CAPÍTULO 3

         

Depois do acidente com Oliver passei o tempo todo cuidando para não causar nenhum acidente ou algum outro mico, Luiza passou a maior parte do tempo grudada no Marcos enquanto eu apenas olhava em volta entediada. As vezes notava Oliver me observando, mas não retribui não quero que ele pense que estou interessada nele. Mas parece que quanto mais eu ignorava ele, mas me olhava, até que todos os rapazes convidaram alguém para dançar e assim foi formando pares até que só ficou eu, a nojenta da Melissa e o Oliver, ele não convidou ninguém por um tempo. Ficou sentado observando os casais dançarem, até que Melissa levantou e o convidou para dançar, cai na gargalhada interna quando ele recusou e ela saiu sem graça para o banheiro. Fiquei tão distraída observando Melissa que não notei ele se aproximar de mim, ah! não! Ele vai me convidar, não posso, mas como dizer não para aqueles olhos verdes e sorriso encantador? Suspiro frustrada quando ele para na minha frente, olho para cima e focalizo o rosto dele.

- Dança comigo? – pergunta estendendo a mão, engulo em seco, acabo por ceder, seguro na mão dele. Ele a toma e me conduz para o meio da sala, coloca os braços, envolta da minha cintura e eu coloco os meus braços em volta do pescoço dele – estava esperando uma música mais lenta para poder te convidar – explica.

- Melissa gosta de você – falo tentando mudar o foco da conversa. - Ele faz cara de nojo e eu solto uma risada.

- Odeio ela, e o pior é que ela não se toca disso – ele sorri - Ele me olha e fico em silêncio - Você é sempre quieta não é? – ele pergunta.

- Na maior parte do tempo sim, e muito desastrada também você pôde ver isso hoje – ele ri.

- E bem humorada também, gosto disso - ele diz e fico sem jeito na mesma hora – também gosto de deixa-la envergonhada – diz meio concentrado, e eu engulo em seco.

- Você estuda na universidade também? – pergunto para mudar de assunto.

- Sim, faço medicina veterinária – afirma.

- Gosta de animais? – aí que me toco o quão boba sou - oh que pergunta boba se você faz medicina veterinária é porque gosta de animais – falo ficando vermelha e ele cai na gargalhada.

- Amo aos animais – ele afirma – e você faz direito não é? – ele pergunta.

- Sim, como você sabe? – ele fica sem jeito solta da minha cintura e passa a mão em um dos meus cachos.

- Vi você saindo esses dias da ala de direito – ele sorri – já sabe o que irá exercer como advogada? – questiona.

- Não tenho certeza ainda, mas estou pensando em seguir para direitos da família, especificamente para guarda infantil – ele me observa por um tempo e então sorri.

- Isso é incrível, normalmente quem estuda direito quer ser criminalista porque dá mais dinheiro – ele tem razão, mas sempre gostei de crianças e gostaria de ajudar muitos casais nesse sentido normalmente as crianças ficam perdidas nesse meio do divórcio.

- Na verdade penso em advogar na vara infantil – afirmo.

- Tinha certeza que você era incrível, mas agora percebo ser muito mais que isso – ele diz sussurrando no meu ouvido fico toda arrepiada. Logo que a música acaba fico o mais longe possível dele, não posso me apaixonar, não tem espaço para isso na minha mente, devo me concentrar nos estudos e na minha carreira. Oliver é lindo e gentil, mas será uma distração para mim, e não posso me dar ao luxo de me distrair com alguém que eu posso nem ter futuro, ele é rico e bonito se não conseguir se formar ficará bem, mas eu não tenho nada, sou pobre e sem graça tudo o que tenho é essa oportunidade e não vou desperdiçar por uma paixãozinha boba, Marcos levanta e diz algumas palavras.

- Bom pessoal convidei todos aqui visando apresentar alguém que se tornou muito importante em minha vida – ele enlaça a mão na de Luiza – Quero oficializar o meu namoro com a Lu, - então ele pega uma caixinha azul que estava no bolso da calça e abre, tira um anel lindo e cintilante. Luiza leva a mão na boca e seus olhos enchem de lágrimas – Lu esse anel é de compromisso, espero que você goste – ele diz colocando o anel no dedo dela.

- Eu amei – ela beija ele sorrindo, quando percebo Oliver está atrás de mim.

- Eles formam um casal bonito – ele diz sorrindo – Marcos gosta dela de verdade.

- Ela também – afirmo – ele é o primeiro namorado dela – ele me olha espantado.

- Sério? – questiona.

- Sim – afirmo.

- E você já namorou? – ele está trazendo a conversa para nós.

- Não nunca namorei e nem pretendo por enquanto – ele me olha e percebe a indireta.

- É mesmo? – ele pergunta sorrindo.

- É sim, tenho que me concentrar nos estudos – explico.

- E se por a caso alguém mudasse essa sua decisão? – ele me olha de um jeito estranho com um brilho nos olhos.

- Impossível ninguém irá me fazer mudar de ideia – afirmo.

- Quer apostar? – ele pergunta sorrindo.

- Apostar o quê? – questiono fingindo que não entendi.

- Apostar que até o fim do semestre estará namorando comigo – ele afirma.   

- Duvido muito, mas o que eu ganharia com isso se eu ganhar? – pergunto enquanto cruzo os braços.

- Bom o que você quiser – penso bem no que pedir.

- Qualquer coisa? – pergunto. 

Qualquer coisa que você deseje – ele diz e ri – você irá perder mesmo. Solto uma risada, estou gostando disso é a aposta mais fácil que já fiz e para ele aprender a não ser tão convencido vou pedir algo bem caro.

- Deixa me pensar, que tal um carro? – falo sorrindo.

- Apostado, um carro se você ganhar e para mim, será você se eu ganhar – ele pisca-me e sorri convencido de que irá ficar meu coração.

- Vai ser a aposta mais fácil que já ganhei – falo rindo. Ele chega perto encosta os lábios no meu ouvido e sussurra.

- Não tenha tanta certeza disso – fico imediatamente arrepiada. Apertamos as mãos para selar a aposta.

Conforme as horas foram passando os convidados gradualmente foram indo embora, quando vimos só quem ainda estava no apartamento era nós quatro e Melissa. Pelo visto ela não queria ir embora e me deixar aqui com Oliver, dou uma gargalhada interna por isso, Marcos percebe que ela se recusa a ir e vai falar com ela.

- Sinto muito, mas não vou ter lugar para você Melissa, como seus pais moram aqui perto você deveria ir para lá – ele fala suavemente.

- Pensei que iria posar aqui como sempre – ela diz alto.

- Bem sinto dizer que hoje não terá espaço – ele reafirma.

- As duas vão ficar? – ela pergunta indignada.

- Vão elas não tem onde ficar – ele explica.

- Não seja por isso pago um hotel para aquela ali – aponta-me com cara de ódio, Oliver interfere.

- Não, Alicia ficará ela é minha convidada. – olha para mim, sorri e depois pisca. Melissa me olha com ódio eu desvio o rosto para o de Oliver que ainda sorri.

- Está bem já percebi que não sou bem-vinda aqui – vira as costas e entra no elevador. Logo que o elevador desce Oliver suspira aliviado.

- Não sei porque ainda deixa ela vir aqui – ele fala para Marcos.

- Tenho dó dela sabe que os pais não se importam com ela e fomos criados juntos me sinto como um irmão para ela – diz tristemente.

- Mas que ela é insuportável ela é – Marcos suspira concordando – bom garotas irão roubar meu quarto hoje – ele diz sorrindo – vamos por aqui - aponta para um corredor e o seguimos. O quarto de Oliver com certeza diz muito sobre ele, primeiro porque a primeira coisa que visualizo é um quadro cheio de fotos de cachorros, gatos, coelhos e um monte de outros animais variados, logo em baixo uma cama enorme de casal, com guarda-roupa ao redor da cama, num canto perto da janela um saco de boxe pendurado e no canto perto a porta um violão.

- Se precisarem tem toalhas naquela gaveta – aponta para a direita – e naquela outra existem camisetas caso queiram para dormir – ele diz sorrindo.

- Não se preocupe eu trouxe roupa para mim e para Alicia – Luiza afirma.

- Trouxe? – pergunto porque não tem mala nenhuma.

- Sim, eu deixei algumas roupas aqui uns dias atrás – olho para Luiza e prefiro nem perguntar porque – vou pedir para o Marcos. Ela sai do quarto nos deixando sozinhos, começo a olhar ao redor para não me focar nele.

- Gostei do quadro – aponto para o quadro com as fotos.

- Gostou? Sempre quando visito algum lugar tiro foto com algum animal – ele pega duas fotos uma com um coala e a outra com uma cabra filhote – essas são as minhas favoritas – ele coloca as fotos nas minhas mãos.

- Onde você estava para tirar essas fotos? – pergunto.

- A que está o coala tirei na fazenda do pai do Marcos e a que está a cabra filhote tirei no zoológico daqui – afirma – você já foi? – pergunta me olhando.

- Na verdade não, nunca tive dinheiro para ir – falo com vergonha.

- Bom se você quiser podemos ir lá amanhã. – ele espera minha resposta, mas como dizer não para ele me encarando dessa forma e sempre quis ir no zoológico nunca tive condição.

- Iria ser ótimo – falo sorrindo. Ele sorri também e me deixa sem ar.

- Então fica combinado para amanhã – ele sorri e pisca.

- Fora – diz Luiza apontando para a porta.

- Estou sendo expulso do meu próprio quarto? – diz sorrindo – vou fazer algo para nós comermos se quiserem – anda até parar na porta.

- Eu quero – afinal estou faminta.

- Eu não – afirma Luiza. 

- Então espero você Alicia – Ele se retira e Luiza fecha a porta e olha para mim.

- O que foi? Sabe que sinto fome o tempo todo – falo sentando na cama.

- Você gostou dele – Luiza me conhece bem até demais.

- Não, gostei não! – nego sabendo ser em vão.

- Não minta para mim, Alicia Maria Winterfell! – ela diz meu nome inteiro só porque sabe que eu odeio.

- Esta bem eu gostei dele; mas sabe que não posso. – falo mexendo na mala dela.

- É claro que pode, só nessa sua mente complicada é que você coloca colunas invisíveis! – suspiro porque odeio quando ela está certa.

- Ele aposto comigo que irá me conquistar – falo sorrindo.

- Ai Meu Deus! isso é sério? – ela senta ao meu lado.

- Sim, afirmou que até final do semestre vai estar namorando comigo – Caio na gargalhada – se ele perder terá que me dar um carro – digo sorrindo.

- Ele irá ganhar – Luiza afirma.

- Não irá Lu, sabe que não quero namorar – afirmo mais para mim mesma do que para ela. Ela solta uma gargalhada.

- Vou tomar um banho, escolha um pijama para você – diz entrando no banheiro. Olho para as roupas e suspiro os pijamas são todos curtos, olho na gaveta de camisas de Oliver e decido pegar uma pelo menos são maiores que os pijamas de Luiza. Pego uma meia também porque está frio. Não vou ficar a mais linda do mundo mas não ligo para isso só me importo de estar decente e confortável. Uma hora depois estou limpa e horrível, mas confortável, cabelo molhado, blusa gigante de manga comprida e meias grossas mas muito quentinhas, Luiza ri ao me ver sair do banheiro mas não ligo vou para sala atrás de comida, preciso comer logo meu estômago está roncando. Quando chego perto da cozinha dou com a visão de Oliver com uma calça de moletom e uma camiseta branca, mexendo em algo no fogão.

- Você cozinha? – pergunto curiosa. 

- Você fica bem na minha roupa – ele diz piscando e eu fico vermelha na mesma hora – cozinho o básico – ele responde.

- Há eu nem o básico – falo de forma calma.

- Não precisa se preocupar com isso só precisa de um para cozinhar – então me olha fixo.

- O que está cozinhando? – pergunto para mudar o assunto da conversa.

- Macarrão – me chama e me mostra – gosta?

- Sendo de comer qualquer coisa – afirmo e ele ri.

- Terminei – tira a panela do fogo e separa um pouco –  pode se servir – aponta para os pratos e talheres. Enquanto ele sai me sirvo rapidamente, estou faminta comeria qualquer coisa que ele fizesse ele retorna e me observa.

- Ficou bom? – pergunta curioso.

- Sim, você cozinha muito bem – afirmo. Ele se serve e começa a comer também.

- Quando se é sozinho você acaba sendo obrigado a aprender certas coisas – ele afirma e meu lado curioso aparece.

- Você é sozinho? – pergunto curiosa.

- Tenho ao meu pai, mas ele e nada são a mesma coisa – afirma.

- Eu não tenho pai – afirmo tristemente.

- O que aconteceu? Ele se separou de sua mãe? – questiona.

- Não, faleceu quando eu tinha oito anos – explico e ele fica sem graça.

- Sinto muito. – ele diz sem graça.

- Não sinta faz muito tempo isso – falo me concentrando no macarrão.

- Minha mãe faleceu também quando eu nasci – ele diz olhando para o macarrão.

- Sinto muito. – falo olhando para ele.

- Vamos mudar de assunto, você nunca foi ao zoológico realmente? – ele pergunta.

- Não, eu e os meus irmãos sempre desejamos ir, mas minha mãe nunca tinha tempo trabalhava o tempo todo – falo dando de ombros.

- Você tem irmãos? – ele fica curioso.

- Tenho dois, prontos para pega você – falo gargalhando.

- Qual o nome deles? – suspiro de saudades só de pensar neles.

- Anthony e Luca – falo sorrindo – Anthony é o mais velho tem trinta e Luca é o mais novo tem dezessete.

- Há você é a do meio – ele diz com tom de zombaria – deve ser triste ser a do meio.

- Você não faz ideia – falo fingindo estar triste. Quando me dou conta já estou a horas conversando com ele. Luiza sai do quarto e me chama, já passa das três e eu ainda não dormi, agradeço o jantar e vou para o quarto com o olhar da Lu em mim.

- Pensei que já estavam fazendo outras coisas – ela fala.

- Para Luiza, nem pensar sabe que não sou assim – falo irritada.

-  Alicia são três da manhã o que você queria que eu pensasse? – reflito sobre isso.

- É melhor eu dormi, amanhã ele vai me levar no zoológico. – Luiza ri.

- Não dou um mês para vocês dois estarem namorando. – fecho a cara e viro para o canto e caio no sono.

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