Um Amor e três corações
Um Amor e três corações
Por: Camila Nunes
Prólogo

Will Scanner

Observo o bar luxuoso que estou! Esvaziar lentamente resta apenas um grupo de jovens em uma mesa afastada, e na outra estão duas mulheres conversando, enquanto bebem. No balcão a minha frente constato um homem afogando, as mágoas de um coração partido! Pelo jeito não é só eu que está tendo um dia difícil! Soltei um suspiro e virei o copo de uísque só de uma vez, tentando aliviar minha culpa.

Sabe quando sua vida se encontrar em um verdadeiro inferno? E Não tem para onde correr, ou como resolver toda bagunça que ela virou? Era dessa forma que eu me encontrava nesse momento! Sem ter certeza do que fazer com a minha vida, sempre me deixei ser manipulado pelo meu pai, mas uma hora toda a paciência acaba e você explode e vai se rebelando…

Peço para o barman colocar mais uma dose generosa de uísque no meu copo, beber é a única solução que me resta para poder encarar as fatalidades que estão por vir! Sem falar nos escândalos sobre a família Scanner, pois amanhã será manchete em todos os jornais, o jovem barman me olha preocupado e se pronuncia.

— Dia difícil meu, amigo? Pois, cada dose que estou lhe servindo demonstra isso!

— Olha, confesso que se pudesse queria apagar esse dia da minha memória! Parece que entrei no inferno e não encontro a saída… — ele me deu um olhar compreensivo e respondeu, enquanto limpava o balcão.

— Posso imaginar! Todo mundo passa por um dia de inferno pessoal, mas sempre acredito que o dia seguinte seja melhor!?

— Também! Espero que amanhã seja melhor! Agora me serve mais uma dose, por favor…

Ele novamente enche meu copo, porém dessa vez bebo mais devagar apreciando o gosto forte da bebida! Se me perguntassem que trocar um verdadeiro amor por dinheiro é a melhor opção? Eu responderia que não, nem vale muito a pena quando você sente um vazio enorme que jamais será, preenchido.

Deveria ter sido menos covarde enfrentado, meu pai e tomar as rédeas da minha vida e não deixado que ele me controlasse como uma verdadeira marionete.

Acabei me casando com uma mulher que não amo, cheguei a sentir afeto, mas a verdade é que eu sempre fui louco mesmo e pela Anne e por causa desse amor! Cada vez fui machucando muito Beatriz, que sabia tão pouco da vida, porém ela também andava cansada e não estava mais disposta a ficar sofrendo por alguém que não lhe amava.

Joguei algumas notas de dólares em cima do balcão e me retirei do bar. Não quero ficar bêbado! Entrei no meu carro e fui passeando pelas ruas da cidade, era a única coisa que eu podia conduzir naquele momento, com toda aquela merda acontecendo precisava ficar sozinho e colocar minha cabeça no lugar! 

Descobri que a minha mulher me traia com meu irmão, e no meio daquela discussão toda tentei fazer justiça com as minhas próprias mãos tentando matá-los, porém eles conseguiram fugir, mas não me dei por satisfeito, pois não aceitava aquela traição de maneira nenhuma!

Peguei a minha arma e corri atrás deles, que saíram em um dos veículos da mansão em fuga e fui atrás com o meu carro e claro tudo aquilo virou uma tragédia e o automóvel chegou ao precipício fazendo os dois sofrerem um acidente e se encontrasse em estado grave no hospital.

Parei em frente a ponte do Brooklyn e olhei para o mar à minha frente e fechei os olhos por um momento! Eu não posso deixar que meu pai me controle mais, por que ao invés de ser feliz cada vez, estou me prejudicando e perdendo todas as pessoas que amo.

Será que realmente vale a pena renunciar a tudo por dinheiro? Suspirei passando a mão em meu cabelo e entrei no carro de novo, preciso enfrentar meus problemas, não sou mais uma criança para fugir deles.

Quando cheguei em casa percebi que tudo estava silencioso, vou até meu quarto tomar um banho rápido! E desço para o escritório, estou sendo um covarde me escondendo atrás da bebida dessa maneira, no entanto, será o único jeito de aliviar um pouco da culpa que tenho! Pelo que fiz ao os dois me sentei em uma das poltronas. Então observo o meu pai entrar na sala me olhando seriamente, pronto para jogar o seu veneno como sempre.

— Está feliz? De saber que seu irmão se encontra entre a vida e a morte naquele Hospital, William? Tudo por sua culpa, e irresponsabilidade!

— Por acaso, você está vendo algum sorriso de felicidade no meu rosto, seu Marcelo? Quer me culpar por tudo? Saiba que se sou o causador disso! Você também não fica atrás. Porque isso só aconteceu por sua culpa, quando inventou esse casamento com aquela idiota! Agora é muito fácil jogar a responsabilidade só para mim, não é? — ele recua quando começo lhe acusar sobre isso, porém se recompõe e continua a jogar seu veneno ácido sobre mim!

— Efetuei o que acreditava ser o melhor para você, William! Não me culpe por não conseguir cumprir seu papel de esposo e sua mulher procurar carinho e amor nos braços do seu irmão… Se você tivesse deixado de amar aquela vagabunda da Anne, nada disso estaria acontecendo, quem ferrou com a sua vida, foi você mesmo, eu só tentei, ajudar!

— É muito fácil como sempre, né? Seu Marcelo você jogar a culpa de todos os seus fracassos em cima dos seus, filhos! Sabe de uma coisa? Fui idiota em aceitar essa sua proposta, essa que é a verdade, mas também foi a última vez que deixei que você tomasse as decisões por mim, e controlar-se a minha vida, seu velho idiota! — então ele me ameaça apontando o dedo na minha cara.

— O quê? Você pretende fazer, saiba que o quê realizar terá consequências! Ainda sou o dono da empresa e senão for do meu jeito, você simplesmente sai sem nenhum centavo…

— Pois, pegue todo esse seu dinheiro que você possui, enfia no seu rabo, ou onde quiser! A minha vida você não controla nunca mais, eu prefiro ser um fracassado com pouco dinheiro que viver uma vida infeliz ao lado de uma mulher que eu não amo! Vou me separar de Beatriz, e principalmente correr atrás da mulher que amo e se ela me quiser, viverei bem longe de você.

Levantei-me deixando o copo sobre a mesa do escritório, mas antes de sair ele torna a me ameaçar como sempre faz quando quer controlar a minha vida.

— Se você tomar a decisão de sair daqui! Saiba apenas uma coisa: eu te deserdo e também esqueço que você, é meu filho!

— Faça como você julga necessário! Na minha vida você não manda nunca mais, sou dono das minhas escolhas, tenho 35 anos, e sei o que é melhor para mim, e você não é, como disse; anteriormente pegue todo seu dinheiro e enfia no seu rabo, ou aonde quiser! Prefiro ser um fracassado sem nenhum tostão do que continuar vivendo uma vida que nem a sua, meu pai. Sairei hoje mesmo da sua casa…

Ele permanece calado com minha última resposta, subi as escadas para chegar ao meu quarto, peguei minhas malas e fui colocando todas as minhas, roupa dentro quando finalmente as malas estavam prontas, entrei no meu carro e olhei para mansão mais uma vez! Pensando comigo mesmo:

“ Não preciso disso por enquanto posso viver naquele antigo Chalé, onde costumava ir, com Anne, porém essa vida de rico e ‘playboy’ controlada pelo meu pai, eu não quero mais.

Agora a única coisa que preciso fazer no momento é correr atrás do prejuízo e tentar trazer a minha doce amada de volta para os meus braços e rezar para que aqueles dois mesmo com toda a safadeza que me fizeram sobrevivam.

Quando você finalmente toma as rédeas da situação e percebe que não existem barreiras, apenas falta de coragem e seria com ela que lutaria para ter de volta tudo que perdi, principalmente o amor de Anne.

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