CAPÍTULO 4

          Amanheceu lindo, ensolarado com o céu azul e nuvens branquinhas, um vento fresco e gostoso batia em mim me fazendo sentir mais animada para conhecer o zoológico. Marcos e Luiza optaram em ir ao cinema. Nos deixando sozinhos para o passeio, fomos ao carro de Oliver conversando o trajeto todo e rindo, com certeza ele é uma boa pessoa e alguém que eu gostaria de conhecer melhor, se não fosse o curso com certeza não estaria sendo tão chata no quesito romance.

- Você vai amar aqui – ele diz me puxando.

- Com certeza vou sim – falo sorrindo devido à empolgação dele, parece uma criança indo pela primeira vez conhecer aos animais. Já entrando vejo um arco gigante escrito zoológico, ele pega um pequeno mapa e decide que devemos começar pela jaula dos leões, nunca vi algo tão grande e assustador, ele me mostra o mapa novamente e pergunta onde quero ir. Escolho o santuário dos gorilas, tiramos uma foto e rimos, depois vamos conhecendo cada santuário e ele me explicando cada animal, como chamar e o que observar. Paramos em uma pequena sorveteria, sentamos um momento para descansar.

- Qual sabor você quer? – ele pergunta.

- De chocolate – ele entra na sorveteria e passado uns minutos sai com um potinho de sorvete com uma bola de chocolate e outra de baunilha.

- Para tomarmos juntos – ele sorri e me estende uma colher.

- Então qual é o seu animal favorito daqui? – pergunto para puxar assunto.

- Na verdade eu não tenho um animal favorito – ele explica – eu penso que cada um é incrível a sua maneira – ele afirma.

- Interessante seu pensamento – afirmo tomando mais um pouco do sorvete.

- Na verdade a interessante aqui é você – ele diz me encarando – porque escolheu direito? – nunca expliquei a ninguém o porquê escolhi realmente essa profissão.

- Bom nunca contei para ninguém o porquê escolhi direito – afirmo olhando para ele.

- Pode me contar, prometo que será um segredo apenas nosso – ele me olha sério e acredito nele.

- Esta bem – suspiro afinal isso é algo muito pessoal – bom eu disse ontem que meu pai faleceu, mas não disse como certo? – ele concorda com a cabeça e fica muito sério – ele sofreu um acidente de carro, um homem bêbado bateu no carro dele, ele perdeu o controle e bateu no poste, e o bêbado tentou fugir mas acabou batendo um pouco mais a frente – suspiro – meu pai morreu e o bêbado não, minha mãe não tinha condições de nos criar então entrou na justiça para processar o homem que matara meu pai, só que esse homem é muito rico e conseguiu ganhar a causa. Minha mãe perdeu tempo e suas economias e no fim aquele homem conseguiu sair ileso – olho-lhe com os olhos cheios de lágrimas – mas nós sofremos até hoje por isso entendi?

- Entendo Alicia – ele segura minha mão.

- Por isso escolhi Direito, vou garantir que pessoas como esse homem não façam isso com pessoas como minha mãe – afirmo com ódio na voz.Ele limpa a lágrima que escorre de meus olhos e tenta me confortar.

- Vamos ir ver o aquário? – ele muda de assunto me ajudando a esquecer o motivo de meu choro.

- Vamos – então dou um sorriso para ele.

- Odeio ver mulher chorando – ele afirma – é minha fraqueza – então sorri.

          O dia passou rápido demais, foi ótimo o passeio e Oliver fez de tudo para me deixar a vontade e alegre, não queria me apegar a ele só que meu coração está cada vez mais atraído. A cada sorriso, palavra ou gesto suspiro por ele, na volta para a universidade fiquei o tempo todo em silêncio, tenho que me afastar dele digo a mim, é difícil parece que minha mente diz se afaste e meu coração diz não vou me afastar. Tem apenas dois dias que o conheço não é possível gostar tão rápido assim de alguém, chego a conclusão de que devo estar louca.

- Obrigada pelo passeio, amei o zoológico. – falo me despedindo.

- Eu amei a sua companhia – ele diz me puxando para ele – você é exatamente do jeito que eu imaginei que fosse – ele me olha e por um momento me sinto hipnotizada. Saio do transe rapidamente dou um beijo na bochecha dele e me afasto.

- Bom devo entrar a Lu está me esperando – falo virando e indo.

- Espere, me passa seu número – paro e olho para ele. Suspiro e volto novamente para perto dele, pego o celular digito os números salvo e devolvo. Mas sem nem ao menos me dar conta ele me puxa e me beija na bochecha, sinto rapidamente o cheiro do perfume dele, e o calor de seu corpo. Tão rápido quanto me puxou ele me solta e sorri.

- Agora sim você pode ir – me deixa atônita olhando para ele entrar no carro. Fico por uns segundos parada, feito idiota olhando para o nada, quando retorno para raciocínio normal, me viro e vou para o dormitório com os dedos na boca ainda na minha bochecha sentindo o Beijo, o cheiro e o calor do corpo dele.

- E então como foi? – Luiza me pergunta rindo.

- Foi legal – falo com intenção de parecer entediada.

- Fala a verdade – ela diz me encarando em tom de advertência.

- Está bem, ele é incrível – no mesmo momento fico vermelha.

- Sabia, não dou uma semana para vocês estarem namorando – ela me olha e sorri – Alicia nem adianta negar, se você gosta dele, aceita e pronto – ela pega a minha mão e aperta.

- Você tem razão – suspiro – ele me beijou na bochecha e eu simplesmente me senti como uma gelatina em forma de pessoa. – falo dando um risinho.

- Oh! sério? – ela me olha curiosa.

- Ele é muito cheiroso – nós duas rimos juntas e então meu celular vibra, pego e olho um número desconhecido acabou de me m****r mensagem, abro e leio.

Você é linda, amei nosso encontro e que tal almoço amanhã? 

Beijo Oli.

Solto um sorriso enorme de empolgação e mostro a mensagem para Luiza.

- Estou vendo que perdi minha amiga – ela suspira e depois sorri.

- Não perdeu nada – abraço minha amiga porque sem ela não sei o que faria. Passo a noite toda trocando mensagens com Oliver, praticamente nem dormi no dia seguinte vou estar horrível. Ele me faz rir o tempo todo a Lu até brigou comigo porque estava rindo alto. Na manhã seguinte quase não consigo levantar, Luiza praticamente me j**a da cama para que eu não perca a primeira aula, legislação aí sim fiquei com sono, quase perto do almoço e a última aula da manhã é a de direitos humanos minha aula favorita, na aula de hoje o professor resolveu discutir sobre o direito dos presos.

- O que vocês pensam com respeito aos direitos humanos dos presos? – ele nos questiona. Um dos alunos levanta a mão e diz que os presos não tem direitos, eles perderam desde cometeram um crime. Eu não concordo até mesmo os presos tem direitos.

- Mas então eles não tem direito a alimentação e a higiene ou uma cama decente para dormir? Onde ficam os direitos humanos? – o professor questiona novamente. Ergo a mão para responder.

- Senhorita Alicia – ele me chama.

- Na nossa legislação fica claro que todos temos direitos iguais, até mesmo os presos tem os direitos básico independente do crime que cometeram – afirmo.

- Correto – o professor continua – penso que a senhorita é a minha melhor aluna – e sorri. Dou um sorriso de volta e escuto o sinal que termina a aula, arrumo minhas coisas e me direcionou para a porta mas alguém segura meu braço, me viro e vejo que se trata de Melissa Durant.

- Posso falar com você um instante? – ela pergunta calmamente.

- Seja rápida – digo seca.

- Você sabe que conheço Oli a mais tempo que você não é? – ela me observa com seus olhos azuis e espera uma resposta.

- Sim – afirmo com uma expressão vazia.

- Bom Oliver não é como você imagina Alicia, quando conheci ele, pensava a mesma coisa que você, bonito, gentil, sorridente quase perfeito só que ele não é assim – olho fixo para ela – Oliver é o típico garanhão enquanto você não quer saber dele, ele não sai do seu pé, mas quando você começa a ficar caidinha por ele. Oliver te esnoba, começa a dar gelo, e quebra seu coração sem dó, e quando você menos esperar ele já estará se assanhando com outra.

-Você diz isso porque ele fez isso com você não é? – Rebato.

- Sim, mas não só comigo, Alicia ele tem um ano a mais nessa universidade e já pegou quase todas as novatas – ela fala apontando – se não acredita em mim você pode perguntar para todas as meninas da nossa classe, elas irão confirmar o que digo – começo a ficar nervosa com o que ela me diz – e só para ficar sabendo ele sempre quer fica comigo, estou sendo honesta com você e se ele quiser vou continuar com ele aí o problema já é seu, só não diga que eu não avisei. – ela termina e sai. Começo a passar mal, meu estômago embrulha, minhas mãos tremem e minhas bochechas queimam. Eu sabia ter algo errado preferi escutar meu coração do que minha mente, saio para procurar Luiza se ela souber disso e não ter me contado juro que vou matá-la. Sigo para a ala de medicina, vejo minha amiga sair rindo com outra menina, corro até ela e a puxo pelo braço para um canto vazio.

- O que foi? Aconteceu algo? – ela me questiona.

- Aconteceu –digo curta e grossa – me diz que você não sabia que Oliver é um tremendo cafajeste! – falo quase chorando. Luiza fica em silêncio, isso não é bom.

- Luiza! Você sabia? – falo com raiva.

- Licia eu sabia, mas te juro ele prometeu que não irá fazer a mesma coisa com você – ela tenta pegar a minha mão mas não deixo – ele jurou-me e para o Marcos que gosta mesmo de você! – ela fala quase gritando.

- Você tinha que ter me contado pensei que fosse minha amiga – falo com os dentes cerrados.

- Licia me escute – ela tenta me segurar.

- NÃO! – Grito e saio correndo. Nem ao menos sei para aonde ir, corro de tudo e todos, como pude ser tão burra e pensar que alguém como ele iria gostar de mim, lágrimas quentes escorrem pela minha face. Não percebo mais já estou na última ala indo em direção aos dormitórios quando alguém segura forte meu braço, me viro e encaro Oliver, aqueles olhos verdes, profundos que fazem tantas suspirar por ele, puxo meu braço com força.

- O que aconteceu? – ele tenta chegar perto mais me afasto.

- Não precisa mais fingir, já sei de toda a verdade – falo seca e rispidamente.

- Do que está falando? – solto uma risada amarga.

- Melissa me contou tudo – ele fica sem fala – agora ficou quieto não é? Pois saiba que eu não vou ser mais uma na lista – me viro para ir embora, mas ele me segura.

- Alicia me deixe ao menos explicar – meu corpo treme de raiva. Viro-me e o encaro movida pelos meus sentimentos negativos.

- Pois explique – cruzo os braços e espero.

- Tudo o que ela disse é verdade – solto um grunhido – mas desde que te vi algo mudou em mim – ele me olha.

- Deixe me adivinhar, eu mudei você, nunca conheceu ninguém igual a mim, por isso você mudou assim dá noite para o dia, se transformou em uma pessoa diferente – ele fica quieto – bom senhor mudado, vou te dizer uma última coisa, não se aproxime mais de mim.Sem o deixar continuar saio correndo para longe dele, não posso permitir que ele parta meu coração, já falta um pedaço que é o meu pai, não preciso ter mais uma cicatriz para lamentar, entro no dormitório e fico lá até anoitecer, me sinto exausta de tudo que acabo adormecendo e não vejo mais nada.

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