na cidade que nos conhecemos e ele nunca saira. Atendo sua chamada:

— Weyne! Irmão! Até que enfim, ainda bem que consegui seu número no site de advocacia, você deveria fazer algumas redes sociais para estar mais acessível, uma pena ter perdido meu casamento. 

— Tenho 37 anos, não perco meu tempo nessas porcarias. 

— É, realmente é bom escutar sua voz. 

— Então se casou? Na última vez que conversamos me disse que encontrou uma garota. 

— Ela enfentiçou minha cabeça, cara. Nos casamos na semana passada, nunca estive tão apaixonado. E como você está? — ele realmente se casou primeiro. 

— Estou ótimo e vou precisar dos seus serviços em breve, estou  trabalhando muito no momento e como sabe, gosto de um bom advogado para os conformes. 

— Quem sou eu pra negar? É claro, no entanto pretendo deixar a advocacia. 

— Realmente fizeram sua cabeça. Por que vai fazer isso? Sua família serve a minha a décadas. 

Ele dá risada e continua a falar, permaneço sério escutando-o:

— Quero dizer pessoalmente o motivo pelo qual vou fazer isso e por esse, estamos fazendo uma festa, você pode vir aqui hoje a noite? Liguei para chamá-lo pra festa que vamos fazer é simples, nada como as suas, mas vai ser ótima. 

— Festa? Eu tenho coisas importantes... 

— Deixa disso Weyne, faz tempo que não nos vimos! E vai ter aquela luta na televisão, sabemos como adoravamos boxe! Pelos velhos tempos? 

— Sim, eu sei, eu sempre ganhava de você até no seu esporte favorito. 

— Infelizmente, é verdade. — ele diz demonstrando um pouco de fraqueza na voz ainda risonha. 

— Me passa o endereço e a hora, estarei aí hoje a noite, só não prometo ficar muito.

Ele passa as informações por mensagem me admirando com a humildade que ele leva as coisas e realmente não aprendeu muito. No seguinte que desligo, ando até as vidraças observando a paisagem aquela raiva retornou e logo afastei. Vou apenas por formalidade, ainda estou entorpecido pela gostosa que vi naquela farmácia e não vou descansar até possuí-la. Posso contar nos dedos todas as ruivas que tracei e como nenhuma chega perto. No final dessa noite, provavelmente depois da festa, já terei todas as informações coletadas e então, terei a boneca eleita nas minhas mãos de qualquer maneira, por bem ou por mal. Pronta para ser dissolvida e domada como eu gosto. 

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