Elizabeth Williams

Pov Eduardo

Cheguei em casa perto do horário do almoço. Minha mãe estava na varanda da frente da casa arrumando alguns vasos de plantas. Subi a grande escada larga que dá entrada à mansão e a comprimentei com um beijo em sua testa. Depositei o troféu e o cheque do concurso  em sua mão e entrei.  Subo as escada lentamente indo direto ao meu escritório, abri as cortinas da grande janela do escritório que dá vista contra as plantações de flores e girassóis da minha fazenda, abri o uísque e coloquei um pouco da bebida no copo e me sentei de frente para contemplar a paisagem de flores. Ao fechar meus olhos em um pequeno cochilo, seu rosto veio à minha mente.Seu olhar meigo, sua pele delicada e bronzeada,sua boca bem desenhada e seus cabelos que ainda parecem estar impregnado em minhas narinas. Tudo tão vívido em minha mente.

Acordei ofegante, indignado com tal situação pois tudo foi tudo tão real que quase senti sua respiração próximo a mim 

―O que foi isso? Eu devo odiá-la! Não posso pensar nessa mulher, ela é proibida pra mim. Eu odeio toda aquela família, esbravejei.

Me levantei rapidamente e saí do escritório. Encontrei Lya no corredor que ficou assustada ao ver meu estado,

―Seu Eduardo está tudo bem? O que aconteceu? perguntou ela preocupada,

―Não foi nada querida,eu estou bem. Só vou caminhar um pouco.

―O senhor não vai almoçar?

―Não! Não se preocupe comigo.

Saí afoito de casa, peguei o bastão de caminhada que estava na varanda e parti em direção às plantações de flores. Caminhei por entre elas, chegando próximo ao rio. A estrada geral da cidade corta metade de minha fazenda, todos que vem ou saem da cidade,devem passar e contemplar minhas plantações e minhas terras. Ao me deparar próximo a porta, percebi jogada perto de um barranco na beira da estrada uma bicicleta branca caída no chão, com algumas fitinhas coloridas pendurada no guidão da. Olhei em volta procurando o dono, mas não avistei  ninguém. Então escuto alguém suspirar no meio da plantação de Girassóis. Fico curioso e sigo o caminho do som e suspiros que dali vinha.

Meus olhos a vêem deitada ao sol olhando para o céu azul, esboçando um leve sorriso em seu rosto.Quando percebeu que estava me aproximando, levantou-se assustada ajustando sua roupa e se limpando. Ficou paralisada ao me ver. Falo algo para ela, que quase nem me responde, demonstrando estar muito assustada e embaraçada com minha presença. Ao me aproximar, percebi uma cobra próximo a ela e num impulso ergo o bastão e acerto na cabeça do animal, deixando a moça assustada e com os olhos fechados.

A louca achou que eu iria atacá-la, só pode. Odeio essa família, mas não a ponto de matar alguém,ainda mais sendo ela que tem rondado meus pensamentos nessas últimas horas.Trocamos algumas palavras, nos despedimos e quando ela estava de partida, tropeçou em algo e quase que cai, mas minha ação é imediata, seguro assim ela em meus braços. Sentir sua pele quente e macia em minhas mãos, foi algo inexplicável. Meu coração voltou a bater calmamente por alguns instantes, como a muito tempo não batia.Senti por alguns segundos uma paz invadir meu corpo .Que poder ela tem?Eu não posso me render assim,eu não aceito, pensei. Novamente o desejo de beijá-la me invade, então somos interrompidos pelo mesmo cara que vi abraçá-la no evento. Uma ira me consome,um ciúme talvez. Algo absurdo, pois isso não faz sentido algum,sentir ciúmes de uma mulher que conheci a tão poucas horas, para que me importar com isso? confesso que eu senti. Senti inveja dele, ciúmes de ele poder tocá-la sempre que quiser.

Somos apresentados e ele fez questão de frisar o "noivo dela" ao se apresentar a mim. Logo em seguida os dois partem, ele a arrasta para longe de mim, mas ela insiste em se virar e me olhar sem que ele perceba. Fico ali, com meu olhar fixo nela observando eles indo embora. 

Sigo minha caminhada...

Descendo a plantação de girassol,vejo algo brilhar e balançar com o vento em algumas das flores. Uma fitinha de cetim vermelha que enlaçava seu cabelo castanho, onde quando me aproximei o vento a levou para longe, deixando-o engatado em uma flor de Girassol. Pego imediatamente, ainda tem seu cheiro, o cheiro do seu cabelo, cheiro de flores do campo.

―Elizabeth... sussurrei aspirando o cheiro da fitinha―Acho que tenho planos para você também, Elizabeth Wilhans...

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