Capítulo 2

- Agora vou mostrar como impulsionar. Prestem atenção, que este é complicado. Ela fez dois movimentos, um em cada mão, e milhares de bolhas de ar saíram de suas palmas impulsionando ela para frente, e ela virava a direção do corpo, dependendo de como movia as mãos.

Eles aplaudiram novamente e elas m a mãe. Os olhos espantados vendo tudo, os milhares de cardumes de diferentes cores e tamanhos de animais. Os corais e árvores de frutos lindos e saborosos que Saphyre e Ambhar já haviam experimentado no festival.

Emeraldy que achava tudo novo e excitante, viu de repente Sírius surgir ao lado dela. Ele usava um capacete especial para mergulho e uma mochila com uma bomba de ar nas costas. Acenou para ela. Estava todos com suas roupas de mergulho. Um short e top para as mulheres e calção e camisa regata para os rapazes. Sírius estava apenas de calção. Emeraldy reparou no peito amplo e cheio de músculos e desviou o olhar. Ele reparou e riu.

Tarwin passou ao lado dos dois segurando uma mãozinha de Sorag e Leigh segurando a outra. Os três sorriam e o menino olhava encantado para a cauda poderosa de Tarwin. Tarwin puxou Sorag para suas costas e pediu a Leigh para abraçar os dois, em suas costas, pelo pescoço, e segurando as mãos deles, acelerou a toda, indo em alta velocidade.

Todos riram ao ver a felicidade deles. Avistaram grupos de diversos animais e como haviam sido avisados anteriormente não se aproximaram das partes mais profundas e escuras do mar. Zenit e Zarin mergulhavam e pegavam suas presas e eram um show à parte para todos.

Sírius, muito habilidoso com sua faca, caçava e pegava tudo o que se propunha. Se perseguia algo, ele com certeza capturava.

Emeraldy nadava próximo a ele mas não ao seu lado. Sempre arrumava um outro local para ir. Acompanhando a mãe e o pai, outra hora, se juntava a Tarwin e Leigh, outra, estava com Ambhar, Fayne e Kasphio que também usava um dispositivo como o de Sírius. Ela se cansou e saiu com um grande e pesado, peixe lua na mão, depositando o na cesta mais próxima. Deitou de costas na areia e ficou apreciando o sol. Fechou os olhos e adormeceu brevemente. Não havia dormido muito bem. Ouviu alguns sons estranhos próximos às cabanas e ficou preocupada. Foi a primeira coisa que perguntou a Saphyre logo que se encontrou com ela de manhã e ela garantiu que não havia nada. Não sabia se estava exagerando e rendo surtos de imaginação mas havia dormido de exaustão quando começou a ouvir os barulhos das pessoas. Sonhou com Sírius e com seu carinho e preocupação com ela. Estava tão cansada, estavam todos na praia, que mal teria em cochilar?

Sentiu a água morna batendo levemente em suas pernas nuas. Abriu os olhos e sentou na areia. Sírius estava deitado ao lado dela.

- Oi.

- Olá. - Respondeu ele. Ainda estava de sunga. Ela passou os olhos disfarsadamente pelas pernas fortes dele.

Sentiu um frio na barriga e seu coração acelerou. Deuses, o que era isso que ela sentia por ele? Levantou batendo o excesso da areia, entrou na água um pouco para tirar o resto de areia do corpo e dos cabelos.

Ele estava junto dela mas um pouco reservado, como era o normal dele.

- Não dormiu bem a noite?

- Não muito.

- Por isto dormiu duas horas seguidas. Porque não dormiu bem?

Ela olhou para ele aturdida.

- O quê? Duas horas!?

- Sim, dormiu duas horas. Todos já saíram, levaram as cestas e já fizeram as refeições. Eu estava te esperando. Me designaram para isto.

- Deuses. Designaram?? Não precisava. Poderia ter ido fazer qualquer coisa. Não sou sua obrigação. - ela disse.

- Não é um sacrifício acredite. Não me falou porquê não dormiu.

- Porquê ouvi barulhos a noite toda. Fiquei preocupada mas acho que foi algo da minha cabeça. Perguntei a Saphyre e ela disse que não viu nada.

- Barulhos? Que tipo de barulhos? - Ele perguntou interessado. Ela levantou o rosto para ele.

- Não sei, parecia com o som de algo se arrastando no chão. Talvez animais da floresta.

- Vou me manter atento.

- Não precisa. Já lhe disse que sei me defender. - Ela caminhou pela areia branca.

- OK.

Ela parou. Olhou ele.

- Fácil assim? Não vai discutir ou argumentar?

- Não. - Ele encarou ela de cima, ela arqueou a sobrancelha o encarando de volta. - Você vai me deixar tocá-la? - Ele perguntou, a voz baixa, deixando-a surpresa. Ela viu ele passar os olhos por ela desde seus olhos, descendo, parando em seus lábios, e descendo brevemente pelo seu corpo molhado. O sol iluminava as gotículas de água que escorria pelo corpo dele. Ela sentiu um calor passar pelo seu corpo e ele não tinha nada a ver com o calor do sol e sim com o calor dos olhos dele nela. O desejo estampado, cru e excitante.

- Não Sírius, não tem. - Ela disse e caminhou rapidamente em direção a barraca que lhe havia sido designada. Entrou e fechou a entrada com um laço. Sentou-se no tronco improvisado como uma cadeira e teve sua primeira crise de riso. Tremia e ria, apertando as duas mãos na boca, relembrando cada pequena coisa que Sírius lhe disse.

Era um riso de nervoso misturado com emoção.

- Burra, burra, burra!! Ahh!

- Em!? - ela ouviu Ambhar chamar.

- Sim? - Ela levantou e foi até entrada, desamarrou o laço e puxou Ambhar para dentro. Colocou a cabeça para fora, olhou em volta e fechou de novo.

Ambhar ficou parada olhando o comportamento estranho de Emeraldy.

- O que está acontecendo?

- Sírius está acontecendo. - disse ela colocando uma calça folgada por cima do biquíni.

- O que foi agora?

- Cochilei na praia. Acordei com Sírius deitado ao meu lado. Mas me acompanhe, preciso comer. Que horas são, você sabe? - Emeraldy falou pegando a mão de Ambhar.

- Por volta de três da tarde. Uma curiosidade. Porque dormiu na praia?

- Não dormi a noite, fiquei ouvindo barulhos de coisas se arrastando. Achei que fossem animaizinhos da floresta mas não consegui dormir.

- Eu também ouvi. Mas só quando eu estava sozinha, Fayne e Kas foram buscar os colchonetes e eu fiquei sozinha, ouvi, mas logo parou quando eles voltaram com as coisas.

- Estranho não? - disse Emeraldy andando pelas fileiras de barracas até onde se cozinhavam os alimentos que eles haviam pescado mais cedo.

- Olá senhorita Ambhar e Emeraldy. Querem algo? A pescaria foi muito boa. Temos de tudo. - Falou Ciara, uma das moças que escolheu a cozinha por ser dar muito bem nas misturas de sabores.

- Olá, Ciara, eu não comi nada. Acabei pegando no sono após a pescaria. O que você me indica?

- Sim, nós a vimos com o rei Sírius na beira da praia. Mas voltando ao alimento, fiz balu, esses frutos de acompanhamento, algumas leguminosas e folhas. Fora isto, temos outros tipos de cozidos, pães e sementes variadas. Podem se servir.

- Ah, muito obrigada Ciara. Tenho certeza de que tudo vai ter um sabor ímpar. - disse Emeraldy pegando de tudo um pouco. Ciara era famosa pela culinária. Ela agradeceu o elogio e voltou às panelas. Saíram em direção a uma mesa e sentaram-se numa parte vazia.

- Me conta. - disse Ambhar tomando um suco refrescante.

- Ele me pediu para que eu o deixasse me tocar novamente, porque eu o havia proibido. Acredita?

- Consentimento é a coisa mais importante em um relacionamento. Mas o que você disse?

- Disse não. - Falou Emeraldy mordendo um pedaço de legumes .

Ambhar arregalou os olhos, engasgando com o suco.

- Porquê!? - Ela falou alto. Emeraldy olhou para ela consternada. - Você não gosta dele? - ela sussurrou.

- Sim, mas ele me subestima. Enquanto não aprender que não sou mais uma garota sem poderes, enquanto não me respeitar... Me ver como mulher entende? Não quero que ele me veja como uma princesa.

- OK. Mas você tem que concordar que estava sendo cuidada como uma princesa quando ele a conheceu. E não tinha poderes.

- Eu sei! Mas isto está no passado. É é lá que tem que ficar. Eu nunca mais vou me sentir indefesa de novo, nem mesmo por ele. E ele insiste em me colocar neste lugar. Isso me irrita.

- Eu sei que você é capaz. E sei que tem uma vontade feroz de ser perfeita em tudo que faz. Realmente, ele precisa abrir os olhos.

- Sim. Mas voltando ao assunto dos barulhos noturnos. Que horas você os escutou?

- Não tenho certeza, mas como chegamos tarde, pode ter sido entre uma e duas da madrugada. Depois que Fayne e Kasphio voltaram para a barraca, os barulhos cessaram.

- Foi no mesmo horário em que o pai a mãe foram para a barraca deles. Era um barulho estranho de coisas rastejando.

- Sim, era isso mesmo. O que será que era? - perguntou Ambhar pensativa.

- Não sei, seja o que for, vai ter uma surpresinha se nos atacar.

- Vai sim. - Ambhar sorriu e falou. - Eu estava pensando em praticar mais os portais. Podíamos ir juntas, que acha?

- Ótimo! Quando?

- Agora. Por isso que fui te chamar na barraca. Chamei Saphyre também. Inclusive, ela vem vindo ali. Provavelmente está nos procurando.

- Saphyre! - Chamou Emeraldy acenando para Saphyre. Ela as viu e correu até lá.

- Oi, para onde vamos?

- Sei lá. Mas tem que ser algum lugar que não terá ninguém, para não nos distrair. Apesar que devemos saber focar nos locais em caso de guerra e pessoas correndo em volta.

- Ah vamos andando próximas a água, quem sabe perto daquelas pedras?

Ambhar apontou para o extremo da praia onde acabava a faixa de areia e começavam um amontoados de pedras e logo atrás um parte de mata fechada.

- Boa ideia. Fica distante o suficiente mas não tão distante que não nos vejam. Mas por segurança, vou avisar Kae. - Falou Saphyre.

- Tá bom. Então vamos.

As três andaram na direção combinada. Foram conversando. O local era mais longe do que elas imaginaram e caminharam por dez minutos até lá. Pararam perto das pedras.

- OK, quem começa?

- As três. Vamos ficar de frente para os locais que queremos abrir os portais e espiar para ver se deu certo. Que tal pensar nas nossas barracas aqui? É perto. - Perguntou Emeraldy.

- Boa. Vamos apontar cada uma à sua frente, com dez passos de distância uma da outra.

- OK.

Elas pararam de frente para as pedras e fizeram os gestos com as mãos. Olhos fechados e pronto, três portais abertos bem em frente a elas.

- Vamos olhar.

Emeraldy enfiou a cabeça no dela e riu.

- OK meninas o meu deu certo.

- O meu também está ok. Olá Kae. - ouviram a risada dele e um estalar de um beijo.

- Aqui também tudo certo. - disse Ambhar. - Podemos trocar de portal agora.

Elas sorriram satisfeitas e voltaram aos seu lugares. Os portais já fechados.

- E agora? - perguntou Saphyre.

- Vamos tentar chegar até o rio que vimos na outra ilha. Acham muito longe? - ponderou Ambhar.

- Não, eu topo. - disse Emeraldy

Elas olharam umas as outras, todas concordaram.

- Ok! - disse Ambhar.

Ela fecharam os olhos e fizeram os mesmos movimentos da outra vez. Os portais se formando até ficarem da altura delas. Ouviram o barulho de água escorrendo em pedras. Riram.

- Vou ver! Falou Ambhar, andando na direção do portal e espiando.

- Isso! - Ela saiu dançando de lá, rebolando e cantando. - Sou boa, sou boa, sou boa no que faço! Uhuhuhuh

As duas riram dela, achando engraçado seu jeito piadista.

- Meus deuses, você é definivamente doida Amb e eu amo! - falou Saphyre rindo alto. Ela e Emeraldy olharam seus respectivos portais e também saíram sorridentes.

Elas foram testando locais cada vez mais e mais longes. Saphyre testou a cabana em que fez a conexão com Kae.

- Oh meus deuses. Estou há apenas uma hora de distância das ilhas flutuantes. Venham ver! - disse ela chamando Ambhar e Emeraldy. As três olharam pelo portal.

- Uau, que local é este? - perguntou Em.

- Magnifico, parece um local de sonho.

- Aqui foi onde Kae me trouxe para fazermos a conexão, sem pôr em risco a vida de ninguém, com a minha explosão. Ele e Tarwin que construíram tudo sozinhos. Foi como uma aula de sobrevivência em uma ilha. Uma espécie de lição para eles.

- Sério! Lindíssimo local. Amei. Quem sabe eu venha um dia para cá com Kas e Fay. - disse Ambhar.

- Vocês irão adorar! A água é aquecida.

- Eu abri a enseada do animal gigante com dentes pontiagudos. Que horror. O cheiro! Nem olhem.

- Pena que não tenho um lugar tão longe assim para pensar. Mas me contento. Quem sabe não penso nesta praia quando estivermos longe daqui. Vocês conseguiram. - disse Emeraldy.

- Você também. Amanhã tentamos de novo. Podemos tentar quantas vezes necessitarmos.

- Sim. Estou bem cansada, Ambhar lhe contou sobre os barulhos que ouvimos na noite passada?

- Sim, como foi isso? - perguntou Saphyre andando de volta para o acampamento.

- Eu os ouvi quando estava sozinha, mas logo que Fay e Kas chegaram, cessou, depois não ouvi mais.

- E eu, como passei a noite sozinha em minha barraca, ouvi o tempo todo, depois que me despedi da mãe e do pai. Quase não dormi. Meus instintos gritavam para que eu não dormisse. Olhei fora das barracas e nada. Foi muito estranho. Então passei a madrugada acordada. E quando cochilava, acordava assustada, dois segundos depois. Foi horrível.

- Precisamos ficar atentos o tempo todo. Falarei com Kae sobre isso. Moony fica comigo também, e ele não demonstrou nenhum tipo de atitude de ataque. Apesar de que nunca o vi nessa posição. Então... - contou Saphyre.

- Bom, vamos ficar atentos e, talvez seja bom dividir a cabana com alguém Em, só para que você consiga dormir adequadamente. Lembra que mamãe disse que precisamos estar alimentadas e descansadas para "funcionar" ?

- Claro. Talvez eu chame Ciara. Não se preocupem com isso. Minha barraca é pequena e só caberia alguém pequeno comigo.

-Tá bom. E não se esqueçam de nunca andarem sozinhas. - disse Saphyre - Kae está vindo ao nosso encontro, já que já anoiteceu e vamos sentar para comer.

- Sim. Vamos. Acho que Kas e Fay já estão na mesa me esperando. A hora passou e nem vimos. - Falou Ambhar olhando a mesa.

- Verdade. Nunca vemos a hora passar quando estamos treinando. - Disse Emeraldy.

- Isto é um fato. Estou muito orgulhosa de nós. - Respondeu Saphyre sorrindo para elas.

- Sim. - disse Em

- Também estou. - Falou Ambhar.

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