Capítulo 01- Peculiares e leias amigos

Tenho sangrado demais

Tenho chorado pra cachorro

Ano passado eu morri

Mas esse ano eu não morro

Emicida.

Com o seu olho amarelo coberto pelas mechas amarelas de seu cabelo, Sun pegou sua pasta em cima da cama, usou suas sandálias brancas que cobrem seus dedos do pé e saiu de seu quarto. Pegou a chave da casa em cima da mesa, saindo da casa pra o caminho da escola percorrer.

Não teve muito tempo pra desfrutar com sua mãe, foram só duas semanas, míseras semanas até que sua mãe recebesse uma proposta de emprego. Não ia dar mudar de profissão, só daria aulas em outro distrito de Benvil. Não iria cometer o mesmo erro, dar aulas na mesma escola que sua filha estuda. Mesmo que sentisse seu coração apertando com essa conclusão, ela teve de tomar essa decisão. Não queria que o senário voltasse a repitir-se. Precisava do emprego pra as sustentar.

Sun é uma boa garota, não costuma demostrar suas mazelas a mãe, mesmo que esteja sofrendo prefere deixar pra si. Acha que contar isso a mãe, seria o mesmo que aumentar sua preocupação.

- Mano, você está demorando!- Duda disse batendo o pé, na porta do quarto do irmão.

- Não marquei nenhum encontro consigo, amor.- sem pressa alguma, como se a escola esperasse por ele Ethan desfilava pelo quarto procurando seus acessórios.

- Mano você está demorando, nos vamos atrasar. Você vai ir a pé e sozinho. - Duda estava muito impaciente. A bela garota de 15 anos, de cabelos castanhos, brilhantes e cristalinos como a área do mar.

- Não entendo como você fica animada pra o primeiro dia de aulas. Você não cansa?- pegou sua pulseira e sua mochila, indo de encontro a irmã.

- Eu canso de ficar em casa, vos encarar, você aturar, mas nunca, nunca de ir a escola.

- Me engana que gosto. Só está dizendo isso porque é o início das aulas - abraçou sua irmã do lado enquanto passava pela sala.

- Se eu depender de vocês dois ainda serei demitido - Derek disse de braços cruzados, os esperando. Como combinará com a esposa, durante o primeiro mês ele acompanharia as crianças a escola e no outro ela. Uma troca justa.

- A culpa foi do mano!- Duda desenvencilhou-se de seu irmão e correu até o pai.

Kiara sentada no sofá, com uma xícara de leite fingia que nem os via. Estava aproveitando seus últimos minutos de folga. Ao chegarem no carro que já se encontrava fora da casa. Daniel estava no banco de passageiro com fones nos ouvidos ignorando o atraso de seus irmãos.

Todo mundo sabe como é o primeiro dia de aulas, primeiro vem o friozinho na barriga de conhecer e reencontrar amigos. A corrida pela escolha das carteiras. A conversa que fluía entre os colegas que não se viam a meses. Inerte a toda essa agitação, Sun se encontrava na última carteira com a cabeça encostada na parede de olhos fechados. Ia fingir-se de morta durante o ano todo, ou melhor, até terminar o ensino médio. Ela já tinha percebido que os alunos na turma 7 perceberam que ela era uma nova aluna. E como não perceber? Sun tem uma beleza que faz Afrodite invejar.

Mesmo sentindo o olhar de alguns alunos sobre ela, Sun mantém-se quieta e inerte. Não quer que os cenários se repitam, não quer voltar a chorar nem ser odiada. A segunda opção ela descarta, na cabecinha dela o mundo a odeia e faz de tudo para a ver na lama.

(...)

A volta para casa foi silenciosa e a solo. Sun, não está aberta a novas amizades muito menos a velhas. Enquanto caminha de volta pra casa, seus pensamentos a afundam fazendo que o tempo e espaço se torna-sem nulos na sua perspectiva. O tempo passaria muito lento, e com sua mãe em outro distrito voltando apenas nas férias, Sun pensava que quem estava empurrando as engrenagens do tempo era uma tartaruga.

Só com o primeiro dia de aulas ela sentia que ia chegar a loucura, imagina com os restantes dos meses, semanas, dias, horas, minutos e segundos que ainda faltavam.

- Céus!- Sun resmungou assim que abriu a porta do quintal, e tão desastrada que é, ela tropeçou no degrau e caiu de joelhos- mais que merda, mais que merda, mais que merda, Sun. Sua estúpida, da para olhar por onde anda. - tendo consciência do que estava fazendo se levantou - ótimo, agora falo sozinha! - fechou a porta do quintal com força - estou enlouquecendo só pode.

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