2. Ódio e vingança

Tem noites que eu vou pra cama me questionando quem sou eu, ou o que estou fazendo... já faz um tempo que eu não sei quem sou, tudo que eu sei é pra onde eu vou. Talvez eu me perdi na raiva, no ódio e na vingança, talvez eu devo simplesmente superar e esquecer que nada aconteceu no passado, mas nada disso me consola. Eu devo vingar o passado, eu devo justiça pela minha mãe e por mim.

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Se passaram anos desde que eu fui acolhida e tirada das ruas, eu cresci, aprendi e conheci muita gente no lugar que fui acolhida, não fiz laços de amizade porque cada um aqui vive focado em seus propósitos, e eu também, o nosso mentor (Takeshi Hideki) sempre nos diz " não existe vida sem propóitos, porque eles nos tornam vivos " e ele não estava errado, pois essa frase ecoava todos os dias na minha cabeça para lembrar de quem eu sou e pra onde devo ir, todos nesta academia somos treinados para ser vigilantes e combater contra a injustiça, mas nunca matar, nosso mestre nos ensinava a ter piedade até o último instante, mas ... Parece que eu não era muito fã da frase " faça justiça sem matar " eu tinha problemas em lidar com a raiva, e não acho que ter um coração combina muito com os meus planos.

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Abro os olhos despertando do sono com o tocar do sino que era o nosso despertador todos os dias. Sempre que batia 5:20 da manhã precisavamos fazer toda a higiene, nos alimentar, trabalhos domésticos, e ter treinos. Levantei da cama em que estava e todas raparigas no mesmo dormitorio já estavam de pé, eu me sentei na cama tentando me recompor enquanto que a jovem ao lado da minha cama chamada Liz Cameron coloca uma música no rádio e aumenta o volume no máximo, eu irritada olho para ela.

- É mesmo necessário isso ? - perguntei, ela olhou pra mim e revirou os olhos.

- Podes permanecer na cama se quiseres Katherine... A sangrenta vingativa - riu

Concentrei os meus olhos nela, não é de hoje que ela demonstra uma pequena implicância comigo, e nunca consegui perceber o motivo.

 - O que você tem contra mim Liz ?

- Eu ? Nada. Simplesmente não somos amigas, não me dou bem com vadias - ela pegou sua toalha, deu de costas e foi ao balneário. Conti a minha respiração tentando me manter calma e sessar a raiva que eu sentia por essa míuda, apertei os olhos e voltei abri-los mais calma, poderia cometer uma atrocidade enorme com ela e seria punida, então melhor agir com a cabeça, para eu ser liberada mais cedo para começar a minha vingança.

O tempo passou e estavamos todos na sala de treino, era como se fosse um estádio de futebol, havia as bancadas onde as pessoas assistiam e o campo que era a nossa arena de batalha, e todos os alunos estavam lá. A idade mínima era de 13 e ia até qualquer idade, o mais novo a ser recrutado aí foi aos 9 anos e atualmente está com 26, ele se chama Simon Maxwell, ele viveu maior parte da sua vida aí, depois de perder seus pais num assassinato brutal que ele raramente fala, e desde que entrei aí nunca vi ele a dar uma risada ou a falar por mais de 1min, ele era o mistério em pessoa.

- Katherine Jonhson na arena agora - chamou Takeshi atráves do microfone que soava pela academia toda - E vai combater contra... Simon Maxwell.

Ok ... Fui chamada pra arena para lutar contra o Simon, o aluno com o treino mais avançado aqui na academia, taxado como o mais ágil, forte e destemido, e eu estou com muita desvantagem. Ele levantou de onde estava e foi até arena ou seja o campo de batalha, eu engoli em seco e conti o receio e também fui até a arena, enquanto todos os outros assistiam.

Ficamos frente a frente, e ele só fitava os olhos em mim, aqueles olhos que transmitiam bastante dor e raiva.

- Sabem como funcionam as regras - afirmou Takeshi - Não usem a raiva ou ódio, e tentem não matar um ao outro. O combate começa em 3... 2... 1... Agora !

Fiquei na posição de ataque com os punhos cerrados, enquanto ele ficava olhando pra mim detalhadamente, como se estivesse estudando os meus movimentos sem se mover nenhum pouquinho, eu esperava ele fazer o primeiro ataque mas era impossivél, ele não cedia. Então eu corri até ele tentando acertar um soco, e ele agarrou no meu braço e girou quase que torcia e eu cerrei os dentes e com a mão esquerda eu tentei novamente atingir um soco e ele desvia com os seus movimentos rápidos e me acerta dois socos da barriga e um da cara, e depois um pontapé da barriga e  eu recueei quase sem estabilidade e manti o foco na batalha, ele além de ter mais técnicas de artes marciais, ele era muito mais rápido, então eu precisava dançar a música dele.

Ele veio correndo até mim tentando me atingir com o seu punho e eu conseguia desviar embora parecesse quase impossivél pela sua agilidade, eu me abaixei e dei-lhe dois socos da barriga e depois um pontapé da costela e assim que tentava acertar outro pontapé, ele agarra na minha perna e me j**a no chão, eu toda dorida mas consegui me levantar e fui novamente até ele com socos e pontapés e ele não era acertado por nenhum, então ele agarrou-me pelos dois braços e me colou numa posição desfavorecida, usando seu braço em volta do meu pescoço, e eu não conseguia sair por mais que tentava.

- Desista Kate - disse Simon no meu ouvido - Desista !

Eu estava sem ar, mas tudo que eu queria era não sair como uma perdedora, porque sempre rejeitei esse título, mas não havia chances de vencer, eu perdia todo o folego e tentava me soltar, até que eu senti que quase caía em desmaio, eu bati no braço dele desistindo, ele me soltou e eu caí de joelho com tosse me pegando na garganta, ele parou ao meu lado dando o seu olhar medonho

- Você não está a altura de um combate comigo Kate - deu de costas e foi embora.

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