Capítulo 7

Theo

Fico alucinado pela imagem de Catarina em um vestido cereja, que marca toda a perfeição do seu corpo. O cabelo está mais liso e o rosto tem uma maquiagem leve, que ressalta a beleza dos seus traços. Vou cumprimentá-la com uma certa cerimônia, mas todos os meus instintos querem arrastá-la daquela sala, conduzi-la ao meu quarto e beijá-la por horas a fio. Seguro o ímpeto de tomá-la para mim e finjo uma tranquilidade que, definitivamente, não sinto.

***

Passo boa parte da noite espreitando Catarina e tentando achar uma brecha para ficarmos a sós. Quando a vejo caminhando pelo jardim, com uma taça na mão, imediatamente começo a procurar pelo babaca do Heitor. Mesmo sem conhecê-lo direito, alguma coisa me diz que tem algo errado com aquele cara. E não é apenas o ciúme de saber que ele dorme com Catarina todas as noites. É algo mais profundo, como se fosse um pressentimento ruim. Vejo que ele está conversando com o meu pai, dentro de casa, bem longe dela, e me apresso para alcançá-la enquanto ele está distraído. Chego por trás e falo baixinho:

– Catarina, por favor, disfarça e me segue. Preciso falar com você. O seu marido está lá dentro, entretido com o meu pai.

Ela faz o que peço. Basta virarmos à esquerda para irmos para uma parte isolada da propriedade, cheia de plantas altas, onde podemos conversar por alguns minutos sem despertar a desconfiança de ninguém. Quando os seus olhos me acertam, sinto um desejo incontrolável de tocá-la. Mas não posso assustar Catarina, então eu me contenho.

– O que você quer, Theo? Estamos no meio de uma festa na sua casa, e o meu marido está logo ali. Por favor, não me coloque em uma situação ruim...

– Eu só preciso dizer que não esqueço o nosso beijo. Tenho pensado em você o tempo inteiro. Sei que não devia, sei que é casada, mas é mais forte do que eu. Não dá para fingir que isso não existe. Por favor, Catarina, vamos nos encontrar em algum lugar. Você me diz o dia, a hora, o local. O que for melhor para você.

– Eu não deveria fazer isso, mas é melhor conversarmos direito para acabar com essa situação. Afinal, vamos morar na mesma cidade e teremos que nos encontrar eventualmente, então não dá para ficarmos desse jeito. O Heitor tem um chalé em Cinco Lagos, perto da casa dos meus pais, e sou eu que checo o local periodicamente. Por acaso, amanhã é meu dia de ir até lá, então podemos aproveitar para nos encontrar e conversar.

– Claro, perfeito para mim. Diz a hora e o endereço que estarei lá.

Catarina salva o meu número de telefone no seu celular, gravando o contato como “Clotilde – padaria”, e promete m****r os detalhes do encontro por mensagem. Respiro aliviado e ganho novas forças para aguentar o resto do evento. Mesmo que ela diga que é só para ter uma conversa final, dentro de mim eu sei que não é apenas isso. E essa esperança me deixa ridiculamente eufórico.

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